Hoje eu pensei em você, um amor de infância uma bobeira de criança, mas me lembro que era tão bom, nosso amor era mais verdadeiro e mais puro que muitos amores de gente grande, mas o destino nos separou, a única coisa que resta daquela época são fotos e lembranças boas, faz mais ou menos 10 anos que não te vejo, como será que você esta? Será que esta alta? Bonita, parecendo uma mulher? Ah que saudades de você minha linda, ontem à noite pensei muito a respeito parece besteira, mas to disposto a fazer de tudo para te encontrar. Meu nome é Owen, e foi assim que começou a busca do meu primeiro amor.

–Bom dia Mãe! Disse eu com um grande sorriso estampado no rosto.

–Oi bom dia filho, nossa você parece tão alegre e empolgado, o que foi?

–Ah minha mãezinha querida, lembra que te falei que estava arrumando um jeito de encontrar minha pequena Sofia?

–A não Owen La vem você com esta historia de novo, esquece dessa menina isso foi há anos atrás, e você sabe que a Cindy morre por você NE, ela é uma moça bonita e de boa família...

–Para Mãe mais que droga, eu não gosto da Cindy eu tentei mais não deu certo, pó você poderia me dar um apoio. Disse eu irritado me virando e saindo da cozinha e me direcionando para meu quarto.

“Ah que ódio, desculpa por isso minha pequena, eu não amo a Cindy eu amo você e prometo que vou fazer de tudo para te encontrar.

Oh Pai queria tanto o senhor aqui comigo, porque você teve quer partir tão cedo?”

Pensava eu chorando de raiva e tristeza.

Passei a noite toda acordado, pensando em como faria para encontrar Sofia sem que minha mãe soubesse, no dia seguinte recebi uma visita de uma pessoa que não queria ver nem pintada de rosa.

–O que você quer aqui? Disse eu sem paciência e educação.

–Owen, isso são modos? Disse minha mãe me fuzilando.

–Não esquenta dona Ângela eu já estou acostumada com seu filho me tratar com ignorância.

E ainda se faz de vitima que sacana é essa menina, pensava eu.

–Então fique a vontade Cindy e você Owen seja mais educado, agora se me dão licença vou preparar um lanchinho.

–Obrigada dona Ângela, enquanto a você Owenzinho porque não atende minhas ligações? Disse Cindy me olhando com aquele jeito irônico e sedutor que só ela tinha, eu odiava isso nela, me dava sempre um arrepio, mais o que eu mais odiava era ela me chamar de Owenzinho, que apelido mais patético ate parece minha mãe quando eu tinha seis anos.

–Ah desculpa é que eu estava muito ocupado, sabe que tava pensando em te ligar hoje? Disse eu com um sorrisinho sarcástico.

Depois de muita conversa, Cindy decidiu milagrosamente ir embora, voltei rapidamente para meu quarto e comecei a mexer no computador, pensei bastante na escola que Sofia e eu estudamos, ficava em outra cidade mais ou menos uma hora de viagem, pensei em como fazer para chegar até La, e onde eu ficaria, pois se passou anos e não me lembro de muita coisa então de muito pensar e já quase desanimado me lembrei que antes de me mudar para essa cidade tinha um amigo e ele me deixou seu endereço, procurei na caixinha em que guardava as coisas que ganhei dos meus amigos antes de me mudar, não demorou muito e logo achei, peguei e o guardei na mochila junto com algumas roupas, pensei em ir à noite para aquele endereço, quando já era noite passei na frente do quarto de minha mãe e ela estava dormindo tranquilamente, fui para a cozinha e peguei algumas frutas, um pacote de bolacha e uma garrafinha de refrigerante, sai pela porta dos fundos, não sabia direito o que fazer, será que ainda tinha ônibus ou táxis? Assim que cheguei ao ponto de táxis mais perto de casa havia um e ele estava indo embora quando gritei e o homem desceu do carro.

–O que foi garoto? Disse-me o homem olhando com cara de poucos amigos.

–Oi boa noite, preciso que o senhor faça uma corrida para essa cidade. Disse eu entregando um bilhete com o nome e o endereço da onde eu queria ir.

–Você só pode estar de brincadeira né menino? Olha que horas é, ta na hora de você estar na cama e eu ir para minha casa, então volte para sua casa que sua mãe deve estar te procurando para te cobrir. Disse o sujeito me devolvendo o bilhete e voltando para o carro e dando risada da minha cara.

