PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 30
Capítulo 29 – Antigos amigos Domingo


Notas iniciais do capítulo

Acho que algumas pessoas curtirão esse episódio mais do que outras. Mas, ele era necessário para amarrar e fechar um viés de exploração que aconteceu.
Gosto deste episódio, em particular, porque mostro como fazer algumas coisas ... heheheh



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 06 – Laços

"Às vezes somos forçados a driblar a verdade,
transformá-la,
porque somos colocados à frente de coisas que não foram criadas por nós.
E às vezes, as coisas simplesmente chegam até nós."

Capítulo 29 – Antigos amigos (Domingo)

Algo úmido tocava seu rosto. Tentou afastar com as mãos, mas acabou sentindo que as mãos também ficavam úmidas e que fosse o que fosse era pegajoso. Abriu os olhos e viu olhos assassinos quase grudados ao seu rosto.

Por alguns instantes ficou estático. Não seria a primeira vez que acordaria pensando estar em um local e se depararia com outro, sem explicação nenhuma. Era comum que após dias sem dormir corretamente acabasse apagando e dando trabalho para seus pokémon ou pessoas desconhecidas que se apiedavam dele. Felizmente, os olhos assassinos era de Luxray, o que significava que o pior que poderia ter acontecido é haver uma pilha de corpos jogada a poucos metros de onde ele estava deitado.

Sentou-se e sorriu aliviado de que ainda estava na casa do Mevoj e que nada havia mudado. Sentiu a cabeça e o corpo informando que não dormira o suficiente, mais uma vez. As meninas estava abraçadas, uma a outra, no sofá menor, dormindo e o restante da casa estava em silêncio, já que o barulhento guardião da vez estava ali, encarando seu treinador com extrema atenção.

A noite fora conturbada. Deitaram-se antes da meia-noite, com Kevin tendo colocado de guarda o pokémon elétrico. Ele costumava revezar os pokémon e naquela noite era a vez de Luxray que deixou as meninas apreensivas com sua presença e postura de ficar dando voltas pela casa. Não levou cerca de trinta minutos até as meninas chamarem Kevin gritando do quarto e mostrar que o pokémon estava as enlouquecendo caminhando na escuridão com aqueles olhos grandes e assustadores.

O jeito foi levá-las para dormir próximo a ele, mas elas demoraram para se acalmar e dormir. Maya tinha certeza que Riley iria ter um pesadelo naquela noite e por isso ela e Kevin ficaram acordados mais um tempo, mas acabou que Riley não despertou, Maya caiu no sono e Kevin fora dormir eram três da manhã.

– Amigão, são seis da manhã. - Ele suspirou. - Eu sei que você está querendo fazer a corridinha matinal, mas eu estou... - Kevin parou de falar olhando a feição do pokémon. - Fome? -

Esqueci completamente de comprar comida para os pokémon. Teremos de ir a uma das ilhas anexas de Khubar para fazer compras. Acho que deve estar faltando comida até para nós, depois que Maya fez tudo aquilo no café da manhã de ontem. Vou fazer uma lista do que comprar, hoje é domingo e só vou colocá-las no navio na sexta. Kevin engoliu um seco ao ver que seu pokémon estava ficando irritado de fome.

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– Sempre torci para que você se tornar Mestra Pokémon de Água. -

A fala não saiu tão entusiasmada quanto esperava. Aquilo pareceu mais um comentário de quem não tinha o que dizer, mas no final era bem o que acontecia. Ash não tinha o que dizer naquele momento. Possuía um passado com Misty que fora deixado de lado devido as brigas e divergência de visões que passaram a ter na época em que as organizações criminosas tentaram dominar o mundo. Ash seguiu, prosperou e acabou casando-se com serena, mas Misty o culpou de não tê-la ajudado em um momento difícil e passaram a ser quase inimigos.

A Liga Aquática que Misty construiu com a ajuda de outros empresários era vista como uma inovação rentável e que poderia passar a representar o futuro, uma ameaça a Associação de Batalhas presidida por Ash. O destino os separou, mas agora os unia.

