Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 18
Yasuo




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Quando LeBlanc perdeu a concentração, por um motivo aceitável, acredito eu, as correntes mágicas se desfizeram. Eu não podia culpá-la. Não era sempre que espadachins invadiam esconderijos secretos com explosões de vento jurando morte para uma pessoa que já estava prestes a morrer. Pelo menos, eu acredito que não.

Os acontecimentos seguintes foram, no mínimo, esquisitos. O espadachim investiu contra Riven enquanto Vayne tentava, novamente, matar LeBlanc. Eu sabia que tinha conhecido Riven em um momento ruim de sua vida. Capturada semimorta pelo exército de Warlock após eventos um tanto confusos, mesmo para ela. Eu não fingia que a entendia, mas, pelo menos, ela tinha se tornado uma aliada confiável. Uma amiga até.

Olhei incisivamente para Kristofer que, felizmente, entendeu o recado. Outro cara que eu não entendia muito bem, mas, pelo menos, eu o conhecia há mais do que… três ou quatro dias? Ele pulou sobre River, que estava sem reação, tirando-a do caminho de uma rajada de vento cuja passagem deixava marcas severas no chão.

– Toque em mim de novo e eu te mato. – Ela ameaçou, empurrando-o para o lado enquanto pegava a sua espada para enfrentar o espadachim.

– De nada. – Kristofer murmurou quando a assassina se levantou.

– O que pesa mais, Riven? – O espadachim perguntou, com a sua voz grave. – Sua espada ou sua consciência?

– O que passou, passou. – Ela grunhiu, chocando o próprio gládio contra o dele, gerando um barulho metálico.

Eu nunca tinha visto uma luta de espadas daquele nível. As lâminas se chocavam cada vez mais forte, como se ambos os guerreiros tivessem se esquecido do que os cercava. Yasuo rebatia as técnicas de vento dela com uma espécie de barreira de vento criada pelos movimentos de sua espada.

O espadachim tentou atingi-la na barriga com a ponta da lâmina, mas ela se limitou a desviar o golpe com um gesto da espada e começou a dar curtos saltos na direção do ioniano, deixando rachaduras no chão pelo impacto da sua técnica de vento.

– Você não pode fugir de si mesma, Riven. – Ele falou para ela. – Eu te darei uma saída fácil. Só a morte, nada sério.

– Por muito tempo eu caminhei. – Ela sussurrou, como que relembrando. – Estou cansada de fugir.

– Fugir da justiça, noxiana? – Ele desdenhou, sibilando a última palavra.

Ele lançou mais um furacão de vento que a arremessou para o alto, deixando a assassina repleta de cortes feitos pelo furioso vento que golpeava no seu corpo já fragilizado e sem armadura. Quando ele pulou para dar o golpe final, eu finalmente encontrei forças para intervir.

Kristofer entendeu o meu plano sem que eu precisasse falar quando corri em sua direção. Fechando as mãos em forma de concha ele apoiou um dos meus pés, me arremessando para cima. Eu lembrava de muitas coisas do que ele tinha me ensinado durante o tempo que passamos como amigos. Uma delas era: “Lute sujo quando não puder vencer”.

Em pleno ar, levantei a perna sendo inclinado para trás e, consequentemente, para baixo. A última coisa que eu senti antes de me ver caindo foi o rosto dele batendo contra a sola do meu sapato. Um movimento indigno, mas o suficiente para salvar a vida da minha amiga.

Caí no chão com um baque, assim como Riven, enquanto Yasuo pousava leve como uma pluma. Ok, talvez uma pluma muito raivosa e sedenta por sangue. Quando a sua espada ameaçava mais do que verbalmente cortar a minha garganta, uma flecha a deteve, pousando bem perto do meu rosto, no que eu imaginava ser um movimento bem calculado de Vayne.

Virei o rosto em tempo de vê-la. Lágrimas corriam pelo seu rosto vermelho de raiva e ela provavelmente tinha decidido que ia descontar a raiva naquele espadachim. Melhor do que em mim, eu suponho.

Kristofer, seguindo os próprios ensinamentos, agarrou Yasuo por trás para que Vayne desse o golpe final quando eu gritei: - Não!

Dessa vez, tomada pela raiva, ela não parou, disparando três flechas na direção do peito do espadachim. Ele teria morrido se a técnica de vento não tivesse parado as flechas.

Kristofer arregalou os olhos. Vayne arregalou os olhos. Yasuo arregalou os olhos. E eu também me surpreendi quando vi que não tinha sido o vento de Yasuo o responsável por parar as flechas mortais. Atrás de mim, Riven jazia meio de pé, com a espada recém-usada na mão.

– A violência só gera violência. – Ela falou. Seus cortes sangravam, mas ela não parecia se importar. Era mais durona do que parecia. – Eu entendo que você está bravo pelo que aconteceu, Yasuo. Todos perderam alguma coisa naquela batalha…

– E nem por isso estamos invadindo… Ah, deixa pra lá. – Comentei, me levantando.

