PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 40
Capítulo 39 – Início de pesadelo




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Pokémon Estilo de Vida
Saga 03 – Guerra
Etapa 07 – Kevin

"Nunca vi nada selvagem sentir pena de si mesmo.
Um pássaro vai morrer de tanto gritar antes de sentir pena de si mesmo."

Capítulo 39 – Início de pesadelo

Kevin puxou o corpo sem vida de Maya para si em meio aos prantos. Ele chorava e não via que vários membros dos Fantasmas invadiam o local e o cercava. Falavam com ele, dando ordens, mas ele não escutava. Abraçava o corpo ensanguentado de Maya chorando e ignorando todo o caminho.

As armas foram apontadas enquanto ele chorava. Vinte metralhadoras lhe foram apontadas e mesmo diante ao pranto e nítido estado de choque, ninguém estava querendo sentir pena dele. As armas foram disparadas e Kevin continuou abraçado ao corpo de Maya, chorando e ignorando todas as balas atiradas contra ele.

A cena foi cortada e a pequena tela ficou cheia de chuvisco e estática. Uma mão desligou a tela e um suspirar pode ser escutado e o silêncio se fez. Não era difícil para as pessoas imaginarem que de alguma forma Kevin haveria de ter escapado novamente, já que quem filmava o acontecimento parece ter tido problemas.

– Não chore. - A voz disse sem muita emoção. - Se ele tivesse morrido teríamos visto a imagem do corpo e nossa transmissão não teria sido interrompida. -

Murilo encarava sua mais nova prisioneira com certo desdém. Não imaginou que iria conseguir capturá-la após o incidente inicial ter resultado em sua fuga. Mas, enquanto reposicionava-se e esperava DJ e Caçador voltarem de uma tentativa de contato com o império, acabou dando de cara com John e seu grupo tentando fugir em um barco.

– Eu odeio ele! Vão me fazer um favor em matá-lo! - Disse Lívia.

Pensou em matar todos, mas precisava de uma vantagem para atrair Kevin porque o império era uma variável que não esperava. Ambos os lados queriam a cabeça de Kevin e apesar de parecer muito vantajoso deixar que o outro lado matasse aquele Kevin, alguns dos membros faziam questão de dar ao menos uma facada no corpo dele. Para Murilo nada daquilo importava, mas era um exército contra ele e supostamente não estava pensando em enfrentar um, que dirá dois exércitos.

Capturar Lívia e deixar os outros irem foi uma opção lógica. Eles tinham mais valor vivo, principalmente John para que ele fosse avisar a Kevin a respeito e dar um ultimato ao rapaz, resgatar a menina em um prazo ou ser responsável pela morte dela.

– Sejamos realistas, você o odeia porque ele escolheu a morena novinha ao invés de você. - Murilo sorriu de forma debochada. - E por mais que eu respeito o ódio e a vontade de matar que uma mulher deixada de lado possui, você ainda é importante para ele. Logo uma ótima forma de atraí-lo para a morte. -

Lívia comprimiu os lábios. Já havia chorado tanto que seus olhos ardiam e a face estava toda molhada. Quando assistiu ao vídeo dele abraçado ao corpo de Maya e sendo alvejado por várias balas, seu coração foi a boca e teve certeza, aquele rapaz a sua frente viu que ela sentia algo por ele.

– Não é mais fácil só deixar os Países Livres matá-lo? - Perguntou Lívia. - Por que precisa me amarrar e dizer que vai me matar? -

Murilo olhou para ela por alguns instantes e olhou para o chão. Instantes depois Lívia seguiu o olhar dele. Havia um saco com algo ali e até aquele momento ela não sabia o que era. Fora arrastada para a faculdade e aprisionada ali perto daquele saco. Estava curiosa, porque Murilo fazia questão de olhar para aquele saco a cada instante.

Murilo se abaixou e abriu saco. Lívia arregalou os olhos e os fechou rapidamente, segurando um grito. Suas cabeças, decapitadas e ensaguentadas estavam ali dentro.

