Kung Fu Panda: The Revelations escrita por Srta Egmont


Capítulo 3
A New Mission


Notas iniciais do capítulo

Bosta de nome mais uma vez :'p
Boas vindas se houverem novos leitores e boa leitura.



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Os mestres foram em direção à cozinha. Não podiam acreditar que Kalu cozinhava. Po questionava a si mesmo se ele era bom ou se sairia a pior comida da China. Apesar de ele não ter gostado muito das primeiras atitudes do Mestre Tigre, resolveu dar uma chance ao Mestre Tigre. O cara não podia ser tão mal assim. Afinal, ele libertou escravos e ajudou um vilarejo importante a se erguer frente à ditadura contrária ao Imperador.

Os oito chegaram à cozinha. Kalu tirou a mochila dos ombros e pegou um cervo morto de lá.

– Você matou um cervo? – gritou Po.

– Calma. Ele é selvagem. A caça é permitida. Vai dizer que nunca quis saber como é o gosto de carne? – Kalu sorriu para o panda, que se acalmou um pouco. A última coisa que Po queria era um canibal perto dele. Vai que por causa do tamanho o tigre pensasse que ele seria um ótimo petisco para o fim da tarde?

Kalu tirou alguns recipientes com tempero de sua mochila e começou a cozinhar. Cortava legumes e a carne com agilidade. Logo uma panela estava cheia. Kalu adicionava os temperos à sopa de legumes e carne, deixando-a com um aroma maravilhoso. Depois de aproximadamente vinte minutos a sopa estava pronta. Kalu serviu em oito tigelas enquanto contava casos de seu treino com Mestre Bao.

– Uma vez eu estava conversando muito enquanto treinava. – Kalu sentou-se em frente à Tigresa. – Mestre Bao chegou à sala de treino e começou a me observar. Então ele disse “Ou você cala essa boca e treina direito ou eu vou até aí e calo para você”. – o tigre imitou a voz do mestre, fazendo com que os outros rissem um pouco. – É claro que eu calei. A última coisa que eu queria era levar uma surra do Mestre.

– Hum... A sopa está ótima! – comentou Po. – Carne é bom.

– Você cozinha bem, Mestre Kalu. – elogiou Víbora.

– Queria ter uma boca maior. – brincou Louva-A-Deus. Os elogios e brincadeiras continuaram. Até Shifu havia entrado na “onda” dos jovens mestres, mas Tigresa não dizia nada, só comia.

– Você está bem, Mestre Tigresa? Está incrivelmente calada. – questionou Kalu.

– Parece que eu já experimentei essa sopa. Em algum lugar... Em algum lugar alguém já a fez pra mim. Deve ter sido em uma missão, não sei.- Kalu sorriu. Ela se lembrava de quando a mãe deles cozinhava a famosa sopa de legumes da Mestre Meng. Bom, não lembrava que era a mãe que fazia, mas lembrava-se do sabor.

– Se você já fez uma missão mais próxima do Sul, já deve ter comido. – Kalu disse e Tigresa sorriu olhando para ele.

– É. Eu já fiz. – Kalu sorriu de volta.

Todos continuaram comendo enquanto Kalu contava piadas que aprendeu na missão que deu a si mesmo de encontrar o Livro de Yin e algumas de quando foi procurar o de Yang.

– Então um pato chegou pra mim e perguntou “o que o canibal vegetariano come?”. Eu disse que não sei. Então ele respondeu a si mesmo assim: “a batata da perna!” – os Cinco Furiosos e Po começaram a gargalhar, enquanto Mestre Shifu somente deu um pequeno sorriso. Macaco engasgou com um pedaço de carne, enquanto Louva-A-Deus quase caiu na tigela de sopa. Tigresa cobria a boca com a pata e estava rindo silenciosamente de olhos fechados. Po, que estava do lado dela, batia na mesa enquanto tinha um ataque descontrolado de risos. Garça e Víbora gargalhavam quase tão descontroladamente quanto Po.

– Cara, você é muito divertido! – Po disse entre risos.

– Acho que nunca tive um ataque de tosse e de risos tão imenso! – Macaco riu.

