PDV Violetta

Violetta: Por quê? – pergunto.

Marina: O prazo acabou. – responde.

Violetta: Qual é a agenda?

Marina: Então, aceita sair desse lugar?

Violetta: Não disse isso, mas preciso saber para onde eu iria.

Marina: Você passaria três meses na América do Norte e os outros três, na Europa.

Eu arfo, porque passar seis meses longe do León, se eu não consegui passar um mês, imagina seis. Pego um copo d’ água e bebo num gole só.

Violetta: Seis meses?! – pergunto.

Marina: Isso, mas se quiser pensar, eu vou entender. – assinto e ela sai da sala.

Jogo o copo de plástico no lixo e saio da sala. O Gregório fala para eu ir até o Zoom e só dou ombros. Sento em uma das cadeiras do fundo, pego o meu Ipod dos quais estavam conectados no hadfone e ponho uma música alta.

Ouço alguém arrastar a cadeira ao meu lado e vejo o León com uma expressão preocupada.

León: O que está lhe afligindo? – pergunta pegando minha mão.

Violetta: Nada. – tiro os hadfones para ouvi-lo.

León: Para de fingir que não tem nada acontecendo.

Ponho os hadfones e volto escutar música alta. Todos os professores entraram na sala e parabenizaram pela turnê, então resolvem apresentam os alunos novos, eu vi o Lio entre eles. Isso está começando virar perseguição.

Depois disso, os professores dispensaram a classe. Dou uma volta pelo Studio e escuto uma música vinda do Zoom, vejo a Ludmila apresentando uma música para o Pablo.

Violetta: Depois eu volto. – digo.

Pablo: Violetta poderia me dizer o que acha da música? – pede.

Violetta: Hm... Tudo bem. – a Ludmila me fuzilava – A música não tem sentimento ou emoção.

Pablo: Então, as duas vão trabalhar a música juntas.

Violetta e Ludmila: O quê?! – falamos juntas.

Pablo: Acho que vai fazer bem para duas. – saímos de lá e fui para sala de música.

Percebo que a Ludmila me seguiu e me fuzilava. Eu deveria ter ficado quieta e, fugido de lá quando podia, mas que droga!

Violetta: Fala.

Ludmila: Por que você sempre quer me ofuscar? – começou.

Violetta: Ofuscar? Como se eu precisasse disso, Ludmila.

Ludmila: Mas, quem você pensa que é para chamar minha música sem sentimento e emoção? – reviro os olhos.

Violetta: Porque é verdade, além do mais, quando se ama, você se doa e o sentimento é verdadeiro. – digo – A música precisa de emoção nela.

Saio de lá e recebo uma mensagem da Marina, dizendo que eu tinha só hoje para pensar. Passo por uma porta e vejo os meus amigos e o León se divertindo.

Lio: Violetta, você está bem? – pergunta.

Violetta: Não, feliz? – pergunto friamente.

Vou para praça perto do Studio, esse ano é o último, eu não quero perde-lo e ficar longe do León. Mas, também quero ir para turnê, pois é minha carreira. A pessoa que disse que carreira e amor não combinam, estava certo, pois eu quero ficar com León aqui, mas também quero estar lotando estádios.

Violetta: O que eu faço? – peço olhando para o céu.

Lio: Não sabia que era religiosa.

Violetta: Sai daqui antes que eu grite.

Lio: Calma, eu não vou te fazer nada. – arqueio a sobrancelha – Eu juro!

Violetta: O que faz aqui?

Lio: Vi que você está mal, então resolvi te seguir.

Violetta: Porque não me deixa em paz?

Lio: Não sei, sinceramente. – fico vendo as crianças brincando – Problemas no paraíso?

Violetta: Como se você soubesse o que é isso?

Lio: Certo.

Violetta: Tchau.

Volto para o Studio e a Ludmila disse que tinha composto uma parte.

Violetta: Está bom, mas para dar certo precisa pensar numa pessoa que você gosta. – vi ela olha para o Federico e começou tocar olhando para ele.

Pablo: Está muito bom. – sorri fraco – Continuem assim.

Ele saiu e a Ludmila ficava olhando para mim como se quisesse entender alguma coisa.

Violetta: O que foi?

Ludmila: Tem algo te perturbando.

Violetta: Jura? – faço ironia – Fala-me de uma coisa que eu não sei.

Ludmila: Por que está assim? – pergunta – Sua vida é perfeita.

Violetta: Ferro, primeiro eu não sou sua amiga para dividir segredos e, segundo minha vida não é perfeita.

Ludmila: Estou tentando a ajudar, de verdade.

Violetta: Se isso for à verdade, então eu sou a mentira. – pego minha bolsa e decido ir para pista de Motocross.

