Crimson Day. escrita por mschoiseul


Capítulo 25
Capítulo 25.




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December, 12th. 06:35p.m.

Geral’s P.O.V.



Molly estava incerta do que viria a acontecer. Há algumas semanas, Ginny e Victoire começaram a insistir na ideia de que a ruiva precisava sair. Uma noite, pelo menos. Desde que os gêmeos haviam nascido, a garota não se permitira ser a jovem de dezessete anos que ainda era, especialmente porque sentia-se na necessidade de demonstrar gratidão a todos que a ajudavam o tempo todo. Inclusive James. Ele próprio embarcara na ideia, dizendo que levaria Molly II para jantar.

— Vocês têm certeza? — Indagou quase como se quisesse que a tia, a prima e a avó negassem e fizessem-na ficar.

— É claro que sim! — Resmungou Vicky, empurrando a prima para fora. A campainha havia tocado há alguns instantes e a resposta fora da loira, que pedira um momento.

Quando a prima mais velha abriu a porta, James Sirius Potter estava do lado de fora. Impecável, em seu visual despojado de jeans, camiseta sob a jaqueta de couro, tênis surrados e um buquê na mão. Um riso escapou dos lábios da ruiva, um tanto nervosa, que baixou os olhos.

— Hey, minha ruiva. — Cumprimentou ele, oferecendo as flores. Assim que as pegou, Molly trouxe-as próximas ao nariz, fungando seu aroma com delicadeza.

— Obrigada, James. São lindas!

Acabou sendo expulsa pela garota que estaria encarregada por seus filhos naquela noite. “Pelo amor de Merlin, me chamem se qualquer coisinha sair dos conformes!”, exigira milhões de vezes. James aparatara com Molly para um restaurante à beira-mar, recomendado pela tia Hermione. Conversavam tranquilos entre a refeição, mas a jovem sentia-se tímida. Depois de um intensivo da família para que se alimentasse bem, havia ganho algum peso, mas comer ainda era um momento delicado de seu dia. Ao vê-la cutucar as almôndegas, James pegou sua mão.

— Molls, eu… Esse tempo todo me foi de muita utilidade. Digo, tenho pensado muito em tudo o que nos aconteceu, e… Eu sei que muito do que você sofreu foi minha culpa. E eu sinto muito — O moreno começou, e Molly largou o talher em busca de afastar-se do toque dele. Um suspiro deixou os lábios de James, que se recolheu à postura inicial. — Desculpe.

— Desculpe-me você. Eu, bem, ainda não sei lidar com… com você, e…

— Eu sei. Eu também não. — Assim, ele se ergueu e a puxou pela mão para a orla da praia, parte dos atrativos do estabelecimento.

Próximo de onde as ondas terminavam de se quebrar e voltavam para o mar causando novas outras, um balanço de madeira acolchoado era disposto. O Potter a guiou até ali, assentando-se ao lado de Molly, mas puxando as mãos dela para que se olhassem.

— Molly, eu…

Antes que ele começasse, porém, viu que algumas lágrimas se faziam presentes no rosto alvo, fazendo seu rastro brilhar com o reflexo do luar sobre os mesmos.

— Eu juro… juro que não queria te ferir… — Começou ela, soltando as mãos das dele, trazendo-as ao próprio colo, como se abraçasse a si própria. — Você, James, se tornou a pessoa com quem eu queria passar a minha vida com, mas… — Ela soluçava, mas ele não se atreveu a interrompê-la. — Mas desde o momento em que eu soube que teria um filho, sabia que não podia condená-lo a isso também… Eu errei, ainda erro muito, mas eu só… Eu só não quis te obrigar a nada… Achei que seria melhor se você pudesse continuar sua vida, com suas baladas e ficantes, e… e…

Ainda que quisesse pará-la, James ouvia atentamente as palavras de Molly. O cenho franzido condenava que estava maquinando os pensamentos, que assimilava as informações até chegar a uma conclusão.

— Molly, o que você está tentando me dizer? — Inquiriu talvez mais sério, olhando-a por baixo, obrigando os olhos azuis da jovem a se fixarem nos próprios. Mesmo assim, ela tentava desviá-los.

— Você realmente não sabe? — Fora a resposta dela, o olhando com tristeza.

Mas ele sabia. E só com a pergunta dela é que se deu conta disso. Sua expressão mudou algumas vezes, de surpreso a contente e até triste. Ele era pai. Como isso não passara por sua cabeça? Como pudera imaginar explicações absurdas para as atitudes de Molly, esquivando-se assim da própria culpa? E, em uma disposição de flashes, viu tudo em sua mente outra vez. A noite em que terminaram, a maneira com que Molly chorava por fazê-lo; sua conclusão precipitada de que Von Russell fosse o pai das crianças. As vezes em que a humilhara, apenas porque seu orgulho fora ferido, e até mesmo a vez em que insinuara que ela estava…

— … gorda? Foi por isso? Molly Noreen Weasley II, foi por causa daquela brincadeira de mau gosto que você parou de comer? — Ele raciocinou, culpando-se imediatamente, fazendo-o se odiar. — Como você pôde levar algo tão estúpido a sério?

— E… eu… — A ruiva gaguejou, mas ele negou com a cabeça.

— Por minha culpa você se subjugou a isso, e quase condenou nossa filha também. — Concluiu ele, sem se dar conta do pronome conjunto que utilizara. Molly, porém, ergueu os olhos arregalados.

— O que você disse?

— Eu disse… nossa filha. — Repetiu ele, como se também caísse na real. — É isso, não é? Por favor, não me diga que é outra hipótese maluca.

Antes de concordar, Molly umedeceu os lábios, mas engoliu em seco. Seria mesmo o certo a se fazer? Bem, nos últimos meses James basicamente se mudara para sua nova casa, acordava nas madrugadas, trocava as crianças e fazia o máximo para deixá-la descansar. Mesmo Victoire pudera se afastar um pouco, dando a Molly a falsa ilusão de que sua família estaria completa e normalizada. Mas, talvez, fosse exatamente isso.

— Não, não é uma hipótese maluca. — Reduziu-se a isso. Molly sentia o medo tirar de si o próprio chão, a possibilidade de que tamanha responsabilidade fosse mesmo afastá-lo por fim.

Assim como ela, o jovem Potter repassava momentos e informações em sua mente, dando-se conta de tudo o que havia deixado a menina passar sozinha. A humilhação de Percy Weasley para com ela. Num instante, James tomou consciência de que aquele era o tipo de pai que ele jamais gostaria de ser para os próprios filhos. E foi aí que seus próprios pais passaram-lhe pela cabeça.

— Minha mãe…? Meu pai…? — Insinuou, e Molly mordeu o lábio inferior.

— Acho que toda a família já sabe. — Murmurou ela, desviando o olhar. James se sentiu estúpido, tapado. Como ele mesmo não notara?

— Merda… — A cabeça dele meneava em movimentos negativos. — Todos sabem que eu sou pai, menos eu. — E riu da conclusão. Mas um lapso de seriedade lhe acometeu e ele voltou a olhar para a menina. — Por que você não me contou?

— James, eu… Você sabe que eu te amo — ela começou —, mas pense em você mesmo um ano atrás e se pergunte qual seria sua reação se eu te dissesse que estava grávida.

— Eu não iria…! — Começou o garoto, mas dando-se por vencido ao lembrar de todas as idiotices que havia feito à prima e ex-namorada, ele suspirou. — Eu sou um idiota. — Concluiu por fim. Por mais que não quisesse concordar, Molly respirou fundo.

— Agora você sabe porquê.


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