P.O.V Felicity

– Bom dia. – Murmurei quando Caitlin passou por mim, ela ainda estava sonolenta e apenas acenou e caminhou direto para a geladeira, encheu seu copo de água e bebeu sem se incomodar lançar um único olhar para mim. Quando finalmente o fez cuspiu a água que estava bebendo.

– Bom dia Caitlin. – Barry sorriu sabendo que ele era o motivo da reação dela.

– Bom dia. – Murmurou secando a boca. – O que você está fazendo aqui?

– Eu fiquei sabendo que no sábado pela manhã essa casa fica popular. – Deu de ombros. – Resolvi dá uma passadinha e olhar.

– Popular? – Franziu o cenho e abriu os olhos ao perceber do que ele falava. – Oh Tommy e Oliver.

– Isso. – Concordou. – Tommy. – Caitlin o lançou um olhar aguardando. – E Oliver. Tommy e Oliver. Por que vocês não me convidaram? Não quero ser chato, mas vocês percebem que me conhecem há mais tempo que eles?

– Ok. – O interrompi. – Primeiro: Eles se convidaram, apenas virou rotina depois disso, e segundo: Eu te convidei uma vez.

– Convidou? – Franziu o cenho.

– Iris disse que você não podia. – Caitlin respondeu o tom levemente ácido ao dizer. – Parece que vocês dois iam correr juntos.

– Ela não comentou nada comigo.

– Que horas são? – Caitlin mudou de assunto, não querendo entrar neste assunto. – Os rapazes ainda não trouxeram nossa comida. – Resmungou. – E Barry veio apenas com um bico, e nada para comer.

– Eu não vim com um bico.

– Não seja ciumento Allen. – Ela devolveu. – Se quer bater de frente com a dupla, traga comida.

– Eu vou preparar o café, enquanto vocês dois brincam de serem crianças. – Avisei.

– A comida chegou! – Escutei a voz de Oliver se elevar enquanto entrava na cozinha. Seguido por Tommy e Sara.

– Sara? – Caitlin perguntou enquanto a recebia com um sorriso.

– Ela me seguiu. – Tommy ergueu as mãos em defesa.

– Eu não te segui. – Sara o repreendeu, e encarou Caitlin. – Eu não o segui. – Repetiu. - Ele me ligou convidando-me.

– E combinamos que você não diria isso. – Tommy reclamou.

– Eu não combinei nada. – Retrucou. – Mas vendo Barry aqui me faz pensar que sou bem-vinda.

– “Vendo Barry aqui” – Barry repetiu surpreso. – Eu sou uma pessoa que geralmente não é bem-vinda?

– Eu não quis dizer isso. –Sara se defendeu.

– Ela não quis dizer isso. – Caitlin reafirmou. – E você sempre é bem vinda Sara, você dois. - Acrescentou olhando para Barry. Eu havia entendido o ponto de Sara, o café da manhã com Tommy e Oliver havia se tornado algo nosso, mas Caitlin estava sendo sincera ao dizer que eles eram bem-vindos, como eu mesma concordava com isso.

– Eu quero saber como você tem as chaves da minha casa? - Perguntei a Oliver quando ele se aproximou me entregando as duas sacolas.

– Não. – Ele negou antes de beijar minha bochecha. – Bom dia.

– Bom dia. – Respondi.

– Acho que nossos cafés da manhã, vão ser um pouco mais tumultuosos. – Falou enquanto olhava Caitlin dando um soco em Tommy após ele a erguer em um abraço de urso, elevando-a do chão, ganhando uma careta de Barry e um sorriso de Sara.

– Todas as nossas refeições tem sido tumultuosas desde que o conheci. – Lancei um sorriso para ele. – Queen.

– Smoak. – Respondeu com um sorriso.

– Felicity. – Voltei minha atenção para Sara. – Eu posso fazer o café?

– Sim. – Assenti. – Com medo do meu café? – A provoquei.