– Ambos sabemos que isso não é verdade. - Comentou Misty. - Se assim fosse não teríamos tido mais de um ano de negociações. - Ela não encarou-o. - Mas, eu realmente gostaria que não viesse com o Pickachu. Apesar de tudo, gosto dele! Não o quero machucar. -

O pequeno rato amarelo, que estava no ombro de seu parceiro, sorriu animadamente para a ruiva. Pickachu era um pokémon animado e que se mantinha de fora de toda aquela briga dos dois humanos.

– As negociações não eram apenas quanto a seu título. - Ash desistiu de falar sobre aquilo. - Mas, acreditem ou não, admiro o que fizeram aqui. -

Os aplausos começaram a tomar conta do corredor onde estavam. Uma luz verde se acendeu e eles começaram a caminhar pelo corredor de concreto que aos poucos virou um corredor de vidro que passava por baixo da água, por onde podiam ver muitos corais.

A Liga Aquática havia sido uma surpreendente criação e aquele era seu estádio principal que comportava cerca de duzentas mil pessoas, cem mil nas arquibancadas no modelo normal e outras cem mil em lugares submersos, por onde podiam acompanhar a luta na superfície por telões e a luta submersa em primeira mão.

Ash já havia dado um espiada no que o esperava. Era uma ilha de areia e pedra e o restante, corais e água. Sua escolha de usar o Pickachu era para agradar a maioria dos fãs, já que o pokémon era um dos mais queridos, mas ele admitia que gostaria de usar outro pokémon contra a monstruosidade Gyarados que teria de enfrentar. Confiava em Pickachu para o recado, mas as falas de Misty o preocupavam, ela viria com tudo e com certeza um dos lados poderia sair machucado.

A ideia de se posicionarem no mesmo corredor não agradou muito ao então presidente da Associação de Batalhas, mas todos os que ali chegavam para lutar entravam por aquele corredor, junto a seu adversário.

– Diante de todos vocês, mestres, celebridades, políticos, empresários, treinadores e tantos outros. - Era difícil identificar quem estava realizando a apresentação. A voz era desconhecida mundialmente, mas aquilo não importava. - Hoje vocês verão o Mestre Pokémon Satoshi Ketchum, o então Presidente da Associação de Batalhas, enfrentar em uma batalha de avaliação a então Mestre de Cerimônias da Liga Aquática Misty para ao final poder sagrá-la, se ela vencer, Mestra Pokémon! -

Misty estava em um vestido azul que lembrava realmente água e dava a impressão de estar molhado. Encarou seu adversário que já tinha dado sinal para Pickachu se posicionar. Ele havia se vestido como se fosse para uma jornada, calça jeans, jaqueta, tênis.

Cada um estava em uma plataforma elevada onde possuíam três telas, uma que ficava sempre fixa ao seu pokémon, mostrando o local onde ele estava e permitindo que analisassem se ele estava consciente ou não e duas outras que mostravam o que eles pediam, para tentar procurar algum pokémon escondendo-se e assim ajudar a seu parceiro.

A Liga Aquática realmente tinha uma estrutura impressionante. Um novo padrão de liga passara a existir a partir daquela filiação a Associação de Batalhas. Todas as outras seguiriam alguns dos moldes criados ali.

– Comecem! -

A voz ordenou trazendo a atenção de todos para os treinadores e seus pokémon. A arena era aquática. Não era piscina, era uma construção no meio do oceano. A profundidade era grande, as áreas para um pokémon de solo correr era pouco. Mas, Ash não parecia nada preocupado.

– Fúria do Dragão! -

O primeiro comando surpreendeu a todos. Um ataque daquela proporção logo no começo era difícil ser acertado. Mas, enquanto a maioria que assistia acreditava naquele golpe forte logo de inicio para surpreender, os mestres no local estreitaram os olhos e aguçaram as mentes para descobrir rapidamente o que aquele ataque escondia.

– Agilidade e Equipamento Volt! - Gritou Ash.

A serpente de propriedades draconianas disparou seu raio incandescente contra a ilha. Mas, o rato elétrico começou a correr e poucos segundos antes da água foi envolvido pela eletricidade do corpo e pareceu duplicar sua velocidade começando a correr por cima da água.

Muitos aplausos começaram a acontecer. Pickachu em alta velocidade conseguir correr por cima da água era realmente admirável. Ele acabou caindo e afundando após chocar-se contra o pokémon adversário. A serpente sentiu fortemente o ataque e demorou conseguir se estabilizar, mas o famoso dano colateral do ataque Equipamento Volt, estava fazendo efeito no seu adversário que também precisou de um tempo para se estabilizar.

