Kung Fu Panda: The Revelations escrita por Srta Egmont


Capítulo 1
I:O Passado


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um dos únicos que vai ter nome, porque eu não tenho criatividade nenhuma para criar nome de capítulo.
Boa leitura,
~Maria



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Era uma noite chuvosa no Vilarejo Yin. Seus habitantes deixavam as salas de treinamento e se dirigiam a suas respectivas casas. O líder e rei da Província do Sul, o grande Mestre Xao-Han Yin abrigava-se com seus dois filhos e esposa.

- Meng, eu temo que hoje seja uma noite perigosa. A tempestade está forte e nossos homens estão se enfraquecendo. A defesa da Província está recuando. – disse o sábio tigre branco. Os olhos verdes refletiam os raios que caiam em sincronia com os trovões.

- Xao, há três anos eles não conseguem. Como iriam conseguir agora? Somos fortes, querido. Se formos atacados, estaremos preparados. Não será como o Vilarejo Yang. Não seremos pegos de surpresa.

- Eu queria ter ajudado. Meu querido amigo Bao... Tudo por causa daquele pavão estúpido! – o mestre do estilo Tigre rosnou. Meng aproximou-se dele e o abraçou.

- Vai dar tudo certo. Agora vamos dormir. Não quer que as crianças acordem certo?

- Não. A Mei é complicada.

O casal de tigres riu e se dirigiram ao quarto que compartilhavam. Os dois dormiram imediatamente. Mas o que eles não esperavam era que Xao estava certo. À meia noite acordaram assustados ao som de gritos e luta. Os dois mestres levantaram-se imediatamente e foram para o quarto de seus filhos. Lá encontraram um pequeno tigre branco assustado tentando acalmar sua irmã.

- Calma Mei. Vai ficar tudo bem. – o filhote de três anos disse para a irmã, mas na verdade queria convencer a si mesmo que tudo iria ficar bem. Seus olhos verdes como esmeraldas olharam para a porta. – Papai!

- Filho, o que está acontecendo?

- Estamos sendo atacados, papai. São os homens maus que o senhor disse. Eles estão no vilarejo.

- Obrigado, meu filho. Proteja sua irmã. Eu e a mamãe vamos ajudar lá embaixo. Entendido?

- Entendido!

O jovem tigre observou seus pais saírem do quarto. O medo cresceu dentro dele, mas ele tinha que cuidar da irmã. Tinha recebido uma ordem de seu pai e faria de tudo para não decepcioná-lo.

O pequeno pôs Mei de volta no berço. Ele observou a tigresinha de seis meses ficar dando socos e mordidas na madeira.

- Nós vamos ser grandes mestres como o papai e a mamãe um dia, Mei.

- Com certeza vão. Se continuarem vivos. – disse uma voz grave atrás deles. O jovem príncipe virou-se e viu uma figura mascarada e com uma armadura completa. Tinha braços pretos e musculosos. Mas o que mais chamou sua atenção foi a luva de aço que ele usava em uma mão e as garras metálicas que usava na outra.

O príncipe rosnou e se pôs em posição de batalha, mas a figura gargalhou.

- Você espera mesmo me derrotar, coisinha miúda?

- Eu não espero. Eu vou. Agora chega de papo. Vamos ver se você é tão bom como fala. Ou como pensa que é.

O gigante rugiu e deu um soco onde se encontrava o tigre, mas por sorte ele saltou e usou suas garras para arranhar o braço nu do adversário. O maior uivou em dor e acertou um soco com a luva no rosto do príncipe, que bateu com as costas na parede, atordoado. Antes que a gigante figura finalizasse a curta vida do tigre, um amigo dele pulou à sua frente.

- Deixe-o em paz. Lute comigo! – gritou o outro tigre branco.

- Tudo bem. Vou acabar com você e depois vou pegar o seu amiguinho da realeza!

- Kalu, pegue sua irmã e saia daqui! Seus pais estão na entrada do palácio.

Kalu assentiu e pegou Mei. Ele correu tão rápido quanto pôde até a entrada do palácio. Olhou para a pequena. Imaginou como ela era tão pequena e já estava no meio de uma guerra. Observou as íris vermelhas e a luz dourada que seus olhos exalavam. O pelo laranja com listras negras estava molhado. Ela não chorava mais. Era como se já tivesse se adaptado.

