PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 19
Capítulo 18 – Duelo


Notas iniciais do capítulo

Saudações!!!

Vamos a mais um capitulo com revelações!!!!



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 05 – Competições Escolares

Existe uma maré nos casos dos homens.
Cuja, levando à inundação, nos encabeça à fortuna.
Mas omitidos, e a viagem das vidas deles está restrita em sombras e misérias.
Em um mar tão cheio estamos agora a flutuar.
E nós devemos pegar a correnteza quando nos for útil,
Ou perder as aventuras antes de nós ”

(Shakespeare)

Capítulo 18 – Duelo

Era difícil não notar o jovem quando passava-se por ele. Não era muito alto, mas tinha músculos, um jeito convencido e quase agressivo no andar. Seu olhar era chamativo e junto ao sorriso diziam que ele sabia o que fazia, ou ao menos achava. Mas, com uma barba por fazer e um topete alto, de cabelo preto, ninguém poderia de deixar de notá-lo.

– Bom dia! - A enfermeira Joy sorriu abertamente enquanto o rapaz apenas fez um pequeno aceno com a cabeça. - Vejo que está de saída. Espero que a noite tenha sido agradável. -

Ele colocou a chave sob o balcão e virou-se sem nada dizer. No entanto, após dois passos escutou a enfermeira falar com ele. Não teria parado normalmente, mas realmente a pergunta o pegou de surpresa.

– Você é o mesmo Razor que enfrentou Lubia Mar em Tokai anos atrás? - A enfermeira viu-o se virar com ar curioso. - O reconheci pelo nome. Sinto se não for um bom assunto. - A enfermeira pareceu perceber que talvez ele não quisesse falar sobre aquilo. - Me daria um autógrafo? Gosto do seu estilo cortante. -

Razor era um jovem treinador que pouco se interessava por competições. Ser forte era o importante, encontrar adversários que estivessem interessados em provar suas forças era o que lhe deixava animado. Ele queria se provar e não achava que um título provaria que ele era bom. Para ele aqueles títulos não passavam de rótulos. Mesmo o de mestre pokémon não lhe parecia ser algo grandioso. Mas, competia. Uma vez ou outra, quando descobria alguns adversários de valor que só poderia enfrentar se seguisse-o até a competição.

– Acredite, esse topete um dia vai sair. - Ele deu uma risada sacana enquanto voltava ao balcão fazendo uma rubrica com dedicatória para a enfermeira.

Não se demorou com a enfermeira, atendendo o pedido de bom grado. Aquele topete sairia de sua cabeça assim que tivesse oportunidade. Não usava-o por querer, mas ordens eram ordens e já sabia como era terrível a desobediência para aqueles que eram descentes dos Países Livres. Precisava cumprir aquela missão, que já levava cerca de dois anos, e depois resolveria suas diferenças com sua família.

Tinha a habilidade necessária e só precisava de uma oportunidade. E por mais detestável que fosse aquela missão, ela lhe daria a oportunidade de poder, ao final, acertar suas contas.

– É meu dia de sorte! -

Razor parou sua caminhada sorrindo ainda mais do que havia se feito nos últimos meses. Estava em uma trilha um pouco afastada e já tinha deixado o Centro Pokémon para trás a pouco mais de meia hora. Era a primeira vez que encontrava alguém na trilha e não esperava que fosse conseguir ficar mais feliz naquele dia do que ter sido reconhecido por alguém que gostava de seu estilo.

– Olhos fundos, coleirinha no pescoço, cabelo de emo e como sempre um nanico. Não se deu ao trabalho de mudar de aparência para se ocultar? - Razor deu uma risada. - Hoje eu estou de bom humor, então não vou ser violento. - Razor deu um sorriso debochado. - Por que está me olhando com essa cara? -

O pequeno rapaz parado no meio da estrada encarava intensamente a Razor que o reconhecia como um de seus primos mais novos a quem surrava constantemente e que era o culpado dele viajar por locais que não tinham nada de interessante para ver.

– Isso é sério? -

Razor pareceu não acreditar no que seus olhos mostravam, mas não teve como negar que era verdade. Havia um braço direito estendido em sua direção, sendo que na mão havia uma pokebola. Ele estava sendo desafiado, de forma honrosa e tradicional, a uma batalha pokémon.