Mas, mesmo assim os aplausos continuavam. O motivo pelo movimento de Misty foi revelado, a ilha foi totalmente destruída e naquele momento, não havia mais nenhum ponto na superfície para que Pickachu poder ficar fora da água.

– Pickachu use o Choque do Trovão. - Gritou Ash.

Era básico. Um treinador de nível intermediário conseguia ser rápido o suficiente para oprimir aquela sensação de impotência para o mar sem terra e perceber que seu pokémon elétrico estava agora conectado direto ao maior, e melhor, condutor de eletricidade que poderia existir, sendo que o adversário não deveria poder escapar.

– Primeira defesa, Proteção! -

Ash não gostou do efeito daquilo. O choque eletrizou toda a água, mas o Gyarados foi protegido por uma esfera esverdeada que o envolveu.

Não é comum que um pokémon agressivo como Gyarados use o proteção. No geral, ele não escuta ou se presta a usar ataques que não venha a ferir o adversário. Misty fez um grande trabalho com ele. É mais do que ganhar a confiança ou sobrepujar o instinto do pokémon, ela realmente se conectou com ele para isso. Ash compreendia que Misty tinha um nível muito superior ao que ele via nos vídeos ou esperava.

– Surfar! -

Uma grande onde foi feita rapidamente e quebrou em cima do rato elétrico. O impacto levou-o para o fundo e por alguns instantes todos pensaram que era o fim, mas Misty sabia que se Ash prepara o pokémon para correr por cima da água, ele tinha o preparado para prender a respiração. Se ele estivesse na média seria um para dois minutos. Faria o pokémon se afogar antes que pudesse usar novamente a eletricidade.

Um dos pontos mais interessantes de se estar no nível de mestre pokémon era compreender que pokémon podiam usar golpes simultâneos aos seus próprios, ou enquanto estivesse levando algum. Mas, tudo tinha limite. Pickachu era forte, já havia provado anteriormente poder atacar enquanto estava sentindo dor, principalmente porque era uma das características dos pokémon elétricos, dispersar eletricidade quando sentia dores.

Mas, sentir dor era diferente de estar concentrado. Para manter a respiração presa por tanto tempo precisaria estar concentrando-se. Ou se já estivesse treinado, teria que estar esforçando-se para subir. Sua atenção estaria voltada para isso, então estava sem poder atacar, bastava dificultar a vida dele para voltar a superfície.

– Pulsação de Água! -

O comando anulava as chances do rato atacar e nadar para a superfície ao mesmo tempo. O movimento fez as águas ficarem revoltas e impulsionarem o rato ainda mais para baixo. Ash até gritava um ou dois comandos, mas seu parceiro não conseguia escutar.

– Não é tão fácil! - Gritou Ash que enfiou a cabeça dentro da água. - Inves... - Retirou a cabeça da água após gritar aquele pedaço e pegando ar o fez de novo. - … Tida... - Mais uma vez e desta vez mais rápido ele retirou a cabeça da água. - Trovão! - Ash saltou para trás no mesmo instante.

Pickachu ouviu o grito dentro da água. As ondas sonoras viajavam bem dentro da água, se emitidas já submersas. Ou ao menos assim funcionava com os seres marinhos e testes feitos em Submarinos e outros equipamentos. Ash apenas seguiu essa linha de raciocínio.

– Segunda forma de proteção, Tornado! -

Flutuando no mar revolto o pokémon rato eletrizou seu corpo e fez o Equipamento Volt, ou Investida trovão como Ash havia chamado dessa vez, mirando a superfície. Mais lento do que gostaria, mais lento do que estava acostumado. A corrida se transformou num nado acelerado que o levou para fora d a água ganhando as ares.

Toda água foi eletrizada novamente, mas o comando de Misty protegeu novamente seu pokémon. As propriedades de ar do pokémon permitia a formação do famoso ataque voador tornado. Ao redor do pokémon serpente do mar, o tornado se fez e toda água que ficava entre ele e o tornado, já que ele estava no meio do tornado, foi retirada. A água em volta foi eletrizada, mas Gyarados, não estava mais em contato com a água.

– Use... - Ash parou ao ver que seu pokémon estava sofrendo com os efeitos colaterais da técnica, que o deixava sofrendo com sua própria eletricidade durante alguns instantes.