- É maninha. Você é realmente incrível. – resmungou. Logo avistou seus pais lutando contra um grupo de lobos. Ele correu mais rápido e os alcançou.

Mestre Xao virou-se para o filho e seus olhos se arregalaram.

- O que você está fazendo aqui? – gritou o tigre mais velho.

-Pai, Lung foi até o palácio e me salvou. Ele me mandou vir pra cá e ficou lutando contra um cara gigante de armadura!

Quando Kalu parou de falar, ouviu-se um estrondo vindo do palácio. Havia um enorme buraco na parede. Outro estrondo foi ouvido, mas dessa vez foi a figura mascarada pulando em frente aos líderes da Província. Pelos buracos da máscara puderam ver seus olhos azuis brilhando em pura maldade. Em uma de suas mão estava um corpo sem vida ensanguentado..

- LUNG! – gritou Kalu. Ele pôde jurar que o vilão sorriu.

- Parece que o seu fim chegou, pequeno príncipe.

- Corram! – ordenou Meng. O rei e seus filhos não esperaram uma segunda ordem e correram. O massacre era evidente no Vilarejo. Sua espécie estava chegando ao fim ali, como a dos pandas, seus aliados, havia chegado.

A família continuou correndo com o exército mal em seu encalço. Correram por vários dias sem comer, com sede e sem parar. Até que chegaram em frente a um edifício.

- É um orfanato. – disse Meng.

Eles olharam para a pequena Mei.

- Não. Não, não, não. – disse Kalu. – Vocês não podem fazer isso! Temos que ficar unidos! Somos uma família! – lágrimas caíram de seus olhos. A ideia de perder sua irmã era demais para ele. Xao agachou-se em frente ao filho, que afastou a irmã de perto do pai. Ao invés de tentar pegar a pequena, ele pôs as mãos nos ombros do filhote.

- Filho, nós temos que fazer isso. É melhor para ela fazermos algo que eles não esperam. Ela vai estar segura aqui e, se continuássemos levando ela conosco La vai morrer ou de fome ou assassinada por ser mais frágil.

O príncipe olhou para o chão por alguns segundos. Depois suspirou em rendição. Olhou nos olhos da irmã e a pôs próxima a porta do orfanato. Kalu olhou nos olhos da irmã e as lágrimas caíram mais intensamente de seus olhos.

- Eu te amo, maninha. Eu sempre vou te amar. Eu vou voltar para você.

A mãe dele o abraçou pelos ombros e eles saíram caminhando, enquanto Xao batia na porta. O tigre branco correu em direção à esposa e ao filho. Kalu olhou para trás por uma última vez e viu a irmã ser pega no colo por uma cabra.

As semanas passaram e Kalu ainda lembrava-se de ter deixado a irmã para trás.

Ele estava sentado m frente a uma fogueira comendo uma maçã. Seus olhos passavam de seu pai para a sua mãe, mas ele permanecia calado. Ele deu mais uma mordida na maçã.

- Então... O que vamos fazer a seguir? – questionou Meng

- Que tal lutarem por suas vidas? – o Mascarado, como Kalu o havia nomeado, surgiu do interior da Floresta dos Selvagens.

- Você já fez estrago o suficiente, seu covarde. Lute comigo e eu vou pôr um fim em tudo isso. – rosnou Xao.

O Mascarado aceitou o desafio. Os dois começaram uma batalha incansável enquanto Meng e Kalu observavam torcendo pelo tigre.

Mestre Xao estava indo bem até uma flecha passar por ele e atingir o ombro do seu filho. Ao pequeno rugir em dor, o tigre se distraiu e foi pego pelo pescoço. Ele tentou se livrar, mas o maior apertou mais ainda seu pescoço. Logo depois, usou as garras de ferro para finalizar a vida de um dos maiores mestres do estilo tigre que já havia nascido.

- Morra com honra, maldito. – sussurrou o Mascarado e jogou o tigre quase morto para a frente de sua família. Kalu já tinha tirado a flecha de seu ombro e sangrava muito. Ele correu até o pai e se ajoelhou ao seu lado, em choque.

-Meu... Meu filhinho. Me perdoe. Eu não queria ter abandonado sua irmã e... Argh. Meu tempo está acabando. Eu só quero que você me prometa que vai defender sua irmã custe o que custar se vocês se reencontrarem.

