Fuckin' Perfect escrita por LelahBallu


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoal!

Eu sei que demorei, desculpe por isso, mas eu tive minhas crises com Fuckin' Perfect, por que eu não sei se cheguei a avisar aqui determinei em finaliza-la no capítulo 20, e quando eu determino o número restantes de capítulos de uma fic eu tendo a empacar quando se aproxima do fim, espero que o capítulo tenha feito valer a pena...



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POV OLIVER

Encarei a criança adormecida ao meu lado. O rosto sereno, inocente, ela parecia um anjo. Tínhamos passado a tarde juntos, eu ela e Thea. Felicity tinha confiado em meus cuidados, mas soava como um teste para mim, como querendo analisar o quanto eu estava interessado em participar da vida de Mel. Nos últimos dias ela vinha me deixando cada vez mais a vontade com Mel e eu vinha tentando me aproximar delas... De Felicity, comigo morando no mesmo prédio era difícil não nos encontramos com frequência, principalmente quando eu fazia de tudo para encontra-la, independente se ela estivesse com Mel ou não, eu queria conhece-la, para ser sincero eu queria que pudéssemos ficar mais a vontade perto um do outro, em alguns momentos isso parecia possível, isso acontecia, mas em outros parecia algo distante.

Quando ela deixa escapar algo sobre nosso passado, quando eu percebo o que eu perdi, isso me deixava inquieto, não só pelos os anos que eu perdi de Mel, mas penso no que eu tinha antes, do que eu poderia ter agora, uma família, e quando penso nisso... Eu fico triste e com raiva, tanta raiva do aconteceu comigo, conosco, com raiva de mim. Agora Mel dormia no tapete de Thea enquanto eu estava sentado no chão, as costas contra o sofá, estávamos assistindo um desses filmes infantis cujos pais assistem apenas por seus filhos e ela caiu no sono, eu a contemplava dormir enquanto me perguntava quantas vezes perdi a oportunidade de observa-la.

Meus pensamentos foram interrompidos quando senti uma mão tocar meu ombro com leveza, encarei surpreso Felicity me olhar com um sorriso em seus lábios, ela fez gesto de silêncio colocando um dedo contra os lábios e endireitou-se, me ergui e a guiei para a cozinha.

– Vocês parecem que se divertiram muito hoje. – Ela comentou sentando em uma banqueta alta.

– Sim. – Assenti pensando no quanto aquela garotinha tinha de energia. – Ela é bastante animada.

– Yep. – Sorriu. – Mas a boa noticia é que quando ela gasta essa energia toda, ela demora um pouco para acordar, o que dá alguns bons momentos para eu relaxar.

– E como você relaxa? – Perguntei com curiosidade.

– Como você estava fazendo quando cheguei. – Confessou. – A observo dormir.

– Eu não queria parecer assustador, é só que eu perdi alguns desses momentos... – Apressei-me a falar.

– Relaxe Oliver. – Sorriu. – Eu Tive muito desses momentos e eu não consigo me cansar, não acho que eu possa, é uma dessas alegrias de ser país entende? Não dá para explicar, só...

– Sentir. – Concluí. Observei seu rosto com atenção e de repente me toquei que ela estava no apartamento que eu dividia por enquanto com Thea. Franzi o cenho confuso. – Como... Como você entrou?

– Eu estava subindo quando Thea passou por mim. – Deu de ombros. – Ela disse que Mel estava dormindo e a campainha poderia acorda-la, então me entregou a chave. Que eu devo acrescentar deixei em cima da mesinha ao lado do sofá antes de te chamar.

– Ok. – Assenti. Cruzei meus braços enquanto seguia observando seu rosto, uma coisa que eu gostava em Felicity era que ela não escondia nada que pensava, quando não tropeçava nas palavras seu rosto poda mostrar seus pensamentos, ela estava tensa, assim como eu, ela me encarava, mas ainda assim desvia o olhar com frequência. – Não precisa ser assim sabe? – Suas sobrancelhas ergueram-se demostrando surpresa por eu ter abordado o assunto.