– Minha vez! - Gritou Misty sabendo que agora tinha como fazer um ou dois comandos. - Rajada Tóxica! -

Ash arregalou os olhos. Proteção já era algo que um Gyarados dificilmente aprenderia devido a sua personalidade e características. Mas, a Rajada Tóxica era ainda mais raro. O pokémon saberia usá-lo facilmente, sua biologia o facilitaria para aquilo e muitas vezes envenenava o seu adversário quando suas fortes escamas acabavam enroscando-se nele. Mas, o veneno não era letal e nem usado de forma proposital e por isso não usava o ataque.

A surpresa de ver o ataque era ver Misty comandando aquele ataque. Nunca vira a amiga usá-lo enquanto ela era líder de ginásio e mesmo depois da Liga aquática, assistiu várias batalhas, talvez todas, e nunca a viu usar. Ela havia se preparado para fazer uma luta diferente contra Ash, claramente.

O presidente sentiu-se pressionado. Tinha poucos segundos para decidir o que fazer. Se Pickachu fosse acertado pelo veneno era o fim da luta. Ele estaria se mexendo todo o tempo, por causa do nado, assim acabaria fazendo o veneno fluir por todo o seu corpo. Fosse letal ou não, o veneno certamente iria acabar com as forças de Pickachu. Mesmo que arriscasse outras descargas elétricas direto na água, Misty mostrou-se eficiente em defender-se contra isso. Era preciso defender-se, da rajada, atacar e não deixar mais que aquele tipo de ataque fosse usado.

Mas, se Pickachu pudesse fazer algo, seria poucos segundos antes de ser acertado, pois a rajada seguia seu caminho, Pickachu caia para a água e estava quase que imobilizado pelos efeitos colaterais da Investida Trovão.

– Investida Trovão! -

O pokémon escutou e forçou-se a agilizar o ataque. Era um movimento que teria novamente efeito colateral sobre ele, mas permitiria defender-se e atacar ao mesmo tempo. Revestido de eletricidade e seguindo em direção aseu adversário Pickachu passou pela Rajada Tóxica, queimando-a com a eletricidade e seguindo para atingir seu adversário.

– Proteção! - Comandou Misty.

Pickachu chocou-se contra a esfera esverdeada de proteção e logo depois caiu na água imóvel sofrendo os danos colaterais do seu ataque. Agora Pickachu estava indefeso próximo a Gyarados. Todos sentiram que aquele seria o fim da batalha. Treinadores iniciantes e intermediários usuários um ataque físico e acabariam com tudo. Com sorte o pokémon amarelo perderia os sentidos antes de se recuperar dos danos colaterais e assim não poderia usar a eletricidade. Treinadores de alto nível usariam ataques energéticos para não entrar em contato com o pokémon e não correr riscos.

Treinadores de alto nível em diante sabiam que o segredo para vencer as defesas de Misty era a velocidade do ataque. A velocidade de defesa do Gyarados de Misty era grande por isso conseguia subjugar a velocidade de condução da água na distancia que Pickachu estava tentando atacar, mas se mais perto não haveria tempo de defender-se.

– Vou terminar isso com algo especial! Simples e é incrível que demorei para pensar nisso. - Ela sorriu. - Time Duplo e Tornado! -

– Assim que conseguir, dispare quantos relâmpagos conseguir! - Gritou Ash.

Misty sorriu. Era o que ela esperava que o ex-amigo faria, usar relâmpagos por quase toda a arena, a esmo, tentando acertar o original. Mas, aquele seria o fim de Pickachu e da batalha.

Seis ou sete Gyarados surgiram na arena mar e todos iniciaram o tornado. Eram inúmeros redemoinhos fazendo a água rodar e e levando Pickachu de um lado para o outr. Algumas vezes ele ficava por longos períodos submerso e outros ele simplesmente era jogado para outro tornado de vento e água.

Pickachu começou a usar o ataque Relâmpago. Invocava repetidas vezes os relâmpagos que chegavam quase que em conjunto. Em um momento chegaram cinco de uma vez e nesse momento o rato foi arrastado para baixo, pelas águas.

