POVs Jasmine

“Ela é filha do Christopher.”, meu pai repetiu, olhando para Benjamin, “Você está bêbado, e não está pensando direito.”, Ben falou incrédulo, “Não estou bêbado, estou bem lúcido.”, ele falou me encarando, “Christopher me traiu, ficando com a sua mãe, ele é seu pai.”, completou com raiva, dei alguns passos para trás, Sirius me segurou, “Não pode ser.”, falei baixinho, “Saia daqui, eu já te agüentei por muito tempo.”, meu pai, ou melhor, Elliot falou nos dando as costas e indo para o escritório, eu me esforçava para respirar, “Eu não sabia de nada.”, Benjamin falou me encarando, “Eu sinto muito, me perdoa.”, completou com lágrimas nos olhos, “Apesar de tudo você ainda é meu irmão.”, falei séria, “Mas não te perdôo.”, completei calma, Ben me olhou com espanto, concordou com um aceno, Sirius me puxou para fora da casa, e assim que sai comecei a chorar, segurei forte a mão do meu amigo, e aparatamos.

POVs Sirius

Jas segurou forte a minha mão e aparatamos, no meio de um parquinho, em um povoado trouxa, pelo que percebi por sorte, o lugar estava deserto, “Jas onde estamos?”, perguntei preocupado, ela chorava sentada no chão, ela soluçava de tanto chorar, eu tentava de todas as formas acalmá-la, mas nada adiantava, “É um parque, a casa do meu tio, fica perto.”, ela falou entre o choro, “Ele não é meu tio.”, completou chorando ainda mais, “Ela precisa do Remus.”, falei olhando ao redor, mas eu não poderia deixá-la sozinha, “Um patrono.”, falei sorrindo. Dumbledore nos ensinou a nos comunicar pelos nossos patronos, mas o meu nunca saia certo, era sempre uma luz azul, sem forma, respirei fundo e tentei me concentrar, “Lembranças felizes, lembranças felizes.”, falei alto, lembrei-me da Jas, em todas as nossas brincadeiras, lembrei do Pontas, e como eu era feliz ao lado do meus amigos, “Expecto Patronum.”, sussurrei baixinho, e quando abri meus olhos, um cão brincava a minha frente, eu gargalhei ao ver a forma do meu patrono, Jas ergueu o olhar, tentou sorrir mas logo voltou a chorar, “Remus, venha para o parque perto da casa do Christopher, é a Jas ela precisa de você.”, falei olhando para meu patrono que desapareceu, sentei ao lado da minha amiga e a abracei forte, tentando tirar a dor que ela sentia.

POVs Remus

Não conseguia me concentrar na missão, torcia apenas para nenhum comensal atacar, pois não teria cabeça para me defender, “Sirius está com a Jas, ela está segura.”, Pontas falou tentando me animar, “Se bem que com o Sirius temos que nos preocupar né.”, Lilly falou rindo, um patrono atravessou a parede do nosso esconderijo, “Remus, venha para o parque perto da casa do Christopher, é a Jas ela precisa de você.”, a voz do Sirius preencheu o cômodo, fiquei sem reação, “Vai logo!”, James falou nervoso, segurei forte minha varinha e aparatei, preparado para o pior.

Assim que cheguei ao parque ouvi um choro, olhei ao redor, e ao longe reconheci a voz do Sirius, corri de encontro a eles. Os dois estavam sentados no chão, Jas com a cabeça apoiada nas pernas chorando, e Sirius ao seu lado, “O que aconteceu?”, perguntei preocupado, Sirius levantou rapidamente, “Eu não consigo fazer ela parar de chorar, só você pode.”, ele falou nervoso, me aproximei da Jas e sentei ao lado dela, “O que foi minha pequena?”, falei tocando-lhe o rosto, “Christopher é meu pai.”, ela falou chorando, a olhei incrédulo, depois olhei para Sirius que concordou com um aceno, a puxei para mim e abracei, “Sirius acho melhor você ir ajudar James e Lilly.”, falei calmo, ele acenou, beijou a Jas e aparatou.

