Entre o Espinho e a Rosa escrita por Tsumikisan


Capítulo 21
Sala Precisa e o Rancor de Draco


Notas iniciais do capítulo

Heeeey o/ Como vão vocês? Dramione voltou



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587374/chapter/21

A luta já havia começado. O castelo sacudia em resposta aos combatentes lá fora e raramente víamos alguém no corredor. Eu e Rony estávamos correndo, meus braços cheios de dentes de basilisco. Não tínhamos a menor idéia de onde Harry estava, mas precisávamos encontra-lo logo. Estava pensando nisso quando viramos um corredor e trombamos com o próprio.

— Onde vocês estavam? – ele berrou.

—Câmara Secreta. – Rony respondeu, animado.

— Câmara... O quê?

— Foi idéia de Rony! – Exclamei, sem fôlego. – Não foi genial? Ele lembrou! O Basilisco!

— Que B...?

— Uma coisa para destruir Horcruxes. – Rony disse, apontando para os dentes em meus braços.

— Mas é preciso saber ofidioglossia!

— Ele sabe! – disse, animada. – Mostre a ele, Rony!

Ele soltou um silvo baixo, um pouco enrolado. Harry arregalou os olhos, surpreso.

— Tive que tentar algumas vezes antes de conseguir, mas no fim deu certo.

— Então...

— Então agora temos uma Horcrux a menos! – Rony completou, puxando a taça amassada do bolso. Onde eu perfurara agora havia um buraco ensanguentado como um tiro de bala. Ele não comentou o que tinha acontecido antes de eu conseguir acabar com a coisa e fiquei agradecida por isso.

— Genial! – Harry exclamou – Escutem... Sei onde esta o Diadema.

O seguimos em direção ao sétimo andar. A sala precisa estava vazia, as redes pareciam extremamente solitárias sem toda aquela gente. Gina, Tonks e uma senhora de pelo menos setenta anos aguardavam na porta, parecendo indecisas se deveriam sair ou não.

— Ah, Potter. – a senhora, avó de Neville, chamou. – Você pode nos por a par do que está acontecendo.

— Está todo mundo bem? – Gina perguntou, alarmada.

— Espero que sim. – Harry respondeu, sem delongas. – Escutem, precisamos que vocês saiam por um tempo. Temos algo a fazer ai dentro.

— Certamente. Irei procurar o meu neto. – A avó de Neville disse, indo na direção oposta a que viemos.

Tonks também saiu, gritando por Lupin. Gina nos encarou, um a um, parecendo tensa. Harry abriu a boca para pedir novamente que ela saísse, mas antes que pudesse dizer, a ruiva aproveitou o momento e o beijou. Rony virou o rosto, incomodado, coçando a parte de trás da cabeça

— Espere! – disse, com o olhar vago. – Esquecemos alguém!

— Quem? – perguntei.

— Os elfos domésticos, devem estar na embaixo nas cozinhas não?

— Você quer dizer que devíamos por os Elfos para lutar? – Perguntei, confusa.

— Não. – respondeu Rony, sério. – Devíamos dizer a eles para dar o fora. Não podemos manda-los morrer por nós...

Soltei as presas de basilisco no chão no mesmo instante e o abracei. Rony pareceu surpreso por um instante, mas me abraçou de volta com força. Gina e Harry se assustaram com o barulho e se soltaram. Ela respirou fundo e correu para longe, acenando para nós no caminho.

— Você é incrível. – Eu disse a Rony.

— Eu tento.

— Vamos? – Harry perguntou. Nós dois concordamos, apreensivos.

Ele parou em frente à parede, agora completamente lisa já que não havia ninguém mais lá dentro após a evacuação do castelo. Enquanto Harry pensava no que queria, uma nova porta se materializava diante dos nossos olhos, como se estivesse ali o tempo todo.

O som insistente da luta lá fora parou no instante em que atravessamos a porta. Era como se estivéssemos em um lugar alternativo em que nada ruim acontecesse. O lugar em que estávamos era do tamanho de uma catedral, com objetos distintos em todos os cantos, formando pilhas e mais pilhas. Algumas coisas poderiam estar ali há eras e outras pareciam ter sido escondidas naquele mesmo segundo.

— E ele nunca imaginou que qualquer um poderia entrar? – o silencio era tão profundo que a voz de Rony ecoou pelo espaço.

— Ele pensou que fosse o único – disse Harry. – Azar o dele que precisei esconder uma coisa no meu tempo de Hogwarts... Por aqui, acho que é ali embaixo.

