POV Aline

Algumas semanas depois, Clary e Jace não se desgrudavam mais, eu já não sabia mais o que fazer para separá-los já tentei agarrar o Jace, bater de frente com a Clary, fiz com que alguns garotos dessem em cima dela quando o Jace estava por perto, mas nada funcionava. Então resolvi fazer o que eu faço de melhor: fingir.

O horário é perfeito, estávamos todos no refeitório quando eu fui até ela. Clary, Jace, Izzy e Alec estavam esperando o resto do pessoal. Assim que me aproximei Isabelle me olhou desconfiada e com o seu tipo olhar superior, a ignorei e voltei minha atenção para a Clary.

– Posso falar com você? – Perguntei.

– Fala. – Ela respondeu sem me olhar.

– A sós. É importante. – Disse fingindo um sorriso. Ela bufou e se levantou.

A guiei para fora do refeitório e nos sentamos em um dos bancos ali, procurei alguma coisa bonita nela que fez o Jace se interessar, mas não consigo enxergar nada. Ela tem um belo corpo, olhos verdes. O cabelo é bem diferente, mas nada muito impressionante.

– Vai ficar me encarando ou vai falar o que quer? – Ela disse.

– Só quero pedir desculpas por ter sido hostil com você. – Menti. – Mas uma das razões é que não quero que o Jace faça com você o mesmo que fez comigo e com as outras garotas daqui. – Ela começou a parecer interessada na conversa.

– O que quer dizer?

– Jace sempre foi o galinha dessa escola. Conquistou todas as garotas, ficou com elas e depois as deixou, exatamente como fez comigo. – Ela me olhou por um longo tempo procurando alguma mentira, mas eu falei a verdade, da minha maneira mas a verdade.

– Eu... tchau. – Ela se levantou subitamente e voltou para o refeitório, mas antes de entrar eu notei que minhas palavras a afetaram mais do que ela demonstrou.

Sorri vitoriosa por ter conseguido plantar a semente da discórdia, Dilan me disse que Clary odeia ficar com algo a incomodando e que ela odeia magoar as pessoas, e se bem conheço o Jace, ele vai ficar zangado e magoado pela desconfiança. Ai eles vão terminar e meu caminho vai estar livre, por que de todas as garotas dessa escola, tenho certeza que ele escolherá a mim. Peguei meu celular e liguei para o Dilan.

Ligação on:

– Consegui fazer uma pequena desconfiança surgir na mente da Clary.

– Isso é ótimo. Vou ir na escola hoje, provocar o Jace um pouco. Até mais Aline, continue assim.

– Faça de tudo fara separá-los.

Ligação off.

O sinal tocou dando início a mais duas aulas, que se passaram em uma lentidão inimaginável. Assim que o sinal tocou indicando que poderíamos ir embora vi Dilan chegando e indo até Jace, que estava sozinho, provavelmente esperando pelos irmãos.

POV Dilan

Depois que falei com Aline resolvi ir até a escola, irritar o Jace. Faz alguns dias que não o vejo, tenho visto Clary as vezes, mas sempre o irmão estava ao seu lado me impedindo de chegar perto dela. Ele parecia um pittbull albino cuidando da carne.

Assim que cheguei na escola vi o Jace encostado em um carro, coloquei meu melhor sorriso e fui falar com ele, que assim que me viu sua expressão calma e relaxa se tornou raivosa e sarcástica.

– Quanto tempo Dilan. – Ele disse com um sorriso idiota.

– Clary não pode dizer isso. – Provoquei.

– Tem visto ela?

– Quase todos os dias. – Disse e vi sua expressão fraquejar, ele é mesmo apaixonado por ela.

– O que quer aqui?

– Vim conversar. Como está?

– Estava muito bem até você chegar. – Ele respondeu adquirindo o tom sarcástico novamente.

– Quero saber uma coisa. Te deixo em paz se me disser.

– Então diga. Ficar longe de você é o que eu mais quero.

– Você e a Clary já...? Você sabe. – Eu sorri. – Por que comigo não demorou tanto para acontecer. Estou achando que sou melhor que você.

– Cale a sua boca, não ouse falar sobre isso comigo. Você acabou com a vida dela, deveria se manter afastado de todos. – Ele disse entredentes.

– Mas é a pura verdade. Pelo que vejo ela não quis se entregar para você. Acho que ela não te ama. – Disse fingindo pena – Que triste.

Vi aquele dourado se tornar mais brilhante pela raiva no momento em que ele ia para cima de mim me bater, mas por incrível que pareça, Clary entrou na minha frente. Jace a olhou indignado enquanto eu sorria e a abraçava por trás.

– Solta Dilan. – Ela pediu calma. – Solta. – Eu o fiz.

– O que faz aqui querida? – Perguntei.

– Vim saber por que diabos estão brigando. Estava indo embora com o meu irmão quando ouvi gritos. E por que você ia bater nele Jace?