Levou algum tempo para que Jasmine parasse de chorar, “Você está bem?”, perguntei sorrindo, secando suas lágrimas, ela concordou tentando sorrir, “Vamos embora então.”, falei a erguendo, “Não.”, ela falou séria, a olhei confuso, “Preciso falar com ele.”, completou encarando-me. Eu sabia que nada iria fazê-la mudar de idéia, então minha única escolha era ficar ao seu lado, segurei forte sua mão, e seguimos em direção a casa do Christopher, Jasmine ainda se esforçava para não chorar, pelo caminho sequei algumas lágrimas que teimavam em cair, assim que chegamos em frente a casa, ela mudou, “Jas respira.”, falei preocupado, ela sempre teve essa mania, trancar a respiração, ela me olhou e sorriu, caminhamos um pouco e bati na porta, “Quem é?”, Lúcia falou do outro lado, “Sou eu, Remus, e a Jas.”, falei calmo, a porta se destrancou e Lucia nos recebeu sorrindo, mas assim que olhou para Jas, seu sorriso desapareceu, “Chris?”, ela falou olhando para trás, Christopher descia as escadas, e assim que nos viu, correu em nossa direção, “O que houve?”, perguntou preocupado, Jas soltou minha mão e se afastou do toque dele.

Foi como se ela tivesse acertado um tapa em Christopher, ele ficou em pânico, “Jas?”, falou baixinho, “Porque você nunca me contou?”, ela falou histérica, “Porque você escondeu que era meu pai?”, completou quase gritando, Christopher perdeu a cor, e cambaleou, Lucia correu para seu lado e o segurou “Como você ficou sabendo?”, perguntou confuso, “Meu pai , quer dizer, eu nem sei mais quem ele é.”, Jas falou com voz de choro, “O que ele falou?”, Chris perguntou nervoso, “Falou que você o traiu.”, Jas respondeu rapidamente, Christopher sentou no sofá, e passou a mão pelo cabelo, “Eu não vou negar que o trai.”, falou calmo, “Mas eu não me arrependo do que fiz.”, completou nos encarando, Jas segurava o choro, “Jas eu preciso que você me entenda, eu sempre quis contar, mas eu não pude.”, ele falou tentando encontrar as palavras, “Por favor me deixe te contar toda a história.”, completou quase suplicando, Jasmine negou com a cabeça, se afastando, a segurei pela mão, “Ele merece se explicar, e você tem que saber a verdadeira história.”, falei calmo, Jas ainda resmungou algo, mas sentou no sofá, longe do Christopher, e me puxou para ficar ao seu lado.

POVs Christopher

Jas bufava em minha frente, eu pensava no que dizer, “Antigamente, era normal a família escolher com quem seus filhos iriam casar.”, falei calmo, “Até, hoje, Narcisa prima do Almofadinhas casou com o Malfoy por causa da familia.”, Remus falou sorrindo olhando para Jas, que concordou com um aceno, “E assim aconteceu, minha família decidiu que iria continuar a linhagem do puro sangue, com a família Kohl que concordou.”, falei os olhando, Lucia se remexeu ao meu lado, e pela primeira vez percebi Jasmine se interessando no que eu dizia, “A família Kohl se mudou para a mesma rua da casa da minha família, e eles tinham uma filha.”, falei sorrindo, e a imagem de Elizabeth dominou minha mente, “Morena, com os cabelos ondulados, e olhos azuis claros, tão claros como um céu ensolarado.”, completei rindo baixinho, Remus olhava para Jas encantado, “Sim, Jasmine é uma cópia perfeita da mãe.”, falei os olhando. Sorri relembrando as lembranças que por muito tempo tentei guardei para contar pra minha filha, “Bem, tenho que contar desde o inicio.”,

FLASH BACK ON

Elizabeth eu éramos inseparáveis, mesmo em Hogwarts, ela sendo um ano mais velha do que eu, e ter ido para Sonserina, isso nunca nos separou. Sempre quando tínhamos tempo livre, ficamos juntos. Assim como nas férias, e depois de um tempo eu vi aquela linda garotinha se transformando em uma linda mulher, ser desejada pelos rapazes. Sempre morri de ciúmes dela, mas nunca declarei o que sentia, “Rogers me chamou para sair de novo.”, Lizzie falou num fim de tarde, enquanto estávamos nos gramados da escola, “E você aceitou?”, falei um tanto zangado, ela gargalhou ao meu lado, “Eu amo o seu ciúmes.”, falou beijando minha bochecha.