– Você deve ter sentido muitas saudades das minhas surras. Não é, Roger? - Disse Razor estalando os dedos.

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– Muk está fora de combate. O vencedor é Rodolfo! -

A voz de Kevin ecoou pelo ginásio, amplificada pela aparelhagem de som. A plateia aplaudia animada enquanto os dois treinadores que haviam acabado de enfrentarem-se saudavam-se.

– Agora você atua como juiz de batalhas pokémon. Sempre consegue me surpreender a cada vez que nos encontramos.-

Kevin olhou para Lúbia e lhe deu um sorriso que foi devolvido. Ele não estava tão confortável em ter alguém do seu passado ali, mas certamente Lúbia Mar seria uma das pessoas que menos lhe causariam confusão. Pelo menos agora que já havia batalhado com a menina e satisfeito a sede que ela possuía por derrotá-lo em uma partida oficial. O empate tinha um gosto de quero mais, mas ela teria de ficar satisfeita com aquilo.

Eram amigos e chegaram a trocar confidencias sobre suas vidas pessoais por uma época. Gostavam de fazer o outro sorrir e admitiam fariam uma ótima dupla para jornadas não fosse o fato que também eram rivais nas arenas.

– Brock ficou de trazer um juiz para o torneio, ou atuar como um. - Kevin comentou apenas encostando-se na parte elevada e vendo os voluntários limpando a arena para a próxima partida. - Acho que dentre as pessoas aqui sou o mais indicado depois da campeã. -

Lúbia manteve-se olhando por alguns instantes e depois olhou para a plateia que aplaudia a entrada dos próximos competidores. Era interessante pensar que quando mais novo Kevin teria feito um escândalo na noite anterior devido a armação para que eles pudessem lutar, mas que agiu com maturidade, um verdadeiro campeão de liga.

Eles evitaram conversar logo no início das atividades do dia. Kevin visivelmente não tinha muito interesse em conversar com a campeã no meio de todos e a menina, por sua vez, também não queria estragar o disfarce dele. Mas, a medida que o tempo foi avançando e todos foram se acostumando a vê-los próximos, já que a posição que Kevin ficava era muito próximo ao local onde ela sentava, a poltrona da celebridade, as conversas foram inciando naturalmente.

– Quando tivermos oportunidade quero saber como você está se saindo como universitário. - Lúbia comentou. - Aquele treinador que enfrentei ontem não tem habilidades de alguém que está a cinco meses com as pokebolas encostadas. -

– Bem... - O loiro girou a cabeça encarando a campeã. - É a primeira batalha real que tenho desde que cheguei aqui. - Ele voltou sua atenção de volta para a arena. - Acredite, é o tipo de atenção que não quero nesse momento. - Ele comentou. - Ainda corro perigo. -

– Isso eu concordo. - Lúbia pareceu um pouco sombria ao dizer aquilo. Kevin segurou a vontade de encará-la, permaneceu observando os dois treinadores se posicionarem na arena. - No almoço, ou talvez a noite, tenho que lhe contar o que aconteceu com Juliana e Are. -

Kevin se virou no mesmo instante, seu sorriso desaparecia e dava lugar a um ar de preocupação.

– Estão vivos e os fantasmas mortos. - Ela disse a meia voz. - Juiz, de inicio à partida. - Ela disse em voz alta e todos gritaram empolgados.

Kevin respirou fundo enquanto dava três passos a frente. Sorriu e confirmou que as bandeiras estavam funcionais. Reposicionou o micrfone próximo a boca e o ligou novamente.

– Essa é uma batalha entre Alexandre e Pietro pela primeira fase do torneio. Será uma partida dois contra dois com limite de tempo de 15 minutos. - Ele olhou para os dois treinador e que estavam com as mãos erguidas segurando a primeira escolha. - Comecem! -

Kevin deu três passos para trás e voltou a posição anterior, mas desta vez, sem se encostas na plataforma. Rapidamente desligou o microfone.

– No almoço conversamos sobre isso. - Disse Kevin. - Ou talvez tenhamos que esperar o pós festa noturna. Acredito que será muito assediada durante o almoço. -

Lubia riu e aplaudiu em sequencia ao ver um belo movimento ser executado na arena. Kevin deu dois passos e declarou que um dos pokémon não tinha mais condições de continuar. Retrocedeu após ver o segundo pokémon de um dos treinadores ser lançados.

