Fuckin' Perfect escrita por LelahBallu


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!
Era para ser ontem, mas peço desculpas pelo pequeno atraso! Quero agradecer aos comentários de todos você e em especial as fofas "Izabel Seliger", "Line02", "Annah Paula", "Tais", "Isabela Amell", meu querido leitor "Diego Wayne" e a adorável "luna_lovegood" pelas maravilhosas recomendações!

Este capítulo é para vocês!



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– Você tem uma filha? – Thea murmurou antes de se sentar pesadamente no sofá de seu apartamento. – E ela está bem aqui nesse prédio? – Perguntou antes de se erguer com rapidez, segurei seu pulso forçando a se sentar. – Mas Ollie eu preciso vê-la! – Exclamou.

– Eu também. – Murmurei em tom baixo. – Você não sabe o quanto estou me segurando para não descer e ir até lá, como foi difícil subir diretamente para aqui em vez de passar no apartamento de Felicity, mas ela me pediu um pouco de espaço. – Dei de ombros. – Eu não posso forçar minha presença Thea.

– Mas você é o pai da criança! – Protestou.

– Sim. – Assenti. – Eu sou, mas as coisas foram difíceis para Felicity também, nossa mãe se certificou disso, não a culpo por precisar de um pouco de espaço, eu só queria que não fosse necessário.

– Você já a viu? – Perguntou com um brilho emocionado nos olhos.

– Sim. – Voltei a assentir.

– Como ela é? – Respirei fundo absorvendo sua pergunta, a imagem de Mel veio a minha cabeça, seu sorriso infantil, seus cabelos loiros e olhos azuis, ela era...

– Perfeita. – Deixei a palavra escapar dos meus lábios. – Ela é linda, encantadora, na verdade você já a viu...

– Espere, como assim...

– No outro dia, no elevador, a garotinha dormindo nos braços do tio. – A informei. – Ela é sua sobrinha, ela é minha filha.

– Deus! – Cobriu seu rosto com as mãos. – Ela... – Ergueu seu rosto e me encarou. - Nossa Ollie como você está com tudo isso?

– Confuso. – Confessei. – Desnorteado, ansioso. Eu quero vê-la, eu quero ter um contato maior com ela. – Ela assentiu mostrando me compreender, depois me encarou mais longamente, me analisando.

– Você disse que brigou com nossa mãe. Que saiu de casa... Onde você está? – Franziu o cenho preocupada. – Ollie por que você não fica aqui por alguns dias? Pelo tempo que quiser, você pode se aproximar de Mel dessa forma, e terá uma desculpa perfeita para voltar a ver Felicity. – Sugeriu.

– Por que você acha que eu quero isso? Voltar a ver Felicity, como se eu quisesse retornar de onde paramos? – Ergui-me afastando-me de sua avaliação, ela não tinha gostado do que eu havia falado, podia sentir isso mesmo estando de costas para ela.

– Por que você não iria querer se aproximar dela?

– Eu quero me aproximar dela. – Falei convicto virando-me para encara-la. – Mas voltarmos ao que era antes... Não posso Thea.

– Por que não? – Perguntou designada. – Oliver você amou essa mulher como nunca antes, como nunca amou ninguém, eu sei disso apenas pelo o pouco que você me dizia e pelo nosso breve encontro antes de você viajar, por que você não gostaria de se reaproximar dela? Por que Ollie?

– Por que eu não me lembro! – Gritei. – As coisas que você me fala, as coisas que ela me falou... Eu não consigo lembrar, essas lembranças... – Minha voz diminuiu quando concluí. -... Eu não as tenho.

– Ollie. – Thea suspirou se aproximando de mim e pegando minhas mãos entre as suas. – Eu preciso que você me escute bem. – Assenti como resposta. – Eu não sei quais são os seus sentimentos por Felicity agora, apenas sei dos de antes, mas você está certo. Temos que focar nesse momento, o passado... – Meneou a cabeça. – Não há nada que possamos fazer por ele, mas o presente Ollie... – Suspirou. - Eu posso dizer como uma pessoa de fora que embora você não possa nomear, você ainda sente algo por Felicity, do contrário você não confiaria tão cegamente nela sobre Mel. – Um sorriso escapou de seus lábios. – Esta é mais uma razão para você focar no agora Oliver, eu sinto muito pelo o que você passou nos últimos anos, e sinto muito você não se lembrar de algumas coisas, eu sinto na verdade que algumas coisas desse tempo que você passou lá foram feitas para esquecer, você não está mais sozinho Ollie, você tem a mim, você tem a seus amigos, velhos e novos, e acima de tudo você tem uma filha, concentre-se nisso, ela deve ser sua nova razão, seu novo propósito, você não se lembra dos seus momentos com Felicity e isso é ruim, mas aqui está meu conselho: Crie novos momentos. Bons e ruins, divertidos e tristes, criem novas lembranças, faça parte disso, seja feliz Ollie, você merece.