Lizzie nunca aceitou sair com nenhum dos rapazes de Hogwarts, até mesmo meu irmão, que assim como eu também era louco por ela. Eu queria acreditar que no fundo ela me amava, mas nunca tive coragem de perguntar. Os dias dela em Hogwarts chegaram ao fim, ela viajou pelo mundo, e assim depois de um ano, chegou a minha vez. Minha família realizou um jantar para comemorar, e é claro, a família Kohl estavam presente, as duas famílias se tornaram muito amigas. Todos estavam lá, menos Elizabeth, já era tarde quando ela chegou, com um vestido na altura dos joelhos, o cabelo com cachos soltos, e os olhos azuis tão brilhantes, assim que me viu correu para os meus braços, “Senti tanto sua falta.”, sussurrou em meu ouvido, e como amei sentir o cheiro dela novamente.

Todos se reuniram para jantar, conversavam animados, Lizzie sentada a minha frente ao lado de Elliot, ela sorria para mim, até que meu pai se ergueu, “Tenho um anuncio a fazer.”, falou sorrindo, “Como sempre, nossas famílias prezam o puro sangue, e com isso, gostaria de comunicar, que meu filho Elliot, e Elizabeth irão se casar.”, papai falou orgulhoso, Elliot não expressou reação alguma, continuou com a cabeça baixa, Lizzie olhou para seus pais incrédula, e olhou para mim nervosa, eu não sabia o que fazer, ou o que falar, foi a decisão da minha família.

O jantar chegou ao fim, eu pouco falei com Elizabeth, doía vê-la ao lado de meu irmão, todos já estavam indo embora, até que senti alguém segurando minha mão, “Você não tem nada para me dizer?”, Lizzie falou séria, a olhei com dor no meu peito, “Espero que você seja feliz.”, falei encarando-a, Lizzie sorriu, e soltou minha mão, e aquela foi a primeira vez, que vi os olhos azuis claro que amo, se enchendo de lágrimas.

FLASH BACK OFF

Jasmine e Remus me olhavam surpresos, “Se você a amava porque não falou?”, Jas perguntou nervosa, “Eu tinha medo, do que minha família poderia fazer.”, falei calmo, “E se ela não me amasse?”, completei encarando-a, o silêncio dominou a sala, olhei para Lúcia que sorriu, eu sabia o quanto era difícil para ela ouvir aquela historia, “Você pode continuar?”, Jas perguntou sorrindo.

FLASH BACK ON

Assim que foi anunciado o casamento deles, sai de casa, mudei-me para o Brasil, comprei minha casa, e desliguei-me daquele mundo, não queria mais saber da minha família, de Elliot, e até mesmo da Lizzie, eu só queria distancia de tudo, e de todos. O convite de casamento dos dois chegou, mas nem ao menos o abri, tirei do bico da coruja e o joguei, eu não queria ver a mulher que amo, se casando com outro.

O tempo passou, e um dia fui acordado com uma coruja a minha janela, peguei a carta que ela segurava e reconheci a letra de Lizzie, tentei ser forte e jogá-la fora, mas eu sentia tanta falta dela, que fui fraco e comecei a lê-la.

“Christopher

Porque você sumiu? Porque você foi embora sem ao menos se despedir de mim? Você não tem idéia do quanto eu me preocupei com você. Nem com a sua família você tem falado Elliot também quer saber como você está.

Eu te esperei no meu casamento, esperei até o ultimo minuto, esperei que você entrasse pela porta, e impedisse aquele casamento, desejei tanto por isso, mas você não veio.