A variedade de objetos era imensa. Nunca iríamos conseguir procurar em tudo a tempo. Paramos em frente a um armário preto bem ornamentado, que eu reconheci como a copia daquele na Borgin&Burkes. Um sentimento de compreensão me invadiu. Draco havia passado o ano anterior inteiro naquela sala, sozinho, sem ninguém para dividir o que sentia. A cada dia que eu o via ele estava mais magro e mais pálido, o que não era surpresa.

Esses pensamentos me entristeceram. Quis acabar logo com aquilo.

— Accio diadema! – Exclamei, com a varinha no ar. Mas nada veio voando em minha direção.

Já era de se esperar.

— Vamos nos separar – Harry sugeriu. – Procurem o busto de pedra de um velho usando uma peruca e uma tiara! Está em um armário e, sem a menor dúvida, aqui por perto...

Cada um foi para um lado. Naquele momento eu gostaria de ter um par de olhos de cada lado da cabeça, para poder analisar tudo de uma vez. Não encontrei nada parecido com o que Harry havia descrito e já estava voltando para onde ele estava quando ouvi a voz de Rony chamar:

— Harry? Você está falando com alguém?

E então outra voz, mais grossa e um tanto lerda, gritou:

— Descendo!

Ouvi o som de algo pesado caindo e me aproximei rapidamente da cena. Harry estava de frente com Crabbe, Goyle e Draco. Engoli em seco, me perguntando o que eles estavam fazendo ali. Principalmente, o que Draco estava fazendo ali.

— Não! – Ele gritou. Parecia que Crabbe era quem havia feito a parede de objetos cair e agora iria fazer novamente. Draco o impediu, segurando seu braço com força. – Se você desmontar a sala, talvez enterre o tal diadema!

— E daí? – retrucou Crabbe, se desvencilhando. – É o Potter que o Lorde das Trevas quer, quem se importa com um dia-D?

— Não podemos simplesmente fazer isso. Você não pode querer realmente que ele assuma o poder...

— Não posso?! – Crabbe riu ironicamente. – Quem é você para dizer o que eu posso ou não querer? Passou para o lado deles é? Vai apenas se ferrar mais. Viu a Sangue ruim lá fora, se agarrando com aquele traidor de sangue não viu? É isso que se recebe por andar com ralé! Não recebo mais ordens suas, Draco. Você e seu pai já eram.

— Harry? – Rony tornou a chamar. Graças a Deus ele estava bem. O desmoronamento não tinha sido sobre ele. – Que está acontecendo?

— Harry? – Crabbe imitou, afinando a voz. – Que está... não, Potter! Crucio!

— PARE! – Draco gritou, sua voz ecoando pela enorme sala. – O Lorde das Trevas quer ele vivo...

— Então? Eu não estou matando ele, estou? – o outro rebateu. – Mas se eu puder é o que farei, o Lorde Das Trevas quer ele morto mesmo, qual a dif...

Aproveitei o momento de distração e dei a volta pela pilha de objetos que me separava deles. Sem proferir uma palavra, lancei um feitiço estuporante em Crabbe. Goyle foi mais rápido e tirou o amigo do caminho com um empurrão que acabou fazendo Draco perder o jeito e tropeçar, sua varinha escapando de sua mão e sumindo por baixo de um sofá velho.

— É aquela Sangue Ruim! – Crabbe rosnou. – Avada Kedavra!

— Não! – Draco chutou a canela de Crabbe e o feitiço passou a centímetros de mim. – Você é estúpido?

Rony e Harry já estavam do meu lado. O primeiro conseguiu desarmar Goyle e agora apenas Crabbe tinha uma varinha, então estavam em desvantagem. Levou apenas um segundo para que ele notasse e corresse, puxando os dois consigo. Ele virava para trás a todo segundo, lançando a maldição da morte cegamente em nós. Acertei Goyle com um feitiço estuporante bem na nuca, enquanto Harry procurava o Diadema em meio a bagunça que havia se formado.

Crabbe então fez uma coisa impensável. Antes que ele terminasse o gesto com a varinha, previ o que faria. Se não fosse por ter lido sofre, o rugido fenomenal teria me alertado do perigo. O fogo saia da varinha dele descontroladamente.

– Que tal o calor, gentalha? – Ele provocou enquanto corria.

Eu e Rony desviamos das chamas que assumiam proporções gigantescas. O fogo formava formas animais que nos perseguiam pela sala. Draco tentava arrastar Goyle consigo, mas o peso era demais para ele.

— Que fazemos? – Gritei. Harry tentava apagar o fogo, mas eu sabia que era inútil. Apenas aquele que o conjurou poderia controla-lo e Crabbe não parecia ter a mínima ideia de como fazer isso. – Que fazemos?

— Aqui! – Rony avisou, puxando três vassouras de uma pilha próxima. O fogo se aproximava, decidido a nos matar.