– Estou acostumada com esse assédio. - Lúbia comentou. - Mas, confesso que meu Tyranitar não costuma ter gente no pescoço dele. - O comentário saiu meio preocupado. - Aquele é um membro do time berseker que montou? -

– Ele sempre mira o ponto vital. - Disse Kevin. - Você queria uma batalha de verdade e eu te dei. - Ele segurou uma risada. - Mas, Luxray não foi treinado para isso. Quando eu o encontrei ele ainda estava no sua primeira fase de evolução, odiando a humanos com tanta garra que atacava a tudo e a todos. Ele evoluiu duas vezes enquanto eu tive que pará-lo e acabamos formando essa parceria. -

Kevin acelerou os passos sacudindo uma bandeira. Levou a mão ao microfone, o ligando. A plateia estava surpresa com o desenrolar da batalha. O treinador que perdia conseguiu uma virada forte, derrubando o primeiro pokémon adversário, mas visivelmente seu pokémon havia machucado-se.

– O primeiro pokemon de Alexandre está fora de combate. - Kevin olhou para Pietro. - No entanto, o segundo pokémon de Pietro quebrou a pata no movimento que executou. Não posso eliminá-lo por isso, mas sou obrigado a advertir que é um erro continuar nessas condições. -

Pietro olhou para seu adversário e depois para o juiz. A indecisão estava clara no rosto do treinador que olhou para o pokémon que tentava se manter de pé. Tratava-se de um simpático Skitty que mostrava-se estar com dor, mas parecia decidido a continuar.

– Quero ver o próximo pokémon adversário. - Disse Pietro.

Lubia sorriu ao escutar aquilo. Ela faria a mesma coisa. Não lutaria com um pokémon machucado, mas precisava conferir o que seu adversário tinha guardado para o próximo round. Não que tivesse esperanças que fosse algo fácil de abater, mas era sempre bom coletar dados.

Kevin assentiu e olhou para Alexandre que jogou sua pokebola liberando uma Kakuna. Algumas pessoas deram risadas e Pietro ficou encarando o pokémon adversário bem como o treinador.

Uma armadilha. Ele lança um pokémon aparentemente inútil, mas ele está pestes a evoluir. Está querendo fazer o adversário crer que pode derrotá-lo mesmo machucado. Pietro se sentirá mal de desistir e vai atacar. A defesa vai ser aumentada e ele será humilhado por não conseguir abater um pokémon que sequer pode atacar. Kevin analisava a luta de onde estava e esperava que Pietro fosse esperto para desistir.

– Vou desistir. - Disse Pietro.

– O competidor Pietro desiste da luta devido as condições de seu último pokémon. Com isso Alexandre é o vencedor desta partida. -

Lubia levantou-se aplaudindo e a atenção de todos se voltou para isso. Aquele era a primeira vez que ela aplaudia algo de pé, até então estava apenas observando sentada, aplaudindo quando necessário, mas sem mostrar-se interessada ou satisfeita.

Os treinadores ficaram olhando para a menina por alguns instantes. Ela tinha um ar de campeã, não podiam negar. Mas, a idade próxima a deles chamava muita a atenção.

Enquanto os treinadores se cumprimentavam e a plateia aplaudia a batalha Kevin retornou a sua posição com Lúbia, desligando o microfone.

– Voltando ao assunto anterior. Meus Bersekers não foram treinados para serem assim, pelo menos não por mim. Ou foram treinados por treinadores anteriores ou possuem uma personalidade de guerreiros sedentos. - Kevin fez uma pausa. - A maioria decidiu me seguir, acreditando que eu poderia fazê-los alcançar o que desejavam ou descobrir outra coisa a desejar. - Ele suspirou. - Tenho muito trabalho com eles, sinceramente. Meganium que era para me ajudar a controlá-los aos vê-los quer lutar e provar que ela quem manda na equipe. -

Lubia riu. Ela conhecia como aquela planta era forte e gostava de uma briga. Não tinha ideia de todos os pokémon que Kevin possuía, coisa que ela sabia dizer antigamente, mas ele não escondia de ninguém que possuía seis pokémon que ele denominava Equipe Berseker. Dificilmente os seis iam para a arena numa mesma luta, ele usava um ou dois em partidas oficiais e só soube dele usando os seis contra os fantasmas.