– Obrigado Speed. – Sussurrei sincero. – Eu acho que não conseguiria me manter lúcido sem você.

– Nós dois sabemos que não. – Piscou. – E suas coisas onde estão?

– Com Shado e Slade. – Respondi.

– Você vai aceitar meu convite? – Perguntou empolgada. – De vir morar comigo?

– Eu vou. – Concordei. Ela estava certa, era apenas mais uma razão para estar perto de Mel e não poderia deixar isso escapar, Thea me abraçou empolgada, sorri com sua alegria quase infantil. – Mas não hoje.

– Não? – Sua alegria diminuiu um pouco. – Quando então?

– No sábado. – Falei decidido.

– Por quê?

– Vou dar esse tempo para Felicity se acostumar com meu retorno. – Expliquei. – Depois desse tempo nada me impedirá de me aproximar dela e de nossa filha. – Falei convicto.

[...]

POV FELICITY

– Bom dia. – Murmurei quando passei por Roy que matinha a cabeça encostada na mesa, eu também estava sonolenta ainda e dava graças a Deus Mel ainda não ter acordado, depois dos primeiros minutos de letargia ninguém conseguia seguir o ritmo dela. Roy emitiu um som em resposta que tentei atribuir como sua própria forma de dizer bom dia. – Roy preciso que você vá ao supermercado e compre umas coisas para mim. – Falei já indo em direção a minha cafeteira, separei duas xícaras para e providenciei o meu combustível de dia-a-dia sem café eu era um mero zumbi, quando me virei para encara-lo percebi que isso havia chamado sua atenção, ele me encarava ainda com o olhar sonolento.

– Do que você precisa? – Perguntou em meio a um bocejo.

– Ah não vou fazer isso. – Neguei. – Na última vez em que apenas ditei para você, você curiosamente só conseguiu se lembrar de salgados e biscoito recheados...

– Mas Mel adora!

– Dessa vez vou te dar uma lista. – Falei ignorando seu protesto. – Caitlin logo vai chegar, e estou pensando em fazer um almoço especial, chamei Tommy e Sara... – Hesitei antes de continuar. – Eu também estava pensando em chamar Oliver. O que você acha?

– Caitlin só não ia chegar sábado? – Perguntou franzindo o cenho.

– Sim.

– Sábado não é a amanhã?

– Sábado é hoje. – Falei em meio a um suspiro. – Esquece. Melhor pedir um conselho a você quando já tiver acordado.

– Conselho?

– Sobre Oliver. – Murmurei com menos paciência. – Roy você quer café? – Perguntei virando-me para encher uma xícara. – Você precisa está bem acordado para quando Mel acordar. – Alertei. Ele assentiu e eu entreguei a xícara em suas mãos. – Então... E sobre Oliver?

– O quê que tem Oliver? – Lancei um olhar azedo a ele, antes que eu pudesse recrimina-lo a campainha tocou o salvando. – Eu atendo, você demoraria um pouco para achar a porta.

– Você está esperando alguém? – Escutei sua voz soar atrás de mim. Eu não estava, Caitlin ia chegar perto do almoço e ainda nem era 08:00 da manhã, eu não sabia dizer ao certo por quê, mas uma sensação de Déjà vu me atingiu a medida que eu alcançava a porta, quando olhei pelo olho mágico eu não estava certa se não era apenas um produto da minha imaginação ou se era realmente real, abri a porta hesitante e encarei Oliver segurando uma sacola de padaria, um sorriso em seu rosto, a visão meio que me atingiu a qualquer momento eu esperava que Caitlin falasse “Você está um dia atrasado”.

– Bom dia. – Ele murmurou me encarando. – Me desculpe, eu não tinha certeza de que horas a encontraria em casa. – Fitou-me por alguns longos segundos, ele não tinha ideia, ele não sabia como cada coisa que ele dizia soava familiar. Moveu-se inquieto percebendo meu silêncio. - Posso entrar? Trouxe bagels. Pisquei ainda aturdida e me movi dando espaço para que ele entrasse, ele olhou em volta procurando por algo, ou mais precisamente, alguém.