- Eu... Eu prometo!

- Ótimo. Agora eu posso... Ter paz. Finalmente, a paz. – Mestre Xao fechou os olhos por uma última vez.

Kalu rugiu e correu em direção ao assassino de seu pai em fúria, somente para ser atingido com força total no olho e bater em uma árvore. A força do impacto foi tão grande que a árvore partiu-se ao meio e fez com que o jovem tigre branco caísse desacordado. Meng foi em direção ao filho e foi mais sábia que ele, controlando sua fúria e correndo pela Floresta dos Selvagens, temendo pela vida do seu pequeno filhote enquanto era guiada pelas corujas selvagens que observavam atentamente o desespero da jovem mãe. Será que ela conseguiria salvar seu pequeno?

28 Anos Depois

Um tigre branco com vestimentas incomuns caminhava numa noite do inverno da Floresta dos Selvagens. Ele estava acampando no lugar e, já que era permitida a caça, ele não havia levado comida e saiu para caçar. Ele sentia o cheiro do sangue da sua presa, um cervo de porte grande. O capuz cobria seus olhos, mas ele conseguia enxergar o rastro de sangue no chão. O casaco preto pesado evitava que ele sentisse frio. Seus companheiros eram o arco, a aljava e uma coruja branca selvagem que ele havia encontrado ferida. Como as corujas sempre o ajudaram, ele resolveu ajudá-la. Ao ouvir uma movimentação, ele sacou uma flecha e armou o arco.

- Dessa vez você não me escapa. – murmurou para si.

Quando o animal que estava se movimentando saltou para fora, ele mirou, mas não atirou quando viu uma tigresa branca. O jovem a observou. Não era comum encontrar tigres selvagens. Era tão incomum quanto encontrar os não selvagens. A tigresa o encarou por um momento. Seus olhos vermelhos brilharam e ela correu.

- Ei, espere! – gritou o tigre. Ele colocou o arco em um ombro e correu atrás do outro animal.

A perseguição acabou quando ele se viu em frente a um local comum. O tigre observou tentando lembrar-se. A tigresa rosnou como se reclamasse. Caminhou lentamente até a porta do edifício, sendo seguida pelo macho racional. Quando ele olhou novamente para a porta, as lembranças o atingiram em cheio.

- É aqui. – ele disse para sim mesmo. – Obri...- ele olhou para o lado para agradecer a tigresa selvagem, mas ela já havia desaparecido. - ...Gado.

O tigre olhou novamente para a porta e bateu nela. Cinco minutos depois, uma cabra idosa apareceu. Ela observou suas vestimentas e a coruja pousada em seu ombro.

- Olá, senhor. Vaio adotar uma criança?

- Não, hã... Na verdade eu quero saber de uma que foi deixada para a adoção há um tempo. A senhora pode me passar a informação?

- Sim, claro. Só preciso da discrição.

- Ela era uma tigresinha de mais ou menos seis meses, olhos dourados e íris vermelha. Posso saber se ela foi adotada e por quem?

- Ahn... O senhor conhece a Mestre Tigresa?

- Claro! Como eu poderia não conhecer uma das melhores mestres atuais do estilo tigre?

- Bom, ela é essa tigresinha de quem você está falando. Foi adotada pelo Mestre Shifu e agora mora lá. – a cabra apontou para um palácio e o felino olhou. - No Palácio de Jade.

- Ah. Muito obrigado mesmo, senhora.

- De nada. Desde que o senhor não seja um vilão procurando por vingança. – o tigre riu. – Desculpe-me pela minha curiosidade, mas quem é você?

- Bem, eu sou conhecido como O Felino das Corujas ou O Mestre Tigre. – afirmou. – Mas você pode me chamar de Kalu.


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Notas finais do capítulo

Xao: Fui o primeiro a aparecer no capítulo! FIRST!
Kalu: Menos, pai. Por favor.
Xao: Afe, não posso nem ser um morto feliz ;-;. Essa juventude de hoje...
Kalu: *revira os olhos* Bom, galera, o episódio foi isso. Espero que vocês tenham gostado. Por favor, comentem e até o próximo.
Maria: Ei! Eu que tinha que falar isso.
Kalu: Eu nem ligo.
Maria: Idiota. Mas foi só isso mesmo, gente. Até mais.
Bjs,
~Maria