– Então, você tem algum favorito para esse torneio? - Questionou Lubia. - Ou não conhece nenhum dos competidores? - Lubia sorriu. - Aposto que sei para quem quer torcer. -

Kevin literalmente virou o corpo para a campeã, sem entender o comentário. Kevin estava confuso com o comentário, mas via um sorriso malicioso de Lúbia estampado. E então a morena de cabelos cacheados guiou-o com os olhos indicando para onde olhar. Nas arquibancadas, visivelmente nervosa, estava Maya, tentando ser acalmada por Riley.

A menina teria que lutar contra Mordecai no final da tarde e não estava tão confiante para aquilo.

– Fique calma! - Riley dizia a prima, quase irmã. - Mordecai sempre comete faz alguma coisa estranha, para não dizer idiota. Sempre! - Riley frisou a palavra. - Vai fazer algo que você possa se aproveitar. -

– Estamos falando de batalha pokémon. Ele é retardado fora da arena, não dentro dela. Mas, mesmo que eu veja a oportunidade, não tenho a experiência para poder aproveitar-me disso. - Ela suspirou. - Além disso, um dos pokémon que capturei que teria vantagem contra os pokémon aquáticos dele não quer me obedecer. -

– Use os outros. - Disse Riley. - Agora pare com isso que precisamos incentivar a Leila. -

Maya respirou fundo tentando se acalmar. Ela estava sendo boba com toda aquela situação. Ficar preocupada não a ajudaria, na verdade só ia atrapalhar. Até porque Riley estava certa, apoiar Leila era preciso. A menina lhe passou algumas dicas cruciais para que ela pudesse não fazer feio no torneio e não tinha culpa do sorteio.

Ela procurou por Leila, ela já deveria entrar na arena naquele momento. Acabou sorrindo de forma escancarada.

– Riley, você está certa! Eu preciso me acalmar e me desligar de tudo isso. Preciso me distrair até a hora da batalha. - Maya sorria deixando a amiga confusa.

– Eu não falei nada sobre se distrair. - Riley olhou na direção que a amiga olhava e viu a campeã e o juiz, o universitário assistente do pai, olhando na direção delas.

Riley desviou o olhar no mesmo instante. Se perguntava se era a única que na presença do rapaz loiro, Kevin, sentia algo estranho que chegava a se preocupar com isso. Já havia falado sobre isso com Maya, e ela até concordava que sentia algo estranho vindo dele. Mas, ela parecia ter uma admiração pelo rapaz que não a deixava pensar que a sensação pudesse ser algo ruim.

<><><><>

– Competidora Leila, por favor comparecer a arena. -

A voz de Kevin ecoava pelo ginásio de esportes e outras partes do colégio. Leila que falava ao telefone precisou colocar a mão para no microfone para abafar a chamada. Voltou o telefone para a orelha e pode escutar a irmã questionada sobre algo.

– Sim! Esta é a voz de Kevin. - Ela parou. - Não! Ele não está do meu lado, ele está como um dos organizadores do evento da escola. - Ela bufou. - Cale-se e me escuta! - Gritou. - Desculpa. Mas, estou tentando te explicar isso a horas. O Kevin loiro de Maya é universitário do curso de Medicina pokémon e está aqui na escola ajudando na organização do torneio. Por sinal, ele além de trazer um professor de medicina pokémon para ajudar também conseguiu que a campeã de Arton comparecesse. Ele muito provavelmente é o encapuxado que observamos diariamente nas madrugadas, pois tem um Luxray que eu tenho certeza ser ele. E, tenho quase certeza ser o seu colega de classe, pois ele tem cara de novo e fica sorrindo o tempo todo. -

Leila precisou respirar após falar tudo aquilo. Estava a duas horas repetindo a mesma coisa pra irmã, mas ela estava trabalhando como voluntaria e parecia pouco escutá-la.

– Preciso ir para arena agora! De um jeito de chegar aqui até duas horas da tarde de domingo. - Leila começou a caminhar. - Por que? Porque eu vou para as finais enfrentar a campeã e o Kevin estará aqui de juiz. Você vai ver sua irmã fazendo o que sempre desejou e você vai poder ver o Kevin como ele é de verdade. Um treinador pokémon de elite. -

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Roger Teen era um jovem descendente que não aceitava seu destino. Fugiu de casa a quase dois anos para se fortalecer e poder voltar e tomar de volta as rédeas de sua vida. Para tanto precisava enfrentar seus dois primos mais velhos, roubando seus pokémon guias, símbolos da superioridade deles frente ao Povo dos Países Livres e então poderia convocar nova disputa pela liderança familiar de sua geração.

