Dying Light escrita por lsuzi


Capítulo 1
Capitulo Um


Notas iniciais do capítulo

hello como estão se vocês leram as notas vocês meio que já sabem que não vai ter muita ação agora so yeah

boa leitura sweet peas!!!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/588411/chapter/1

Eles não confiavam em mim. Quando seus olhos me seguiam a cada passo que eu dava em meio a eles eu me sentia algo que eu não era, mas eles pensavam que eu fosse. Por anos eu tentei mudar o modo que me viam, afinal, quando tudo havia começado eu era apenas uma criança, e o que fizeram comigo não era minha culpa. Eu não tinha uma vida, ou pelo menos não lembro alguma vez ter uma. Alguns militares me chamavam de Hope, se acostumaram com o nome dado por um deles enquanto eu ainda estava presa, como se eu significasse algo mais que qualquer outro experimento dentro daquele lugar... Como se eu fosse à esperança por atrás de tudo isso. Meu nome verdadeiro era Experimento j8940, fui chamada assim desde o inicio e também era o que estava tatuado em meu braço esquerdo, uma enorme tatuagem que cobria quase toda a extremidade de meu antebraço que me lembrava do que eu era.

- Comandante Halter – Ouço um dos homens falar em um dos comunicadores, provavelmente tentando manter contato com o campo o máximo que podia, alguns tinham o medo dominando cada parte de seu corpo, sendo por minha causa ou pelo o que estava esperando por nós em alguns metros, eu conseguia ouvi-los agora, aquele som malfeito sem significado que faziam sem razão. Eu faço um pequeno sinal com os dedos para Kyle que acente rapidamente com a cabeça, ele passa a informação para os outros do grupo e eu vou em frente sem esperá-los – Hope?

- Comandante – Sussurro ao comunicador conseguindo ouvir sua respiração forte sem saber o que dizer por alguns segundos e uma interferência ao meio disso, ele fala alguma coisa para alguém fora da linha e eu espero até que ele volte a falar comigo.

- Felix me chamou, sabe o motivo? – Ele pergunta, posso imaginá-lo passando suas mãos grandes e endurecidas pelo rosto irritado pelo constante falar dos homens do grupo no comunicador.

- Não, senhor – Digo já conseguindo ver alguns mortos rastejando pelas ruas a minha frente, não parecem notar minha presença antão continuo andando sem medo, se ninguém chamasse atenção conseguiria passar por eles com tranqüilidade – Senhor, tenho algo para fazer, se quiser contate um dos homens. Eles estão pouco atrás de mim – E então diminuo o volume do aparelho para ter a certeza de que não chamaria a atenção de nenhum dos mortos ali. Depois de tantos anos eles começaram a entrar em um estado de definhamento, andavam em grupos e, agora, não tendo tanta comida quanto havia há alguns anos atrás agora passavam muito tempo em um estado de dormência. Esses eram mortos antigos – conhecidos como a primeira infestação - com estatura normal e faltando carne em algumas partes de seus corpos, seus olhos eram como os meus, uma mistura mal feita de branco e vermelho que não tinham brilho de vida. Eles não conseguiam correr, nem eram conhecidos por ser muito habilidosos com seus movimentos para capturar humanos, o que tornava fácil eliminá-los... Se não estivessem em um grupo grande. Ali havia pouco mais de uma dezena, talvez quinze se eu me importasse em contar todos, então mesmo que os homens fizessem alguma coisa errada ali não seria difícil conte-los.

