Entre as épocas escrita por Minna


Capítulo 6
Show e um novo conhecido.


Notas iniciais do capítulo

Oi, eu sei que demoro... muuuuito.
Mas eu não pude fazer nada... O motivo e afins está no "capitulo" anterior.

Bom, novamente peço desculpas, e agora espero conseguir tempo e inspiração pra postar logo novos capitulos.

Boa leitura.



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O começo do ano passou bem rápido, e eu acabei me tornando muito amiga de Ian.

 

Agora, vamos á boa e á má noticia.

 

A boa noticia é que tem sido muito divertido sair com Ian e Gabriela, eles também se tornaram muito amigos. A má noticia... Bem, além de eu estar de TPM, ser dia dos namorados, e ter sido obrigada a participar de uma peça estúpida de teatro que eu nem sei qual é-e claro, além de todas as outras garotas da escola me olharem torto por Ian andar comigo-, a professora de literatura me pediu pra acompanhar um novo aluno que vai entrar na nossa sala. Uma coisa estranha é que Ian anda meio perturbado e relutante com a entrada do novo aluno e minha nova tarefa.

 

-Tem certeza de que está tudo bem?

 

-Ian, eu já disse, além de eu ser obrigada á isso, é só outro aluno. –Disse pela vigésima vez do dia fechando meu armário.

 

-Você pode recusar. –Resmungou encostado no armário ao lado me encarando meio emburrado.

 

-Vá amolar a Gabriela que ela tem mais paciência que eu...

 

-Ta, desculpa, não vou mais me meter.

 

-Obrigada.

 

-Allis! –Gritou uma voz no fim do corredor.

 

-É, ela é mesmo energética... –Riu o loiro.

 

-Sério? Nem notei...

 

-Allis! Ian! Vocês não sabem da nova! –Falou animada com um cartaz em mãos pulando ao nosso redor.

 

-Que tal nos contar então? –Sugeriu.

 

-Vai ter um show hoje á noite aqui na escola, só para nós!!

 

-Um show? –Indaguei surpresa.

 

-E quem vai cantar? –Perguntou Ian.

 

-Parece que são uns novatos que entraram à pouco na escola. Dizem que eles são demais.

 

-Boatos enganam... –Comentou o loiro.

 

-É, às vezes, mas dessa vez é verdade, já que foi a própria diretora que me disse, e pediu para pregar esses cartazes!

 

-Drago King? –Li o nome escrito em dourado com a imagem de um dragão enrolado numa coroa.

 

-Bem criativo... –Falou o garoto.

 

-Dizem que eles são muito bons! Nós vamos ver o show... Não vamos? –Disse esperançosa fazendo um bico enorme, e segurando minhas mãos, quase ajoelhada.

 

Dei um longo, muito longo suspiro e acenei com a cabeça relutante.

 

-Allis! Eu te amo! Você é a melhor amiga do mundo! –Gritou ela me abraçando com uma força assustadora enquanto sorria mais do que podia.

 

-É, eu sei... Agora me solta... Ta me sufocando... –Falei tentando empurrá-la.

 

-Desculpa. –Falou enfim me largando.

 

-Então, quando, onde e que horas? –Perguntou o loiro nos olhando com um sorriso.

 

-Ah, hoje, as dez lá no auditório.

 

-No auditório? Eu achei que em shows a gente ficasse de pé... –Murmurei confusa.

 

-Eles vão tirar as cadeiras... Mas, isso não é importante! –Disse ela de repente ficando desesperada. –Allis, eu preciso de ajuda!

 

-Hm? Pra quê?

 

-Pra escolher minha roupa, claro! Pra que mais seria?

 

-Gabi... Você só pode estar brincando... –Falei olhando-a seria.

 

-É claro que não estou brincando! –Disse indignada. –Você VAI ter que me ajudar!

 

-Por quê? –Indaguei indiferente.

 

-Como por quê? Você é minha melhor amiga! Melhores amigas também são pra isso!

 

-Gabi, eu sou a pessoa menos indicada pra te ajudar com compras...  –Argumentei olhando Ian de relance que ainda estava encostado no armário olhando com um sorriso pra nós.