– Na verdade me sentindo culpada. – Confessou. – Os rapazes trouxeram pães e bolo. – Exibiu um sorriso culpada. – Vim de mãos vazias.

– Você não trouxe meu Donuts? – Caitlin exibiu um olhar carrancudo a Tommy. Enquanto Sara se movimentava pela cozinha, com todos ali eu podia ver que minha cozinha era pequena para essa quantidade de visitas.

– Claro que eu trouxe. – Tommy respondeu e então encarou Oliver com esperanças. - Trouxemos?

– Estava em falta Caitlin. – Oliver explicou. – Desculpe.

– Tudo bem. – Deu de ombros. – E não se preocupe Sara, Barry não trouxe nada também. – Seu comentário foi para provoca-lo, e vendo a forma que ele balançava a cabeça em desagrado havia conseguido, Caitlin sorriu em resposta.

– Então, quais os planos para mais tarde? – Tommy perguntou me abraçando pelos ombros.

– Faça seus próprios planos Merlyn. – Respondi. – Já tenho os meus.

– Você tem? – Oliver me encarou surpreso. E todos olhavam para mim agora, Caitlin exibiu um sorriso contente por está por dentro dos meus planos. Barry sentou apoiando seu queixo em uma mão.

– Sim. – Assenti. – Eu vou estudar mais tarde.

– E depois vai sair com um calouro. – Caitlin completou.

– Ele não é um calouro. – A corrigi. – Ele foi transferido de outra faculdade, ele está bem avançado no curso e tem minha idade...

– Quem é ele? – Oliver cruzou os braços.

– Você não o conhece. – Afirmei.

– Teste-me. – Retrucou.

– Você não vai fazer isso Oliver. – Aproximei-me dele não me deixando intimidar por sua postura ameaçadora. – Você não vai bancar o protetor comigo. – Quando terminei a frase escutei um bufo seguido de risada vindo tenho certeza de Tommy.

– O nome... Agora. – Exigiu. Ignorando minha advertência. Apenas o encarei deixando-o saber que não obteria essa resposta. – Caitlin?

– Declan Chevalier. – Encarei Caitlin em um misto de surpresa e indignação. – Entrou semestre passado, é francês.

– Traidora. – Deixei escapar.

– Você não me disse que era segredo. – Deu de ombros.

– Não importa. Escolha um lado, sou sua melhor amiga, o lado a escolher deveria ser óbvio. – Retruquei.

– Declan? – Oliver repetiu. – Ele é um idiota.

– Você o conhece? – Perguntei já sabendo a resposta. Antes que ele pudesse responder encarei meus amigos que pareciam estar assistindo seu programa favorito de televisão. – Comam!

– Mas isso é tão mais interessante. – Tommy respondeu, Barry concordou balançando a cabeça com um sorriso, Caitlin se aproximou dele bagunçando seu cabelo.

– Eu não o conheço. – Confessou. – Mas eu já o vi pelos corredores, ele não serve para você. Ele é um mulherengo.

– Pensei que esse título era seu.

– Eu acho que invés de pães deveríamos ter trazido pipoca. – Escutei Tommy falar para Sara.

– Ok. O show acabou. – Falei para Tommy e ergui o dedo em advertência para Oiver. – E você não vai sabotar meu encontro.

– Nem passou pela minha cabeça. – Inclinei minha cabeça em descrença. Ele deu de ombros. – Eu prometo que não vou estragar seu encontro, mesmo ele sendo um idiota. Eu prometo, não vou sabotar seu encontro.

P.O.V Tommy

– Nós vamos sabotar o encontro de Felicity? – Perguntei, repetindo suas palavras, a tarde já havia passado, já estava no começo da noite e Oliver andava inquieto de um lado para o outro na sala. – Por que não estou surpreso?

– Você conhece Declan. – Respondeu. – Ele estava no seu aniversário passado, ele trata as mulheres como lixo.