Christopher eu sempre te amei, mas eu sempre tive medo de você não sentir o mesmo por mim, por isso nunca falei, e agora, depois do meu casamento, Elliot falou, “Eu pensei que meu irmão iria aparecer, ele sempre te amou, assim como eu.”, você não tem idéia de como fiquei, você me ama.

Mas agora é tarde, estou casada com Elliot, é tarde de mais...

Com amor, Elizabeth.”

Depois de ler aquela carta chorei, como nunca tinha chorado em toda a minha vida, quebrei toda a minha casa, bebi todas as garrafas de uísque de fogo que estavam guardadas, e do fundo do meu peito, eu desejei estar morto.

Não foi fácil continuar levando a minha vida, conheci mulheres todos os dias, uma mais linda do que a outra, mas sempre no fim do dia, era ao lado de Elizabeth que eu queria estar. Numa manhã, estava jogado no sofá, quando alguém bateu a minha porta, resmunguei, mas a abri, Elliot me olhava sério, “Você está horrível.”, falou olhando-me dos pés as cabeça, “É a vida irmão.”, falei sem animo, dei espaço para que ele entrasse, Elliot olhou ao redor, com seu olhar superior, “Arruma suas coisas.”, falou encarando-me, “Por quê?”, perguntei confuso, “Você vai para Londres comigo.”, falou sério, eu gargalhei, “Não estou brincando, meu filho nasceu faz um ano, quero que você o conheça, e Lizzie quer vê-lo.”, Elliot falou grosseiro, o olhei incrédulo, eles tinham um filho, “Não vá por mim, vá por ela.”, falou calmo, concordei com um aceno, e arrumei minhas coisas.

Eu não queria estar naquela cidade, naquele lugar, não queria estar ao lado de Elliot, chegamos na sua, casa, entrei com vontade de sair correndo, “Papa.”, um garotinho vinha correndo em nossa direção, Elliot se abaixou e pegou o menino no colo, “Ei garotão.”, falou alegre, o menino ficou me olhando, “Benjamin, esse é o Chris seu tio.”, Elliot falou olhando de mim para o garoto que sorriu, “Oi.”, falei apertando o nariz do garoto que riu baixinho, ele tinha os olhos azuis, mas eram escuros, assim como de meu irmão, “Elliot?”, ouvimos uma voz vindo da cozinha, Lizzie veio em nossa direção, e assim que viu parou, “Oi amor.”, Elliot foi até ela e a beijou, desviei o olhar, não queria ver aquela cena.

Lizzie sorriu, e caminhou em minha direção, fiquei a encarando, até que ela ficou a pouco menos de dois passos de mim, “Oi, Lizzie.”, falei sorrindo, ela acertou um tapa no rosto, “Ficou maluca?”, perguntei com a mão no rosto, “Isso é por ter sumido sem se despedir.”, falou séria, e pulou em meus braços me abraçando forte, “E isso, é por estar aqui.”, falou baixinho perto do meu ouvido como sempre fazia, a abracei forte, e a girei, gargalhamos juntos, Elliot pigarreou ao nosso lado, nos fazendo lembrar que ele estava ali, a soltei, “Como senti falta dessa sua risada estranha,”, ela falou sorrindo.

Já fazia algumas semanas que estava na casa de meu irmão, e em todas as noites sonhei com o toque, os lábios de Elizabeth, e em todas as manhas ela me acordava sorrindo, “Ocorreu um problema na empresa do meu pai na Irlanda, vou ter que ir lá, voltarei em dois dias.”, Elliot falou numa manhã se despedindo, eu brincava com Benjamin na sala. Lizzie e eu brincamos com o pequenino Ben, o dia inteiro, em casa, no gramado, comemos besteiras, nos divertimos como antes. Até que a noite chegou, Elizabeth levou Benjamin para dormir, enquanto fiquei na sala tomando uísque, apoiei minha cabeça no encosto do sofá e fiquei de olhos fechados, ouvi passos se aproximando, e alguém sentando ao meu lado, “Chris?”, Lizzie chamou-me baixinho, abri meus olhos e encontrei o olhar dela, ela sorria.