– Palavras. – Ele murmurou. – Você espera que eu me vire e vá embora com palavras?

Ela jogou a espada no chão e abriu os braços: - A espada reflete o seu portador. O meu espírito não está perdido, e o seu?

– Há muito tempo já! – Ele exclamou, criando uma poderosa esfera de vento só com a raiva.

– Faça a sua escolha, então! – Ela gritou de volta. Kristofer e Vayne a olharam como se ela tivesse enlouquecido, mas ela fez um gesto para que eles não interferissem e o cientista soltou o ioniano.

Ele cutucou a esfera com uma ferocidade intrínseca e ela se desfez. O ioniano olhou com desprezo para o chão, onde as últimas brisas de sua técnica se desfaziam. Os ventos abandonaram a sua espada. Olhei para Riven. Ela também não sabia se ele tinha escolhido desfazer a esfera ou não tinha conseguido completá-la. Senti que era melhor não saber.

Ele passou por Kristofer como se o mesmo fosse invisível e se foi. Riven suspirou de alívio.

– Bom, pelo menos conseguimos alguma coisa para deter Warlock. – Tentei motivá-los, me dando conta repentinamente que estávamos cercados de cadáveres de Rosas.

– Não conseguimos nada! – Vayne exclamou, batendo o pé e saindo dali.

– O que aconteceu com LeBlanc? – Riven perguntou quando ela saiu e eu percebi que não tinha visto o desenrolar da luta de ambas. Assim como a noxiana, eu estava preocupado em enfrentar Yasuo.

– Ela fugiu em um portal, mas eu consegui baixar uns dados das projeções de tela daqui. – Ele falou, apontando para um relógio em seu pulso, retirado provavelmente de um dos guardas mortos. Imaginei se era seguro deixá-lo com tecnologia. – Nós temos as equações, Brandon.

– Conseguimos então. – Riven deu um pequeno sorriso de triunfo.

– Por enquanto. – Alertei. – Eu vou conversar com ela.

– E quando você voltar – Kristofer avisou erguendo a sobrancelha. - vai terminar o serviço.

– O que você quer dizer com isso?

– Bem, eu expliquei muita coisa para você. – Ele me deu um olhar significativo. Eu já esperava por aquilo. – Mas você ainda não explicou aquilo para mim.

Suspirei e subi as escadas. O sol ainda brilhava lá fora e a grama era realmente muito verde. Por um momento, me perguntei o que tinha dado em mim para preferir as coisas artificiais. A verdadeira beleza estava ali. Olhei para o gramado e vi uma rosa vermelha, apanhei-a:

– Você não pode ser tão malvada assim. Não vai me atacar, vai? Rosa boazinha.

– Qual é o seu problema? – Ouvi uma voz feminina atrás de mim, me sobressaltando. Era Vayne.

Ela estava recostada em um tronco de uma árvore. O sobretudo muito rasgado e o cabelo sem a arrumação característica. Uma das lentes do óculos vermelho partida.

– Estava procurando por você. – Respondi. – Uh, não que isso seja um problema, porque não é.

– Acha que eu sei que não gostam de mim? Isso não importa. Não entrei nisso para fazer amigos. Entrei nisso para caçar demônios… e bruxas. – O olhar era vazio, indiferente.

– Eu costumava ter um amigo chamado Marc. Tryndamere. – Comecei, sem saber exatamente porque estava contando aquilo para ela. – Ele também tinha um nêmesis. Um cara grande e mau que tinha destruído todo o seu clã uns duzentos anos atrás. A última coisa que ele me disse foi para esquecê-lo.

– E? – Ela levantou uma sobrancelha.

– E talvez eu não devesse. Você tem razão, não gostamos de você. Se eu tivesse que escolher pessoas para me acompanhar nisso, vocês três estariam no fim de qualquer fila. Nenhum de nós escolheu, somos estranhos uns para os outros. E o medo gera a raiva, Vayne. – Suspirei, entristecido. – E a raiva destrói pessoas.

– Você não entende. É só um nerd engravatado de laboratório.

– É… - Reconheci, com um sorriso. Estendendo a mão na direção dela. – Por isso eu preciso de você. Aqui. Quando tudo isso acabar, nós vamos atrás dela e enfiamos uma rosa em sua boca de batom roxo.

– Brandon! – Kristofer irrompeu da passagem secreta, ansioso. – Eu me enganei. Vamos precisar de mais uma coisa. O Warlock está usando a Força da Trindade como conduíte da equação, vamos precisar de um item para isso.

– Ok… - Comentei, tentando não me desanimar. – Onde encontramos um?

– Mt. Targon. – Ele se limitou a dizer. Não estávamos muito longe.

– Você vem? – Perguntei para Vayne, que deu um pequeno sorriso.

– Alguém precisa limpar a sua bagunça, nerd.

O resto dessa história você conhece. Seus guardas nos pegaram na entrada, conversamos com os seus anciões e eu tentei, sem sucesso, pegar o medalhão Solari de Ferro. E então, aqui estamos, Leona. Você tem algum plano para nós?


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