Pura Confusão - Cobrina escrita por LabWriter


Capítulo 8
Que Nem Os Bonsais


Notas iniciais do capítulo

Oiie!!!
Então, eu não estou conseguindo responder a todos os comentários de vocês ultimamente. Desculpa!!! Mas continuem comentando.
Eu recomendo que vocês leiam esse capítulo com muita calma. Se você está com pressa leia depois.

Aproveitem o capítulo!!!



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KARINA

Depois que eu cheguei em casa eu jantei, tomei os meus remédios e fui dormir. Bom, pelo menos essa era a ideia. Eu fechava os olhos e tudo o que vinha na minha mente eram os acontecimentos ruins dos últimos dias. Tradução: passei a noite acordada e, claro, só para completar o pacote, chorando. Eu só fui conseguir dormir umas 7:00. Quando eu acordei já eram 13:00. Porque o meu pai não me acordou? Bom, eu já tinha perdido a escola (que estava nos últimos dias antes das férias) e nem poderia treinar mesmo, então eu deitei de novo para dormir, mas, novamente, isso não aconteceu.

Eu levantei pouco depois. Entrei no banheiro e me olhei no espelho: cara inchada, olhos vermelhos e olheiras. Meu cabelo estava todo em pé e bagunçado. Coloquei plástico nas mãos e tomei um banho, mas a situação não melhorou muito. Eu não sabia bem o que fazer. Já tinha pensado tanto, e não tinha chegado a nenhuma conclusão. Então eu tive uma ideia. Voltei ao meu quarto e peguei uma foto da minha mãe que a Bianca tinha. Daí eu comecei a falar com a foto, como o meu pai (?) faz com os bonsais.

PEDRO

Eu era um idiota. E se eu tinha alguma dúvida disso...bom, agora eu tenho muito mais do que certeza. Na primeira chance que eu tenho de falar com a Karina eu estrago tudo. Eu saí de lá e fui direto para minha casa. Não vi ela o dia inteiro. Já era bem tarde quando eu resolvi dar uma volta, já que eu não estava conseguindo dormir e eu vejo ela quase beijando o Minhoca. É claro que eu impedi, mas ela me pediu um tempo para pensar. Voltei para casa e passei a noite chorando e socando o travesseiro.

De manhã eu estava péssimo. Não queria levantar da cama, queria ficar deitado repetindo o que eu fiz durante a noite. Eu fiquei assim algum tempo, já que ninguém veio me perturbar (o que eu achei bem estranho). Eu poderia ficar daquele jeito o dia todo, mas eu tinha aula na Ribalta e quando eram 11:30 eu levantei e fui tomar banho. Não adiantou de muita coisa, já que a minha cara continuava péssima.

Assim que eu pisei dentro da fábrica eu pude sentir todos os olhares me fuzilando. Mas eu ignorei e nem procurei a K. Afinal, ela tinha pedido um tempo. Subi até a Ribalta. Mais olhares. Eu não sabia o que fazer. Se sentasse no chão eu começaria a chorar de novo, então eu fiquei andando de um lado para o outro no corredor.

BIANCA

— Pedro. — eu chamei. Ele parou bruscamente e veio andando na minha direção. Quando ele chegou perto de mim eu pude ver que ele estava bem pior do que parecia. Ele não olhou nos meus olhos, na verdade, ele só ficou olhando para o chão. — Você está bem? — eu perguntei, apesar de já saber a resposta. Ele ficou um tempo quieto antes de responder. — Eu sou um idiota. — ele disse e saiu andando para as escadas. Eu sabia como ele estava se sentindo. Afinal, eu me sentia do mesmo jeito, mas eu conseguia disfarçar. Ninguém estava falando direito comigo e eu simplesmente fingia não me importar. O dia passou lentamente. O meu corpo podia estar nas aulas da Ribalta, mas a minha cabeça estava viajando em outros pensamentos.

Eu cheguei em casa junto com o meu pai. Assim que nós entramos deu para ouvir a Karina falando com alguém. Será que o Cobra estava ali? O meu pai pareceu pensar a mesma coisa, pois ele foi se aproximando em silêncio e ficou ouvindo a conversa dela atrás da porta. — Sabe, eu estou tão confusa com tudo isso, eu não sei o que fazer. Eu amo meu pai, mas afinal, quem é meu pai? Ele não disse que eu era filha do Lobão, só disse que existia essa possibilidade. E o Pedro? Como é que eu vou fazer? A Bianca, o João, o Duca...é tanta gente.