Viajava, ocultando-se por vários locais, aprendendo tudo o que poderia ser útil para sua luta contra a tradição familiar. Correr, fugir e sobreviver. Lutar, roubar e matar. Treinar, batalhar e acima de tudo, vencer. Hoeen lhe deu muito conhecimento e Kanto sintetizou tudo.

Seguiu para Kanto, após descobrir sobre seu pokémon guia para cumprir sua parte no trato com Misty. Ela pediu a destruição de seu antigo ginásio. Ela queria que Cerulean, a sua cidade natal, que a abandonou em momentos de dificuldades, nunca mais tivesse batalhas pokémon. Roger foi a Kanto fazer o pedido e no meio do caminho tentou encontrar o campeão. No entanto, ninguém sabia de qual dos campeões ele falava e mesmo assim não tinham ideia da localização de nenhum dos dois. Mas, escutou alguém falar em Arton.

Arton era a região natal de seu primo e pela extensão, talvez ele pudesse estar escondido em algum lugar. Foi para lá, esperança de encontrar um de seus adversários e derrotá-los.

Mas, seus adversários não eram tão fáceis de serem derrotados ou roubados. O líder atual, o primo mais velho, era Conhecido como Barreira, um dos atuais Campeões de Sinnoh. Um criativo coordenador e um forte treinador. Para enfrentá-lo precisava ser mais criativo que o jovem loiro e campeão, o que para muitas pessoas era dito como impossível.

No entanto, seu outro adversário não ficava para trás. Um treinador cheio de potencial e altamente perigoso. Uma pessoa sádica e muito letal. Razor era seu primo do meio que sempre o humilhava, as vezes a mando de barreira, e as vezes por gostar de violência.

Nunca tinha o enfrentado, apenas sabia que ele tinha um peculiar gosto para o movimento Ataque Cortante.

– Vamos começar? -

O questionamento de Razor foi respondido por uma pokebola erguida pelo braço direito, pronta para ser lançada. Razor entendeu, seu primo não estava interessado em conversar. Estava concentrado. Aquela era a primeira vez que se encontravam desde que receberam seus pokémon guias. Era a primeira vez que poderiam realmente roubar o guia e dar um passo atrás do seu futuro.

As esferas ganharam o ar e os pokémon se libertaram.

Pelo lado de Roger estava Poliwrath, a evolução de Poliwhirl feita a partir de uma pedra da água roubada. O pokémon não mudou em nenhuma característica. Um bípede azul apenas havia ficado maior e com mais músculos.

Pelo lado de Razor veio um Scyther, o pokémon inseto com suas foices afiadas e o corpo revestido de carapaça esverdeada.

Inseto voador contra o meu, água lutador. Os golpes do tipo inseto não serão problema. Mas, tenho que me preocupar com os golpes do tipo voador. Quando golpes voadores vierem serão, normalmente, golpes de longa distância. Nesse caso evadir. Se vierem golpes voadores de curta distância como Ataque de Asas fazer a defesa usando um ataque lutador. O problema é se ele vier aqueles tais Ataques Cortantes. Misty disse que se eu souber sobre alguma habilidade especial do adversário, force-o a mostrar. Roger repassava sua estratégia de combate. Sabia que estava muito atrás do primo como criador.

– Ataque Rápido! -

Razor ficou observando o olhar de Roger por um tempo, assim como os pokémon estavam olhando-se. Mas, resolveu tomar a dianteira. O ataque foi forte e queria testar o quanto o pokémon adversário era bom. O pokémon de água levou o ataque, sendo derrubado levantando-se sem parecer sentir fortemente o ataque.

– Buble Beam! -

Poliwrath havia acabado de se levantar e mirou em Scyther. Seu ataque foi rápido, mas o pokémon era muito mais rápido. Felizmente, o alcance do ataque de bolhas era grande umas últimas três bolhas acertaram Scyther.