Conversamos e bebemos por algum tempo, Lizzie estava deitada com a cabeça apoiada em meu peito, “Eu te amo.”, falei sem pensar, meu sangue congelou assim que pronunciei aquelas palavras, ela sentou-se e ficou me olhando, “Eu também te amo.”, falou calma, “Mas acabei por amar seu irmão também.”, completou baixinho, desviei o olhar e fiquei com a cabeça baixa, Lizzie ergueu meu rosto, e se aproximou junto nossos lábios num beijo calmo. Por muito tempo sonhei em sentir o sabor daqueles lábios, coloquei a mão em sua nuca e a puxei para mim, ela sentou em meu colo, e puxava meu cabelo, tirou minha camisa, e naquela noite, nos tornamos apenas um.

Acordei no sofá sozinho, com o sabor da Lizzie ainda em meus lábios, nas minhas costas as marcas da noite passada, vesti minha camisa, e sai, “Oi maninho.”, Elliot me recebeu sorrindo, “O que você está fazendo aqui?”, perguntei confuso, “Consegui resolver as coisas e voltei antes.”, explicou-me calmo, Lizzie desceu as escadas correndo, “Elliot?”, falou nervosa, ele a pegou no colo e a beijou, e nos braços dele ela me olhava séria.

FLASH BACK OFF

Jasmine me encarava sem piscar, “E assim eu trai meu irmão.”, falei calmo, “Isso tecnicamente não foi traição.”, Jas falou me olhando, “Vocês se amavam.”, completou baixinho, “Elliot não viu assim.”, falei baixinho, “Eu voltei para o Brasil, e depois de um ano, recebi uma carta da sua mãe, que dizia que estava grávida, que tinha dado a luz a uma menina, chamada Jasmine, e que eu era o pai.”, expliquei calmo, respirei fundo tentando encontrar as palavras certas, passei a mão pelo cabelo, e continuei.

FLASH BACK ON

Assim que a carta chegou, voltei para Londres, “O que você faz aqui?”, Elliot perguntou assim que entrei em sua casa, “Fiquei com saudades.”, falei sorrindo, Benjamin já com dois anos correu para mim, o peguei no colo, “Christopher?”, Elizabeth falou descendo as escadas com um bebê nos braços fiquei a encarando, “Essa é a Jasmine.”, Elliot falou assim que Lizzie chegou, coloquei Ben no chão e me aproximei, e uma menininha linda me olhou sorrindo, com olhos azuis claros, assim como os meu e os da Lizzie, “Ela é linda.”, falei baixinho, “Posso pegar ?”, completei olhando para Lizzie que sorriu e me entregou e menina, segurei firme a pequena Jasmine, “Oi lindinha.”, falei sorrindo, ela riu baixinho, Elliot me olhava desconfiado, assim como também para sua esposa.

Passei o dia na casa do meu irmão, sempre que tentava ficar a sós com Elizabeth ela fugia de mim, já era final da tarde, Jasmine e Benjamin estavam dormindo, meu irmão no escritório, entrei na cozinha e Lizzie estava apoiada na mesa, “Precisamos conversar.”, falei entrando na cozinha e fechando a porta trás de mim, “Não temos nada o que conversar.”, falou tentando fugir, a segurei e impedi que ela saísse, “Porque você não me contou antes?”, perguntei sério, ela tentava não chorar, “O que iria adiantar? Eu sou casada.”, falou calma, “Vem morar comigo.”, falei rapidamente, Lizzie negava com a cabeça, “Eu amo o Elliot.”, falou se afastando, “Mas Jasmine é minha filha.”, falei encarando-a, “Jasmine é o que?”, Elliot falou parado na porta, olhamos para ele assustados, “Elliot eu..”, Lizzie tentou falar, “Eu quero que você saia da minha casa agora.”, meu irmão falou com raiva me olhando, “Eu vou levar a Jasmine comigo.”, falei sério, “Não, eu não quero que ela e o Benjamin fiquem separados, ela vai ficar.”, Elizabeth falou decidida, “Ela é minha filha.”, falei aflito, Elliot segurou-me pela gola da minha camisa, e me arrastou para fora da cozinha.