De repente o meu pai abriu a porta e nós pudemos ver com quem a Karina estava falando. Ou melhor, com o que. Assim que ela ouviu o barulho da porta ela se levantou da cama. — Desculpa, Bianca. Eu sei que você não gosta quando eu pego a sua foto da mamãe. — ela disse um pouco assustada. Eu fiquei um pouco surpresa, pois ela realmente achou que eu ficaria irritada ou algo assim. — Não tem problema. Você estava conversando com ela? — eu perguntei apontando para a foto. — É né. Que nem os bonsais, sabe? — ela perguntou nervosa. — Sei. E te ajudou? — eu não queria forçar nada, pois até aquele momento eu não tinha conseguido trocar palavras calmas com ela. O meu pai só estava observando tudo. — Bom, eu fiquei falando com ela o dia inteiro e meio que ajudou sim, mas eu... — ela olhou para o chão e começou a chorar. Eu não sabia bem o que fazer, mas eu não precisei fazer nada mesmo. — Eu te amo, pai. — ela disse do nada. O meu pai foi até ela e os dois se abraçaram. Eu não pude deixar de me emocionar com a cena. — Vem Bianca, entra aqui no abraço com a gente. — o meu pai chamou. E ninguém precisou dizer mais nada.

Nós ficamos abraçados por algum tempo e eu senti que nada daria errado. Mas bem no fundo, eu sabia que não era verdade.

KARINA

Depois do abraço em família o meu pai (sim, meu pai) me chamou para jantar, mas eu estava sem fome e disse que queria dormir. Ele não insistiu. Eu realmente estava sem fome, mas não conseguiria dormir, por mais que eu quisesse. Mais ou menos uma hora depois a Bianca deitou e dormiu, eu só fingi que estava dormindo. Então eu comecei a pensar, mais ainda. E me veio uma coisa na cabeça: E se o Lobão tentasse me tirar do meu pai?

Eu entrei em desespero. Comecei a chorar e a lembrar de tudo o que estava acontecendo. Resultado: o mesmo da noite anterior. Eu não dormi nada dessa vez e fiquei chorando o tempo todo, mas sem acordar a Bianca. De manhã eu só queria ficar deitada na cama o dia inteiro, mas o meu pai não deixou. Quando a minha irmã acordou eu, mais uma vez, fingi que estava dormindo, mas algum tempo depois o meu pai entrou no meu quarto e eu já sabia para que. — Bom dia, filha. Você devia sair de casa um pouco. Podia ir na academia comigo hoje. — ele sugeriu. Eu não queria, pois as pessoas ficariam me olhando, mas eu sabia que eu teria que ir de qualquer jeito. Meu pai só estava sendo gentil em vez de me arrastar com ele de uma vez. — Ok, pai. Pode ir que eu vou só tomar um banho. — eu respondi sem deixar ele ver o meu rosto. Ele concordou se levantou. Alguns segundos depois eu pude ouvir a porta de casa se fechando.

Me levantei com preguiça e fui até o banheiro. Me olhei no espelho: cara inchada, olhos vermelhos, cabelo em pé e bagunçado e olheiras. Tudo de novo. E agora os cortes no rosto, devido ao meu surto, estavam mais evidentes. Coloquei plástico nas mãos (por causa dos curativos e do gesso) e tomei banho. E, mais uma vez, não fez a menor diferença. Eu não queria que ninguém visse o meu rosto, então eu coloquei uma calça jeans preta e um tênis qualquer. Essa foi a parte mais difícil; devido as minhas mãos que nesse momento estavam...bem, estavam inúteis. Depois disso eu coloquei uma camiseta larga mesmo e um casaco cinza escuro. Se eu entrasse em um mercado os seguranças achariam que eu queria roubar alguma coisa, mas eu não estava nem aí. Nem passei uma escova no cabelo, na verdade, eu só levantei o capuz do casaco mesmo.

Eu estava quase saindo de casa quando eu me lembrei dos fones de ouvido. Eu não achei os meus vermelhos, então eu remexi nas coisas da Bianca e achei um pequeno e branco mesmo. Coloquei os fones, levantei o capuz de novo, respirei fundo e abri a porta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram???
Gente, eu admito que ficou um tanto decepcionada com capítulo anterior. Só teve um comentário (obrigada Leslie)!!!
Mais uma vez: eu não vou parar com a fic caso não tenham muitos comentários, mas é bom quando eu vejo que vocês estão gostando.

Beijos e até o próximo capítulo!!!