Antes de ir para lá, eu tinha pegado minha moto em casa e corri nas pistas.

Peter: Olha só quem deu as caras. – o abraço – Como vai a estrela?

Violetta: Ainda sou sua velha amiga. – ele riu.

Peter: Você veio para cá por algum motivo, então o que foi?

Violetta: Nada. – ele cruzou os braços – Mesmo que tivesse o motivo para isso, Peter, isso é uma coisa que preciso resolver sozinha.

Peter: Tudo bem, mas você sabe que eu sempre estarei aqui para te ajudar.

Violetta: É um grande amigo.

Peter: Faço o que posso.

PDV León

Procuro a Violetta pelo Studio e a Ludmila me diz que ela foi embora, só não sei como ela sabia disso. Vou até casa da Vilu e a Olga me deixa passar, me diz que a Violetta está na sala de instrumentos, agradeço e vou lá.

Ouço uma melodia de um violão, e entro. Encontro ela concentrada na música e percebo que a mesma deixava algumas lágrimas rolarem pelo seu pescoço.

Vida Longa

Eu disse, "Lembre-se desse momento"
No fundo da minha mente
Quando estávamos lá com nossas mãos tremendo
A multidão se levantava e ia à loucura

Nós éramos os reis e rainhas
E eles leram os nossos nomes
Na noite que você dançou como se soubesse que nossas vidas
Nunca mais seriam as mesmas

Você manteve sua cabeça como um herói
Em uma página de um livro de história
Era o fim de uma década
Mas o começo de uma era

Vida longa às barreiras que atravessamos
Todas as luzes do reino brilharam só para mim e você
Eu estava gritando, "Vida longa à toda magia que fizemos"
E tragam todos os impostores
Um dia seremos lembrados

Eu disse, "Lembre-se desse sentimento "
Passei as fotos adiante
De todos os anos que estivemos lá do lado de fora
Desejando por agora

Nós somos os reis e rainhas
Você trocou seu boné de beisebol por uma coroa
Quando eles nos deram os nossos troféus
E nós os levantamos pela nossa cidade

E os cínicos estavam indignados
Gritando, "Isso é um absurdo"
Porque por um momento, um bando de ladrões
Em jeans rasgados conseguiram dominar o mundo

Vida longa às muralhas que invadimos
Todas as luzes do reino brilharam só para mim e você
Eu estava gritando, "Vida longa à toda magia que fizemos"
E tragam todos os impostores
Eu não tenho medo

Vida longa à todas as montanhas que movemos
Eu tive o melhor momento da minha vida
Lutando contra dragões com você
Eu estava gritando, "Vida longa à aquele olhar no seu rosto"
E tragam todos os impostores
Um dia seremos lembrados

Segure-se para girar ao redor
Confetes caem no chão
Que essas memórias amparem nossa queda

Você pode por um momento
Me prometer isso
Que você ficará ao meu lado para sempre?
Mas se Deus proibir, o destino interferir

E nos forçar a uma despedida
Se você tiver filhos algum dia
Quando eles apontarem para as fotos
Por favor, diga a eles o meu nome

Conte pra eles de como a multidão ia à loucura
Conte para eles de como eu espero que eles brilhem

Vida longa às muralhas que invadimos
Eu tive o melhor momento da minha vida com você

Longa, vida longa às muralhas que invadimos
Todas as luzes do reino brilharam só para mim e você
Eu estava gritando, "Vida longa à toda magia que fizemos"
E tragam todos os impostores
Eu não tenho medo

Cantando, "Vida longa à todas as montanhas que movemos"
Eu tive o melhor momento da minha vida
Lutando contra dragões com você

E longa, vida longa à aquele olhar no seu rosto
E tragam todos os impostores
Um dia seremos lembrados

León: Ei. – pego o violão dela e o coloco de lado – Conte-me o que foi?

Violetta: Eu tenho uma turnê para fazer, León. – responde.

León: Mas, isso não é bom?

Violetta: Eu vou passar seis meses fora. – responde e sinto o meu coração destroçar.

León: Você vai? – pergunto fitando os seus olhos.

Violetta: Não sei, eu não quero te deixar. – foi nesse momento que percebi que para o nosso casamento dá certo, não pode haver arrependimentos.

Abraço e ela enterra a cabeça no meu pescoço, fico acariciando os seus cabelos, agora loiros.

[...]

Eu tinha acabado de me despedir dela no aeroporto, eu vou morrer de saudades? Sim. Mas, não quero que lá para frente ela tenha algum arrependimento por minha causa.

Volto para casa, encontro uma garota de cabelos ruivos conversando com a minha mãe.

XXX: Oi León. – o que ela faz aqui?

León: Alice?!