Meceno escrita por lui


Capítulo 12
Capitulo 12




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Entrar no palácio poderia ser impossível com a quantidade de guardas, mas Emily sentiu que havia uma passagem secreta direto para sala do trono onde havia outra passagem para a toca.

Emily chegou à sala do trono sem problemas, mas quando ela estava entrando no outro túnel uma garotinha apareceu.

–O que esta fazendo?

Emily bateu a cabeça com o susto. Ela não tinha sentido a garotinha, e continuava sem senti-la. A garota devia ter 6 anos, tinha um cabelo grande e liso e grandes olhos brilhantes, ela usava um pijama rosa listrado, segurava um ursinho de pelúcia e estava descalça.

–Quem é você? Como não consigo sentir você com o meu poder?

–Me responde primeiro.

–Certo, estou indo para a toca.

–Do monstro? Por quê?

–Isso não de seu interesse, agora cai fora daqui.

–Por que eu deveria fazer o que você manda? Eu poderia facilmente seguir você pelo túnel e você nem saberia que eu estava atrás... Me convença a sair e deixar você em paz.

–Certo, eu tenho um amigo que foi sequestrado pelo monstro, preciso salvá-lo, e você não vai me impedir! – Emily tirou o arco das costas e colocou uma flecha mirando em um ponto que levaria a garotinha até a parede e a manteria presa, mas sem machuca-la.

–Você tem um causa nobre, pode ir. – A garota deu meia volta e sumiu na escuridão.

Isso era assustador demais para Emily, ela não podia mais ver a garota, nem senti-la. Ela entrou no túnel e começou a cair, ela gritou com o susto de cair, mas depois se obrigou a calar, era como um farol apontando sua localização para o monstro. Emily caiu sentada em um lugar totalmente iluminado e enorme, a toca.

A toca era grande e tinha vários casulos no teto e sangue nas paredes. Emily levantou assustada quando percebeu que estava sentada em uma pilha de ossos, a pilha desmoronou quando ela se mexeu, fazendo-a escorregar e ficar parcialmente submersa pelos ossos.

Ela tirou os ossos assustada, quase gritando, mas ela não ia se permitir fazer algo desse tipo de novo. Ela viu uma silhueta em uma das paredes, a pessoa estava caída no chão e não se mexia. Ela andou de vagar e cuidadosamente na direção da pessoa. Quando viu quem era correu até ela.

–Will! Will, por favor, acorda. – Ela dava pequenas batidinhas no rosto do garoto.

–Ele não vai acordar enquanto estiver aqui dentro. – Emily congelou com a voz, ela não sentia a pessoa e por isso sabia muito bem quem era.

–Por que fazer isso? –Emily perguntou se virando para a garotinha de pijama.

–Por quê? Por quê? Não é óbvio? As pessoas não têm mais sonhos nessa cidade, na minha cidade. Estou ficando fraca, sem vontade, preguiçosa. Então alguns anos atrás eu descobri uma forma de me fortalecer, comer as almas daqueles que tem um objetivo nobre me deixava mais forte e maior, eu poderia crescer. Desde então venho caçando pessoas com essas características, mas nenhuma delas era completa. Até que senti você, você tem a alma mais nobre que eu já vi. Não consegui te pegar, aquele lobo frustrou todos os meus ataques, ai a águia foi te proteger, vi o garoto sozinho e o peguei, sabia que você viria atrás dele, é o que pessoas com a alma igual a sua fazem. Ataquei a águia quando ela me seguiu.

–Você machucou meus amigos só para me atrair? – Emily não acreditava.

–Você não tem só a alma nobre, aqui onde meu poder é maior eu vejo, você é protegida pela lua. Maravilhoso, serei extremamente poderosa quando eu te comer! Infelizmente você tem uma autoproteção muito forte na sua alma, mas não tem problema, é a alma mais nobre que eu já vi.

–Você não vai me comer! E vai me deixar sair daqui com Will, eu não vou morrer aqui! Se você diz que a lua me protege, estarei mais protegida durante a noite e de dia você perde seus poderes.

–Como você sabe? – Ela parecia surpresa.

–Por favor, né. Você só aparece durante a noite, tem que comer as pessoas antes do sol nascer, é obvio que você não tem poderes de dia, já que sua cidade recebe tantos visitantes entrando e saindo, você não é a mesma.

–Não importa o que você diz, vou comer você hoje e seu amiguinho de aperitivo amanhã. – A garotinha foi se aproximando, os olhos dela tinham as pupilas totalmente dilatadas. Emily deu um passo para trás e escorregou no corpo de Will e caiu em cima dele.

–Emily! – Miguel gritou aparecendo no túnel e caindo na pilha de ossos.

–Veja só, mas um que vem à minha toca de boa vontade. Manuel, quanto tempo... – A garotinha foi mudando de forma, ficando menor, os cabelos ficaram loiros e mais curtos, a pele mais escura e os olhos maiores.

Ela se virou para Manuel e ele entrou em choque.

–Melissa. – Ele arfou.

–Manuel – A voz dela também tinha mudado, parecia mais doce, com medo, e tinha um pouco de raiva – Por que você não veio me salvar? Eu gritei para você, eu te chamei e você não veio. Por que me deixou morrer aqui?

–Melissa, me desculpa, eu não tive coragem. Me desculpa! – Lágrimas começaram a sair de seus olhos.

Emily não podia ver o monstro fazer isso com Manuel. Era crueldade demais. Ela tirou seu arco das costas e atirou nas costas da garotinha loira.

Ela se virou e Emily viu uma sombra vermelha passar nos olhos dela. Emily pegou mais três flechas e atirou no peito dela.

