Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

É muito bom poder voltar a escrever Before - League of Legends. Espero que vocês gostem. ^_^

Quem não pôde acompanhar a primeira parte, recomendo que a leia também:

http://fanfiction.com.br/historia/526746/Before_-_League_of_Legends/



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Riven acariciou a enorme espada de pedra negra, al-Hajar al-Aswad, com carinho. Poucas vezes o Alto Comando Noxiano presenteava alguém, e ainda mais com algo tão… fabuloso. Já seria uma das armas mais perigosas do mundo caso fosse uma simples espada e estivesse nas mãos de uma assassina tão habilidosa quanto Riven.

Não era apenas isso. Al-Hajar al-Aswad havia sido forjada por meios sobrenaturais, através dos feiticeiros de Noxus. Ela não quebraria, a menos que a vontade do portador quebrasse junto. E Riven, o exemplo do espírito noxiano, era literalmente a definição de convicção. Seus ideais dispensavam as questões morais que retardavam homens menores, ela faria qualquer coisa por sua cidade. Qualquer coisa.

Aquela incursão era uma delas. Ionia provavelmente cairia definitivamente. Mas, em dez anos, ninguém se importaria com a ilha oriental e sim com a força que Noxus teria. A supremacia noxiana viria antes de tudo. Pois a força vinha antes de tudo.

– Esse é o ancião que devemos assassinar. – Talon mostrou a imagem para ela enquanto eles caminhavam pelo território ioniano. Com o surgimento da Liga, criada por algum pacifista idiota, as opções de Noxus tinham diminuído e se tornado pouco interessantes. Quem quereria conquistar a Ilha das Sombras, por exemplo?

Mas Ionia era um pedaço de terra agradável para se expandir os domínios. Seus comandantes noxianos prometeram que reformariam a sociedade de Ionia, sob o seu domínio. Mas, como em toda guerra, certos sacrifícios seriam necessários. O ancião que sua tropa estava incumbida de matar era um deles.

– Me parece ser uma tarefa simples. Precisávamos mesmo de todo esse contingente de soldados? – Ela perguntou. Não gostava muito de Talon, mas reconhecia quão habilidoso ele era. Eles dois certamente eram capazes de dar conta de alguns guardas e um velho. Contudo, uma grande tropa os seguia.

– Ordens do general Du Couteau. – Ele se limitou a dizer. Ela não precisava ouvir mais do que aquilo para se convencer de que era o certo a se fazer. A casa de Du Couteau tinha o prazer de abrigar grandes guerreiros como o próprio general, além da ilustre Katarina Du Couteau e de Talon. – Mas você não se enganou, vai ser muito simples.

Ele sorriu pelo elmo dourado. Riven não gostou muito daquilo. Não era nenhuma especialista em emoções, mas sabia reconhecer um toque de ironia quando o via. E ali estava, estampado no rosto de Talon, como se ele quisesse dizer algo a mais ao mesmo tempo em que se sentia privilegiado de saber algo a mais. Mas o quê?

As incursões noxianas cresceram durante os seis meses em que foram praticadas, mas era a primeira vez que a Elite Carmesim era convocada para uma, para o prazer de Riven. Ela não sabia ao certo quantos membros a equipe especial em que estava possuía. Na verdade, ela achava que era a única até conhecer Talon. E, sinceramente, preferia não tê-lo conhecido.

Era óbvio que Talon não sentia nenhum amor por Noxus. Seu senso de honra para com a pátria era mínimo. A lealdade dele era posta em apenas um homem: O general Du Couteau. Até onde se sabia, apenas Du Couteau havia derrotado Talon em combate e lhe dera duas opções: Morrer ou servir. Desde então, Talon servia. E o fazia muito bem.

O templo dourado do ancião ioniano era lindo. Um marco de uma época gloriosa para Ionia. Não mais. “A glória agora é nossa”, pensou Riven, “esse é o nosso momento.”. E, de fato, era. Noxus, com o seu grande poder bélico, rechaçava qualquer resistência. Qualquer oposição. E Riven se sentia mais do que orgulhosa em contribuir para isso. Que seus oponentes tombassem dignamente, pelo menos.


– Oh, meus Deuses! Eles chegaram até aqui! – Exclamou um monge ioniano, do alto do templo. Ele havia sido informado sobre as invasões noxianas. Todos haviam sido. Mas, ao ver a tropa marchando em direção ao lugar que deveria proteger, a sensação de medo se apoderou de seu corpo por breves momentos. Então, ele tocou o sino três vezes.

Andares abaixo, Yasuo meditava. Ele não era apenas mais um aluno da escola de espadas ionianas, mas sim o seu melhor aluno. Nunca, na terra dos samurais, alguém havia testemunhado tamanha agilidade em um homem enquanto este brandia uma espada. Yasuo não era um espadachim, ele era algo mais, pois quando entrava em um combate ele e a sua espada se tornavam um só.

Ao ouvir as badaladas do sino, Yasuo abriu os olhos. O ancião estava ao seu lado. Ele precisava protegê-lo a todo custo. Ao seu redor, ele via seus companheiros espadachins e monges se armando para enfrentar a tropa invasora. Três badaladas. Noxianos.

– Yasuo, fique com o ancião. – Falou Yone, o seu irmão, enquanto partia com os outros. – Você é o mais capaz, proteja-o.

