POV Jace

Assim que a Clary caiu em meus braços meus olhos foram diretamente para seus lábios. Senti minha garganta secar, meu coração acelerar no peito, até parecia que eu nunca tinha beijado ninguém, o que não é o caso, já que eu peguei a maioria das garotas que conheço, e até as que não conheço. Mas a Clary é totalmente diferente, parece uma nova droga, uma que nunca foi experimentada e que está em perfeita quantidade para mim.

– Abra os olhos. – Pedi encarando seus lábios, ela fez o que pedi e senti seu corpo relaxar de encontro ao meu.

Achei que ela iria me empurrar ou me bater, qualquer coisa, menos me beijar, seus braços envolveram meu pescoço e seus lábios encontraram os meus, e foi como se tivessem sido feitos um para o outro, com um encaixe perfeito, pedi passagem com a língua e ela cedeu, vasculhei cada cantinho daquela boca até meus pulmões gritarem por ar, mas eu não me separei, me forcei a ficar ali, preso aquele momento, apertei mais seu corpo junto ao meu e ela segurou firme minha nuca me causando arrepios. Eu definitivamente nunca tinha beijado alguém assim, claro que tive ótimos beijos, mas nenhum chega aos pés desse, minha vontade era de nunca sair daquele momento, de continuar ali para sempre, mas meus pulmões não aguentavam mais, quebrei o beijo e encostamos nossas testas uma na outra ofegante, parecia que o ar que tínhamos agora não era mais o suficiente para encher nossos pulmões. Clary sorriu e passou o dedo indicador pelos meus lábios, os desenhando com cuidado, meus olhos se fecharam com aquele toque e eu sorri, a coloquei no chão e peguei sua mão par sairmos dali.

– Vamos para um lugar que só eu conheço, mas vamos precisar de um taxi. – Ela disse quando paramos perto da esquina. Eu chamei um taxi e entramos nele.

– Quem não conhece o Central Park? – Perguntei quando ela deu o endereço ao motorista.

– O lugar fica no Central Park. – Ela disse se encostando no assento e colocando a cabeça no meu ombro.

Fomos o caminho todo em silencio, por incrível que pareça, um silencio confortável, ela começou a brincar com os meus dedos enquanto ainda não chegávamos. Mas assim que o motorista parou em frente ao parque ela desceu rapidamente e pagou o taxi, o que eu não gostei definitivamente, mas vai ter troco. Clary segurou minha mão e foi me puxando para um lugar onde eu nunca tinha ido e que pelo que parece ninguém nunca foi lá.

– É aqui. – Ela disse com os olhos brilhando.

O lugar era realmente lindo, tinha uma fileira densa de arvores em volta, o que impedia a visão de outras pessoas, o gramado era verde, mas flores rosas, lilás, amarelas floresciam se espalhando no lugar, era grande e tinha muita sobra, o que servia para deixar o lugar ainda mais lindo, ela segurou minha mão e correu para o meio do gramado se jogando no chão e me puxando junto, cai por cima dela e a observei sorrir, seus cabelos vermelhos se espalhavam pelo gramado trazendo um contraste de cores, seus olhos brilhavam, deixando o verde ainda mais cintilante.

– Como sabe sobre esse lugar? – Perguntei segurando uma mecha vermelha de seus cabelos entre os dedos.

– Quando eu e meu irmão éramos pequenos sempre passeávamos ao Central Park, um dia eu me perdi dele e encontrei esse lugar, mas ninguém mais sabe, nem ele e muito menos meus pais.

– E por que escolheu a mim pra vir aqui com você?

– Por que eu gosto de você. Mesmo que não deva, gosto de você. – Ela disse e corou. Me aproximei mais ainda de seu rosto e lhe dei um beijo, mas calmo que o outro, mas mesmo assim senti uma corrente elétrica passar por nossos corpos.

– Eu também gosto de você. Não consigo saber ao certo o que foi, mas acho que me apaixonei por você. – Ela sorri e balança a cabeça, segura meu pescoço e me puxa mais para perto, o beijo dela é viciante, seus lábios macios e carnudos, que poderiam ser comparados a algodão doce pelo sabor.