– Esses eram DJ e Caçador. - Disse Murilo. - Eles foram negociar com o império sobre a morte de Kevin, já que os dois lados faziam questão da morte dele e tecnicamente parece que eles ignoraram que o jovem não deveria morrer, conforme vontade do imperador. - Ocorreu um suspiro. - Mas, a resposta foi decapitação. -

Murilo já teria fugido da ilha se pudesse. Mas, havia os Fantasmas e o império. Nenhum dos lados deixaria que ele fugisse e se conseguisse os fantasmas sobreviventes iria trás dele. Não havia opções a não ser ficar e seguir com o plano de matar Kevin. Pretendia na verdade derrotá-lo, torturá-lo e entregá-lo para Lord Empalador. Afinal, sair vivo era a ideia certa.

– As cabeças estão aos seus pés para me lembrar do que eu devo fazer, mas também para quando Kevin chegar entender que ele está causando a morte de muita gente. -

– Mas, você acha que ele vai vir? - Lívia tentava conter o choro. - Estamos de um lado da ilha e a Riley foi levada pelo tal Roger para o outro lado. -

– Ele tem dez minutos para chegar aqui ou vou transmitir para toda cidade você sendo torturada. - Murilo a encarou. - Garanto que seus gritos de dor vão chegar até ele. Vão atormentá-lo e vão atormentar a cidade! Se ele por acaso sobreviver a esta noite, garanto que você vai atormentar para sempre a vida dele. -

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Havia muito sangue empossado. Os corpos estirados naquele ginásio eram inúmeros. Fantasmas, soldados do Império e habitantes de Khubar estavam caídos pelo ginásio, manchando o chão com o sangue a ponto de John quase escorregar em meio ao líquido viscoso.

Corria em direção a escola a cinco minutos atrás e parou ao começar a escutar o tiroteio. Tinha certeza que alguém estava sendo alvejado, mas de repente uma gritaria começou junto aos tiros e aos poucos tudo foi ficando silencioso.

John se aproximou do ginásio com cuidado. Quando começou a identificar os corpos caídos no ginásio quase vomitou, era muito sangue e muita gente morta, até crianças de colo morreram naquele lugar. Evitando um pouco do sangue acabou entrando Kevin, sentado e abraçado a um corpo de menina loira.

Fechou os olhos sentindo que a coisa seria mais complicada do que ele queria. Caminhou por um grupo de corpos caídos e completamente alvejados. Eram corpos de fantasmas, cerca de vinte deles. Não entendia como eles poderia ter sido mortos por tantas balas, pareciam até que ao invés de atirarem em Kevin atiraram neles próprios, ao menos aquela era a primeira impressão de John.

Quando acabou de se aproximar viu que em volta de Kevin várias balas estavam espalhadas em volta de Kevin. Abaixou-se pegando uma delas e viu que ela parecia ter se chocado contra algo antes de cair no chão.

– Kevin. - John chamou-o a meia voz. Não tinha certeza se estavam totalmente seguros, mas era meio ilógico que Kevin estivesse parado ali e ninguém tivesse atacado-os. - Está me ouvindo? -

Kevin não respondeu ou pareceu perceber que ele estava ali. Suspirou virou-se para olhar em volta novamente e então se materializou na frente dele um pokémon de copo arroxeado. John sacou rapidamente a arma e apontou para o pokémon que deu rapidamente um tapa em sua cara desaparecendo em seguida.

– Arf... O pokémon fantasma de Kevin. - John resmungou compreendendo que aquele era o Gengar de Kevin. - Será que você consegue me ajudar a entender o que aconteceu aqui? -

Gengar olhou-o por alguns instantes e por um momento John teve certeza, Kevin estava vivo por causa do pokémon e dificilmente saberia o que de fato aconteceu. Talvez, se ambos sobrevivessem e John ainda tivesse curiosidade sobre o que aconteceu ali ele viria a saber que Gengar após falhar em proteger Cody Mevoj decidiu vigiar o tal Roger de perto, já que ele pareceu extramente interessado em achar as meninas. O acompanhou por quase todo o momento, até mesmo após encontrar Kevin na praça.