– Com assim você quer dizer nós dois em um silêncio constrangedor preenchido por algumas poucas palavras? – Perguntou nervosa. – É eu gostaria que não fosse assim.

– Saia comigo. – Falei de repente, surpreendendo não só a ela, como também a mim. Ela inclinou a cabeça e me avaliou com atenção, como se não acreditasse no que eu havia dito. – Eu estou falando sério, só nós dois, um encontro, vamos deixar de lado todo o lance de eu ter sido dado como morto e voltar sem memória de lado e apenas tentarmos nos conhecermos, me deixe conhece-la... De novo. – Ela riu, um riso pequeno, como se tivesse rindo de uma piada interna. – O quê?

– Você não tem ideia, por conta de todo o lance de voltar da morte sem memória... – Brincou. – Mas esse seria o nosso primeiro encontro.

– Sério? – Perguntei realmente surpreso. – Temos uma filha sem nunca termos tido um encontro?

– Soa ridículo e algo como daqueles seriados de jovem mãe, mas não foi assim. – Explicou. – Erámos grandes amigos e por um tempo negamos... Eu neguei essa atração óbvia que exist..ia entre nós dois, então claro que já saímos juntos, passávamos muito tempo juntos, mas estávamos quase sempre rodeados pelos nossos amigos, e quando resolvemos sair do status de amigos para namorados foi em um salto só, não houve encontro e...

– Eu precisei ir embora. – Terminei por ela. – Eu não fui um bom namorado não é mesmo?

– Eu acredito pelas histórias que eu ouvi que comigo você foi o melhor. – Riu.

– Eu era um idiota. - Cheguei à conclusão. Eu e Tommy havíamos conversado, eu havia pedido desculpas pelo meu comportamento e ele as aceitou, logo conversamos muito, sobre quando éramos crianças, sobre nossa odiosa professora de literatura no colegial, sobre meu namoro com Laurel e as garotas com quem fiquei durante o namoro. Conversamos sobre nossa decisão de ir para Central City, ambos querendo apenas provocar nossos pais e como tudo mudou quando chegamos lá, conhecemos Felicity apenas no nosso segundo semestre lá, e no primeiro eu ainda tinha meu “rolo” com Laurel, ele contou tudo o que podia, algumas coisas iam e vinham quando ele falava, o cheiro de algo, a sensação de ter estado lá e às vezes a cena ia e vinha em um flash, mas nada muito significativo.

– Não. – Negou rapidamente. – Quero dizer com Laurel você foi um idiota, não que eu vá defendê-la alguma vez na vida, mas comigo você sempre foi... Perfeito. Eu não estou dizendo apenas como namorado o que obviamente você não foi por muito tempo, mas como amigo. Independente da forma que nós ou outras pessoas nos rotulasse, de nossas brigas e confusões, nós funcionávamos juntos. Nós éramos bons juntos. – Seus dedos moviam-se pelo balcão, mais uma vez ela evitava me encarar. Resolvi mudar o caminho que sua mente havia ido.

– Isso quer dizer que nós vamos ter um encontro? – Perguntei. – É um sim? – Ela suspirou em alívio.

– Estava com medo de ter te assustado. – Confessou. – É um sim. – Assentiu.

– Hoje à noite? - Perguntei de repente ansioso para isso. – Thea ama Mel, ela adoraria ficar com ela. – Sugeri.

– Roy geralmente fica com Mel, mas eu acho que ele não se importaria de trazê-la aqui, ele gostaria da companhia de Thea. – Sorriu. – Eu acho que ele vai adorar, na verdade.

– Então está combinado. – Falei soando como um garoto do colegial. – Nós temos um encontro.