–Você não pode me machucar – Ela tirou as três flechas do peito. Não saiu sangue, mas uma fumaça de sombras. Emily atirou mais, o monstro foi ficando furioso, cresceu e assumiu sua forma que assumia durante a noite.

Era exatamente como Manuel tinha falado: grande, peludo, azul e tinha um nariz de batata no meio do feioso rosto.

“Que idiota, eu tenho mais superfície para acertar” Emily pensou e atirou. O monstro tirava as flechas do seu corpo, quebrando algumas, atirando em Emily outras, mas Emily não parava de atirar e as sombras não paravam de sair.

–Pare com isso! – O monstro gritou, sua voz era mais rouca, mas dava para ouvir a garotinha. A aljava de flechas se esgotou e Emily se viu indefesa. – Finalmente, agora vou jantar!

O monstro se aproximou de Emily, com passos largos e ameaçadores. Emily tentou chegar para trás, mas era o fim da linha.

–Não. Manuel, socorro! – Emily gritou.

–Medo, ah, essa é a melhor parte. – O monstro segurou Emily pela cintura e a levantou até a altura do rosto feioso dele. Sombras circulavam Emily por todo o corpo. – Meu poder é as sombras, por isso que você não pode me sentir, sombras não são algo físico. Quer provar as sombras? Vamos ver por quanto tempo você resiste. Você tem só alguns minutos, depois vou ter que te matar porque o sol já vai nascer.

O monstro soprou na cara de Emily e de sua boca tentáculos de sombra pura saíram e se agarraram no corpo de Emily entrando no seu corpo por todos os lugares que conseguia, boca, nariz, poros da pele, tudo.

O monstro soltou Emily que caiu no chão, tentou ficar de pé, mas as sombras faziam alguma coisa dentro dela, estavam lhe tirando a vida. Suas pernas falharam e ela caiu no chão. Não conseguia respirar, o ar não entrava em seus pulmões. Sua visão começou a embaçar. Ela olhou para o monstro que voltara a ser uma garotinha, ela lhe sorria.

Mas Emily viu quando o sorriso se transformou em careta e sua cabeça caiu no chão, seu corpo a seguiu logo. Atrás da menina, Manuel ofegava segurando uma faca. Emily pode voltar a respirar, encheu seus pulmões de ar, apreciando o ato.

–Você não vai tirar a vida de mais ninguém! – Manuel falou para a menina morta.

Emily soube imediatamente que o sol tinha nascido, a boca e olhos da cabeça decapitada da garotinha se abriram e uma luz brilhante saiu dela, jogando Emily e Manuel nas paredes, explodindo o túnel acima deles junto com o palácio.

Milhões de almas saíram do pescoço da garotinha, seu corpo se dissolveu em um liquido preto que banhou todos os ossos da sala. Corpos estavam se formando e as almas entrando no que as pertenciam.

O salão ficou lotado de pessoas, todas confusas e perdidas. Will começou a acordar.

–Will – Emily levantou a cabeça dele – Você está bem?

–Estou. O que aconteceu? – Emily ia responder, mas viu um espírito sair do corpo da garotinha, era idêntica a ela, mas não tinha o brilho vermelho nos olhos, eram mais meigos, mais doces. O espirito veio na direção dela.

–Obrigada por me salvar, eu abençoo sua missão. E quando você só vir sombras, saiba que há sempre uma luz para expulsá-la.

–Obrigada – Emily abaixou a cabeça em respeito e o espírito desapareceu.

–OK, vocês fizeram muita coisa sem mim. O que eu perdi?

–Vamos para a floresta, lá a gente te explica.

Manuel se aproximou de Emily e Will. Os três lideraram as milhares de pessoas para fora da caverna. Uma multidão de curiosos tinha se juntado na beira do buraco e quando viram todas as pessoas saindo, a alegria foi geral. Parentes se abraçando, amigos procurando por amigos, casais se beijando.

Emily viu o velho Gamal de longe, ele estava abraçado com uma senhora com cabelos igualmente brancos, as rugas nos olhos pelo o sorriso enorme que dava, lágrimas saiam dos olhos dos dois. O velho viu Emily e se aproximou.

– Se alguém dissesse que iria rever minha mulher novamente eu o mandaria para bem longe, mas você me trouxe esperança, me fez ver a luz na escuridão.

–Não é isso que a lua faz? Uma luz na escuridão. – Gamal a pegou pelos ombros e a abraçou.

–Obrigada filha da lua.

Emily não contestou, era a protegida da lua, porque não poderia ser chamada de filha da lua?

Os três se encontraram com os animais. Manuel deu o mapa para Emily e ela marcou três pontos, um perto da lagoa, outro nas montanhas e outro na floresta principal.

–Mas assim ficam apenas 4 escolhidos... Está faltando um – Manuel comentou.

–Eu... Eu não consigo sentir a pessoa que falta, talvez seja a princesa e eu preciso de todos juntos para senti-la.

–Certo, vamos para a lagoa, é mais perto e de lá podemos ir aonde quisermos de barco, acho que será melhor. – Will sugeriu.

Ninguém discordou e quando Manuel sugeriu ir com eles, nem mesmo Will se opôs, ele tinha salvado a vida dos dois mais cedo, confiavam nele agora.

Emily e Manuel montaram Ciro, Will voou com Tina, a aranha de Manuel foi no bolso do dono. Emily se sentiu muito desconfortável com aquilo, era uma tarântula quase 3 vezes maior que qualquer aranha que já tivesse visto, mas Manuel lhe disse que ela ia se comportar, Emily esperava que sim.

Estavam finalmente em busca dos escolhidos.


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