– Mel ainda está dormindo. – Expliquei percebendo que ele me encarava com uma pergunta silenciosa. – Ela vai acordar logo.

– Algum problema em eu estar aqui? – Perguntou apreensivo.

– Não. – Falei sincera. – É só que você costumava fazer isso.

– Isso?

– Aparecer no sábado pela manhã. – Dei de ombros e fiz um gesto para que me seguisse até a cozinha. – Você e Tommy costumavam aparecer todo sábado pela manhã para tomarmos café juntos, você comprava Caitlin com Donuts, e me trazia Bagels.

– E Tommy? – Perguntou curioso. Roy não estava mais na cozinha, suspeito que ele tenha feito de propósito.

– Tommy trazia nada mais do que seu sorriso. – Sorri quando o disse. – E jogava todo o seu charme em Caitlin. Café? – Perguntei já enchendo uma xícara para cada.

– Felicity. – Ergui minha cabeça o encarando, ele estava em pé em meio a cozinha e parecia mais perdido do que nunca. – Eu saí de casa.

– O quê? – Indaguei confusa. – Estendi a mão indicando que ele sentasse, por minha vez sentei em sua frente, precisando dessa barreira. – O que aconteceu?

– Cansei de ser manipulado. – Deu de ombros. – Já tem alguns dias, eu estava na casa de um amigo, mas estarei me mudando hoje. – Falou. – Eu queria falar com você antes, por que não quero nenhum desconforto, mas vou morar com...

– Sua irmã. – Completei. – Não chega a ser exatamente um desconforto Oliver, eu preciso que você entenda algo, antes mesmo de ser meu namorado, amante, amor da minha vida... – Corei quando disse isso e meneei a cabeça. – Finja que não escutou a última parte, mas antes de nós envolvermos romanticamente, você era meu amigo, e em minha mente sempre será, eu não quero que isso mude entre a gente, eu quero você por perto, quero ver aquela velha dinâmica entre você e Tommy, quero você provocando Caitlin e Sara te provocando, eu sinto falta do meu melhor amigo. Então não hesite em se aproximar, por que eu seria a última pessoa a afasta-lo.

– Obrigado. – Sorriu. – Isso é importante para mim, eu pretendo marcar algo com Tommy, mas temo não ser bem recebido...

– Sobre isso... Eu meio que ia te convidar para algo hoje. – Confessei.

– O quê?

– Caitlin vem hoje para passar o fim de semana. – Falei. – Vou fazer um almoço e já convidei Sara e Tommy, eu estava pensando se você não queria se juntar a nós? – Ele hesitou alguns momentos antes de assentir em concordância.

– Eu adoraria. – Murmurou.

– Você está mentindo. – Ri. – Eu conheço essa expressão Oliver.

– Eu não estou mentindo. – Protestou.

– Sim, você está. Você está apavorado!

– Eu não estou mentindo.

– Desista. – Murmurei apenas para provoca-lo.

– Smoak. – Murmurou sem paciência. Minha respiração parou em suspenso o fitei mais uma vez surpreendida.

– Queen. – Retruquei. Ele piscou confuso, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa Roy se aproximou carregando Mel ainda sonolenta abraçada a ele, Oliver desviou sua atenção para ela e um sorriso sincero deslizou em seus lábios.

– Olha só quem acordou. – Roy murmurou, Mel tirou o rosto do pescoço dele e me encarou, deslizou do colo do tio que a deixou ir e veio deitar em meu colo, Oliver observou tudo com o olhar atento, não perdendo nada.

– Bom dia meu amor. – Murmurei beijando sua testa, ela se aninhou ainda mais ao meu colo e a abracei forte. – Ela é meio preguiçosa quando acorda. – Falei para Oliver que a encarava com expectativa, ele assentiu com um sorriso terno, eu podia perceber que ele queria fazer algo mais que a observar, mas em se tratando de Mel o melhor a fazer era a esperar que ela mesmo chegasse até ele. – Não vai dar bom dia a Oliver? - Perguntei em tom baixinho, ela encarou Oliver com curiosidade e só então esboçou um sorriso, acredito que o sorriso que Oliver estava esperando.

– Bom dia Ollie. – O cumprimentou.

– Bom dia Mel. – Ele devolveu com um sorriso.

– Lis vou descer, cadê sua lista? – Roy perguntou desviando minha atenção.