– Nós temos um encontro. – Repetiu. Espalmou as mãos no balcão. – Deus que bom que fomos amigos antes, por que se tivéssemos que marcar um encontro antes...

– Eu acho que encontraríamos alguma forma. – Falei realmente certo sobre isso. Afinal aqui estava eu na cozinha da minha irmã fazendo de tudo para me aproximar da garota pela qual fui a apaixonado, e soando como um tolo... Apaixonado.

– Bem, eu preciso ir para casa. – Falou descendo da banqueta. – Nós vemos mais tarde?

– Sim. – Assenti. Ela passou por mim, e eu a segui. – Espere eu posso leva-la.

– Não precisa. – Negou. – Ela não é pesada e... – Ela parou me observando. – Você quer fazer isso não é mesmo? Mais um daqueles pequenos momentos? – Não respondi, não verbalmente, apenas assenti, ela sorriu em concordância e se agachou para pegar as coisas de Mel enquanto eu a erguia em meus braços tentando não acorda-la, ela moveu-se ainda sonolenta apena para abraçar meu pescoço e senti meu coração se encher com o gesto inconsciente. Vi de esguelha Felicity pegar as chaves de Thea e em seguida me entregar, agradeci mentalmente por ela ter pensado nisso, por que se não eu teria ficado trancado do lado de fora. Quando cheguei ao seu apartamento e lhe entreguei Mel ela agradeceu com um sorriso, e eu reforcei a promessa de passar lá mais tarde, combinamos o horário e finalmente nos despedimos. Voltei para o apartamento e liguei imediatamente para Tommy, contei que havia a chamado para um encontro e perguntei onde poderia leva-la, ele riu. Ele riu muito, disse que nunca tinha me escutado tão inseguro, eu o mandei calar a boca e me ajudar, apenas após mais algumas de suas piadas ele me deu dicas de lugares, pediu para que eu ficasse calmo e disse que provavelmente não haveria ninguém do lado de fora e que Sara não ligaria com alguma desculpa, confesso que nesse momento eu fiquei completamente confuso, Tommy sendo Tommy, apenas riu.

POV FELICTY

– Eu estou ridícula. – Falei me observando no espelho.

– Você está linda. – Sara protestou, a encarei através do espelho. – Estava deitada na minha cama, folheando uma revista, algo que Sara não fazia... Nunca, ela tem ficado distraída eu me pergunta o por quê.

– Você sequer está me encarando. – Reclamei.

– Felicity, este é o quinto vestido... – Falou sem levantar a cabeça.

– Sexto. – Corrigi-a automaticamente me virando para ela.

– Sexto vestido que você prova, se você não estiver linda nele, sugiro uma mudança de guarda roupa. Urgente. – Continuou. Emiti um suspiro pesado que fez com que ela levantasse a cabeça e finalmente me encarasse. – O que obviamente você não precisa. Lis você está linda! – Exclamou admirada.

– Eu sei que é ridículo, mas eu nunca me senti tão insegura. – Confessei.

– Não seja. – Ordenou se erguendo e me alcançando, segurou meus antebraços. – Você está linda, Oliver vai babar por você e de quebra vai se lembrar de tudo assim... – Estalou seus dedos. – Em passe de mágica.

– Duvido que um vestido possa ser usado na cura da amnésia. – Retruquei.

– Eu não estou falando em sua cabeça. – Esclareceu. – Mas em seu coração. Tente não se apegar ao Oliver do passado, você disse que ele quer te conhecer novamente certo? – Assenti concordado. – Então o conheça também, esse novo Ollie, antes dele se lembrar do seu nome ele tinha adotado outro, por que ele tinha uma nova vida, pergunte sobre essa vida, pergunte sobre essas pessoas com quem ele morou.

– Eu tenho medo. – Sussurrei. – Medo de que nessa nova vida não haja espaço para mim, para nós.