Deixou Roger apenas quando Barreira caiu. Precisava avisar Kevin do paradeiro das garotas, sobre o perigo que elas corriam com Roger e sobre o amigo estar na cidade e ter sido morto. Chegou a Kevin e só conseguiu guiá-lo para a escola. No entanto, acabou ficando no caminho para parar alguns Fantasmas e com isso chegou ao local quando Roger saia e Maya já havia morrido.

Gengar teria seguido Roger e Rylei, mas ele viu os Fantasmas chegando e pode escutá-los gritar com Kevin. Não fosse a audição do pokémon e o fato da hesitação dos Fantasmas esperando por alguma reviravolta do jovem Maerd, talvez Gengar não tivesse conseguido chegar a tempo.

Mas, chegou e conseguiu usar o proteção para impedir que as balas acertassem Kevin e posteriormente fez todos os soldados verem uns aos outros como inimigos e assim caíram atirando uns nos outros devido ao efeito dos pesadelos infligidos por Gengar.

– Kevin! -

John chamou pelo loiro agora de forma mais forte. Recebeu apenas um olhar distante e cheio de lagrimas por parte do loiro. O moreno cerrou os punhos e olhou para o relógio de pulso.

– Cara, temos dez minutos para salvar Lívia, ou ela vai ser torturada! -

Não queria passar a ideia de desespero, mas sentiu que a voz entregou tudo. Não era comum ter que admitir ser incapaz de fazer algo, mas não conseguiu proteger Lívia e tão pouco poderia resgatá-la dos Fantasmas, até porque eles estavam em contagem regressiva. No entanto, por mais que a voz tenha passado o desespero, Kevin ainda parecia longe.

– Me escutou? - Gritou John.

– Ele foi assassinada pelo próprio irmão. - Disse Kevin parecendo desolado. - O irmão que minutos antes matou o pai com um tiro na cabeça. - O loiro fitou o moreno por alguns instantes. - Morreu tentando me proteger. Mas, sinto como se tivesse sido eu a ma... -

– Eu não sei o que aconteceu! - Disse John sério e o interrompendo. - Mas, Lívia morrerá porque você a tornou um alvo. Será como se tivesse a matado se não for ajudá-la. - Ele suspirou. - Também temo que a outra menina venha a ter mesmo destino nas mãos daquele garoto com o Noivern de asa machucada. -

Kevin apenas assentiu com a cabeça parecendo ter compreendido a situação. Voltou a encarar o corpo de Maya por algum tempo sem dizer nada.

– Sabe... Talvez ela fosse minha parente, talvez até irmã. Mas, acho que isso não importa realmente. - Ele então olhou para John e olhar foi se transformando em algo mais próximo de alguém que estava realmente presente. - Eu queria te dizer que vou levantar e dar um jeito em tudo, mas mesmo que eu resgate Lívia e Riley, o que será das famílias e amigos das pessoas que morreram essa noite? Vão um dia se recuperar? Vão conseguir tocar suas vidas e esquecer tudo isso ou vão querer vingança e virão atrás de mim e dar inicio a uma nova temporada de caça Kevin? -

– O que está a seu alcance é salvá-las, não dizer como quem sobreviver vai querer encarar o que aconteceu aqui - John parou a fala, por um pequeno instante e viu algo nos olhos tristes de quem começava a estar presente que não tinha visto antes. Via uma decisão.

Mas, uma decisão causava estranheza diante aquela fala. Que tipo de decisão gerava aquele tipo de pensamento? Talvez pudesse ser apenas uma preocupação. Mas, mesmo assim John não se sentia confortável diante dos questionamentos.

– Vai deixá-las morrer por causa disso? - Olhando para os corpos caídos, dos diversos grupos, o ex-criminoso perguntava-se sobre o que realmente havia acontecido ali. - Não que você possa salvar as duas. Lívia está na universidade e o garoto estranho com seu pokémon dragão com asa machucada vai para o lado oposto. Se não for na Lívia em oito minutos ela provavelmente morre nas primeiras horas de tortura, mas se não for atrás da Riley aquele nanico vai levá-la e duvido que consiga encontrá-la.-

– Posso resolver isso. - Kevin levantou-se carregando o corpo de Maya e estendeu para John o corpo. - Quero que saia da cidade e leve o corpo dela, por favor. -

– O que? - John olhou o corpo sem entender.