A fumaça estava me sufocando. Subi sem jeito na vassoura e levantei voo a tempo de ver as chamas consumindo o local onde estávamos. Sobrevoamos o local a procura da porta. Algo me chamou a atenção. Draco e Crabbe haviam conseguido puxar Goyle para cima de uma pilha particularmente grande e estavam momentaneamente a salvo, mas os animais feitos de fogo já ameaçavam engoli-los.

— Temos que salva-los! – Gritei para Harry e Rony.

— Crabbe quase nos matou! – Rony protestou.

— Eu não desejaria uma morte assim para ninguém! – retruquei.

Ele pareceu concordar, pois deu meia volta com a vassoura. Eu mal conseguia me manter no alto, por isso continuei onde estava, observando ele e Harry passarem próximos aos outros dois, tentando segurar-lhes a mão sem se aproximar demais do fogo. Nessa dança perigosa, Crabbe escorregou em um livro solto e caiu, sendo engolido por uma serpente flamejante. Draco estava sozinho agora, mas tentava levantar Goyle inconsciente o maximo que pode, até que enfim Harry conseguiu segurar a mão dele. Rony passou em seguida, puxando Draco para cima.

— A porta! – ele gritou. – É por ali! A Direita!

Segui o caminho que ele indicava, bem atrás de Harry e Rony. Infelizmente, graças a minha total despreparação para voar, eu fui jogada da vassoura com força, mas conseguimos atravessar a porta da sala precisa antes que o fogo nos alcançasse. Ela se fechou no mesmo instante, prendendo para sempre ali dentro todo aquele horror.

Tudo estava tremendo de novo. Ouvimos gritos lá fora e o som da batalha preencheu nossos ouvidos. Tossi, expelindo a fumaça toxica dos meus pulmões e fechando os olhos com força. Tentei me levantar, embora meus ossos estivessem doloridos, mas fui impedida por alguém que me abraçou com força.

— Você está bem. – Draco sussurrou em meu ouvido com a voz meio rouca por causa da fumaça. – Ah Merlin, você está bem. Sabe o susto que você me deu, Granger?

— Você voltou. – disse, me afastando e olhando em seus olhos. Ele parecia verdadeiramente preocupado.

— É claro que eu voltei. Não podia ficar de fora, sabendo que você estava aqui lutando. Tive que mentir para Crabbe, mas...

Não deixei que ele terminasse. O puxei pela blusa para perto dos meus lábios. Ambos estávamos cheirando a queimado e com os nervos a flor da pele, mas aquele beijo rápido foi o suficiente para acender a chama de novo. Draco me levantou gentilmente, ainda me beijando. Teríamos continuado se Harry não tivesse pigarreado alto.

— Isso é hora? – perguntou.

Draco me soltou, parecendo constrangido. Revirei os olhos.

— Você e Gina tiveram seu momento. – resmunguei.

— Ta, ta. – ele relevou, balançando a cabeça. Depois indicou o que restava da coroa carbonizada em seu braço. – O Diadema foi destruído! O que aconteceu?

— Fogo Maldito. – informei. – Uma substancia que as destrói. Eu nunca teria usado, é perigoso demais.

— Do que vocês estão falando? – Draco perguntou, confuso.

Rony e Harry olharam para mim como quem diz “você resolve” e foram dar uma olhada pela janela para ter uma ideia do que estava acontecendo lá fora. Suspirei e olhei para Draco, exasperada.

— Não tenho tempo para te explicar. Mas precisamos continuar o que estamos fazendo e você não pode vir conosco.

— Ah, eu vi bem o quanto você estava ocupada com o Weasley.

— Draco! – ralhei. – Estamos em uma guerra! Não é hora de ter ciúmes.

Mas ele não prestava atenção e nem me encarava. Seus olhos estavam fixos em algum ponto em minha clavícula. Ergueu a mão e tocou delicadamente o colar. Um brilho diferente se espalhou por seus olhos cinzentos antes que ele dissesse, num tom resignado:

— Certo. Eu te encontro depois, então. – ele fez como se fosse se afastar, mas mudou de idéia no ultimo segundo. – Por favor, não morra.

— Vou tentar. – sorri.

Draco correu na direção oposta. Respirei fundo e me juntei aos meus amigos. Harry estava no chão, apertando a cicatriz. Agora só faltava a cobra e poderíamos acabar com Voldemort. Só mais ela. Ajoelhei ao lado dele, segurando seu braço com força. Ele provavelmente estava espionando a mente do outro agora. Quando abriu os olhos novamente, parecia confuso.

— Ele está na Casa dos Gritos. – informou. -A cobra está com ele, tem uma espécie de proteção mágica em volta. E ele acabou de mandar Lúcio Malfoy buscar Snape.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? :3