– Felicity. – Suspirou. – Se não tivesse espaço Ollie não confiaria tanto em você, não estaria tão dedicado a participar da vida de Mel e definitivamente não estaria convidando-a a um encontro. Sem pessimismo. – Mandou erguendo um dedo. – Agora se afaste. – Ordenou apontando para o canto, fiz como pedia embora não entendesse o propósito até que ela ergueu seu celular.

– Sério Sara? – Perguntei sem paciência. – Como em um baile?

– Se fosse como em um baile eu faria com que Ollie estivesse nessa foto. – Riu. – Agora fique quieta, essa foto vai para Caity, ela precisa ver que Ollie não tem nenhuma chance hoje. - Caity tinha voltado para Central City, ela e Tommy ainda iam ver como iam resolver a questão da distância. - Pobre coitado, não vai saber o que o atingiu.

– Por favor, acabe logo com isso. – Antes de fazer uma pose brincalhona. Ela riu e tirou, depois passou alguns momentos olhando para o celular, um sorriso veio a seus lábios, mas logo se esvaiu. – O que aconteceu Sara?

– Lis você acha que eu sou do tipo que presta para relacionamentos sérios? – Perguntou após alguns momentos.

– Com sério você quer dizer longo? – Perguntei me aproximando e a puxando para que voltasse a sentar em minha cama, ela assentiu. – Eu não sei Sara, você nunca namorou alguém por mais de três ou quatro meses, mas isso não significa que você não possa levar um relacionamento a sério, apenas que você não encontrou uma razão para levar a sério, alguém que te deixasse um pouco mais séria com relacionamentos... Alguém com Sr. Palmer? – Sugeri.

– Você andou conversando com Caity. – Reclamou em tom de censura.

– Ei ele é meu chefe e gosto de pensar amigo. – Falei. – Ele perguntou por você...

– Nós meio que saímos. – Confessou.

– Ok. Isso é novo para mim. – Ri. – Conte-me. – Pedi.

– Ele me levou para casa naquele dia. – Explicou. – Eu agradeci e nos despedimos, mas depois acabamos nos esbarrando na rua, literalmente ele esbarrou em mim, ele é enorme, não sei como não o vi. – Riu. – Mas ele quase que me leva para o chão e acabamos tomando um café juntos, ele é charmoso, como você bem sabe, tem aquele jeito meio nerd, que tropeça com as palavras, mas sabe o que está querendo e consegue o quer, eu tinha aceitado sair para jantarmos antes de dar por mim, mas ele é tão centrado e comprometido, quero dizer quando ele está com você ele realmente dá toda sua atenção a você e eu acho que não sirvo para isso Lis... – Suspirou, cheguei à conclusão de que Ray realmente tinha conquistado ela, a forma como ela falava dele... Sara nunca tinha falado assim de alguém. – Ele é gentil, bonito, charmoso... Você mesma disse que eu não consigo manter um relacionamento...

– Eu não disse isso. – Protestei.

– Eu sempre me empolgo no começo, mas após alguns poucos meses eu me canso. – Continuou. – Eu sempre acabo melhor sozinha e magoando alguém no processo, eu nunca me importei antes, mas sinceramente... Eu não quero magoar Ray.

– Você chegou a essa conclusão em apenas um encontro? – Perguntei surpresa.

– Tenho que lembrar que você, virou amiga, se apaixonou, namorou e teve uma filha com Oliver sem ter pelo menos um? – Perguntou em tom azedo.

– Desculpe. Eu não estava te criticando. – Falei segurando sua mão. – Só quero que você chegue ao mesmo pensamento que o meu... Você leva três meses para terminar um relacionamento, mas bastou uma noite para você perceber que não quer magoar Ray, você quer protege-lo, por que você se importa com ele. Eu acho que de todos os caras que você já se relacionou Ray é o único que você realmente deve dá uma chance, não sabote algo que sequer começou, ele é um cara decente, ele não merece ser magoado, mas você também uma pessoa decente, você também está sujeita a se magoar, e ambos são grandinhos para lidar com isso. Para ser sincera acho que é melhor você se arriscar e vê no que pode dar em vez de jogar a oportunidade de uma felicidade real, talvez passageira, mas real, e ficar sozinha pensando se aquele cara realmente poderia ser seu. – A encarei aguardando mais algum protesto, mas ela apenas sorriu e assentiu.

