Premonição escrita por Pedro Gabriel


Capítulo 16
Capítulo 16




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Ela se levanta e vai abrir a porta:

– Vocês me assustaram! - ela diz.

– É percebemos, espera só até você ouvir o que temos pra falar. - diz Lily.

– Podem falar o que quiserem daquela noite, eu não tô nem aí! - diz Sarah seguindo para a máquina de costura.

– Você tem que nos escutar, você tá correndo perigo! - diz Dalton.

– Cinco pessoas que saíram daquele ginásio estão mortas e achamos que você é a próxima. - diz Lily.

– É eu fiquei sabendo do Jim e do Edi. Mas por que eu? Por que não a Mabel ou Dilan ou vocês? - ela diz olhando irritada para eles.

– Minha premonição. Nós estamos morrendo na ordem em que deveríamos ter morrido na minha visão que no caso era o que deveria ter acontecido: o que a morte planejou. - diz Dalton. - Na minha visão a Lanna foi a primeira a morrer, então o Leo, a Margot, o Jim, o Edi e então você. Quer um motivo melhor para acharmos que é você? - ele pergunta.

– Vocês estão loucos! - diz Sarah enquanto continuava a costurar com a máquina.

– É já ouvimos muito isso! - diz Lily provocando, mas Sarah não liga. Dalton encara a máquina funcionando, as agulhas subindo e descendo rapidamente:

– Lily, olha. - diz Dalton baixinho.

– As agulhas... - diz Lily assombrada.

– A morte deles foi só uma coincidência, nós vamos ficar bem. - ela diz relaxada.

– É já ouvimos muito isso também. Escuta Sarah, como você já sabe eu percebo sinais das mortes antes delas acontecerem. Coisas estranhas que acontecem no dia - a - dia, mas que chamam minha atenção. - diz Dalton.

– Ah, a - hã. Que tipo de sinais? - ela pergunta fingindo interesse.

– Por exemplo: na morte da Lanna, umas horas antes, eu vi uma página no meu computador abrir do nada com a foto de uma piscina, pouco depois eu fiquei sabendo da morte dela, eu tentei de tudo pra achar essa foto, mas não encontrei. O Leo: minha televisão ligou sozinha num clipe de rock, a Margot você viu aquela foto que bateu sozinha da câmera do Dilan sendo que ela estava até desligada. O Jim: uma bolha salpicou na minha cara quando eu estava cozinhando arroz, o Edi: a estátua que o esmagou tinha voado uma foto da mesma antes. Acha mesmo que esses sinais são coincidências? - pergunta Dalton.

– Ah é? E o que você viu que achou estranho que pode ser um sinal da minha morte? - ela pergunta desconfiada levantando da cadeira e guardando a última peça de roupa confeccionada.

Atrás da mesa com a máquina de costura um cômodo se estendia, do lado esquerdo havia um grande painel onde as roupas que iam ser vendidas estavam penduradas e do outro havia um complexo sistema de máquinas de costura que tornava o trabalho muito mais prático.

O sistema tecia as roupas na vertical, por isso as agulhas estavam na horizontal. Era acionado por um único botão que ficava no canto do aparelho perto de um balcão onde se colocavam as roupas prontas. Linhas de todas as cores cruzavam o sistema, do mesmo jeito com as agulhas que estavam por toda parte.

Sarah entra nesse cômodo.

– Hoje eu fui espetado por um alfinete... - responde Dalton.

– Que bom, eu não sabia que minha morte ia ser inspirada na Bela Adormecida. - diz Sarah em tom sarcástico.

– Sarah, isso é sério! - diz Lily.

– Ah tá bom, quer dizer que eu vou morrer com um monte de alfinetes me espetando? - ela diz com vontade de rir.

– Não sabemos como você vai morrer, mas sabemos que a morte planeja te pegar aqui, já que tem muitos alfinetes. - diz Lily. Sarah ri enquanto trocava a linha do sistema, ela não percebe que a medida que enrolava a linha nas agulhas elas iam afrouxando imperceptivelmente.

– Vocês são ridículos! Olha o que vocês estão dizendo "a morte vem me pegar", que patético! - ela debocha.

– E como você explica a morte de cinco amigos seus depois deles terem sobrevivido a um desastre? - Lily pergunta desafiando ela a responder.

Sarah solta o rolo de linha deitado e coloca em uma prateleira acima do balcão onde havia o botão enquanto dizia:

– Olha Lily, depois do acidente no ginásio eu tô tentando viver um dia de cada vez. Tô tentando superar isso, não sabe quantas noites eu passei em claro por causa do desabamento, então... - Sarah é interrompida.

– Escuta Sarah, nós estamos tentando salvar sua vida, então não banque a sentimental com a gente, todos nós sofremos com o desabamento, todos nós estamos tentando superar isso, mas não terá o que superar se deixarmos a morte vencer. - diz Lily.

– Ela já venceu sobre cinco amigos nossos, quer mesmo que você seja a próxima? - desafia Dalton.

– Vocês não estão ajudando, nossos amigos morreram e nós vivemos. É hora de seguir em frente. As mortes deles foram só coincidências, acidentes, acontece, as pessoas morrem, faz parte da vida. - diz Sarah.

– Você quer esquecer isso tudo e viver em paz, nós também e é por isso que estamos aqui: para impedir que algo ruim te aconteça. Não queremos perder mais ninguém. - diz Dalton.

– Não estamos te zuando, estamos falando sério, por favor acredita na gente. - pede Lily.

– Eu não vou deixar esse acidente ser a coisa mais importante da minha vida e se vocês quiserem conviver com isso, vocês já podem morrer!


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