– Felicity citou um bom ponto Oliver, sua fama não é muito melhor que a dele. – O adverti. – E ela não vai ficar muito feliz quando souber que você tem alguma coisa haver.

– Ele vai magoa-la. – Argumentou.

– Oliver, meu amigo, apenas assuma que está com ciúmes. – Pedi. – Felicity é esperta, ela sabe lidar com caras assim. Ela tem você nas pontas dos dedos.

– É diferente.

– Como é diferente?

– Eu a respeito, ela é minha amiga. - O encarei azedo. – Sim, eu gostaria de algo mais... – Acrescentou ao notar meu olhar. - Mas aceito e respeito o que ela quiser me oferecer, mesmo que seja apenas amizade. – O encarei fixamente e emiti um suspiro.

– Merda. – Murmurei pegando meu casaco e indo até a porta, virei-me para encontra-lo parado ainda me encarando, exibindo um olhar confuso. – Inferno Olie, vai ficar ai parado? temos um encontro para sabotar. – Um sorriso se estendeu em seus lábios. Droga, o bastardo estava apaixonado, e era idiota ao ponto de não perceber.

[...]

– O restaurante mais romântico de Central City. – Oliver resmungou ao meu lado, estávamos dentro do carro, Felicity tinha acabado de entrar com Declan no restaurante. – Ele realmente quer entrar em suas calças. – Soltei uma risada ao escutar isso. – O quê?

– Você não vai ficar parado ai fingindo que não querer o mesmo. – Oliver me lançou um olhar de ódio. – Ela está quente, nem tente vir com hipocrisia.

– Eu vou fingir que não escutei você falando isso. – Falou entre dentes, o encarei sério, era divertido vê-lo ciumento, mas eu esperto o bastante para saber até que ponto poderia empurra-lo.

– Você não repetir aquele papo de “não respirar em sua direção” não é? Por que a esse ponto, já sabemos que Felicity prefere os loiros. – Falei referindo-me que o próprio Declan era loiro.

– Como vamos fazer isso? – Perguntou me ignorando.

– Como vamos fazer o quê? – Repeti confuso.

– Tirar ela desse encontro. – Deu de ombros.

– Você não pensou nisso? – Exclamei surpreso e aborrecido. – Você me pediu para sabotar o encontro de uma amiga sem ter ao menos ideia de como faze-lo? Você perdeu a cabeça?

– Você concordou com isso. – Retrucou.

– Ok. – Suspirei. - Se Felicity perguntar eu não tenho nada haver com qualquer coisa que fizermos. A culpa é totalmente sua, somente sua, Tommy nem sequer estava na cidade.

– Você está com medo de Felicity? – Perguntou divertido. – Você já reparou em seu tamanho?

– Eu não tenho medo de Felicity Smoak. – Neguei prontamente. – Eu tenho medo das coisas que Felicity Smoak pode fazer com um computador.

– Você quer bolar algo para tira-la dali? – Perguntou sem paciência.

– Por que você não se declara logo e acabamos com isso?

– Ela não me quer mais do que amigo. – Respondeu aborrecido.

– Então deixa a garota ser feliz com Declan.

– Ele não vai fazê-la feliz. - Afirmou. Meneei a cabeça e peguei meu celular. – O que você está fazendo?

– Arranjando um motivo para ela sair dali. – Respondi.

– Oi Tommy. – A voz feminina soou ofegante do outro lado da linha.

– Olá. – Prestei atenção em sua respiração rápida, e uma suspeita veio me minha mente.- Você estava transando?- soltei, antes de conseguir frear, Oliver franziu o cenho ao meu lado.

– Tommy! – Protestou. – Não é da sua conta, mas não.

– Não tem problema, eu só queria pedir desculpa se a interrompi. – Brinquei.

– Com quem diabos você está falando?! – Oliver perguntou impaciente.

– Sara diga oi para Oliver. – Falei colocando no viva voz.

– Você perguntou a Sara se ela estava transando? – Perguntou incrédulo.