– Muito boa essa. – elogiou Tigresa enquanto tentava sair do ataque silencioso de risos que teve.

– Muito boa piada, Kalu. – Shifu manifestou-se.

– Na verdade temos que dar os créditos ao Pato. O responsável por essa piada é ele.

– Obrigado, Pato, por fazer uma piada que quase me fez cair numa tigela cheia de sopa.

O resto do almoço foi cheio de piadas e risadas. Depois que terminaram de comer, Po e os Cinco foram arrumar suas coisas para a missão, afinal aquela podia ser uma missão de muito tempo. Como sempre, Tigresa foi a primeira a terminar. Ela foi para a cozinha, onde Kalu assobiava uma canção enquanto lavava as coisas que havia sujado para fazer o almoço. Ele havia dobrado as mangas do casaco para não molhá-lo, revelando o pelo tão branco quanto neve e as listras tão pretas quanto a escuridão da noite.

– Precisa de ajuda?

– O quê? – Kalu virou-se para ela. – Ah. Não, obrigado.

– Certeza? – Tigresa questionou.

– Absoluta. Sente-se. Sinta-se em casa. – Tigresa soltou uma risada involuntária e sentou-se, pondo a mochila no chão. Ela observou em silêncio enquanto o tigre branco terminava de lavar a louça.

Quando terminou, Kalu secou as mãos e virou-se. Tigresa pôde perceber duas cicatrizes em seu rosto: uma na boca e outra em um dos olhos.

– Como você conseguiu?

– Consegui o quê? Lavar a louça? – Kalu riu.

– Ahn? Não! As cicatrizes no rosto.

– Ah. A da boca foi quando tomaram a Província e a do olho foi umas semanas depois numa... Luta. – Kalu vacilou ao lembrar-se da noite em que perdeu o pai. – Esses são assuntos que eu não gosto muito de falar sobre. Então se você puder não perguntar sobre eles, eu te darei minha gratidão.

– Ah. Desculpe.

– Tudo bem. – Kalu respondeu enquanto baixava as mangas do casaco. Ele puxou uma cadeira e sentou-se em frente à Tigresa. Kalu olhou nos olhos dela. – Soube que sua infância não foi fácil.

– Esse é o meu assunto proibido.

– Olha, eu não tive a vida mais fácil do mundo. Acho que posso te ajudar. Qualquer coisa você pode me chamar. Eu provavelmente vou compreender.

– Qualquer coisa?

– Qualquer coisa.

– Bom...

– Estou interrompendo alguma coisa? – uma voz surgiu atrás deles, fazendo com que eles olhassem para a porta. Po estava parado lá, olhando para eles com uma expressão que não passava emoção alguma.

– Não. – respondeu Kalu levantando-se. – Estão todos prontos?

– Sim. – disse Po.

– Ótimo. – Kalu pegou a mochila e saiu da cozinha. Depois que o tigre passou por Po, o panda foi em direção a Tigresa.

– Qual é a sua com esse cara, Tigresa? – questionou.

– Nada. Eu não posso fazer amizades, é isso?

– Geralmente você é aquela que desconfia e não a que faz amizade imediatamente.

– Me desculpe se o Mestre em quem eu me inspiro desde os meus dezoito anos está aqui e eu quero ser amiga dele e talvez aprender alguma coisa com ele. – Tigresa pegou a mochila e saiu andando, mas antes se virou para Po e olhou nos olhos dele. – Você não é o único que tem o direito de ter amigos e tentar melhorar, panda.

Ela deixou a sala. Po pensou por um momento. Tigresa estava certa. Ele estava sendo um tremendo idiota, mas agora ela estava de cabeça quente. Talvez fosse melhor dar um tempo para Tigresa se acalmar e depois tentar conversar.

Po saiu da cozinha e foi ao encontro de seus companheiros. Estavam na porta do Palácio. Mestre Shifu passava as orientações usuais. O panda ficou ao lado de Macaco para ouvir as últimas orientações.

Depois que Shifu acabou de passar as orientações e o Sr Ping se despediu de Po, eles seguiram Kalu para fora do vale. Passaram em frente ao Orfanato Bao Gu, onde Shira esperava por eles. Ela olhou para Tigresa.