Quem ele pensa que é? Não sou mais criança. Enfiei a mão dentro do bolso e retirei uma quantia de dinheiro e estendi a mão mostrando o valor, ele pegou olhou para mim e disse:

–Entra moleque, para onde você quer ir?

–Para esse endereço. Disse eu mostrando o bilhete novamente.

–Tudo bem, então curta a viagem que logo nos estaremos La.

Quando ele estava se preparando para partir ouvi um grito conhecido, a pessoa logo se aproximou do carro.

–Owen onde você pensa que vai uma hora dessas?

–Ah não, o que você esta fazendo aqui Cindy?

–Quero saber para onde você pensa que vai, sua mãe sabe disso?

–Cindy, por favor, não conta nada para ela, vai embora e fica quietinha ta, vamos moço pode ir.

–Não você não vai a lugar nenhum, e se você for eu vou junto. Disse ela entrando no carro.

–Cindy dessa agora desse carro. Disse eu.

–Não, eu já disse, eu vou com você.

Cindy me encarava com um olhar desafiador, que acabei aceitando aquela intrometida.

Depois que ela pegou sua mochila saiu pela janela para que ninguém a visse saindo de La, assim que ela voltou para o carro partimos.

–Owen?

–O que foi? Perguntei olhando fixamente para a chuva que batia na janela.

–Porque esta fugindo de casa?

–Não estou fugindo, só estou indo atrás do meu sonho. Respondi olhando para ela e depois me virando novamente.

–Posso te pedir uma coisa?Disse ela tocando meu ombro, mas se afastando rapidamente.

–Pode sim. Ajeitei-me no banco e fiquei olhando para ela.

–Queria pedir desculpa pelo que te fiz. Disse ela desviando o olhar e passando a mão no braço.

–Tudo bem, esquece isso é passado. Disse eu tentando não se lembrar da humilhação que passei na escola quando vieram me falar que ela estava com outro garoto e eu não acreditei, e foi quando a encontrei nos braços de outro.

Quando chegamos ao endereço, Cindy e eu descemos do carro e nos direcionamos a casa que meu amigo morava, eu estava torcendo para que ele ainda morasse lá, bati na porta e não demorou muito e um homem vestido de pijama atendeu a porta.

–Oi boa noite, desculpa estar incomodando uma hora dessas, mais é que eu gostaria de saber se o Gabriel ainda mora aqui. Perguntei um pouco chateado pela hora que já era.

–Gabriel? Não, mais qual é o sobrenome dele?

–Ah não, o sobrenome dele é Matsumoto, “Gabriel Matsumoto” o senhor conhece? Disse eu com um ar de esperança.

–Ah sim conheço sim, ele é sobrinho da minha esposa, disse o homem sorrindo.

–Então ele não mora mais aqui? Disse eu com um olhar de decepção.

–Não, eles se mudaram já faz alguns anos, para um bairro não muito longe daqui.

–E agora Owen o que vamos fazer olha a hora que já é não temos onde passar a noite, estamos fritos. Disse Cindy desesperada.

–Calma eu vou dar um jeito.

–Vocês parecem cansados e já esta tarde, onde vocês moram? Perguntou o homem.

–Moramos em São Paulo. Disse eu ainda meio receado.

–E o que estão fazendo tão longe de casa uma hora dessas?

Cindy e eu nos entreolhamos e depois olhamos para o homem.

–É que... É. As palavras pareciam não surgir, e agora o que eu diria?

–Ah crianças tudo bem vocês podem passar a noite aqui, mas amanhã cedo quero saber a verdade ok?

–Ah ok moço muito obrigado, amanhã te contamos tudo. Disse eu com um enorme sorriso e com cara de sono.

Assim que entramos na casa não pude deixar de perceber como ela era linda por dentro, bem mais do que antes quando Gabriel ainda morava lá.

–Ah antes eu me esqueça, meu nome é Josh, e o de vocês? Disse o homem sorrindo enquanto nos levava ate onde iríamos dormir.

–O meu é Owen, e ela é minha amiga Cindy. Disse com um sorriso de cansaço.

Continuei observando ate que não pude deixar de notar que Josh era um policial.