– Ela me pergunta isso todos os dias. Ela estava ofegante é claro que foi isso que passou pela minha cabeça.

– Olá Oliver. Ignore Tommy, ele é um estúpido. – Ri quando ela disse isso. – Eu estava treinando Merlyn. – Respondeu ríspida. - Do que você precisa Tommy? – Sorri ao escutar a pergunta. – Por favor, sem piadas obscenas.

– Droga. – Resmunguei. – Bem, Oliver precisa de sua ajuda. – Falei por fim.

– Eu não vou fazer outra atividade para ele. – Respondeu rapidamente.

– Oh não. Ele precisa que você atrapalhe um encontro. – Respondi.

– O encontro de Felicity? Nem pensar. – Negou prontamente.

– Vamos lá Sara, ajude um amigo. – Pedi. – Você só precisa ligar para ela e inventar uma desculpa que a leve até sua casa, pode ser qualquer coisa, você está triste, levou um acidente, terminou um relacionamento, ou está passando Titanic, não importa, desde que a tire de lá.

– Uma atividade seria algo mais fácil Oliver. – Ele deu de ombros mesmo sabendo que ela não estaria vendo. – Ela vai ficar uma fera, deixa ela ter esse encontro, ela vai perceber por si só que o cara é um idiota, se você tem tanta certeza disso.

– Por favor, Sara. – Oliver pediu. – Eu fico te devendo essa.

– Não sei...

– Que tal se eu oferecesse algo em troca? – Sugeri. Ao perceber que ela não descartava logo a ideia sabia que eu tinha algo que ela queria. – Que tal você ficar com meu carro por uma semana.

– Dois meses. – Retrucou.

– Duas semanas. – Negociei.

– Um mês, ou Oliver vai ter ficar vendo beijinhos nos corredores. – Devolveu a oferta.

– Ele aceita. – Oliver falou antes que eu pudesse dizer algo, a risada de Sara veio como resposta.

– Ok. Um mês com meu carro. – Concordei. – Sua ex o destruiu mesmo.

– Só amassou a lateral Tommy, e ela não é minha ex. – Não respondi isso. Meu carro tinha acabado de voltar da oficina e já estava indo para outras mãos.

– Ligue para Felicity. – Pedi.- Diga que está de TPM.

– Vou dizer que estou doente seu idiota, nenhuma amiga tiraria a outra de um encontro com um cara gostoso por TPM.

– Apenas ligue Sara. – Oliver resmungou.

– Está bem. Mas depois vou pensar em uma forma de você me recompensar também. – Alertou. – Até mais garotos, não me peçam algo assim novamente.

– Obrigado. – Oliver falou.

– Dispense seu companheiro... De luta e ligue para Felicity. – Falei uma vez mais, ela desligou interrompeu a chamada, sem me dar uma resposta. Sorri com isso, mas meu sorriso se esvaiu ao olhar a expressão ameaçadora de Oliver.

– Se ela não ligar para Felicity por causa disso...

– Relaxe Oliver, é Sara, eu a provoco todos os dias. – Dei de ombros. – Ela me provoca, é como você disse somos duas crianças.

– Por que você ligou para Sara? – Perguntou enquanto observava a entrada do restaurante. – Por que não ligou para Caitlin.

– Caity pode ter dito o nome para você, mas ela fez para provocar. – Respondi. –Ela é leal a Felicity, não acharia justo não deixar Felicity decidir se quer seguir com Declan.

– E Sara? Ela é amiga de Felicity.

– Sara é tão imprudente quanto eu, você é meu amigo; - Respondi o encarando. - Eu sei que de alguma forma Felicity vai nos ligar a isso, sei que ela vai ficar com raiva, mas eu sou idiota ao ponto de aceitar isso em troca de te ajudar. – Ele assentiu agradecendo, sua atenção se voltou para a entrada do restaurante, Felicity saía nesse exato momento.

– Nem sinal de Declan. – Falei.

– Ele sequer vai lhe dar uma carona? – Oliver murmurou ao meu lado.