– Eu soube que você sairia numa missão. Antes de você ir, eu gostaria de me desculpar por ter tido tanto medo de você e não ter sido boa com você.

– Tudo bem, senhora Shira. É o passado. Aliás, eu já perdoei. – Tigresa sorriu para a cabra, que a abraçou. Tigresa se surpreendeu, mas retribuiu o gesto. Shira rompeu o abraço.

– Vai lá. Vocês têm uma missão. Boa sorte.

– Obrigado(a) – disseram em uníssono.

Os heróis partiram. Caminharam em silêncio por horas na Floresta dos Selvagens, até que foram abordados por bandidos. Estava anoitecendo.

– Passem tudo que têm ou vão morrer! – disse um javali.

Kalu simplesmente tirou a mochila e a jogou no chão. Ele entrou em posição de batalha, seguido pelos companheiros de missão. O primeiro a atacar foi o líder do grupo de bandidos. Ele tentou dar um soco em Kalu, mas o tigre saltou e caiu nas quatro patas em cima do javali, derrubando-o. Po e os Cinco ficaram olhando para ele.

– Vocês vão ficar parados aí me olhando com cara de bestas ou vão ajudar? – Kalu perguntou.

O resto do grupo de bandidos atacou, seguido pelos mestres. Eram mais ou menos quinze bandidos. Po e Tigresa se ajudavam no Golpe Mortal Duplo para incapacitar seis bandidos. Macaco, junto ao Louva-A-Deus, deu uma série de socos e chutes em dois dos mal feitores. Garça e Víbora lutavam contra mais dois.

Enquanto isso, Kalu estava cercado por cinco inimigos. Ele ouviu quando um leopardo das neves se movimentou atrás dele para atacá-lo. O Mestre Tigre deu uma joelhada na barriga do outro felino. Logo depois o golpeou com um chute no rosto e um soco com duas mãos, que fez com que o bandido voasse e batesse com as costas contra uma árvore. Depois disso, os outros quatro o atacaram. Kalu usou uma técnica que fez com que eles caíssem desacordados no chão. Era parecida com a que Tai Lung usou contra os Cinco na batalha da ponte, só que menos nociva.

O que Kalu não viu e nem ouviu foi o líder do grupo se aproximar dele lentamente com um machado na mão. Os outros estavam ocupados e não viram a aproximação. Quando o tigre virou-se para o bandido era tarde demais. O javali já estava preparado para matá-lo. Kalu fechou os olhos, esperando a morte. Os outros conseguiram se livrar dos bandidos, mas nenhum deles chegaria a tempo de salvá-lo. Foi quando algo que se pode chamar de milagre aconteceu. Uma felina saltou de uma árvore e deu um golpe na cabeça do bandido. Forte o suficiente para deixá-lo desacordado.

Ela usava um casaco branco semelhante ao de Kalu. A felina tirou o capuz e revelou-se uma bela puma de olhos azuis como pedras de pura safira.

– Desde a missão para encontrar o Livro eu tenho que te proteger, Mestre Tigre. – disse olhando nos olhos de Kalu. O tigre estava em choque. Não podia acreditar que havia reencontrado sua melhor amiga depois de três anos.

– Li Hian.

– Kalu Han Yin.

Os dois abraçaram-se apertadamente. Kalu afagava as costas de Li, enquanto a puma apoiava a cabeça no peito dele. Os dois saíram do abraço e olharam-se nos olhos. Eles sorriram. Eram como irmãos. Melhores amigos. Já haviam passado por tantas coisas na Província do Sul que eram o principal ponto de confiança um do outro. Ele a havia apoiado numa decepção amorosa do passado(que no caso era o atual líder do Vilarejo Yin) e ela o ajudava a se acalmar quando as lembranças da noite em que o pai dele morrera. Quando ela desapareceu por três anos, Kalu sentiu-se perdido.

Po limpou a garganta e fez com que os felinos olhassem para ele.

– Você não nos disse que teríamos um encontro com a sua namorada puma na floresta. – afirmou Po.

– Primeiro: nós não namoramos. – ponderou Li com uma expressão séria e nervosa.

