Avisos: Linguajar impróprio, violência (leve).

A mesma rotina: Acordar igual um zumbi dos jogos de The Walking Dead, jogar uma roupa razoável por cima, engolir a comida logo e sair correndo igual uma mongol atrás do velho panaca do ônibus. Olha, para quem disse que eu estava na pior... Se isso é estar na pior, imagina na pior ainda.

Já estava na escola e no momento, procurava Íris. Estava adentrando de boas o corredor quando esbarro com alguém. Não me diga Thalia! Você e sua grande capacidade de esbarrar em alguém!

– Desculpe.

– Oh, com licença, você é uma estudante dessa escola? – Não, anta. Eu gosto de andar por escolas que eu nem conheço. Ergui meu olhar e vi a pessoa que eu esbarrei, nunca tinha visto esse homem aqui.

– Sou sim, por quê? – Não me peça um favor, não me peça um favor, não me peça um favor...

– Eu sou o novo professor de História, estou um pouco atrasado e não conheço muito bem a escola. Estou precisando de alguém que me mostre... – O.K Thalia, não malicie essa frase...

– Mas eu sou novata aqui. – Por favor, criatura, não insista! Tenho cara de guia turística?

– Por favor, não gostaria de passar por alguém que está perdido nessa escola... – O.K Thalia, ele é um professor. Vai que ele te dá pontos extras por isso? É assim que o Nathaniel faz? Ai, ai, ai. Aliás, o que aconteceu com o professor antigo?

– Está bem, está bem. Vou lhe mostrar os lugares que conheço. – Ele agradeceu e começou a me seguir pela escola, primeiramente mostrei minha sala de aula. Íris estava lá, mas parecia estar concentrada em alguma coisa. Depois eu falo com ela.

Logo saí e fui para a sala dos representantes, esbarrando com Nathaniel. Esse garoto nunca sai daqui não?

– Thalia, quem está com você?

– O novo professor de história.

– Ah, bom dia e bem vindo, professor.

– Então, essa é a sala dos representantes. Caso precise de algo, conte com Nathaniel. – Falei e ele assentiu, saindo atrás de mim novamente, agora indo em direção ao pátio. Adivinha quem eu achei?

– Ei, quem é esse aí?

– O novo professor de história. – Bufei, daqui a pouco vou ter que pôr uma plaquinha na testa com essa informação “útil”. – Esse é o pátio, aconselho não vir muito aqui para não ter maus encontros. – Dei de costas, quando ouvi o arruivado falar.

– Ah, ah. Mas do que você está falando, hein?

Apenas ignorei e fui em direção ao clube de jardinagem. Olhei para os dois lados e não encontrei Jade, apenas dei de ombro. Ele deve estar plantando umas verdinhas pra ficar doidão.

– Aqui é a parte do pátio dedicada ao clube de jardinagem.

O professor apenas deu uma olhada ao redor, parecendo muito interessado. Só que não.

Passei pelo pátio novamente e fui até a área do clube de basquete. Havia descoberto no mesmo dia que Ken foi embora e o cachorro da diretora fugiu, me escondi lá para a velha não me dar uma patada com a cara que ela estava.

– Aqui é o ginásio, onde fica o clube de basquete, mas não é muito importante para você.

– Bom muito obrigado. Ajudou-me bastante, mais tarde termino por mim mesmo. – Apenas fiz um sinal tosco de paz e amor com as mãos e ele finalmente foi embora. Quando me virei para fazer o mesmo, algo veio em minha direção. Uma bola de basquete!

Tentei desviar, mas ela acertou em cheio meu rosto, fazendo-me cair no chão e até mesmo lacrimejar.

– Caralho! – Me levantei meio bamba e com o rosto doído, está vendo porque eu não quis o clube de basquete? – Quem foi o filho da puta?! – Peguei a bola prestes a jogá-la em outras bolas do ser que me acertou, olhei em volta e vi um rapaz alto, roupa esportiva e quando me viu com a bola, fez um olhar furioso. Eu hein.

– Você, devolva a bola!

– Com prazer, babaca! – E acertei a bola com tudo na cara dele, saindo dali em seguida. Provavelmente meu rosto deveria estar inchado e isso conta como mais um problema na minha vida. Que maravilha.

Andando pelo corredor, avistei Ambre e suas duas sombras. Eu não vou desviar, eu não tenho medo dela! Vou apenas entrar na minha sala e...

– Ei, você! – E ter aula normalmente. Seu plano foi fracassado, Thalia. - Mas olha quem está aqui! Você apareceu em boa hora. A gente está indo almoçar fora, mas Charlotte se esqueceu de pegar o dinheiro. Você vai nos ajudar, né?