 

-Não importa, você vai e pronto! –Disse ela começando a se distanciar. –Uma hora na frente do shopping! –Começou a correr acenando.

 

-Mas Gabi! –Gritei, mas ela me mostrou a língua e continuou correndo.

 

Suspirei novamente e olhei pra Ian, nervosa.

 

-Que foi? –Perguntou ele me encarando com cara de duvida.

 

-Nada... É bom vir mesmo de noite, eu não vou aturar a Gabriela sozinha!

 

-Ta ta... Eu venho.

 

-Bom mesmo.

 

--

 

Fazia umas duas horas que estávamos ali. Gabriela já havia comprado uma calça preta colada, uma bata de babados amarela, e uma sapatilha com detalhes dourados. E agora me arrastava de loja em loja procurando algo pra mim, embora eu dissesse que usaria algo que tinha em casa.

 

-Ah! Que lindo! –Exclamou ela pegando um vestido preto, justo em cima, rodado em baixo, com dois babados na saia, e de manga comprida. –Allis! Você precisa levar!

 

-Mas Gabi...

 

-Nada de mas, se você não comprar, eu compro pra você. –Disse ela indo para o balcão.

 

Suspirei com a decisão de minha amiga. Naquela noite, eu, com certeza, teria que usar aquele vestido.  

 

--

 

Desci do ônibus no ponto mais próximo da minha casa. Já eram umas três e meia. O caminho até em casa passava por um parque, o mesmo que encontrei Ian um tempo atrás. Caminhei devagar por entre as árvores, gostava de andar ali. Era relaxante.

 

Estava quase saindo do parque quando ouvi uma musica. Era uma melodia bem bonita e... Triste. Olhei em volta procurando de onde vinha o som e o encontrei em um violão, que estava sendo tocado por um garoto de cabelos escuros e rebeldes, mas que combinavam perfeitamente com seu rosto, que continha uma expressão suave, mas pensativa. Sua pele era bem branca e seus olhos estavam fechados. Ele usava uma blusa cinza com capuz e calça jeans pretas. Ele era bonito.

 

Resolvi deixá-lo sozinho, já que ao menos nos conhecíamos seria estranho se ele me pegasse olhando-o. Mas, pra variar, algo de errado tinha que acontecer, e eu tropecei em uma raiz, fazendo um grande barulho ao cair.

 

-Droga. –Resmunguei vendo meu joelho sangrar. –Claro, meu desastre natural tinha que me fazer sangrar de novo... –Reclamei tentando me levantar, mas a dor ao apoiar-me naquela perna foi grande e eu desabei ao cão novamente gemendo.

 

-Você está bem? –Indagou uma voz grossa e meio rouca ao meu lado.

 

Olhei pra cima e vi que era o garoto do violão, e que seus olhos, agora abertos, eram de um verde claro lindo.

 

-Estou, é só um arranhão. –Disse tentando me levantar novamente, mas quase cai de novo ao fazê-lo, se ele não tivesse me segurado.

 

Olhando a cena, notei a proximidade de nossos rostos e corei, algo que ele deve ter notado já que se afastou um pouco, me ajudando a sentar no banco que ele estava à pouco.

 

-Tem certeza que está bem? Foi um tombo feio. –Disse agachado na minha frente enquanto olhava meu joelho.

 

-Estou bem, foi só um cortezinho. Ai! –Exclamei quando ele tocou no machucado.

 

-Um cortezinho bem grande. –Comentou tirando um lenço do bolso da calça e começou a amarrar no meu joelho.

 

-Ai...

 

-Isso deve resolver o sangramento. –Disse levantando. –Agora, onde é a sua casa?

 

-Hm...? Pra quê quer saber?

 

-Ora, é óbvio que não vou deixá-la ir se arrastando ou ficar nessa praça sozinha. É perigoso pra uma menina tão bonita. –Falou com um sorriso de lado, me fazendo corar novamente.

 

-Eu posso me cuidar muito bem sozinha! –Exclamei nervosa, virando o rosto.

 

-Imagino que sim. Mas nem você nem eu vamos a lugar nenhum até me dizer onde mora.

 

-Hunf... –Bufei e falei meu endereço.

 

-Certo, vamos lá. –Disse me pegando no colo.