Cowboy é um gênio. Um pokémon elétrico contra um Gyarados, lutando no mar, tem quase 90% de conce de vencer se forem do mesmo nível, devido a possibilidade de usar descargas elétricas dentro da água sem se machucar. Isso porque as propriedades de absorver a eletricidade são grandes. Mas, todo pokémon elétrico tem um limite, independente de qual ambiente ele esteja. O Pickachu foi debilitado primeiro o que reduziu as resistências, agora acabou de levar 5 relâmpagos conduzidos pela água. Ele não terá a capacidade de resistir aos próprios ataques. Mesmo que consiga, ele continua se auto atacando. O movimento de Cowboy é simples, fazer o Pickachu se atacar. Misty sorria. Havia contado três minutos desde que Pickachu havia afundado após os últimos cinco ataques.

A plateia já havia ficado em silêncio e esperava para ver o resultado. Misty viu seu pokémon cessar o ataque e todos ficaram apreensivos. Misty sabia que os próximos segundos decidiriam a batalha para um dos lados. Pickachu certamente atacaria sem comando, se ainda tivesse condições, e ela não teria como comandar uma defesa de algo que não veria vindo.

– Bem... Acho que ganhei. - Sorriu Misty.

– Ainda estou na batalha! - Disse Ash confiante.

– Não, não está! - Disse Misty calmamente. - Eu sei que pelo seu visor está conseguindo ver Pickachu. - Misty apontou o telão principal. - Mas, desde que realizou os cinco ataques relâmpagos, Pickachu não fez mais nenhum movimento. Isso faz exatos cinco minutos, conhece as regras, certo? -

Ash arregalou os olhos e olhou seu visor e jogou-se no mar, atrás de seu parceiro. Enquanto a plateia explodia em aplausos e gritos pela vitoriosa. Cinco minutos era o máximo de tempo que um pokémon poderia ficar inativo, fosse qual fosse o tipo de situação. Se não conseguisse efetuar algum novo movimento dentro deste tempo, ele seria dado como desclassificado.

O sorriso dos lábios de Misty aumentou quando viu aquela cena. Ela venceu e de forma humilhante. Talvez a maior humilhação tenha sido Ash não perceber que havia ficado cinco minutos sem ação. O movimento básico e simples de Cowboy fora assustador para todos, tantos Gyarados atacando ao mesmo tempo e criando tornado por todos os lados era realmente uma cena terrível. Mas, o esquecer de regras do presidente certamente superaria a quantidade de comentários que sua técnica receberia.

Estendeu os braços escutando os aplausos que todos estavam dando. Via muitos de pé e fechou os olhos imaginando que dentro de mais alguns minutos receberia o melhor dos presentes, ver Ash se curvar para ela e condecorá-la com o título de Mestra Pokémon. Ela novamente tinha sua vingança pessoal.

Nem precisei usar dos serviços de Roger. Quando resolvi ajudar Roger, imaginei que eu poderia vir a perder essa batalha, ou se vence-se não seria uma vitória atraente e digna de mestra. Mas, Ash não teria chances de dizer tais palavras já que Roger daria cabo dele. Ainda bem que a humilhação do presidente ele foi o suficiente apenas com a batalha, afinal os Países Livres entraram em guerra e agora Roger deve estar com muitos problemas, seja ele culpado pela morte de Razor, seu primo, ou não. Misty abriu os olhos quando escutou os aplausos diminuírem e e escutar alguns comentários preocupados inciarem.

Ash arfava sem forças, tentando se manter na superfície. Não conseguia achar Pickachu nas profundezas e após algumas tentativas, já não conseguia mais tentar.

O sorriso da ruiva naquele momento teve que ser contido, afinal pegaria mal sorrir diante de uma cena de desespero como aquela. Gostava muito de Pickachu para sorrir com a possibilidade dele morrer afogado. Os paramédicos corriam e já estavam prontos para cuidar do pokémon quando ele viesse a superfície, mas ele não conseguiria sozinho.

– Gyarados! Traga-o para a superfície! - Comandou Misty.

<><><><>

Era uma tentativa que poderia ser frustrada facilmente. Era milhares de pessoas que vieram acompanhar aquela batalha eletrizante. Presenciar o duelo de Misty e Ash foi empolgante para todos, mas Mordecai queria um pouco mais.