– Eu pediria para levar o corpo do pai dela também, mas vai ser complicado para você. - Kevin disse ao ver que John pegou o corpo da loira. - Vou pela última vez dar um jeito em tudo. - Ele virou-se e recolheu o corpo carbonizado de Fúria do Deserto. - Vou te dar cinco minutos. Acha que é tempo suficiente para sair da ilha?. -

– Cinco minutos? -

Os dois se encararam. John via a tristeza nos olhos do Maerd e tinha quase certeza que ele não parecia estar pronto para salvar as duas, mas para se despedir das duas. Teve mais certeza ainda quando os cinco minutos de prazo fora citado. O moreno sentiu um frio na espinha percebendo que algo de ruim aconteceria, independente do tipo de problema que Kevin estivesse tramando.

O que será que ele vai fazer? O moreno viu o Maerd começar a caminhar para fora da escola, acompanhado de Gengar.

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A altitude foi diminuindo até que sentiu seu corpo tocar o solo. Viu Roger precipitar-se e encará-la, como se ameasse-a para inibir uma possível fuga. Mas, ela sequer olhou nos olhos dele ou pareceu dar-lhe atenção, apenas ajeitou-se no chão, já que estava quase que sentada, e ali ficou.

– Aquele desgraçado! -

Riley viu o garoto recolher o pokémon irritado, sem dizer nada a ele. Sentiu o vento frio e gelado e escutou um trovejar que a fez lembrar que uma tempestade estava se aproximando. Encolheu-se sentindo demonstrando estar com mais frio do que realmente sentia.

– Sinto muito! - Disse Roger. - As coisas fugiram do controle com a presença de meu pai e Kevin, mas vamos sair dessa. - Ele apontava para algo que a menina não via ou se importava. - Essa lancha vai nos levar para... -

Roger parou de falar e percebeu que Riley não te dava a mínima atenção. Foi até ela e abaixou-se para ficar na faixa de visão dela. Ainda assim a menina parecia olhar algo que estava além dele, estava olhando através do corpo dele.

– Compreensível. - Comentou ele. - Você viu minha irmã morrer na sua frente por causa do Kevi... -

Um tapa acertou seu rosto fazendo tanto barulho quanto os relâmpagos que caiam causando os trovões. Roger que teve seu rosto deslocado para o lado voltou-o para encarar a amada e viu que ela ainda parecia perdida, olhando para o nada. Mas, seus lábios tremiam, o que não faziam antes. Aqueles lábio que ele tinha tanta vontade de tocar. Se aproximou dela, quase hipnotizado e fragilizado por aquele tremou e então sentiu a mão de Riley novamente acertá-lo no rosto, com mais força. Ele piscou algumas vezes e encarou-a, um pouco irritado.

– O que voc... - Ele parou de falar e conseguindo segurar a mão de Riley que vinha para outro tapa. - O que você acha que está fazendo? - Mal acabou de falar e a mão esquerda de Riley acertou sua outra face.

– Você não fala comigo! - Riley falou baixo, mas com um tom sombrio e irritado. - Não me dirija a palavra! - Puxou o pulso e se libertou, voltando a olhar para o nada.

Roger ficou atordoado pelo ocorrido. Nunca pensou em Riley batendo em alguém, nunca pensou que ela esbofetear a face de alguém, ainda mais tão forte.

– Olha só no que o Kevin te transform... - Outro tapa e desta vez quando ele voltou a olhar para ela, via raiva. - O que? - Ele questionou sem conseguir entender o motivo de tanta irritação.

Riley encarou os olhos cheios de olheira do seu primo e sequestrador. Ele parecia realmente não compreender o que ela estava falando e sentindo.

– Não ouse por a culpa no Kevin. - Ele berrou empurrando-o. - Você me sequestrou! Matou minha melhor amiga, prima e irmã. - Ela empurrou-o de novo quando ele tentou se aproximar. - Sua irmã! - Os olhos de la se encheram de lágrimas. - Como você quer que eu reaja? Como você quer que eu reaja você querendo colocar a culpa das suas coisas nele? -

– Se o Kevin não tivesse... - Um novo tapa e dessa vez Roger ficou irritado.