Abriu a porta e me jogou para fora de sua casa, acabei caindo no chão, Lizzie correu para meu lado, “Ele vai te matar, vai embora.”, ela falou nervosa, “Mas eu não posso.”, falei aflito, “Por mim, por favor, aceite Elliot a criar como filha, e um dia contaremos.”, falou segurando meu rosto, enquanto uma lágrima escorria pela sua face. Concordei com um aceno, Lizzie beijou minha bochecha e entrou em casa, eu fiquei ali sentado naquele gramado, chorando, e aparatei.

Anos se passaram, e fui o melhor tio que Jasmine poderia ter, Elliot para me ferir, chamou-me para ser padrinho dela, e a pedido da Lizzie aceitei, sempre estive presente na vida da minha filha, mas sempre como o tio protetor, estava em minha casa, quando uma carta chegou, era de Elliot pedindo que eu fosse o mais rápido possível para sua casa, nem ao menos pensei, aparatei para casa de meu irmão, chegando lá encontrei Benjamin sentado no sofá chorando, “Benjamin que foi?”, perguntei confuso, “Christopher suba.”, Elliot falou do topo da escadas, as subi correndo e segui meu irmão, ele estava parado em frente a porta do seu quarto, entrei e encontrei o corpo de Elizabeth, corri para ele e chorei assim que percebi que ele estava sem vida, “O que aconteceu?”, falei chorando, “Sua filha a matou.”, Elliot falou com ódio, o olhei confuso, “Jasmine fez isso.”, completou com raiva, eu neguei com um aceno, Jas era uma criança, não poderia ter feito aquilo.

Elliot chutou a cômoda, fazendo-me voltar a si, “Eu vou levar a Jas comigo.”, falei determinado, meu irmão me olhou sério, “Ela vai ficar.”, falou se aproximando de mim, “Eu sou o pai dela, eu a criei, essa é a sua maldição, por ter me traído, conviver longe da sua filha, sabendo que ela matou a mulher que amava.”, completou segurando-me pela camisa, eu não sabia o que falar, eu tinha prometido a Lizzie que Elliot iria criar Jasmine, não poderia quebrar minha promessa. Sai daquele quarto e fui procurar minha filha.

FLASH BACK OFF

Os olhos de Jasmine estavam cheios de lágrimas, por lembrar daquele dia, “Eu te encontrei, e você me contou o que realmente tinha acontecido.”, falei a olhando, “Apenas um acidente.”, completei calmo, Remus apertou a mão da Jas, querendo lhe passar forças, “Eu não pude te levar comigo, e sabia que meu irmão iria te maltratar, por isso lhe mandei um protetor.”, falei sorrindo, Jas me olhou confusa, “Protetor?”, perguntei fazendo bico “Blue.”, respondi sua pergunta sorrindo, ela ficou encarando-me, “Ele é meu, o mandei para sua casa, para cuidar de você, sempre que Elliot fazia algo com você, ele voltava para minha casa e me contava, e eu sempre aparecia no outro dia.”, expliquei pausadamente, “Eu sempre achei estranho isso.”, falou baixinho, “Ele sempre cuidou de você, e hoje ele espiona seu pai para mim.”, falei sério, “Quando o Lorde das Trevas foi na sua casa, você o mandou para a cozinha, ele aparatou e foi ao meu encontro, eu fiquei com medo do que poderia acontecer.”, completei passando a mão pelo cabelo, “Por isso o mandei te levar para casa de James.”, disse a olhando.

Jasmine ficou em silêncio assimilando todas as informações, “Mesmo não sendo eu que te criei eu sempre fui seu pai, eu sempre cuidei de você mesmo de longe.”, falei com voz de choro, Jasmine sorriu, e se levantou, Remus ficou a olhando confuso, assim como eu e Lúcia. Ela parou na minha frente e abriu os braços, “Eu quero um abraço do meu pai.”, falou rindo, ergui-me num salto e a abracei forte, “Minha filha.”, falei com ela em meus braços.