– Não, com certeza não! – Quando ia entrar na sala, Li agarrou meu braço e parou finalmente de comer aquele batom. Puta que pariu, o negócio ficou feio agora.

– Você acha que realmente a gente quer saber a sua opinião? – Ambre disse, dando um risinho de puta. O que é um risinho de puta? O risinho da Ambre. Ela me empurrou antes que eu pudesse fazer alguma coisa e Charlotte me segurou enquanto eu me debatia e metia as unhas no rosto dela, Li furtou o dinheiro do meu bolso esquerdo, que eram 10$. Dei um pontapé nela e Charlotte me jogou no chão, as três saíram rebolando enquanto eu estava lá, gemendo de dor com o impacto no chão.

Thalia, você é mesmo uma retardada. Refleti comigo mesma, olhando para o teto da escola ainda no chão. Mas isso não vai ficar assim! Eu vou me vingar dela!

Depois de um tempo refletindo, entrei na sala e o barulho da porta chamou a atenção de Íris, que ainda estava lá. O sinal ainda não havia tocado.

– Nossa você está com uma cara...

– Não me diga! – Ela arregalou os olhos. – Ambre roubou meu dinheiro.

– O que? Nossa! Eu posso te ajudar de alguma maneira?

– Só se você tiver ideias para me vingar dela.

– Eu não sei... Você acha realmente que isto resolve o problema?

– Algo bem ruim, ou então bobo e eficaz.

– Vou ver se tenho alguma ideia, certo?

– Certo. Obrigada Íris. – Sorri e joguei minha mochila em uma cadeira, saindo da sala. Mais tarde eu iria à enfermaria para pegar uns comprimidos contra dor. Será que adiantaria falar com o Nathaniel?

Não, com certeza não.

Fiquei dando voltas pela escola, nervosa. Esbarrei com a porra do cabelo de tomate que fez uma piadinha sem graça, mas logo o sinal bateu. Será que aquela mentezinha do mal tem alguma ideia pra me vingar da oxigenada?

Não, ele não iria me ajudar.

Era aula do novo professor de história, aquele que eu tive que ajudar. Faraize, o nome dele. Ou sobrenome sabe lá.

Até que o jeito dele explicar era melhor.

A aula acabou bem rápida e o tempo seguinte era vago, Íris me chamou e eu virei a cadeira para ela.

– Tive uma ideia. – Ela sussurrava. - Como eu sei que Ambre é superfã de moda, eu tenho certeza que ela ficaria bem zangada se você viesse para a escola com as mesmas roupas que ela. Você deveria tentar.

– Credo! Eu vou vestir um saco de batatas, tá louca menina? – Eu dei uma risada – Obrigada. – Voltei ao tom normal, voltando a arrumar minhas coisas na mochila e saindo dali. Passei na enfermaria, pedindo uma dose absurda de analgésicos. Claro que me deram, com muito esforço, apenas dois.

Voltando ao meu “plano maléfico”... O que eu faria? Pichar o armário dela? Não, pichação é crime... Talvez botar algum inseto no armário dela. Mas qual? Será que a patricinha tem medo de baratas?

Eca, não. Baratas são nojentas!

E foi aí que eu tive uma brilhante ideia, irei perguntar ao Nathaniel e não deixa-lo suspeitar de nada. Isso!

Entrei no grêmio e ele não estava lá. Ué.

Passei pelos corredores, entrei nas salas, fui novamente até a enfermaria, passei no pátio, no clube de jardinagem, no de basquete e nada. Cadê a porra daquele loiro?

Voltei ao corredor e me apoiei na parede, recuperando o fôlego e ouvi a porta do grêmio bater. Institivamente fui até lá, encontrando Nathaniel.

– Finalmente te achei!

– Estava me procurando? O que houve?

– Ahn... – Pensa rápido, pensa! – Estou curiosa, sabe... Você tem medo de insetos? – Que coisa linda, Thalia.

– Insetos? Ahn... Nem tanto...

– E Ambre? – Ele ergueu uma sobrancelha. – Sabe algo que ela não goste particularmente?

– O que você está aprontando? – Droga! Disfarça rápido!

Dei um risinho nervoso. – Nada que você precise saber. – E em seguida pisco.

– Irei pensar, volte amanhã, ok? Vocês ainda têm as últimas aulas. Vá para a sala. – Tá né, fazer o que. Vou ficar sem energia no meu lindo corpinho só para te procurar.

Logo eu saí dali, ouvindo o sinal tocar e entrando á jato na sala. Aula de ciências seguida por matemática. Posso morrer agora?