Ele levantou-se e caminhou por aquele lugar, tentando conter a fúria. Sempre soube que Riley não o aceitaria se ele se tornasse um assassino, mas imaginou que poderia explicar para ela que ele não teve escolhas. Se ela não o visse matando ninguém que ela conhecesse, se matasse pessoas na frente dela apenas para salvá-la, se conseguisse demonstrar remorso pelas mortes e pudesse fazer com que as mortes significassem que ela estava livre de seus destino, Riley o aceitaria.

Mas, ter que enfrentar seu pai na frente da garota não estava nem de perto previsto. Matá-lo, de uma forma covarde, com um tiro na cabeça, em um momento de distração não era incomodo. Mas, com Riley presenciando tudo aquilo acabava com qualquer chance de explicação. Mas, sabia que bastaria tirar a camisa, deixar seu corpo lembrá-la, com as cicatrizes expostas, o quanto ele sofreu nas mãos do pai e assim Riley não levaria em conta aquela morte.

Tudo teria ficado bem se Kevin não tivesse aparecido e estragado tudo. A presença dele despertou o medo de Roger perder a sua morena. Vê-la nos braços do loiro fez ele reagir por instinto. Foi um tiro instintivo, nem pensou que poderia acertar Riley. Percebeu que sua irmã se precipitou. Mas, já tinha puxado o gatilho enquanto Maya entrava na frente de seu adversário.

Ele tentava a todo momento não pensar na imagem da irmã defendendo Kevin. Ela que sempre foi a sua protetora agora estava morta por causa dele. Queria alguém para culpar e só havia uma pessoa que estava acabando com seu plano desde o primeiro momento, Kevin. Desde criança seus planos eram estragados pelo garoto, sem mesmo saber da existência dele. Riley não podia fazer várias coisas e com isso eles também não. Roger sentia-se como sendo roubado por Kevin a todo momento e agora ele havia roubado sua irmã.

Tentou vingar a morte dela, mas não conseguiu. O pior era saber que tudo havia acontecido diante dos olhos de Riley e que não havia o que fazer para tirar aquilo da cabeça dela. Roger não sabia mas a jovem Mevoj durante todo o momento que esteve indiferente a ele, estava comparando o pesadelo com a realidade. Em choque devido a ter presenciado seu pesadelo virar realidade e ao invés dela e de Kevin morrerem, era sua melhor amiga morrendo no lugar deles.

– Eu vou dizer o que vamos fazer. - Disse ele. - Vamos pegar aquele barco e... -

– Estamos a uma hora ou um pouco mais de uma tempestade. Se sairmos de barco a encontraremos em alto mar antes de alcançar uma outra ilha ou o continente. - Disse Riley levantando-se irritada. - Se quer me matar, atira em mim aqui que pelo menos alguém vai conseguir encontrar meu corpo e parar com essa perseguição idiota! - Riley berrou chorando.

– Matar você? - Roger pareceu não acreditar no que escutou. - Eu... Te amo! -

– Você não ama ninguém. - Disse Riley em lágrimas. - Nem a você mesmo! -

Roger respirou fundo, pronto para convencê-la de que ele realmente a amava, mas ao olhar para ela engoliu um seco arregalando os olhos e levando a mão a cintura em busca da arma. Mas, parou por um pequeno instante, Riley estava bem a sua frente e poderia acontecer o mesmo que aconteceu com sua irmã.

– Eu esperei por este momento muito mais do que esperei pela morte de meu pai. - Roger sacou uma pokebola.

Riley sentiu que ele não falava com ela. Olhou para trás e viu, parados a poucos metros dela, Meganium e Kevin, ambos com olhos vazios e frios. Ela sorriu aliviada, mas ele não sorriu de volta. Olhou para ela e logo depois olhou para um ponto onde haviam algumas madeiras empilhadas e outros barcos guardados. Ela apenas acenou com a cabeça indicando que entendeu e virou-se para Roger. Mantendo os olhos no garoto ela correu para se abrigar ali.

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“Encontramos o assassino!”

“O assassino está atacando!”

“O Assassino é louco!”

“Socorro! O assassino me persegue!”