– E quem protegerá vocês, meu irmão? – Ele perguntou, preocupado, colocando a mão no ombro do irmão.

– Os Deuses, ora. – Ele falou, antes de partir, sob o olhar desanimado de Yasuo.

Quando os ionianos saíram do templo, encontraram apenas metade da tropa noxiana, a liderada por Riven. Talon e seus homens flanqueavam a guarda ioniana para chegar ao templo enquanto este estava desprotegido.

– Não gosto desse plano. – Riven havia dito para Talon, antes da separação. Mas não era uma contestação, e sim um comentário. Como o bom soldado que ela era, aceitava ordens.

– Senhor. – Yasuo se virou para o ancião. Sua mão tremia de ansiedade. O barulho das espadas se chocando podia ser ouvido, mesmo dali de dentro. – Lamento ter que deixá-lo, mas mesmo uma espada poderá fazer a diferença nessa batalha. Juro pela minha espada que ninguém entrará aqui.

O espadachim não esperou pela resposta do ancião e partiu do templo apenas para encontrar Talon e a sua tropa tentando invadir sorrateiramente o local. Nenhuma palavra foi trocada e poucos movimentos foram vistos enquanto sangue jorrava. Não se sabia de quem.

Mais distante do templo, Riven enfrentava a guarda ioniana sem grandes dificuldades. al-Hajar al-Aswad atravessava a carne de seus oponentes, combinada com as técnicas de Vento que Riven dominava. Tudo corria de acordo com o plano. Até que o céu escureceu repentinamente. E do negro, surgiu o verde. Mas não o verde que ela conhecia. Não, aquele verde não era vida. Era morte.

Em grandes quantidades, o verde se desprendia do céu e era despejado sobre os combatentes. O primeiro homem a ser atingido morreu imediatamente. O segundo sufocou por breves momentos antes de ter o mesmo destino. O terceiro e o quarto nunca souberam quem venceria aquele embate que travavam quando foram atingidos.

– Recuar! Homens, recuem! Saiam daqu…!! – O impacto de uma explosão próxima a arremessou. Ao cair, virada para cima, Riven viu as máquinas zaunitas de guerra que se acumulavam no céu. Grandes dirigíveis que derrubavam veneno sobre quem quer que fosse. “Vai ser muito simples”, Talon tinha dito. Sim, seria. Noxus pretendia dizimar todos ali para testar a eficiência de suas novas armas. Incluindo ela.

Armas que desrespeitavam tudo que tinha valor para ela. Vencer uma guerra despejando veneno sobre os inimigos não tinha sabor, mas eles, seus comandantes, não perceberiam. Eles veriam apenas uma vitória. Não viam, como ela, o sofrimento estampado no rosto daqueles que morriam. Ela aceitara ir para Ionia para fortalecer Noxus, disposta a dar a vida pela nação que respeitava. Mas não daquele jeito.

Seu corpo estava completamente dolorido, mas, ainda assim, ela levantou. Al-Hajar al-Aswad estava caída ao seu lado. Riven, assim como a sua espada, se erguia mais uma vez. Não por Noxus, o lar que a abandonou, mas pelos homens, bravos, destemidos e vivos que a tinham como líder. “Pelo menos um. Farei pelo menos um sair daqui vivo.”

– Por aqui! – Ela gritou, levantando a espada aos céus para que a vissem apesar da fumaça e dos barulhos ensurdecedores ao redor. Como um símbolo de esperança, ela foi seguida enquanto rumava na direção do templo: o único local seguro que encontrariam.

“Pelo menos um.”, ela pensava com convicção enquanto forçava a entrada do templo.

Lá dentro, Yasuo estava estático. O ancião jazia deitado em uma poça de sangue. O próprio sangue. Alguém havia passado por ele e executado o ancião. Os ferimentos eram incomuns, ele conhecia aquele tipo de ferimento…

As máquinas zaunitas se voltaram para o templo, disparando suas bombas venenosas na estrutura.

– Não! – Foi tudo o que Riven pôde gritar quando seus companheiros que entravam no templo foram atingidos. Por um breve momento, Yasuo e Riven trocaram olhares entre as pedras que caíam. E então, o mundo acabou.

– Missão cumprida. – Talon falou pelo comunicador enquanto observava com a sua tropa os eventos se desenrolarem à distância. “Algum sobrevivente?”, seus superiores perguntaram através do rádio. Ele hesitou por um momento, ao ver Riven vagando quase inconsciente na direção de uma floresta. Um sorriso passou pelos seus lábios antes de responder: – Não.

Ela caminhava com dificuldade. Envenenada. Ferida. Decepcionada. Seus joelhos cederam ao gramado. Os olhos às lágrimas. “‘Pelo menos um’, eu disse.”, ela pensou, “Não precisava ser eu.”

Então, Al-Hajar al-Aswad se partiu em duas. Não era um presente fabuloso. Não era uma relíquia da magia. Era uma sentença de morte. Um túmulo dedicado a uma mulher, que um dia fora uma brava guerreira.

– Vamos embora. O show acabou, e essa guerra será nossa. – Talon falou para os seus homens, dando as costas para a carnificina que assistiam. Ela também estava morta, embora não tivesse percebido ainda. Riven, a guerreira mais valente de Noxus, nunca retornaria.


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