PDV Violetta

Vi que o León se afastou de mim e só faltava a cara de desprezo. Respirei fundo e sai de lá sem dar tempo de ele gritar comigo, pego um táxi e comecei arrumar minhas malas quando chego ao hotel.

Tranquei a porta do quarto e choro no travesseiro, não chorei quando os meus pais morreram e foram enterrados, mas vê a única pessoa tirando minha tia, que amo verdadeiramente sentir nojo ou desprezo de mim, faz com que eu queira sumir. Foram jorradas de lágrimas de tudo que eu não chorei, é como se as feridas tivessem sido abertas. E a única coisa que é a dor por dentro.

Pego uma navalha e corto o meu pulso. Achei que eu tinha superado e poderia parar com isso. Porém, não sou tão forte quanto penso. Só vi o sangue e a dor física me consumia.

Dean: Vilu?! – mas, a escuridão já tinha me atingindo.

Acordo num quarto de hospital e a primeira coisa que olho é o meu pulso direito do qual o mesmo estava com pontos.

XXX: Finalmente, você acordou. – olho para o lado e vejo Dean sentando na cadeira ao lado da minha cama com uma expressão preocupada.

Fico quieta esperando que ele percebesse que eu quero ficar sozinha.

Dean: O que aconteceu? – dou ombros – Vilu?

Médico: Como ela está? – pergunta um rapaz um pouco mais velho do que eu.

Dean: Ela não responde. – responde e o médico chega perto de mim para me examinar.

Médico: No geral, ela está bem tirando o pulso e pode ser que ela não queira responder por ora.

Dean: Como assim? – perguntou o Dean me olhando.

Médico: Ela entrou em estado de choque, pode ter sido causado por um trauma.

Dean: O que eu posso fazer?

Médico: Dar todo apoio que ela precisar e ser um bom amigo. – Dean assentiu com a cabeça – Faz com que ela tome os remédios e a mesma está de alta.

Ele me deu uma muda de roupas junto da minha nécessaire e disse que traria o café da manhã, só assenti com a cabeça.

Vesti uma regata de renda branca, short preto, salto alto vermelho e jaqueta de couro preta, fiz minha higiene matinal e escovei os dentes, então escovo o meu cabelo.

Saio do banheiro e encontro o Dean com uma bandeja nas mãos e quando me vê fica me olhando de cima a baixo, mas ignoro isso.

Como ovos com bacon e panquecas, e tomo suco de laranja natural. Saímos do quarto e fomos para entrada depois que o Dean pegar minha receita com o médico.

Ele me entregou os óculos escuros e fomos até a garagem, vi uma Mercedes preta e reconheci que era do Josh. Voltamos ao hotel e fechamos a conta, ninguém conversou a respeito do que aconteceu e fui ao carro com Dean.

Dean: Sei que você quer se vingar da pessoa que te ameaçou, mas, antes vamos esclarecer o seu passado nem que isso tenha que levar tempo. – dou ombros e encosto minha cabeça na janela.

Dean: Eu queria saber o que aconteceu com você. – o olhei e abaixo a cabeça.

Chegamos ao aeroporto e ficamos esperando ir para L.A, fico longe do pessoal e compro uma água. Até que era hora de embarcar, sento na poltrona perto da janela no fundo junto do Dean que me avisa a hora de tomar os remédios.

Fiquei a viagem inteira lembrando o final de semana, quando León me pediu em namoro.

Flash Back On:

León: O que achou? – perguntou no meu ouvido.

Violetta: Jura que isso é verdade? – pergunto sem emoção.

León: Por que não gostou? – pergunta passando mão no cabelo, deve ser um sinal de nervosismo.

Virei-me para ele e o olhei que estava de cabeça baixa – espera, ele está com medo de eu não ter gostado -, levantei seu queixo o fazendo olhar para mim e beijei-o. Até o ar fazer falta, mas ele me olhava confuso.

Violetta: Ei, o que foi? – pergunto.

León: Achei que estava decepcionada. – balancei a cabeça sorrindo.

Violetta: Decepcionada? Depois de tudo que você preparou? – arqueei a sobrancelha.

León: Estou sendo bobo?

Violetta: Muito. – respondo.

