Apenas uma página em branco.
Apenas uma tela em branco.
Apenas uma vida em branco.
Há pena de quem vive assim?

Se vives em branco.
Sinto lhe dizer,
Mas minha vida é colorida,
Cheia de borrões.
De vez em quando os observo...
Lembro quem os fez e o porquê

Apenas borrões.
Apenas memórias.
Apenas na lembrança.
Não há pena para quem pensa assim.

Penas que flutuam.
Penas que foram dadas.
Penas que foram cumpridas.
Penas que hoje já não valem nada.
Pena dos que vivem,
Sem a vida poder aproveitar.
Vivendo num cubículo,
Sem saber o que é amar.

Nesse cubículo.
Aprendem tudo que não presta.
Observam as camadas de poeira,
Nas próprias arestas.
E ficam abismados se o sol resolve entrar.

Apenas um cubículo
Apenas uma pena.
A pena que pelo abafado ar resolve planar.
Apenas para singelo canto de poeira.
A pena pousar.