– Espero que você coloque essa sua maturidade quando for pensar no seu relacionamento com Oliver. – Desejou. – Eu realmente acho que vocês dois já deveriam estar juntos, com ou sem lembranças, o que importa Lis é o agora. – Antes que eu pudesse repetir seu gesto uma pancada soou na porta do meu quarto.

– Lis você já está vestida? – Roy perguntou do outro lado. – Mel quer se despedir da mãe antes de ir para a casa da tia Thea. – Lancei um olhar para Sara que me encarou surpresa. Meneei a cabeça em negativa já imaginando sua pergunta.

– Ela ainda não sabe. – Neguei. – Ela só gosta de chama-la de tia como faz com você e Caity.

– Ei eu sou a tia dela, mais tia do que Thea. – Reclamou. – Você é minha irmãzinha. – Piscou brincalhona.

– Certo. – Concordei e a abracei. – Boa sorte com Ray. – Sussurrei.

– Boa sorte com Ollie. – Devolveu. – Pode entrar Roy, sua irmã está decente, eu acho.

– Eu estou decente. – Falei sentindo seu tom irônico, ao mesmo tempo em que me erguia, Mel veio correndo no momento em que Roy abriu a porta, eu recebi seu abraço com carinho. Eu amava sua energia, era somada com doçura, ela era o tipo de criança carinhosa, estava sempre nos dando abraço e beijos, Oliver demorou um pouco a se acostumar com isso, ele sempre ficava surpreso quando ela o abraçava ou subia em seu colo. – Ok mocinha é para obedecer a seu tio e acima de tudo diga “Não” quando ele oferecer chocolate, você já comeu hoje e não precisa de mais açúcar antes de dormir. – Falei mesmo sabendo que ela ia guardar a parte de “obedecer a seu tio”, ela definitivamente ia aceitar qualquer doce que ele e Thea iriam oferecer a ela para mima-la. Caminhei com ela até a sala e ela falou o quanto à tia Thea era divertida e que elas iriam brincar muito, passou a dizer às brincadeiras que iam ter, eu percebia Roy ao meu lado ansioso, mas eu queria ficar com Mel até a chegada de Oliver, talvez por que eu queria algo em que me segurar e dominar o nervosismo, quando a campainha soou eu e Roy soltamos um suspiro em conjunto, o dele de puro alívio. Sara me entregou minha bolsa e desejou sorte, ela abriu a porta deixando Roy passar com Melaine que parou para receber um beijo de Oliver e perguntou por que ele não iria ficar com ela, ele respondeu com paciência que hoje ficaria comigo, quando disse isso seus olhos finalmente caíram sobre mim, e sua frase ficou em suspenso, mexi-me inquieta observei a breve troca de olhares entre Sara e Roy antes de se afastarem sem nenhuma despedida mais.

POV OLIVER

Ela estava linda.

Eu era consciente apenas vagamente que Roy se afastava com Mel, mas minha atenção estava nela, em seus movimentos inquietos como se estivesse insegura, eu entendia isso, eu estava nervoso, mas ela... Ela estava linda, seu cabelo pendia sobre um ombro, vestia vermelho, um vestido que destacava suas curvas e a deixa bastante feminina, a cor vibrante do seu batom fazia com que eu encarasse seus lábios com muita atenção, deixando ainda mais consciente de sua feminilidade. Percebi que seguia encarando-a fixamente e que tinha-a deixado mais nervosa, engoli em seco e sorri.

– Você está incrível. – Falei por fim. Sua expressão apreensiva foi substituída por um sorriso.