Seguro minha arma com força contra meu tronco respirando fundo a cada passo que dou, alguns mortos se mexem a me ver e chegam perto, mas desistem quando chegam mais perto. Era como se eu fosse um deles, mas sem a parte da morte e comer gente, ouço os passos do grupo a alguns metros, Kyle os lidera com precisão, eles preparam as armas e começam com a rotina de limpeza da área, quando já estava longe dos mortos eles haviam quase todos caído, e agora alguns dos homens iam avançando na procura de alguma coisa útil que possa ter estado junto dos corpos. Não me incomodo em olhar para trás e tentar ajudar, tentei fazer isso por tantos anos que depois de rejeição a rejeição havia aprendido a não dizer mais nada. Quando estava junto do comandante ou dos outros do antigo comando tudo era diferente, eles eram como a família que ela nunca teve e trabalhava com facilidade perto deles, um ajudando o outro sem a preocupação de que ela não era como o resto deles. Quando falamos do novo comando, ou a segunda geração, a história é um pouco diferente. Muitos deles haviam sido encontrados em missões pelo país inteiro e treinados com pressa para que pudessem proteger outros, eram em maioria garotos ainda prematuros e com medo de tudo em sua frente, crianças que cresceram em meio a Primeira Infestação, alguns até mesmo durante a Segunda delas, não eram muitos que conseguiam sobreviver ao que estávamos lidando por mais de dez anos, eu por sorte, ou pela falta dela, fui um deles.

- Z, achei algo para você – Ouço alguém gritando a alguns metros de onde eu estava ao me virar consigo ver um dos garotos segurando o olho de um dos mortos, esse olho diferentemente de todos os outros tem uma coloração caramelo, bonita... Normal. O nome do garoto é Daniel, meu cérebro me lembra de repente, achara ele escondido embaixo de um monte de mortos, incluindo os corpos de seus pais e de seu irmão mais velho. Ele tinha onze anos na época. Eu tinha 9. Ele ri, mas consigo ver que esse momento de diversão dele não alcança seus olhos. Ele, como muitos outros, não tinha mais nenhum brilho nos olhos... Não era tão diferente de mim como eu pensava. Outros riem atrás dele e eu volto a andar, agarro o rifle em minha mão com mais força, deixando meus dedos sem circulação, brancos e com um aspecto morto. Mesmo com anos junto deles e acostumada com as coisas que eles costumavam fazer piadas algumas vezes me faziam perder o pequeno controle que ainda tinha em meu corpo, algo dentro de mim rugia tentando tomar minha consciência para si e desmembrar cada um, ver os olhos deles em choque... Medo, a satisfação de mostrá-los o que eu era capaz de fazer, o que eu faria com tanta ânsia que eles não teriam nem tempo de fugir.

Fecho meus olhos tentando mandar esse pensamento para uma parte escura de minha cabeça com medo do que poderia acontecer se continuasse, fazia anos desde que perdi minha consciência pela ultima vez, a maioria acontecia quando ainda estava presa, quando me forçavam a lutar pela minha vida, era como cair no sono sem saber se iria acordar algum dia... Como morrer. A única coisa que me rodeava naqueles momentos era a escuridão, nada além de um imenso nada em minha volta, e algumas vezes, havia gritos e murmúrios que eu não conseguia entender, como se estivessem falando uma língua que nunca havia ouvido antes. Após algum tempo, eu sempre acabava acordando, aliviada por poder tomar meu corpo de volta, mas quanto mais isso acontecia, quanto mais eles me colocavam a fazer aquilo, mais tempo demorava a conseguir voltar a mim mesma... talvez um dia eu não volte mais e tudo que vai me restar é aquela escuridão que estava tão acostumava, mas que mesmo assim me assustava tanto e fazia um frio subir pela minha espinha.

Depois de algum tempo andando o grupo chega à parte norte da cidade, e com isso a noite chega também, não consigo ouvir nenhum morto por perto o que ajudava enquanto montávamos um acampamento. Durante a manhã veríamos as casas que não estavam destruídas, e que ainda poderiam ser usadas para abrigo por alguns dias, para as pessoas que passassem. Era o que os militares faziam, pelo menos agora, faziam abrigos espalhados pelo país, com segurança, comida e armamento. Fechávamos todas as casas escolhidas com um muro feito de arames e qualquer coisa afiada que conseguíssemos achar, ou fazer, para não ter o risco de algum morto entrar nela. Todas as casas reconstruídas tinham um “X” vermelho pintado em sua porta. Também deixávamos coordenadas para quem quisesse achar acampamentos militares que poderiam se juntar e ajudar. Conseguíamos algumas pessoas, outras ainda tinham medo de se juntarem. A maioria tinham uma idéia erronia do que nós, militares, fazíamos, por parte dos que viviam outro lado da muralha, ou como normalmente eram chamados, rebeldes, eram pessoas que decidiram que não queriam qualquer tipo de proteção ou ajuda do governo, ou então, não receberam a noticia do fechamento de uma área do país para a proteção contra os mortos; não entendia muito bem o porque de não se juntarem a nós para ser honesta, não éramos malucos, tínhamos uma sociedade construída, proteção e comida, o que poderia ser que viam em nós para não quererem se juntar?