– Nem chamar um táxi para ela. – Comentei ao vê-la tirar o celular da bolsa. – Ela vai chamar um táxi.

– Ela não está chamando um táxi. – Comentou olhando para baixo, segui seu olhar, a tela do seu celular se acendia e exibia o nome dela. – Ela está ligando para mim. O que faço.

– Atende. – Respondi.

– E se ela quiser uma carona?

– Ai eu desço do maldito carro, você espera uns minutos e vai busca-la, atende a droga do celular!

P.O.V Oliver

Assenti antes de levar o celular à orelha ao mesmo tempo em que a observava de longe, dentro do caro. Tommy me encarava em expectativa.

– Você não devia está em um encontro com... Qual o nome dele mesmo? – Perguntei.

– Não haja como um idiota Queen, você sabe perfeitamente o nome dele, e eu sei que tem dedo seu no telefonema de Sara. – Respondeu.

– Sara te ligou? – Fingi não compreender. – E o que eu tenho haver com isso?

– Saia de onde você estiver e venha me buscar. – Exigiu.

– Te buscar? Onde exatamente?

– Não teste minha paciência Oliver, eu te conheço, pensar que acreditei quando você disse que ia ficar quieto, você e Tommy são dois idiotas. –Abri minha boca para inocentar Tommy, mas ela foi mais rápida. – Nem tente me convencer que você está sozinho disso, você não faria nada sozinho sem Tommy, e duvido que Sara o ajudasse sem o dedo dele no meio. Então saia de onde estiver escondido e venha me pegar. – Falou antes de desligar.

– Ela descobriu. – Tommy falou sem precisar que eu explicasse, assenti em resposta. – E ela sabe que estou envolvido. – Assenti novamente. – Ela está furiosa.

– Provavelmente Sara deu com a língua nos dentes, você não devia tê-la provocado. – O acusei.

– Sara não nos entregaria. – A defendeu. - Acho melhor eu descer.

– Você não vai descer. – Neguei prontamente. – Ela sabe que estamos por perto. – Liguei o carro e pisquei os faróis dando uma ideia a Felicity exatamente onde estávamos. Estávamos no estacionamento que ficava do outro lado da rua, ridiculamente perto, mas estava escura, a iluminação não era boa e havia muitos outros carros, sai do estacionamento e parei o carro em sua frente. Tommy saiu e fez um gesto elegante para que ela entrasse em seu lugar.

– Sua carruagem chegou milady. – Fez reverência, seu tradicional sorriso nos lábios. O olhar que Felicity devolveu fez com ele encolhesse os ombros em derrota e entrasse no assento traseiro.

– Eu deveria matar os dois. – Falou sem qualquer outro cumprimento. – O que vocês fariam se eu não saísse? Ficar me vigiando por toda a noite? Vocês tem ideia do quão ridículo isso é? Surpreende-me Sara ter entrado no meio disso. Vocês três tem muito que explicar, você estava pensando em quê Oliver?

– Eu...

– Você prometeu que não iria se intrometer.

– Felicity...

– Você dois não tem o direito de fazerem isso. – Continuou. – É minha vida amorosa, eu escolho com quem saio, o papel de vocês é me advertirem e depois me consolar se algo der errado.

– Desculpe. – Tommy pediu com olhos que fariam as garotas terem pena dele, não serviu com Felicity, felizmente.

– Não será tão fácil assim Tommy, e você Oliver poderia fingir que está arrependido. – Encarou-me.

– Mas eu não estou. – Respondi sincero, Tommy me deu um tapa na parte de trás da minha cabeça, enquanto me mandava calar a boca. – Você não queria estar aqui. – Voltei a falar com Felicity.

– Eu não queria estar aqui? - Riu sem humor. - Agora você sabe o que eu quero?

– Eu acho que seria melhor eu ir de táxi. – Escutei Tommy sugerir.

– Não. – Falamos ao mesmo tempo.