– Obrigada. – Falou. – Eu estava receosa. – Confessou. – Por que você não disse para onde íamos e comecei a meio que ficar apavorada e... Esquece. – Balançou a cabeça. - Obrigada. – Sorriu. Sorri achando-a adorável em seu nervosismo.

– Nós podemos... – Indiquei com a cabeça a porta, implicando em irmos.

– Claro. – Concordou antes de sairmos, ela se voltou para fechar a porta na chave e virou-se de volta, limitei-me a observa-la quando entramos no elevador e esperamos sua descida. Quando abri a porta do carro para ela me lembrei de algo, apenas quando entrei no carro a encarei.

– Antes que comecemos toda essa coisa de ignorar o passado, eu preciso fazer uma pergunta. – Ela mordeu o lábio inferior e assentiu hesitante. – Eu sabotei seu encontro. – Não foi uma pergunta na verdade, eu estava apenas querendo sua confirmação, desde que Tommy havia feito à brincadeira que eu estava pensando nisso, e agora que eu pensava cada vez mais imagens vinha em minha mente. Os olhos de Felicity demonstravam surpresa, sua expressão era petrifica, mas eu não podia parar. – Eu não sei ao certo por que, mas eu sabotei seu encontro, eu fiz Tommy ir comigo, eu não lembro quem era o cara, mas lembro de Tommy barganhando com Sara e de você saindo do restaurante.

– Eu estava tão irritada com você. – Confessou. – Com vocês dois, o coitado de Tommy teve que “dar” seu carro a Sara por um mês, enquanto você conseguiu o que queria, que era atrapalhar meu encontro com Declan. – Avaliou-me com esperança. - Você realmente se lembra?

– De algumas partes. – Assenti. – Não o suficiente.

– Você se lembra do que veio depois? – Perguntou curiosa, meneei a cabeça em negativa. – Nós discutimos, mas fizemos as pazes, sempre foi assim, e depois fomos para o Big Belly com Caity. – Eu sentia que essa discursão tinha sido mais importante, mas não queria força-la a dizer nada, então apenas assenti e liguei o carro, eu tinha seguido as dicas de Tommy e havia escolhido um dos melhores restaurantes de SC, não por que Felicity se importasse com isso, mas por que eu queria mostrar o quanto queria que esse encontro desse certo, infelizmente minhas intenções foram por água a baixo no momento em que nos sentamos a mesa.

– Desculpe por isso. – Murmurei para ela, embora olhasse por sobre seu ombro, para as mulheres que se aproximavam de nossa mesa. Felicity seguiu meu olhar e emitiu um suspiro cansado ao encarar minha mãe e Laurel se aproximarem.

– Boa noite meu querido. – Minha mãe falou encarando apenas a mim.

– Ollie. – Laurel falou imitando minha mãe e ignorando completamente Felicity.

– Estamos ocupados. – Falei ríspido. – Vocês estão interrompendo algo e eu não quero ter que lidar com vocês duas hoje.

– Impressionante como você perde todo o seu bom senso quando se trata dela. – Minha mãe falou. – Falar com sua mãe dessa maneira, Oliver meu filho, você não era assim.

– “Ela” está bem aqui. – Felicity falou erguendo uma mão. Então me encarou. – Acho melhor eu deixar vocês conversarem...

– Não. – Neguei rapidamente.

– Não vou atrapalhar o jantarzinho de vocês. – Minha mãe continuou. – Eu só quero dizer que se você faz tanta questão assim de assumir a criança... Se você acredita que há chances dela ser sua...

– Melaine é minha. – Falei em tom brusco.

– Oliver ela não vai falar da minha filha dessa maneira e eu vou ficar quieta. – Felicity avisou.

– Recolha as garras mamãe, Moira está aqui para reatar com seu filho. – Laurel falou encarando Felicity.