– E segundo: eu não planejei isso.

– Acho que devo me apresentar. Sou Li Hian. Uma guerreira acolhida pelo Vilarejo das Corujas. Ajudei Kalu nas missões para encontrar os livros de Yin e de Yang. Fui considerada importante na rebelião que libertou o Vilarejo Yin e fui guardiã de Huang, o novo líder de lá. Estou honrada em conhecê-los, mestres do Palácio de Jade.

– Sou Po, o Dragão Guerreiro. – Li o reverenciou.

– É uma honra.

– Somos os Cinco Furiosos. – disseram os Cinco em uníssono.

– Mestre Tigresa, Mestre Macaco, Mestre Garça, Mestre Víbora e Mestre Louva-A-Deus. – ela os reverenciou. – Me inspirei em vocês nos últimos dezessete anos. Mas onde nós vamos acampar?

– Se eu puder dar a minha opinião, podemos acampar aqui depois que amarrarmos os bandidos. – disse Kalu.

– Boa ideia, cara. – respondeu Po.

Eles amarraram os bandidos e montaram um acampamento. Po fez o jantar e todos riram e conversaram enquanto comiam. Li contou algumas coisas constrangedoras pelas quais Kalu havia passado durante os dez anos que estiveram próximos. Todos riam, enquanto Kalu a xingava internamente.

Os mestres resolveram ir dormir, enquanto Kalu ficou afastado e meditando. Ele sempre fazia isso quando estava liderando uma missão. Tigresa levantou e foi até ele. Já que o tigre estava sempre a alerta enquanto os outros dormiam, ele abriu os olhos. Seu olhar subiu para o par de orbes dourados que o observavam.

– Sente-se. – pediu. Tigresa obedeceu e sentou-se em posição de lótus ao lado dele. – Quer conversar?

– Sim.

– Sobre o quê?

– Bom, eu não sei como lidar como os meus instintos. Eu sempre estou na defensiva para todos. E bem, eu acabo afastando as pessoas. E quando eu tento reprimi-los acabo piorando as coisas, porque eu fico meio furiosa com todos. E já que você também é um tigre, acho que pode me ajudar.

– Bom, eu te aconselho a libertar os seus instintos em alguma atividade que não envolva outras pessoas por perto.

– Mas o que pode ser?

– Eu geralmente os faço na caça. Os tigres selvagens são caçadores e nós, que somos da civilização, temos a mesma habilidade. A caça é algo que liberta tudo de aguçado que há em você. A audição, principalmente.

– Obrigada. E soltar os meus instintos melhora os meus... relacionamentos?

– Sim. E muito. Às vezes, quando reprimimos o que está dentro de nós, acabamos soltando nas pessoas erradas e em momentos errados.

– Ah.

– Você está amando alguém, não está?

– O quê? Não!

– Tigresa, quanto mais você negar, mais difícil vai ser para ele e para você. A negação te faz sentir uma dor imensa lá no fundo. Mas eu vejo que você não está negando a mim. Eu não me importaria se estivesse. Você está negando a si mesma. E isso faz com que você se sinta mal. Quando você admitir a si mesma o seu amor por quem quer que seja que você ame, vai ser mais fácil para você. Você se sentirá mais segura para dizer a ele.

– Nossa. Como você sabe?

– Nos meus quinze anos de meditação, uma das coisas do Universo que eu consegui compreender foi o amor. – Kalu sorriu para Tigresa, que sorriu de volta. – Quer meditar?

A mais nova assentiu. Os dois fecharam os olhos e meditaram, enquanto Tigresa absorvia os “ensinamentos” de Kalu.


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Notas finais do capítulo

Po: Não. Eu não vou falar "first". Isso é mais ridículo que o meu plano de cozinhar arroz comendo ele cru e tomando água fervendo.
Tigresa: Agree.
Li: Já cheguei salvando a vida do Kalu. Acho que mais da metade da minha vida eu vou passar salvando esse cara! ¬¬
Kalu: muito engraçada, Li. Estou me matando de rir, não tá vendo?
Li: quem disse que era pra rir?
Meng: oooooowwwwwnnnt! Que fofinhos! Li+Kalu 4ever!



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