–Por que você acha que eu não queria estar aqui? – Felicity dirigiu sua atenção para mim.

– Por que você sabe que Sara estava inventando seja qual for à desculpa que ela usou e mesmo assim você a usou também, saiu do restaurante e ligou para mim.

– Eu liguei para você por que você é a cabeça de tudo isso...

– Na verdade a ideia foi minha... – Tommy tomou voz. -... O que eu deveria ter mantido para mim. –Acrescentou.

– Apenas me leve para casa Oliver. – Pediu virando o rosto para o vidro.

– Você vai ficar com raiva mesmo?

– Eu não vou ficar com raiva, eu estou com raiva. – Corrigiu-me. Comprimi os lábios, recebendo seu humor ácido, eu entendia por que ela estava com raiva, mas eu não pediria desculpas por isso. Como ela havia pedido a levei para sua casa, mas quando ela saiu sem dizer uma única palavra joguei as chaves para Tommy e a segui para dentro.

P.O. V Felicity

Eu estava com raiva, com raiva não, furiosa, por culpa deste maldito encontro que não havia dado certo, não era nem por Oliver ter tentado sabota-lo, mas por que eu mesma queria terminar com o encontro assim que Declan veio me buscar em casa, eu estava furiosa por que Oliver estava certo, Declan era um idiota de primeira linha, era arrogante e achava que sua companhia era um favor feito para qualquer mulher, eu estava furiosa por que só havia aceitado sair com ele por que na manhã em que ele havia me pedido eu tinha acordado com a resolução de que deveria sair com alguém, dá uma chance a um garoto, por que eu queria esquecer qualquer visão de Oliver que não fosse como amigo.

– Felicity. – Escutei sua voz atrás de mim, entrei no meu quarto as pressas, mas no momento em que eu ia fechar a porta sua mão a empurrou impedindo-me de fecha-la, eu roubaria aquela maldita chave dele, eu não tinha ideia de como ele havia conseguido uma chave da minha casa, mas ele não ficaria com ela. – Precisamos conversar.

– Você precisa me entregar às chaves da minha casa. – Exigi estendendo a mão.

– Eu te segui, não estou com as chaves aqui.

– Eu sei que você me seguiu, mas eu tenho certeza que você está com as chaves ai. Devolve. – Ordenei. – Oliver! - Cruzou os braços, demonstrando em sua postura que não me entregaria nada. – Você não pode tomar de conta da minha vida assim, você não pode sabotar meus encontros, somos amigos, amigos não sabotam os encontros do outro.

– Quando a amiga em questão está fazendo uma estupidez, sim.

– Você não estava tentando me proteger, você estava com ciúmes. – Falei o surpreendendo. – Nós conversamos naquele dia Oliver, eu achei que tínhamos deixado claro que só seriamos amigos.

– Eu entendi que você quer ser apenas minha amiga. – Falou em tom baixo. – Eu não agi por ciúmes, ou pelo menos não por apenas ciúmes. – Encarou-me sério, assenti sentando em minha cama. – Por que você saiu mais cedo? Mesmo sabendo que estávamos por trás da ligação de Sara.

– Por que você estava certo. – Fui sincera. – O cara é um estúpido, acho que me deixei seduzir pelo sotaque francês. – Brinquei. Ele exibiu um sorriso que carecia do seu brilho habitual e sentou-se ao meu lado.

– Ouça Felicity, eu não vou mentir. – Envolveu sua mão na minha, meus olhos foram atraídos até os seus. – Eu estava com ciúmes, eu sou assim, eu sou possessivo com aqueles que me importam, mas não encare isso como eu querendo sabotar qualquer encontro que você queira ter.

– Isso que dize que se eu quiser sair com Elliot você não vai se importar? – Perguntei após escuta-lo.

– Depende. – Revirei os olhos ao escutar. – Quem é Elliot?

– Alto, loiro, olhos azuis, e usa óculos. – Descrevi, ele franziu o cenho tentando assimilar. – Ele tropeçou em você no outro dia, derrubou suco de uva.