– Para reatarmos ao que erámos antes eu estou disposta a aceitar a ideia de que essa menina é minha neta, de reconhecê-la como minha neta, desde que você a sujeite a exames. – Felicity encarou-a no momento em que ela terminou a frase, seu olhar recaiu sobre mim, eu estava surpreso e decepcionado com a atitude da minha mãe.

– Eu não vou sujeitar minha filha a nada. – Falei entredentes.

– É natural que sua mãe queria protege-lo Ollie. – Laurel falou em falso tom preocupado. – Você não estava lá, mas Felicity estava sempre acompanhada por um nerdzinho que até onde eu sei foi seu namorado. Não podemos ignorar isso.

– Eu não preciso de sua aprovação Srª Queen. – Felicity falou séria ignorando Laurel. – Não preciso do seu reconhecimento, e a última coisa que minha filha precisa é de você como avó. – Seu olhar voltou-se ao meu. – Sinto muito Oliver, mas não posso mais ficar aqui. – Falou antes de ergue-se.

– Felicity, espere. – Chamei-a, mas ela seguiu em frente. – Nunca, repita isso. – Murmurei para ambas as mulheres antes de me apressar a segui-la. Encontrei-a encostada em meu carro a cabeça baixa. – Desculpe.

– Não precisa se desculpar Oliver. – Meneou a cabeça. – Você não tinha como adivinhar, foi muito nobre da sua parte tentar com que esse encontro dê certo, mas...

–Ainda pode dá certo. – A interrompi. – Deixe-me leva-la para casa, compramos comida no caminho, a intenção é nos conhecermos certo? Não vai fazer diferença o local em que vamos fazer isso, não deixe que elas façam isso conosco. – Pedi. Ela encarou-me por um tempo e assentiu em concordância, suspirei aliviado. Resolvemos pedir comida chinesa, quando chegamos ao prédio subimos até seu apartamento, ainda havia um silêncio pesado por um tempo, até que o quebrei perguntando sobre seu trabalho, isso fez com ela se soltasse, ela gostava do seu trabalho e de trabalhar com Palmer, eu não gostei da forma como o nome dele sempre voltava, mas consegui controlar essa minha personalidade, ela me perguntou do tempo que passei com Slade e Shado, respondi da forma que eu podia pois no tempo que passei com eles eu era muito reservado, me limitava apenas a ajudar no hospital que Shado trabalhava e mais tarde ajudar Slade com algum conselho em sua empresa, eu estava perdido e tentava me fixar no trabalho, rimos de algumas histórias que ela contou sobre Mel e Roy, mas quando ela se ofereceu para fazer café seu humor decaiu.

– No que você está pensando? – Perguntei preocupado, me apoiando contra o batente da porta enquanto a observava se mover pela cozinha.

– Eu entendo. – Murmurou e se virou para me encarar se apoiando na pia. Franzi o cenho confuso. – Eu entendo se você quiser fazer algum exame. Se quiser provas de que é pai de Melaine.

– Eu não tenho dúvidas que sou o pai de Mel. – Falei em tom baixo. – Você não precisa...

– Você escutou Laurel, sobre Elliot...

– Seu namorado nerdzinho. – Eu não fingiria que não tinha escutado isso, que não havia ficado incomodado com isso.

– Nunca chegamos a namorar. – Falou. – Mas ficamos próximos quando estive grávida, nunca ouve envolvimento sexual, mas ele sempre esteve do meu lado e algumas pessoas confundiram isso, inclusive ele, ele chegou a pedir que eu casasse com ele, eu realmente considerei aceitar, na verdade eu aceitei. – Pisquei surpreso. - Eu estava grávida e sozinha, eu estava assustada, eu pensei em reconsiderar e então...

– O que aconteceu?

– Ele morreu. – Deu de ombros. – Mel tinha três semanas, eu chorei por que estava acontecendo de novo, eu não o amava, mas ele era uma boa pessoa, altruísta, ele não merecia isso, mas a questão é, se você sentir a necessidade de...