O lugar é lindo. Estávamos numa praia deserta e o jeito que ele preparou as coisas com a ajuda de alguém ficou perfeito.

León: Exagerei? – pergunta me trazendo para realidade.

Violetta: Quem diria que você, León, seria romântico? – rebato meio que respondendo.

León: Não consegue responder uma pergunta direta sem achar que vai entregar sua pose de garota forte e decidida.

Violetta: Pose?! – pergunto fingindo raiva.

León: Não vai me dizer que você sempre foi assim?

Violetta: Para falar a verdade, sempre fui. – respondo.

León: Ok. Eu não quero brigar com você, por hoje não. – ri – Quê?

Violetta: Eu não fiquei com raiva, porque foi até engraçado.

León: Foi engraçado, né? – pergunta.

Violetta: Aham. – até que o vi abrir um sorriso e correr atrás de mim.

E corri também só que ele conseguiu me pegar e me virou de frente para ele.

Violetta: E aí, o que vai fazer comigo? – pergunto brincando.

León: Isso. – me deu um beijo e depois que ar faltou, o mesmo terminou com selinhos.

Violetta: Até que valeu pena.

León: Engraçadinha. – deixei essa passar, mas “inha”, nunca – Vamos comer?

Violetta: Claro.

Ele puxou a cadeira para eu sentar e eu fico me perguntando da onde vem esse todo cavalheirismo dele. Comemos, brindamos, rimos e conversamos coisas banais.

Violetta: Foi você que cozinhou?

León: Culpado. – sorri.

Violetta: Então além de cantor, compositor ainda é cozinheiro? – ele assentiu – Agora entendi o porquê da Lara não querer que nenhuma garota se aproxime de você.

León: Eu nunca fiz nada disso para Lara, jantar romântico, ou preparar a surpresa alguma para ela. – diz.

Violetta: Por quê? – perguntei o olhando.

León: Porque você estava certa quando disse que eu não tinha tudo na vida. – fala se levantando e começa passar a mão no cabelo.

Violetta: Como assim? – pergunto atrás dele e o mesmo se vira para mim.

León: Eu não sei o que é o amor e não achei pessoa certa para me mostrar isso até agora se você quiser. – ele olhava tão fundo nos meus olhos que parecia que lia minha alma.

Violetta: Nunca vai saber se não perguntar. – sussurrei no seu ouvido e fico andando pela praia o deixando pensar lá.

Era tão bom sentir o vento nos cabelos e olhar para o céu agora deveria ser o final da tarde e com sol se pondo no horizonte.

León: Violetta? – me chama e percebo-o ao meu lado.

Violetta: Oi? – até que me dou conta que ele está de joelhos.

León: Não sei mais esconder o que sinto, agora sou outra pessoa. – começa - Antes eu era apenas um ser humano normal, hoje eu mudei e muito, sou um ser totalmente transformado, rio pôr qualquer coisa, fico alegre vendo uma flor ou uma simples laranja, me emociono ao ouvir na rádio “Vamos Fugir” ou uma simples melodia.

León: Pôr que tudo isso? Eu vou lhe dizer: pôr que te adoro a cada dia que passa, e te adoro tanto que nem consigo mais ficar, chateado, bravo ou até mesmo irritado com algo que você faça. – sorri.

León: Não consigo mais disfarçar o que sinto, nem quero! Por que ocultar o que sinto? Não meu amor. Não vou mais esconder o que sinto, pouco importa que todos saibam. Eu te adoro, e essa verdade é maravilhosa. Vale mais do que tudo o que senti até hoje. Vale por uma vida toda.

León: Eu sei, porque aprendi a ver beleza em tudo, no sorriso que nasce em seus lábios, no seu estilo rebelde e marrento, na ansiedade que sinto antes dos nós nos encontrar e em tudo. – fala olhando nos meus olhos - O amor eu desconheço só sei que deve ser belo, mas essa beleza nasce de você, você que soube me transformar no que sou agora!

León: Eu simplesmente apareci em seu mundo, sem pelo menos pensar que nele existia você. – pus o cabelo atrás da orelha - Sabe conhecer você foi como nascer novamente, no entanto ter você mesmo por alguns dias foi algo mais importante que pode me acontecer.