Os quatro envolvidos na batalha se encararam. O inseto e seu treinador sabiam que estavam na vantagem, apesar da resistência, alcance dos ataques e rápida recuperação que o adversário, ganhavam em velocidade e força.

– Vamos acabar com a análise. - Gritou Roger. - Dança da Chuva. -

– Impeça com Agilidade, Time Duplo e Ataque Rápido. -

Foram passos rápidos e sob fortes ataques, mas o pokémon de água não deteve sua dança. Ao terminar os passos apoiou-se em seus joelhos e pode sentir que seu corpo estava bem retalhado. Respirou fundo por, pelo menos, quatro vezes enquanto encarava os diversos Scyther que continuavam indo e vindo, mas agora sem aproximar-se deles.

Aquilo foi interessante. Meu Scyther literalmente espancou-o, mas esse pokémon continuou os movimento para a dança da chuva. Meu Scyther ficou tão surpreso com isso que afastou-se. Mas, por que fazer chover? Razor via a chuva começar a molhar o local pensativo. Nunca vira seu pokémon parar um ataque por ter ficado pressionado, mas talvez após quinze ataque diretos sem que seu alvo parasse o que estava fazendo, qualquer pokémon recuaria.

– Water Pulse! -

O grito de Roger fez Razor entender tudo o que estava acontecendo. Um golpe e tudo ficou claro, mas era tarde para evitar aquele primeiro impacto. O pokémon inseto estava no chão, sentindo as dores do forte ataque e mostrava-se frustrado com o golpe que levara.

Razor compreendeu que a chuva era para quatro fatores, até duvidava que o primo realmente enxergasse todos eles. O primeiro fator era diminuir a velocidade de Scyther. Com a chuva havia muito mais resistência para que ele corresse ou mesmo voasse em alta velocidade. O Segundo era para fortificar os golpes de água que Poliwrath fosse usar. Mas, o terceiro fator iria ainda afetar o golpe, de uma forma devastadora, usando Pulsação de Água, a água que ase acumulava no solo e na chuva eram direcionadas contra Scyther, que rodeado de água, não tinha como escapar.

O pokémon inseto levantava-se furioso, enxergando a chuva como algo inesperado e como o seu adversário era de valor. Passou a encarar seu treinador e não o seu adversário. Pedia para que os comandos fossem melhores, para que os comandos fossem os letais. Especialmente por perceber o quarto fator.

Em meio a chuvas Poliwrath estava recuperando-se dos danos. Tinha a habilidade de se recuperar em contato com a água e Scyther via aquilo como um insulto a suas habilidades. Bateu mais de dez vezes nele, que pareceu não se importar e agora estava recuperando-se de todos eles.

– Você é bom. - Sorriu Razor impressionado. - Quando vocês fugiram eu achei que simplesmente iam se esconder num lugarzinho qualquer e morrerem miseravelmente. - Ele gargalhou. - Claro que nunca imaginei Maya se comportando ou Riley casando-se com você. Mas, depois que fugiram e desapareceram eu tive que tirar o chapéu para você e sua coragem. - Razor pareceu enfurecer-se. - Claro que eu vou te dar uma surra por terem fugido e me feito ter que ficar aqui, caçando-os pelo mundo a fora.

– Do que você está... - Roger piscou algumas vezes escutando aquilo, mas lgo se deu conta de que estava perdendo tempo. A chuva terminaria e ele perderia a vantagem. - Novamente Water Pulse. -

– Treinadores de Elite não caem duas vezes no mesmo ataque. - Gritou Razor. - Dança das Espadas! -

A água do lugar novamente foi contra seu adversário, mas o pokémon inseto cruzou suas lâminas contra o perito e girou em torno de si em alta velocidade, criando um vácuo em torno de si. O ataque explodiu em sua volta. Mas, não o atingiu.

Ele é muito melhor que eu. As, o que ele disse sobre Riley e Maya. Elas fugiram? Elas não estão mais no palácio? Fugiram no mesmo dia que eu e nem me avisaram ou será que iam me levar e não me encontraram? Roger de repente se enfureceu.

– Ice Beam! - Comandou Roger.

– Golpe Cortante de Fogo! - Comandou Razor fazendo Roger e o pokémon aquático ficar sem entender.