–Não tenho. – Falei interrompendo-a. – Eu confio em você Felicity.

– Obrigada. – Murmurou voltando a se concentrar na cafeteira, ela se virou nervosa posicionando as canecas. – Desculpe eu estraguei tudo trazendo o assunto de volta... – Ela estava de costas novamente, e não percebeu quando eu me aproximei, vê-la perturbada pelas palavras de minha mãe me empurrou a me aproximar dela, a ter algum contato com ela, mas eu deveria ter dado um aviso, um toque no ombro, qualquer coisa que a advertisse de minha presença, pois no momento em que me aproximei ela se virou com as xícaras cheias de café quente, seus braços se abriram em reflexo afastando-as o máximo possível, mas o movimento brusco fez com que uma boa quantidade de café quente fosse derrubando em meu peito, eu ainda estava assimilando a dor quando ela jogou as canecas no chão e alcançou minha camisa afastando-a da minha pele o máximo possível. – Desculpe! Desculpe, desculpe, eu sou patética. – Murmurou. – Oliver tire essa camisa.

– Estou bem. – Menti.

– Tira isso logo. – Gritou. A ardência fez com que ela não precisasse repetir novamente, tirei minha camisa em apenas um movimento enquanto ela pegou um pano passando na parte avermelhada, seus movimentos eram automáticos até que pararam de vez. Por um momento pensei que ela estivesse incomodada com a situação, tivesse dado conta da natureza da cena e estivesse constrangida, mas seus olhos estavam fixos no cordão que eu sempre carregava por baixo da camisa, todo o tempo que eu estava com ela eu resistia em pega-lo, tentando controlar meu nervosismo e hoje foi mais difícil do que antes, sempre tive vontade de perguntar o que significava, de saber se ela conhecia a história por trás dele, mas por algum motivo sempre hesitei.

– Felicity? – Perguntei apreensivo notando o brilho de lágrimas em seus olhos, sua mão se ergueu lentamente alcançando a chave traçando o contorno delicadamente. – Felicity. – Voltei a repetir ao notar que ela dava um passo para trás se afastando, ela meneou a cabeça as lágrimas derramando por seu rosto.

– Desculpe. – Pediu. – Mas eu não posso lidar com isso agora. – Respirou fundo tentando controlar as lágrimas, mas não obtivendo sucesso.

–Felicity. – Voltei a chama-la. – O que isso significa? - Perguntei segurando a chave.

– Eu não... – Sua frase foi interrompida pelo choro, não pude continuar pressionando-a, ela tentou se afastar mais ainda, mas segurei seu braço a interrompendo-a e a puxei contra meu peito a abraçando-a, senti suas lágrimas em minha pele, doía saber que eu era o culpado, ela parecia hesitante, mas seus braços me envolveram aceitando o abraço e suas mãos descansaram contra minhas costas, por um momento apenas a abracei, abafando seu choro, até perceber que não era o bastante para mim, que eu precisava de mais, quando sua cabeça se afastou do meu peito encarei seu rosto, analisando o rastro úmido que as lágrimas haviam deixado e segurei seu pescoço, passando os polegares pelas maçãs do seu rosto as enxugando, eu sabia que eu faria, sabia que poderia me arrepender e que talvez estivesse me aproveitando de sua fragilidade, mas mesmo assim inclinei meu rosto até o seu e a beijei, ela emitiu um ofego surpreso e relutou até que me mantive segurando-a firme, dando continuidade ao beijo que ela passou a corresponder, hesitante no começo, mas com entusiasmo à medida que crescia. Beijávamo-nos como se não quiséssemos que tivesse fim, com receio de que não houvesse outros depois, mas não precisávamos nos preocupar, por que quando terminamos o beijo foi apenas para começar outro, cálido, suave e saudoso.


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Notas finais do capítulo

Aguardo vocês nos comentários... Xoxo LelahBallu