León: Portanto, gostaria de te pedir:

Aceite meus chamegos e sorrisos

Aceite meus abraços e carinhos

Quero te ligar todas as manhãs para te desejar bom dia

Todas as tarde para dar-lhe boa tarde

E as noites para desejar-lhe bons sonhos

A partir de agora esquecemos o eu e você

León: Vamos cultivar o NÓS, pois:

Quando um de nós entristecermos juntos iremos nos confortar...

Quando um de nós desistirmos, juntos iremos alcançar...

Quando um de nós perdermos as esperanças, juntos acharemos outro caminho...

Quando um de nós errarmos, juntos acertaremos...

Se brigarmos, saberemos perdoar...

Se discutirmos, com paciência e carinho iremos nos reconciliar...

Se cairmos, um ajudará o outro a levantar...

León: Então... Você quer namorar comigo? – pede segurando uma caixinha de veludo.

Flash Back Off.

Está na hora de esquecê-lo, vai ser bom para mim por um lado, em pensar que eu nem queria ir para Buenos Aires, estava na hora de eu seguir o meu caminho.

PDV León

Ela fugiu, avisei os rapazes que iria para casa. Vou até a mansão e entro no quarto da Violetta, sentei em sua cama e fico lembrando o dia que falamos “Te amo”, um para o outro.

Flash Back On:

Violetta: O que foi? – pergunta se sentando no banco.

León: Você queria saber o porquê de eu não terminar, lembra? – assente

Violetta: Fala.

León: “Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira”. – digo com uma convicção e sinceridade.

Violetta: León...

León: Você não precisa responder, eu entendo. – falo olhando em volta menos para ela.

Violetta: “Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama”. – olho para ela.

León: Violetta, o que...

Violetta: Fica quieto, antes que eu desista de falar. – levanto as mãos, no gesto de se render.

Violetta: “Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, eu não sei me entregar à desorientação”. – diz – Porém...

Violetta: “Eu te amo. E nunca me imaginaria amando alguém com tanta intensidade, nem sabia que tinha tanta capacidade pra amar assim. Mas isso tudo por sua culpa. Ninguém além de você saberia despertar isso em mim”. – sorri radiante.

Flash Back Off.

Acabo adormecendo e acordo só no outro dia, decidi procura-la tanto que peço endereço dela para minha irmã. Vou até o hotel onde ela estar hospedada e descubro que a mesma já tinha deixado o país.

Volto para a mansão e começo fazer as malas, eu não deixaria escapar novamente. Vi minha mãe entrar no quarto e por a mão no meu ombro.

Esmeralda: Filho? – vi que sua voz era preocupada e apavorada.

León: Está tudo bem? – pergunto me virando para ela.

Esmeralda: O seu pai... – então, minha mãe desmaiou.

A coloquei na cama e peguei minhas malas no canto. Antes de procurar pela mulher da minha vida, eu tenho que acertar as contas com meu querido pai. Deixo um bilhete na cômoda para minha mãe e pego meu carro, então dirijo a primeira pista que eu encontro onde supostamente estaria o meu pai. Chego a Madrid e hospedo em um hotel. Procuro por ele em sites e vejo que ele mora num luxuoso condomínio, pego o endereço e vou até lá.

Toco a campainha e vejo uma moça abrir a porta, é claro. Ela era ruiva, olhos castanhos e me olhava confusa.

León: Estou procurando o Sr. Vargas. – falo e ela arqueia a sobrancelha.

XXX: Você seria quem? – pergunta.

Sr. Vargas: Amor, quem é? – eu reconheço essa voz de longe.

León: Olá pai. – digo e ele arregala os olhos – Surpreso?

PDV Violetta

Estávamos em Los Angeles, estava na hora de mudar os ares, instalamos na casa de verão da Emily, e eles praticamente me obrigaram a descansar.

Acordo com Mary me olhando aflita e pede para eu segui-la. Fomos à sala de estar e encontro todos reunidos como se fosse uma reunião e tivesse haver comigo. Arqueei a sobrancelha depois ter me encostado na parede e cruzado os braços.

Dean: Os seus pais não foram mortos por acidente ou sua causa. – fico confusa.

Zack: Foi por sabotagem.

Josh: Especificamente, pelo que pesquisamos foi o pai do León juntamente com a tia da Lara. – arregalei os olhos.