– Ah o nerdzinho que é louco por você.

– Louco por mim?

– Você não acha que ele jogou o suco à toa né?

– Foi sem querer, ele pediu desculpas depois.

– Isso, o tempo todo olhando para você.

– Ele não é louco por mim. – Rebati.

– Todos os dias quando a acompanho até sua sala, ele me lança olhares de desconfiança e inveja. – Retrucou. Ri da sua convicção.

– Não importa, o ponto é: Se ele me chamar pra sair o que você vai fazer? – Ele cerrou os dentes. – Oliver?

– Vou me certificar que as intenções dele são boas, e depois perguntarei a você se ele fez alguma coisa de errado, se não ele terá ganhado minha confiança, se sim, uma ida ao hospital. – Respondeu sincero. Meneei a cabeça, embora sorrisse, eu deveria estar furiosa com ele, mas Oliver tornava essas coisas impossíveis.

– O que eu faço com você Oliver Queen?

– Essa é uma boa pergunta. – Sorriu. Então com um último aperto soltou minha mão e se levantou. – Vou indo.

– Você não vai embora.

– Não?

– Você interrompeu meu jantar. – O acusei. – Me deve um. – Ele assentiu com um sorriso e ergueu a mão para eu segura-la novamente quando o fiz me puxou para peto de si.

– O problema é que entreguei as chaves do meu carro a Tommy. – Informou-me, enquanto saímos do meu quarto – Ele pode não está mais ai.

– Estamos falando de Tommy. – Ri. – Ele é curioso, ele está te esperando.

– Você não devia está em um encontro? – Caitlin perguntou saindo da cozinha e encarando nós dois.

– Você já comeu Caitlin? – Oliver perguntou a ela. Ela negou.

– Ia fazer algo quando escutei vocês dois.

– Que tal o Big Belly? – Sugeri. – É perto, se Tommy tiver ido embora... – Oliver assentiu concordando e voltou a encarar Caitlin.

– Quer ir conosco? – Oliver perguntou a Caitlin, ela hesitou, estava confusa, por que eu ainda estava vestida par ao encontro com Declan, mas estava com Oliver, ela não sabia se eu estava em um encontro com Oliver, então fiz um gesto de cabeça a informando que estava tudo bem ela vir conosco, a atitude de Oliver me surpreendia, pensei que ele queria que fôssemos só nós dois, mas talvez ele quisesse provar seu lugar como amigo.

–Eu só preciso trocar de roupa. – Caitlin respondeu por fim, ela já vestia seu pijama, pronta para um sábado preguiçoso. Oliver assentiu e foi ver se Tommy estava aguardando-o e ele realmente estava, mas apenas para devolver as chaves, Oliver o convidou para ir conosco, mas ele se recusou dizendo que precisava pegar ir passar em casa antes de ir até Sara, falou algo sobre entregar seu bebê e ter feito pacto com o diabo, não entendi essa parte. Quando ele se foi ficamos apenas nós dois na sala, aguardando Caitlin.

– Eu estava ocupado demais sendo um idiota... – Oliver falou de repente. – Mas você está linda. – Olhei para meu vestido e percebi que ele também olhava.

– Olhos em cima Queen. – O advertir ao notar a direção dos seus olhos.

– Não pode me culpar por olhar. – Sorriu.

– Vamos! – Caitlin surgiu, vestida com jeans e blusa básica.

– Eu deveria me trocar também. – Falei arrependida de não ter aproveitado o momento para fazê-lo.

– Claro que não. – Caitlin protestou.

– Está chamativo demais para o Big Belly. – Argumentei.

– Você está linda. – Oliver repetiu. Sorri com isso.

– Obrigada. - Ele piscou e se ergueu para abrir a porta de casa para nós duas. Quando já estávamos em seu carro me lembrei de um último detalhe. – Oliver...

– Sim?

– Eu quero minhas chaves.