– Como eu vim parar aqui com você? -

Leila tinha decidido fazer uma jornada rápida após conversar com Kevin ao final do torneio de sua escola. Iria sozinha, mas acabou levando consigo Mordecai como um favor a ele e a ela mesma. Ela não passava um ar muito maduro e por mais que o jovem amante de pokémon aquáticos fosse um tanto engraçado e atrapalhado, ele era um esmo de proteção a mais.

A decisão se mostrou muito acertada depois do anuncio de guerra dos Países Livres. Apesar do rapaz ter entrado em desespero inicial, viajar sozinha durante uma guerra parecia ser problemático. A maioria das pessoas que viajavam sozinhas eram paradas e vistoriadas, mas eles, dois treinadores seguindo para o evento pokémon do ano, no meio do oceano, acabavam passando por barreiras policiais com certa facilidade. Algumas vezes Leila brincava que Mordecai tinha um ar retardado demais para ser considerado um assassino decapitador, o que no fundo ele sabia ser verdade.

Após enfrentarem dois ginásios aquáticos eles correram para ver a batalha que daria a Misty título de Mestra Pokémon aquática, um antigo sonho da ruiva mulher. Mas, Mordecai queria um autografo de um mestre. Se fosse de Misty seria melhor, mas qualquer mestre presente ali estaria de bom tamanho. Por isso estavam correndo por corredores internos do complexo, tentando chegar na área privada dos mestres.

– Vai dizer que não quer ficar pertinho de um mestre, também? - Mordecai ignorava as reclamações da amiga. - Eu vou te colocar frente a frente como um mestre como forma de agradecimento por pagar essa jornada, pois eu nunca teria dinheiro para tanto. -

Leila parou de correr. Não estava cansada. Ela quis apenas segurar o riso. Não costumava gastar tanto dinheiro, mesmo os pais sendo ricos. Mas, resolvera abrir uma exceção para aquela jornada.

– Não precisa agradecer. - Disse Leila.

Mordecai voltou sorrindo e apontou para uma porta que teriam passado sem perceber. A placa dizia que daria acesso a cabines exclusivas. Não sabiam exatamente de quem eram as cabines exclusivas, havia políticos, empresários, celebridades do mundo pokémon, além dos mestres. Mas, teriam que arriscar. O problema foi que a porta começou a se abrir e eles se olharam alarmados.

Não tinham permissão de estarem naqueles corredores, conseguiram apenas por um descuido dos seguranças. Certamente ninguém iria prendê-los por estarem ali, ao menos era o que imaginavam. Mas, se estavam ali precisavam chegar um pouco mais longe.

Leila foi rápida. Empurrou Mordecai para baixo da escada que daria na porta. Seria difícil os dois ficarem escondidos ali, mas não havia outra opção, não sabiam para que lado quem estaria saindo pela porta iria. Além disso, pelo corredor não havia opções de esconder-se por alguns bons metros. A loira tinha certeza que não conseguiria correr até o próximo, sem fazer grande barulho.

– Estou impressionada que tenha passado pela segurança, chegado a cabine dos mestres e escolhido a mim ao invés de Cinthia, Wallace e outros. -

A dupla escondida viu uma moça jovem e loira descer as escadas. Ela estava usando uma roupa bonita de combinação de vermelho e branco com calça, blusa, colete, joias e cinto de pokebolas.

– Julia Maerd não deveria se desvalorizar. - Sorriso debochado, cabelos pretos, terno preto meio largado. - Como sabe, eu, Brad Torque, também sou de Kanto e realmente prefiro mestres de minha região. -

– E ofendeu meu irmão até dizer chega. - Disse Julia com um sorriso marto. - Mas, vejamos, o que gostaria tanto de falar comigo que não podia falar na frente dos outros? -

Uma pokebola foi erguida por parte do rapaz e apenas uma risada foi dada por parte da loira. A dupla escondida estava totalmente compenetrada com a situação. Primeiro queriam que eles saíssem logo dali, mas aos poucos foram vendo que ali estava uma chance de ouro. Julia Maerd estava ali ao alcance deles. Era uma das mestras presentes mais simpáticas e acessíveis. Escutaram a confirmação que atrás daquela porta estava o caminho a cabine dos Mestres Pokémon presentes e agora viam alguém desafiar a mestra.