Talvez porque o governo fazia experimentos com pessoas inocentes, idiota. Uma parte de mim rosnou.

Todos do grupo agora estavam espalhados em uma área pequena da rua, alguns já estavam em postos de cobertura para que outros pudessem descansar; uma mulher mais velha, que eu nunca havia visto antes, estava preparando algo para que comessem e eu a encarava sentada perto do fogo. Era algo que fazia com freqüência, simplesmente apagava e encarava sem saber o que estava fazendo, algumas vezes também não conseguia pensar muito bem. Eram os efeitos da doença.

- Quer comer, Hope? – A mulher sorri, sem medo, me entregando um prato com alguma coisa, posso cheirar a comida de onde ela está e não gosto muito então nego com a cabeça. Ela suspira e se levanta para entregar para outra pessoa que queira, que coma. Ao contrario dos adolescentes, ou novo comando, os mais velhos não me viam como algo perigoso, algo para terem medo. Talvez porque saibam mais do que o novo comando quem eu sou... O que eu sou. Comandante Halter, ou Richard, costumava ter uma boca aberta quando se tratava de fazer as pessoas gostarem de mim... sentirem pena de mim, mas depois de alguns anos, quando eu havia completado dez mais ou menos, eu o pedi para que parasse de contar a história. Não gostava dela. Em minha cabeça, ela era branco após branco, com breves momentos em que eu estava consciente, e nada antes disso, nenhuma família. Não como os outros. – Você não fala muito, não é? – Ela volta a falar enquanto continua colocando a ração em inúmeros pratos, enquanto tenta falar comigo. Não gosto de falar, minha voz é como a deles. A única diferença era que eu conseguia formular frases.

- Não... gosto – Deixo sair, minha voz parecendo enferrujada pelo pouco uso durante os anos, como a dos mortos – Falar é confuso.

Digo a verdade para ela, que agora parou para me encarar de vez, ajusto os óculos escuros que havia ganhado a muito tempo de Kyle, em uma brincadeira sem graça como a dos outros, me sentindo desconfortável com o ato, ela volta a sorrir e me entrega uma garrafa de água – Falar faz bem para o espírito, se não podemos enlouquecer.

Eu pego a garrafa de água, e meu corpo começa a se movimentar sem eu perceber novamente, meu cérebro mandando eu sair dali e tomar um dos postos dos garotos para que eles possam dormir, sinto-me idiota por deixar ela sem uma resposta, mas meu cérebro não conseguiria formular uma resposta àquilo de qualquer forma, então tento deixar de lado. Tomo o lugar de Jack que acena com a cabeça antes de sair andando, faço o mesmo, sem saber realmente o significado disso. Alguns outros garotos o seguem sem falar nada, a patrulha da noite era feita por mim e mais duas pessoas, Kyle e Daniel, cada um em uma área do acampamento, sei que daqui algumas horas um deles vai acabar caindo no sono então tenho que andar pelas suas áreas para ter certeza que tudo esta bem. Por mais que os efeitos dos testes fossem ruins, haviam seus lados bons, eu não precisava comer com tanta freqüência quanto os outros, e também não sentia sono... apenas após algumas semanas, as vezes até mais de um mês o que com certeza era bom contando que era normal que passássemos muito tempo fora de áreas seguras e militarizadas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

TA AI ENTÃO me digam o que acham, sim a hope parece meio songa monga no inicio (pelo menos eu penso assim) mas ela vai melhorar com o tempo, ela só fica se questionando muito e os medos dela e etc
mas serio me digam o que acham ETC
LOVE YALL
HAVE AN AWESOME DAY
BYEBYE