– Não está em cima do balcão?- Perguntei franzindo o cenho.

– Nada aqui. – Roy meneou a cabeça.

– Devo ter deixado na minha bolsa. – Murmurei colocando Melaine em cima da mesa. – Você olhe-a para mim? – Oliver assentiu em resposta. – Ok mocinha, fique aqui até eu chegar, não saia daqui. – Alertei. Ela assentiu exageradamente, e Oliver se levantou ficando em sua frente, puxei Roy pelo braço o tirando da cozinha, quando chegamos à sala procurei por um papel e caneta.

– Você não ia atrás da sua bolsa? – Perguntou confuso.

– Nop. – Sorri. – Ainda não criei a lista.

– Então...

– Eu precisava deixa-lo a sós com ela. – Expliquei. E passei a escrever os itens que eu queria que ele comprasse.

– Você pode sugerir que ele venha com a irmã. – Ergui meu rosto o encarando. – Você sabe, apenas para deixa-lo confortável.

– Eu vou fingir que acredito nisso. – Pisquei. – Vou convidar Thea, ela parece ser uma boa pessoa, a peguei espiando Melaine no parquinho, fiquei assustada no começo até reconhecê-la de fotos de revistas. – Estendi a lista. – Os chocolates aqui é para sobremesa, você não vai comer escondido junto com Mel. – Avisei.

– Você faz parecer que sou uma criança. – Estreitou os olhos.

– O que quer que eu pense desde que vi você raspando o pote de iogurte de Melaine? – Ri.

– Ela não queria! - Protestou. – E todo mundo gosta de Iogurte.

– Não aqueles que vêm com um animal fofo como logo e acompanhado de confetes. – Retruquei.

– Eu estou indo. – Falou se virando. Ri de sua retirada e ainda estava rindo quando voltei à cozinha, parei observando que Oliver dividia um Donuts com Mel.

– O quê? – Ele perguntou parecendo inocente. - Ela disse que gosta de Donuts.

– Ela é uma criança, lógico que ela gosta. – Suspirei. – Ela não come doce tão cedo. – Observei a boca de Mel cheia de chocolate e ela buscar o olhar de Oliver quando a encarei séria.

– Só hoje. – Ele pediu. – Não se pode tomar doce da boca de uma criança.

– Por favor, mamãe. – Pediu fazendo um bico. – Ollie disse que podia.

– Eu não acredito que você já arranjou um cumplice. – Meneei a cabeça fingindo-me de séria, a situação toda estava fazendo com que eu quisesse deixar um sorriso escapar. – Já me basta seu tio ter a sua idade. Você sequer escovou os dentes.

– Deixa-a pelo menos terminar esse pedaço. – Insistiu. Suspirei e assenti concordando, ele tentou se conter, mas percebi de esguelha que no momento em que me virei para pegar um prato para cortar algumas frutas para Mel ele ergueu uma mão e ela bateu de volta em comemoração, eu teria sérios problemas com esses dois.

Apenas meia hora mais tarde Oliver saiu do apartamento, Roy já havia voltado, mas tinha nos deixado em privacidade. Oliver prometeu retornar para o almoço e trazer consigo Thea que estava ansiosa para conhecer Melaine. Ele saiu um pouco surpreso e desnorteado, já que antes de ir Mel o surpreendeu quando correu até ele e se jogou em suas pernas, ele a ergueu nos braços e recebeu um beijo açucarado em sua bochecha, “os milagres de um Donuts” eu havia brincado, mas a verdade era que Mel era carinhosa desse jeito, mas não com alguém que havia conhecido tão recentemente. Mesmo Ray precisava insistir muito para ganhar um sorriso seu.

Assim que Oliver saiu prossegui com minha rotina normalmente, ajeitando Melaine e deixando-a aos cuidados de Roy que não sabia mexer em nada na cozinha, eu me encarreguei do almoço e da sobremesa, parando apenas no momento em que ouvi a campainha tocar.

POV TOMMY

Ajeitei meu cabelo com uma mão enquanto apertava a campainha com a outra, eu estava parecendo um colegial, isso era ridículo, nem naquela época eu havia sido inseguro.

– Você está parecendo um adolescente. – Sara murmurou ao meu lado. Lancei um olhar azedo como resposta.

– Cala a boca.

– Eu não entendo por que você nunca disse como se sentia para ela. – Suspirou. – Como se sente.

– Sara. – Murmurei chamando a sua atenção. – Não me faça te jogar pelas escadas.