– Adoraria cruzar pokebolas com você, mas não é o momento nem o lugar. - Ela simpática ao dizer aquilo e parecia muito tranquila. - A estrela hoje é Misty e sua liga aquática. -

– Nós vamos lutar, vou te derrotar e se tornará prisioneira dos Fantasmas para atrair ser irmão. - Disse Brad calmamente e viu que a expressão da mestra mudou.

– Acho difícil que isso aconteça. - Julia de repente sacou uma pokebola.

– Vou te propiciar um passeio interessante! - Disse ele debochado. - Uma base com mais de quatrocentas pessoas se preparando para enfrentar seu irmão na sexta feira. Se ele não aparecer oara te salvar, invadirão Khubar para caçar seu irmão e matar todos os que ele conhece. - Brad parou. - Bom e não preciso dizer que também morrerá, né? -

Uma música começou a tocar e Brad cerrou os punhos. Era a música que dava inicio a cerimônia que daria a Misty o titulo de Mestra Pokémon. Demoraria dez minutos, tempo em que ninguém se levantaria para fazer nada, pois não perderiam nenhum segundo da cena.

– Ao final desses dez minutos, você seria minha prisioneira! - Disse Brad.

– Você vai estar morto antes que isso aconteça. - Disse Julia.

A dupla escondida prendeu a respiração diante das últimas falas. Estavam diante de uma batalha de vida ou morte. E dependendo do resultado daquela batalha a cidade onde viviam seria invadida e muitos morreriam.

<><><><>

Eram risadas gostosas de se escutar, as meninas estavam animadas. Passaram o dia inteiro fora, o que era totalmente inesperado. Kevin havia acordado-as e saíram antes das sete da manhã voando com Pidgeot para uma das ilhas onde os mercados estariam abertos, pois era domingo. Tomaram café em uma padaria antiga, que não possuía sistema de segurança para filmá-los e foram a um mercadinho no seu horário de maior movimento, para que ninguém realmente ficasse dando muita atenção a eles. Antes do almoço já estavam prontos para voltar, mas resolveram almoçar por lá, especialmente por não haver local para levantarem voo com Pidgeot sem chamar a atenção.

Gastaram a tarde com Maya treinando com seus pokémon e Riley contando histórias de suas aventuras de fuga, para Kevin, que também fazia o mesmo enquanto tentava ensinar a menina um ou outro passo de dança. Mas, como estava em um parque gramado, sem música, onde vez ou outra algumas pessoas olhavam suas quedas, ela mais ria de suas tentativas do que realmente aprendia algo.

Para Maya aquilo era novidade. Não se lembrava de ver Riley, rindo daquela forma, se ela não estivesse envolvida na atividade, o que não era o caso. Realmente parecia estar se divertindo com as quedas que ela e Kevin estavam levando, o que normalmente a deixaria morta de vergonha.

– Você está se divertiu hoje, né? -

Chegaram em casa já estava dando cinco da tarde e após banho, alimentação de pokémon, compras guardadas e uma pizza posta no forno Kevin sugeriu verem um filme. Em meio a pizza e a um ambiente já escuro e preparado para dormir as horas avançaram até próximo das dez da noite.

As meninas colocaram colchonetes na sala, para dormirem assistindo o filme, já que Meganium seria a guardiã da noite e ela assustava-as tanto quanto Luxray assustou-as na noite passada. Não queriam esperar cair a noite para ver se ela poderia superá-lo.

O filme que assistiam havia acabado de começar a subir os créditos e Maya via o rosto animado da prima e resolveu mexer com ela.

– Fiquei com medo de sairmos de casa, no começo. - Riley respondia a pergunta de Maya. - Mas, acho que depois que percebi que ninguém nos encontraria acabei curtindo o passeio. - Ela começou a rir. - Não achava que aprender a dançar fosse tão difícil e engraçado. Né, Kevin? -.

As meninas perceberam que a resposta não veio e olharam para o sofá onde ele estava deitado. Kevin estava de olhos fechados, ar sereno e posicionado da mesma forma que elas se lembravam de tê-lo visto pouco depois do começo do filme. As duas seguraram uma risada, ele havia pego no sono depois de um dia tão agitado.

Na verdade, as duas sabiam, apenas não se tocavam, que fazia mais de uma semana que ele não conseguia dormir corretamente.


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Notas finais do capítulo

O próximo episódio será o último dessa saga! E então entraremos na saga final da fic!



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