A noite era densa. A escuridão havia tomado conta da cidade e o vento frio e forte que anunciava que a chuva se aproximava apenas completava o cenário do que acontecia por toda cidade.

– Senhor! -

Um soldado aproximava-se correndo de Lord Empalador, olhava para trás todo o tempo, parecendo tentar identificar se estava sendo perseguido. Chegou a tropeçar nos corpos empalados, sem cabeça, de DJ e Caçador. Ele olhou para o Lord que estava em pé, calmo e aparentemente, alheio ao que acontecia por toda a cidade.

– Escutei pelo rádio. - Lord empalador disse calmamente. - Depois o destruí. -

O soldado olhou para o aparelho espedaçado junto aos pés de seu general. Engoliu um seco, imaginando o que ele sofreria ao continuar o relato do que estava acontecendo.

– O Assassino de Razor está atacando nossos soldados, de forma estranha. - Iniciou o relato. - Ele parece que se multiplicou e tem o poder de se transformar. Eu vi meu avô com uma foice a poucos instantes do assassino loiro ter aparecido em minha frente. -

O soldado tentava esconder que estava assustado a ponto de tremer e que não veio avisar o que estava acontecendo e sim havia fugido, desesperadamente.

– Ao menos meu filho perdeu para alguém de habilidade. - Comentou o Lord. - O que está acontecendo é que ele está atacando a cidade inteira com uma onda de pesadelos. Ele está usando um pokémon fantasma para infligir pesadelo pela cidade inteira. As pessoas veem seus piores pesadelos e acabam morrendo enquanto tentam lutar com as coisas que só eles estão vendo. -

O piscou aturdido com aquilo. Realmente sabia ser alguma espécie de ilusão, mas estava com dificuldades de acreditar que era algo que atingisse toda a cidade e que o Lord já soubesse o que estava acontecendo. Pensou em perguntar, mas então viu, atrás de seu General, o corpo ensanguentado do Sacerdote psíquico que os acompanhava. Não foi necessário muito para compreender que o Sacerdote havia identificado o ocorrido, mas não antes de acabar morrendo. Talvez, o próprio Lord, sofrendo com o pesadelo, tivesse matado o sacerdote. Mas, talvez não fosse importante realmente aquele fato.

O importante era que Kevin realmente estava nas costas de Pidgeot, em um ponto bem alto no centro da cidade e acompanhava seu Gengar infligir o ataque de pesadelo por quase toda a cidade. Todos eram acertados, fossem fantasmas, soldados ou habitantes. Todos viam o rapaz loiro no inicio e logo depois ele se transformava na coisa que dava mais medo a eles. Alguns desmaiavam de medo, outros tentavam fugir e devido a confusão que ocorria na cidade eles acabavam se machucando. Mas, a maioria, por serem guerreiros armados, tentavam lutar e acabavam matando outras pessoas que sofriam com seus pesadelos, enquanto causavam ferimentos a eles mesmos no caminho.

Apenas dois pontos a imagem de Kevin não se transformava nos piores pesadelos de quem estava presente. Em um deles a imagem de Kevin comandava Meganium, em uma batalha contra Roger, na tentativa de salvar Riley. Felizmente a menina havia compreendido que era para esperar, pois se ela entrasse na área dos pesadelos, também seria atingida. O outro ponto era na faculdade, onde trinta dos fantasmas estavam para começar a se confrontar com a imagem de Kevin que era acompanhado de Luxray. Para todos Kevin era real e ninguém parecia desconfiar de nada. Apenas Luxray e Meganium sabiam que Kevin não era real e sabiam que poderia lutar como quisessem que um comando só viria para eles caso precisassem de ajuda.

Na minha última jornada eu e Gengar usamos muito a ideia de iludir a pessoa com pesadelos coletivos nas apresentações dos Concursos Pokémon, especialmente no Grande Festival. No geral, nunca usamos o ataque em tantos pessoas e para machucar alguém. Mas, hoje, eu vou conter as duas equipes que tentam me matar e fazê-las viverem todo o terror que me fizeram viver essa noite. Eu sou selvagem e não vou chorar antes de morrer, mas eles vão! Porque eu sou Kevin Maerd Júnior e não vou perder mais ninguém que amo!


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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