– Você me ama demais para isso. – Retrucou com um sorriso.

– Acho que essa é a razão pela qual eu nunca ter tentado nada com você. – Falei.

– Você me amar demais?

– Você ser irritante demais. – Respondi ao mesmo tempo em Felicity abriu a porta.

– Olha já estão trocando carinhos. – Brincou.

– Não começa. – Pedi entrando. – Cadê meu anjinho?

– Caitlin ainda não chegou.

– Estou falando de Melaine. – A encarei sem humor.

– Eu sei. – Riu. – Mas vê Tommy Merlyn corar é tão doce e estranho.

– Ele parece um adolescente não parece?

– Sara você já se perguntou por que ninguém te quer?

– Isso não é verdade. – Negou erguendo uma sobrancelha. – Nyssa me quer. – Absorvi as palavras que havia dito e o significado entrando em minha mente.

– Eu não posso acreditar que você esteja namorando à maluca que jogou uma moto no meu carro! – Exclamei incrédulo.

– Eu não posso acreditar que você ainda não esqueceu disso. – Retrucou. – Tommy já faz anos!

– Mesmo eu não esqueci isso. – Escutei a voz masculina soar atrás de nós, virei-me encarando Ollie acompanhado de Thea. – Desculpe, a porta estava aberta.

– Você... – Respirei fundo. – Eu não sabia que você estaria aqui. – Ele encarou Felicity com o cenho franzido.

– Você não os avisou? – Perguntou a ela.

– Surpresa? – Falou com um sorriso forçado, então encarou Thea e se aproximou. – Eu sou Felicity.

– Eu sei. – Sorriu. – Prazer em conhecê-la Felicity.

– Você realmente lembra? – Perguntei encarando Oliver.

– Não. – Negou. – Só queria fazer você não parecer tão...

– Bobo? – Sara sugeriu.

– Apenas cala a boca. – A fitei. Encarei Oliver. – E você me esqueceu, o mínimo que me deve é ficar do meu lado.

– Oh família reunida! – Desviei minha atenção para a porta de onde a voz feminina tinha vindo. – E todos unidos como sempre. – Sorriu. Ela estava linda, mas não havia nenhuma surpresa nisso, desde o primeiro dia em que eu a tinha visto eu era ciente de sua beleza, não havia sido isso que havia me atraído de qualquer jeito, eu conhecia muitas garotas bonitas, mas nenhuma com sua personalidade, seus olhos se prenderam aos meus por alguns segundos e eu senti aquela famosa atração que é perceptível apenas com um olhar. Dei um passo em sua direção, mas parei no ato ao perceber que Felicity já se adiantava em abraça-la, seguida por Sara, Ollie apenas ergueu uma mão a cumprimentando.

Apenas quando seus olhos voltaram a encarar os meus com expectativas que eu decido me mover.

– Ei você! – Sorri antes de acabar com a distância e envolve-la em um abraço apertado. Ela devolveu o abraço com a mesma intensidade, por mais que eu não quisesse solta-la eu sabia que era necessário, e assim a soltei relutante.

– É bom te ver Tommy. – Murmurou com um sorriso.

– Eu sei. – Pisquei. – Eu falo isso todos os dias em frente ao espelho.

– Sabe aquela pergunta que você me fez? – Sara falou tocando meu braço. A encarei confuso. – Do por que eu não arranjar a ninguém? Eu ia fazer a mesma para você, mas já tenho a resposta.

– Você tirou o dia para me irritar. – Meneei a cabeça.

– Por favor. – Felicity chamou. – Quando Mel chegar finja que são adultos.

– Onde está meu anjinho? – Caitlin perguntou. Encarei Sara com um sorriso a provocando. – O que eu perdi? – Caitlin perguntou pegando nossas provocações.

– Nada. – Meneei a cabeça. – Quanto tempo você vai ficar? – Perguntei pegando suas coisas.

– Você já está me expulsando Tommy?

– Pelo contrário. – Sorri. - Estou imaginando o quanto terei que insistir para você estender sua estadia.

– Vocês podem sair da porta? – Felicity pediu. – Antes que mais alguém entre sem bater.

– A porta estava aberta. – Oliver falou recebendo a indireta. – Não foi minha culpa.

– Eu entendi. – Respondeu. – Como se você não tivesse entrado em minha casa sem bater antes.

– Como?

– Thea. – Felicity a chamou ignorando a pergunta de Oliver. – Esta é Caitlin. – As apresentou. – A razão por termos reunidos todos esses barulhentos.