 

-Hei! Me põe no chão! –Gritei esperneando.

 

-Olha, eu sou forte, mas se não segurar e ficar se mexendo vai acabar caindo... –Avisou ele rindo levemente.

 

-... –Corei mais ainda e segurei em seu pescoço escondendo o rosto em seu peito para as pessoas que passava não me virem.

 

--

 

Após um tempo com ele me carregando, acho que acabei adormecendo porque nem notei quando chegamos.

 

-Tem alguém na sua casa? –Perguntou o moreno já à minha porta.

 

-Hm... Minha mãe já deve ter chegado. –Murmurei sonolenta vendo-o dar um leve sorriso antes de tocar a campainha.

 

-Já vai. –Gritou Raquel, provavelmente do quarto. –Allice?! O que houve? –Disse quase desesperada ao me ver no colo do garoto com o joelho sangrando.

 

-Ela tropeçou no parque. –Disse o garoto... Agora me lembrei que ainda não perguntei o nome dele.

 

-Ai, Allice, você devia prestar mais atenção por onde anda mocinha. –Reclamou Raquel após nos dar passagem.

 

-Onde a ponho?

 

-No sofá está bom. –Indicou a ruiva.

 

Ele me pôs deitada lá. Acho que estava meio atordoada, porque não fiz nem disse absolutamente nada por um belo tempo.

 

--

 

Aquilo tudo acabou que Raquel convidou o garoto, que descobri se chamar Matt, para jantar.

 

-Obrigada por trazê-la em casa. Não sei o que poderia ter acontecido se não tivesse ajudado-a... –Agradeceu pela oitava vez.

 

-Já disse que não tem problema, foi uma honra ajudar. –Disse Matt sorrindo.

 

Eu comia quieta e emburrada por causa da vergonha de ter sido carregada até em casa, e pelo fato de minha mãe ter deixado um completo estranho, mesmo que agora não fosse mais, entrar em casa simplesmente porque ele carregou sua filha até lá. Eu sei que deveria estar agradecendo... Mas minha TPM não me deixava ficar feliz por quase nada!

 

Olhei o relógio e vi que já eram oito e quarenta. Levantei-me -com o joelho já limpo e sem sangrar- e coloquei o prato na pia, avisando que ia tomar banho e me arrumar.

 

-Bom, eu já vou indo. –Disse Matt antes que eu saísse da cozinha. –Tenho um compromisso importante, e tenho que ir me preparar. –Disse já se levantando.

 

-Bom, agora que já sabe aonde Allice mora, venha visitá-la um dia. –Falou minha mãe.

 

-Mãe! –Exclamei indignada, mas ela pareceu me ignorar completamente. Matt riu e acenou com a cabeça.

 

-Leve ele até a porta querida. –Falou a ruiva começando a tirar a mesa.

 

Ainda irritada levei Matt até a calçada. Não sei bem porque não me limitei a levá-lo até a porta, mas assim que chegamos lá fora pedi desculpa pela minha mãe e agradeci por ele ter me ajudado.

 

-Não tem problema. Foi divertido, apesar de tudo. - Falou com uma mão no bolso e a outra bagunçava os próprios cabelos.

 

-Só pra você... –Resmunguei fazendo beiço.

 

Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha antes de se virar com o violão nas costa e ir embora. Fiquei um tempo paralisada ali na calçada por causa do choque, mas logo acordei e corei ao voltar pra dentro.

 

 -Ele é bem bonito...

 

-Não começa mãe. –Cortei irritada subindo as escadas.

 

--

 

Como prometido, o auditório esta sem as cadeiras, tornando-se um amplo espaço para que todos da escola pudessem pular e dançar ali.

 

Encontrei Ian e Gabriela e nos acomodamos em um lugar próximo ao palco. Pouco tempo depois, lá pelas dez e vinte, as cortinas se abriram revelando os ‘Dragon King’, que era composta por quatro garotos, um ruivo de olhos castanhos no baixo, um moreno de olhos mel no teclado, um loiro com olhos negros no vocal, e, pra minha enorme surpresa, Matt na guitarra.

 

-Só pode ser brincadeira...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. E que tal comentar??

Kiss =*



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