O ataque de gelo foi lançado. O raio seguiu seu caminho, pela chuva, na direção do adversário. No entanto, Scyther passava a lâmina no chão, correndo contra o raio que ia em sua direção. A lâmina ficou rubra e então ele saltou cortou o ar com a lâmina aquecida e uma rajada de energia, parecia com a rajada de energia cortante do Golpe cortante, mas estava pegando fogo.

O Ataque Cortante de Fogo chocou-se contra o Raio de Gelo, partindo-o no meio e desfazendo-o. Poliwrath levou o golpe cortante em chamas no peito e lançou-o para trás. Mesmo na chuva o pokémon saiu chamuscado.

– O que é isso? - Roger ficou perguntando-se o que havia acontecido enquanto via seu pokémon confuso.

– Deixe meu pokémon ajudar a te corar. - Comentou Razor. - Golpe Cortante de Água. -

Scyther parecia mais feliz fazendo aqueles ataques. Deu um giro em torno de si, pegando a água da chuva em sua lâmina. A lâmina brilhou azul e o ataque foi lançado. A rajada de energia agora ia envolta de água. Alguns chamariam de Shell Blade, a Lamina de Água. Mas, Razor cgostava de deixar todos confusos.

Poliwarth levantou os braços e tentou se defender. Mas, foi jogado para trás pelo ataque e sentiu, seu braço quase foi decepado e talvez, se não estivesse se recuperando com a chuva, poderia realmente ter perdido os braços.

– Papai empala seus adversários. Infelizmente, um dia, ele quer que eu o enfrente. - Razor revirou os olhos. - Acho que você eu temos que concordar que nossos pais são loucos. Mas, eu quero sobreviver a luta contra ele. Ele empala os adversários. Pretendo decepar ou decapitá-lo antes dele me empalar. -

– Eu... - Roger temia mais o tio conhecido como Lorde Empalador do que seu próprio pai, o Conde Veneno de Cobra. Pensar que o primo que tanto odiava estava desafiado ao pai a um dia enfrentá-lo era de deixar tudo menos fácil para ele. A luta seria de vida ou morte, ou um seria decapitado ou o outro seria decapitado. - Não importa! Poliwarth ataque com Water Pulse novamente! -

– Não vou me defender desta vez! - Gritou Razor. - Golpe Cortante de Ar. -

Uma lâmina de ar. O ar fazendo ventos de navalha. Todos conheciam aquilo e Roger temeu o ataque, mas viu que não foi lançado contra o pokémon de água e sim contra as nuvens. Enquanto era acertado pelo ataque de água, o inseto atacou as nuvens que se desfizeram e o sol foi aos poucos voltando.

Scyther estava apoiado nas lâminas, rindo do adversário assustado.

– Golpe Cortante de Ar. - Comandou Razor.

Não havia defesa para um vento forte que iria retalhá-lo. O pokemon água lutador tentou esquivar-se, mas foi acertado e jogado para trás novamente.

O que se fazer? O que fazer? Misty é especialista em água. Quando atacada por golpes de vento a media e longa distância ela se afasta para desviar, ou contra ataca com o oposto. Mede forças e torce. Mas, o que é o oposto de um inseto voador? Que tipo de movimento? Roger começou a se desesperar. Como contra atacar? Como fazer um contra golpe?

– Golpe Cortante! -

Razor fez uma versão comum do ataque, causou menos dano, já que não possuía o elemento de vantagem, mas o efeito foi muito maior. Desta vez um grande talho ficou nos braços de Poliwarth que caiu de joelhos.

– Perca para meu pokémon guia, seu fraco! Golpe Cortante! -

– Protect! - Gritou Roger.

A esfera de protetora surgiu no ultimo instante. Poliwrath, sangrando, sentiu o impacto do golpe em sua defesa.

Roger estreitou os olhos. Seu primo parecia tão arrogante quanto sempre, mas o pokémon havia diminuído seu impeto. Estava cansado, molhado e parecia ficar parado sempre no mesmo lugar a dar seus golpes. Movia-se pouco. Parecia que a água que caiu nele estava incomodando-o.

– Vou matar esse seu girino, pegar seu Vulpix e depois forçá-lo a me levar até os demais fugitivos. - Disse Razor. - Prepare Golpe Cortante. -

Foi por um curto espaço de tempo. Mas, ele se lembrou de vulpix e então percebeu porque sua irmã escolheu vulpix para enganá-lo. Se ele estivesse usando vulpix, poderia usar ataques de fogo que acabariam com seu adversário atual rapidamente. Em uma luta, guia contra, pseudo guia, seria simples. Maya era realmente inteligente.