– Eu só vim pela comida. – Brinquei levando um soco de Caitlin. – Você sabe que eu te amo.

– Sim, eu sei. – Sorriu, notei que a sala estava em um silêncio repentino e desviei minha atenção de Caitlin.

– Onde está Mel? – Perguntei constrangido. – Você não está abusando da babá de novo né? – Perguntei a Felicity.

– Eu sou a babá? – Roy perguntou franzindo o cenho entrando na sala.

– O que você estava fazendo? – Perguntei.

– Calçando os tênis de Mel. – Murmurou.

– Agora entende o que eu quero dizer? – O provoquei ganhando um olhar azedo de Felicity.

– Onde está Mel, Roy? – Felicity perguntou.

– Ela quer que eu anuncie. – Confessou.

– O quê? – Perguntei segurando o riso.

– Senhoras e senhores, a princesa Mel. – Murmurou sem ânimo.

– Mais alto tio Roy. – Veio o grito infantil.

– Nós estávamos assistindo um filme de princesas hoje... – Começou a explica, ao receber olhares de deboches.

– Tio!

– Senhoras e Senhores... A princesa Mel! – Ergueu a voz e se curvou. Ela no inicio veio lentamente e com um sorriso delicado nos lábios, até que viu Caitlin e correu desmanchando a pose de princesa se jogando em seus braços.

– Tentarei não me sentir ofendido por ter sido ignorado. – Murmurei.

– Podemos almoçar? – Roy sugeriu ainda envergonhado, pareceu ainda mais nervoso quando encarou rapidamente Thea. Para sua infelicidade só fomos liberados para almoçar quando cada um ganhou um abraço de Mel, era difícil não notar o quanto Oliver estava inquieto e como parecia completamente focado em Mel, eu sabia que precisava conversar com ele, mas aquele momento era um momento completamente descontraído e não quis interromper isso, quando almoçamos foi em meio a muito barulho, riamos das brincadeiras de Mel e das minhas brigas com Sara que desmentiu estar namorando Nyssa, alegou que eu havia chegado a conclusão por mim mesmo, ela nunca tinha dito isso. O único momento em que pude estar sozinho com Caitlin foi mais tarde quando eu ela levamos Mel para brincar no parquinho do prédio, em um determinado momento Oliver a chamou para tomar sorvete com ele e Felicity e ela alegremente correu até os dois.

– Você acha que eles vão se acertar? – Caitlin perguntou sentando em um banquinho de balanço, olhei para o que estava ao seu lado e hesitei imaginando se aceitaria meu peso, ela me incentivou com um sorriso e sentei.

– Eu acho que não consigo imaginar um mundo onde esses dois não estejam juntos. – Confessei. – Pode me chamar de otimista, mas eu acredito que nesse momento eles estão tendo uma segunda chance.

– Mesmo ele não se lembrando?

– Ele está se apaixonando novamente. – Falei convicto. – Ele já está se apaixonando, o único momento em que Oliver tirou os olhos de Mel foi para encarar Felicity. Esse amor... Não acaba por que seu cérebro apagou suas memórias.

– Como pode ter tanta certeza disso? – Franziu o cenho. – Não me entenda mal, eu quero que eles fiquem juntos, mas Felicity sofreu tanto...

– Eu não sei dizer como eu sei. – Dei de ombros. – Apenas que sei. – Ficamos em silêncio pelo o que pareceu longos segundos. – É engraçado. – Comentei, ela me encarou confusa. – Eles não foram muito sutis hoje, todos estavam em volta de nós dois. – Ela assentiu com um pequeno sorriso. – Caity. – A chamei. – Felicity e perguntou outro dia por que eu nunca disse como me sentia para você. – Ela me encarou surpresa. – Por que ela pensa que eu nunca disse? – Perguntei com um suspiro. – Você nunca falou daquele dia? – Ela balançou a cabeça em negativa.

– Eu não queria que ela me julgasse uma tola. – Confessou com um sorriso triste. – Porque foi o que fui... Eu joguei fora a oportunidade de estar com alguém que realmente me amava, tudo que eu tinha que fazer era pedir para que você ficasse, e eu não pedi. – Observei seu rosto sabendo que sua mente assim como a minha estava retornando para anos atrás, quando eu havia me exposto e ela havia me recusado, quando eu havia dito que a amava.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, nos vemos nos comentários!! Xoxo LelahBallu



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