Clary é muito gostosa, mas não foi só o corpo que me chamou atenção e sim seus cabelos, seu sorriso, seus olhos, até as sardas que ela tem no rosto chamaram minha atenção. Foram muitos beijos nos poucos minutos que estávamos lá, mas eu nunca me sentia saciado de beijá-la, nunca parecia o suficiente, Clary é a minha droga, minha perdição.

POV Clary

Ficamos conversando futilidades e contando nossos planos para o futuro até Jace entrar em um assunto muito delicado para mim: namoro.

– Por que você namora com o Simon? Você disse que me contaria.

– Sim, prometi. – Respirei fundo e comecei a narrar os fatos. – Quando eu tinha quinze anos, tive meu primeiro namorado, nós éramos duas crianças praticamente, mas ele queria experimentar coisas novas, queria sexo e eu concordei, nós fizemos, foi legal, mas no outro dia a escola toda sabia disso. Todos caçoaram de mim e fizeram piadas, me mudei de escola, conheci outros caras, namorei, mas nunca mais me entreguei a nenhum deles. Eu estava apaixonada por um garoto da minha antiga escola, eu e ele ficamos, fizemos sexo, ele foi muito legal e tudo mais, mas meses depois descobri que ele tinha namorada, fiquei mal e ganhei a fama de pegar namorados comprometidos, eu conheci o Simon e ele foi legal comigo, disse que não acreditava em nada do que as pessoas diziam, depois ele disse que estava apaixonado por mim, mas eu disse que não sentia o mesmo, mudei de escola e ele veio junto, um dia antes ele me disse para aceitar o pedido de namoro, assim ninguém iria dizer que estou tentando roubar namorados alheios, aceitei, mas nunca tivemos nada mais que beijos. Não o consigo imaginar dessa maneira. Somos amigos e eu dou uma chance a ele. – Suspirei aliviada por contar a alguém sobre aquilo.

– Não consigo suportar a ideia de alguém fazendo isso com você. Te magoando dessa maneira. – Ele respondeu e eu segurei seu rosto.

– Já passou. Não fique assim.

– Você vai terminar com o Simon? – Ele perguntou no exato momento que o celular dele tocou.

A expressão de Jace se tornou sombria enquanto olhava a tela do celular, como ele estava ao meu lado pude ver o nome que brilhava na tela: Aline. Estava bom demais para ser verdade, respirei fundo, contendo minha raiva. Estava começando a gostar daquele loiro idiota, mesmo que não quisesse, era mais forte que eu, e da última vez que isso aconteceu meu coração se quebrou em mil pedaços, mas é inevitável, acho que já vou começar a procurar uma nova escola.

– Atenda Jace, pode ser importante. – Ele me olhou constrangido e atendeu o celular.

– Que foi ... não ... não posso ... já disse que não Aline ... conversamos depois, tchau. – Ele desligou o telefone e me olhou. – Me desculpa.

– Tudo bem, vamos embora, já está tarde. Meu irmão deve estar preocupado. – Eu disse me levantando.

Jace se levantou e fomos o caminho todo em silencio, pegamos um taxi novamente e fomos para a minha casa.

– Vou até a escola pegar meu carro.

– Ok. – Eu disse olhando pela a janela, não queria o olhar nos olhos, estava chateado comigo mesma por ter me apaixonado novamente.

O taxi estava indo com toda a sua lentidão possível em Nova York, mas mesmo assim não trocamos mais nenhuma palavra até chegar em casa. Assim que o taxi estacionou em frente à minha casa, me virei para dar tchau para o Jace, mesmo eu tendo me apaixonado por ele, Jace ainda não tinha culpa de nada. Me virei para ele e depositei um beijo no cantinho de sua boca, lutando contra a vontade de beija-lo nos lábios.

– Tchau Jace. Peço que não conte a ninguém o que te contei.

– Clary, me... – Coloquei meu dedo em seus lábios o impedindo de continuar. Sorri torto e sai do taxi.

Naquela noite, eu não olhei para trás, a última coisa que eu precisava agora era do olhar naqueles olhos, pois se isso acontecesse duvido que eu suportaria deixa-lo ir.