– Responda Jace. – Provoquei.

– Você cale a boca. Sai daqui Dilan, pare de me perseguir. Eu não quero mais ver você. Dá para ir embora?

– Por enquanto eu vou, mas volto Clarissa. – Dei um selinho nela e a vi corar. Por raiva ou vergonha, não sei dizer ao certo. Dei uma última olhada para o Jace e sorri saindo dali.

POV Clary

Eu não sei nem ao menos o motivo pelo qual eu entrei na frente do Dilan, talvez por medo de que Jace se machucasse batendo nele. Dilan sempre foi bom de briga, não sei o que faria se Jace se machucasse por minha causa, eu ouvi o que o Dilan disse a ele, estava perto dos dois, mas como estavam mais interessados em brigar entre si, não me viram chegar.

Jace estava parado na minha frente ainda me encarando pela cena que Dilan aprontou, eu corei por raiva, só para deixar claro. Hoje eu sinto e vejo quem eu amo de verdade, eu amo ao Jace. Mesmo que o que Aline tenha dito seja verdade. Não me importo mais, não com Jace.

– Jace? – Chamei.

– Pode me dizer o por que não me deixou bater nele? – Ele perguntou alterado.

– Não fale assim comigo. Fiquei com medo de que se machucasse.

– Acha que não sou capaz de bater nele? – Ele riu sem humor.

– Jace... eu... eu amo você. – Ele se surpreendeu. – Não quero que se machuque por minha causa entendeu?

– Você nunca tinha dito isso. Que me ama. – Ele se aproximou de mim tocando meu rosto.

– Mas eu amo. Amo como jurei que nunca amaria alguém. – Me juntei a ele em um abraço. Ele levantou meu rosto e beijou meus lábios com uma calma e uma urgência que só ele sabia ter.

– Pois saiba que também te amo. Amo desde o primeiro dia em que te vi.

Depois de alguns minutos Izzy e Alec chegaram até nós, me despedi deles e fui atrás do meu irmão. Expliquei tudo para ele no caminho. Meu irmão como um bom protetor disse que nada iria acontecer nem comigo e nem com Jace, que poderíamos ser felizes. E eu acredito quando meu irmão fala. Como ele mesmo diz: “Sou a voz da sabedoria”.

Na manhã seguinte, me arrumei para ir à escola, meu irmão disse que precisava ir mais cedo para pegar um livro na biblioteca, então nossa mãe deixou o carro dela para mim ir até a escola. Sim, eu sei dirigir, mas acho mais prático ter um motorista particular, ou seja, meu irmão.

Peguei o carro e fui para a escola, mas assim que cheguei lá notei algo estranho, as garotas sussurravam entre si quando eu passava e os garotos me lançavam sorrisinhos maliciosos, mas assim que passei pelo refeitório eu entendi, Dilan estava lá no meio da grande sala gritando para quem quisesse ouvir.

– Clary foi magnifica, por ser inexperiente ela foi muito bem, me satisfez. – Meu estomago embrulhou e minhas pernas vacilaram.

Vi meu irmão partir para cima do Dilan, eles rolaram no chão e meu irmão ficou por cima, uma rodinha se formou em volta aos dois, encontrei Izzy e Alec me encarando incrédulos e logo depois vi cabelos dourados vindo em minha direção, Jace me abraçou e tentou me tirar dali, mas eu sai de perto dele e corri até onde meu irmão estava, empurrei todas as pessoas para o lado atravessando aquela massa de alunos, alguns riam de mim, outros me olhavam com pena. Segurei os ombros do meu irmão com força o fazendo olhar para mim.

– Sebastian, por favor. Vamos embora. – Pedi já com lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Meu irmão se levantou e me abraçou forte.

– Eu devia matar esse desgraçado. Me perdoe Clary, vamos sair daqui. – Ele secou algumas lágrimas.

Dilan ainda estava desacordado quando sai dali, meu irmão estava com os braços ao meu redor, como uma proteção, ali eu sabia que sempre estaria segura. Mas tinha acontecido de novo, não foi culpa de ninguém além do monstro do Dilan, ele conseguiu me humilhar novamente, justo agora que pensei que poderia ser feliz.

– Eu vou embora daqui. – Disse ao meu irmão.

– Da escola, tudo bem, amanhã peço nossa transferência.

– Não. Vou embora de Nova York, dos Estados Unidos. E você vai ficar, não quero mais que acabe com sua vida, seus amigos por minha causa. – ele me olhou assustado antes de falar.

– Eu não vou te deixar sozinha. E eu não me importo comigo, você é minha irmã e eu sempre vou estar com você, não me importo comigo e nem com a minha vida, sabe disso. Pense no Jace, como ele vai ficar se for embora?

Respirei fundo e entrei no carro, nada me faria mudar de ideia, nem mesmo meu irmão...

Clary acha que nada pode mudar sua decisão, mas será que um certo loiro natural com belos dotes pode mudar isso?