– Water Pulse! - Comandou Roger. - E se aproxime. -

Seu pokémon não entendeu, mas fez. O movimento adversário foi iniciado, mas não concluído. Toda a água que estava em seu corpo movimentou-se o atrapalhando. Scyther se fechou defendendo-se do ataque que vinha. Havia levado-os da outra vez e o sentiu fortemente. Não queria ser pego sem estar se defendendo. Scyther quase não sentiu o ataque, pois conseguiu defender-se. Mas, quando olhou, ali estava seu adversário, a menos de um metro.

– Ice Beam! -

Maya enganara a ele e aos primos. Ele entendeu que deveria fazer como a irmã e enganar os demais. Fez um golpe menos forte, esperando que o pokémon viesse a se defender. Afinal, levou tantos daquele que era certo que iria se preocupar. Roger entendia de sentir e meter medo. Sabia que o pokémon ficou assustado com a resistência de seu pokémon e precisava arriscar. Sua irmã era muito melhor que ele naquilo, mas o inspirou na hora certa.

Razor arregalou os olhos e não acreditou que o pokémon havia levado um golpe tão de perto por sentir medo. Ele possuía outro Scyther que nem de longe teria sentido medo.

– Volte! - Razor trouxe seu pokémon de volta. Surpreso. - Mas, não se engane. Ainda temos muitos pokémon. -

Razor preparou-se para pegar outra pokebola, mas uma ventania começou e diversas cortes começaram a acontecer por seu corpo. Desistiu da pokebola e uniu os braços para proteger, especialmente o rosto. Estreitando os olhos ele pode ver que Poliwrath estava parado observando tudo. Se não era aquele pokémon fazendo tudo aquilo, qual seria.

Olhou para cima, por instinto, e viu um gigantesco pokémon dragão realizando aquele tornado de ventos que também retalhava o corpo. Foi sentindo o corpo cada vez mais cansado e machucado. Entendeu que não poderia ficar ali parado ou morreria. Tentou procurar por uma pokebola e sair da situação, mas não pode se mover, a pressão já estava gigante e então viu que havia um gloom a saltar um pólen contra ele.

Razor sabia, estava em apuros. Tratava-se de um pó paralisante sendo jogado. Como treinador aquele conhecimento era básico. Infelizmente, só veio a perceber quando era tarde que Roger, jamais quis lutar de verdade. Veio para derrotá-lo. O desafio honrado era apenas uma desculpa. Assim que o primeiro pokémon fora derrotado ele deu como encerrado o desafio e partiu para derrubar o primo. Razor havia caído em uma armadilha.

Foram cinco minutos apanhando daquele tornado com polén, até que tudo parou e ele caiu ajoelhado, sentindo o corpo totalmente paralisado. Viu o primo caminhar até ele, com um sorriso malvado e abaixar-se até ficar na altura de seu rosto.

– Eu poderia fazer você sofrer tudo o que me fez sofrer até hoje. - Roger tinha um olhar maligno. - Mas, vou apenas levar seu pokémon guia. Isso porque você falou algo muito curioso. -

Roger analisou as pokebolas e viu a que continha o Schyther que acabara de enfrentar. Pegou a pokebola e guardou-a junto ao seu time.

– Quando eu fugi, ninguém veio comigo. Sempre achei que Maya, tio Cody e Riley estivessem lá no palácio. - Ele fechou os punhos voltando a encarar o primo olho no olho. - Não fosse por você, jamais saberia que eles, na mesma noite, haviam fugido também, para proteger a Riley. -

Voltou a sua postura normal e caminhou até a mochila do primo. Vasculhou-a, até achar um mapa, cheio de anotações. Ali estavam as anotações de locais por onde já havia procurado. Ele precisava correr para encontrar a família Mevoj e sua irmã e protegê-los.

– Acho que vi uma caverna legal para você passar uns dias. - Ele sorriu malicioso para o primo. - Lá poderá sangrar, até morrer ou se recuperar. - O sorriso malicioso tornou-se diabólico. - Claro que para isso, terei de fazer você sangrar. -


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