—Graças a Deus! - Disse enquanto a abraçava. —Onde você estava? Eu estava começando a entrar em pânico!

—Onde VOCÊ estava?- sua voz era impaciente e aguda. Merda! —Eu fui até onde você estava sentado e nada de Adrian Ivashkov estar lá. Vamos voltar!- sinto ela agarrar meu braço e começar a me carregar dali.

—Não!- parei puxando meus braços dela. — Strigoi!

Vi Serena arregalar os olhos e olhar em volta. Seu corpo estava completamente tenso e seus olhos vagavam por todos os lados rapidamente. Ela se aproximou, cautelosamente ainda olhando ao nosso redor e pegou minha mão, estranhamente enviando um choque por ela.

—Venha, temos que sair daqui. Vou avisar os outros que te encontrei e com sorte sairemos ilesos. – Ela voltou a me puxar, mais devagar dessa vez e permanecia com o olhar em cada pessoa que passava por nós.

—Onde o viu?

—A... Era ela. – explico- Ali!- aponto com a cabeça quando passamos pelo local onde a strigoi estava sentada antes.

—Ela?- Serena para me olhando séria e confusa.

—Sim, ela! Usava preto e era ruiva. Foi tudo que consegui ver!- digo me desculpando.

—Muito bem então. — minha guardiã respirou fundo e voltou a andar. Quando ela achou um banco sozinho sentou-se e pegou o celular, me puxando em seguida. Enquanto discava o que pensei ser o numero de Baruel e/ou Isaac, meus olhos vagaram de novo pra todos sentados. Ninguém parecia suspeito. Todos eram normais: cor, jeito e totalmente não assustadores. Menos o tatuado de barba á nossa esquerda, claro!

—... temos mais um no perímetro. —voltei minha atenção á ela que falava séria no telefone e continuava a olhar ao redor — Sim, ela o viu. Estamos no vagão cinco. Venham rápido!

—Como assim “temos mais um no perímetro”? — perguntei assim que ela desligou, me dando conta de suas palavras. Estávamos cercados por Strigois?

Olhei dela para os bancos que nos cercavam. O som alto dos freios do metrô zumbia em meu ouvido enquanto as luzes voltavam a piscar. Mais de um? Já não era suficiente ter um Strigoi atrás de nós, agora eram dois? Ou talvez mais!? Respirei entrecortado voltando meu olhar á ela que se ajeitava em seu lugar. Nunca perdendo sua postura de protetora.

—Acalme-se, eu estou aqui! - Serena me olhou profundamente, apertando minha mão, que eu nem havia percebido que ainda estava entrelaçada á minha, e assenti. Eu tinha uma guardiã e não precisava temer. Certo?

Minha perna batucava impaciente. A strigoi não seria tão insolente á ponto de nos atacar em plena luz do dia, sobre os olhos de tantas testemunhas não é mesmo? Nem termino o pensamento e as luzes se apagam, deixando-nos no breu total. Só podia ser brincadeira!

Senti mais uma vez Serena apertar minha mão para me assegurar de que estava tudo bem e confiei nela.

—Você esta bem Adrian?- ela sussurrou preocupada.

—Sim!- respondi olhando pro lado onde ela estava, mesmo sabendo que não conseguiria a ver.

A luz voltou minutos depois e todos continuaram agindo normalmente. Menos nós que ainda estávamos aterrorizados com a possibilidade de os strigois aparecerem e nos pegarem.

—Onde está Baruel e Isaque? – pergunto depois de algum tempo me sentindo tenso com o sumiço deles.

—Baruel estava no vagão um e Isaque no dez, ambos te procurando! Nos dividimos pra te encontrar mais rápido. – Serena diz e sinto a acusação em sua voz.

—Desculpe!- disse a olhando e encolhi os ombros. Eu não tinha noção de quão perigosas foram minhas atitudes ao sair desprotegido daquela festa. Só estava pensando na diversão!

Nos olhamos assim por algum tempo e percebi suas pupilas dilatadas e o coração batendo mais rápido. Eu praticamente podia ouvir o sangue sendo pulsado através de suas veias. Resquícios de maquiagem ainda estavam por seus olhos e o vestido estava levemente amassado, mas Serena estava tão... bonita! Meu sangue igualmente corria rápido. Claro, a adrenalina ali era grande. Estávamos sob ameaça de ataque. Mas então porque minha boca estava seca?

—Ok ,mas que isso não se repita Adrian! – ela falou calma enquanto engolia em seco e sem tirar os olhos de mim. Fiz o mesmo.

Era impressão minha ou o lugar estava começando a esquentar? Minha mão suada e pegajosa encontrou minha echarpe, que começava a me sufocar, e a tirou dali.

— Desligaram a ventilação?- olho pra cima onde geralmente há as saídas de ar e puxo meu colarinho com o dedo tentando afrouxar.

—Não sei, mas também estou achando quente!- vejo ela balançar a barra vestido tentando pegar ar. As pessoas á nossa volta também começam a se abanar com pedaços de folhas, celulares ou aquilo que encontram mais perto e o burburinho começa. Olho pra ela que tem a expressão mais preocupada agora e puxo sua mão, chamando sua atenção.

—Tem algo de errado?!- soa mais como afirmação do que pergunta, pois meio que sei a reposta, mas preciso ouvir dela.

— Onde eles estão? – Ela não responde, antes bate o pé olhando para as portas de emergência ignorando minha pergunta. Imito-a ansioso. Onde é que eles estavam? Ela já tinha dito que estávamos aqui á espera. Ouço o barulho dos freios do trem soarem alto, mais que o normal e meu corpo é jogado pra frente, ricocheteando. Bato contra a parede do vagão e sinto Serena cair sobre mim.

Meu braço esta segurando sua cintura firmemente e ela me olha com a respiração irregular.

—Tudo bem? - Pergunto.

Ela apenas concorda sem desviar os olhos dos meus. A eletricidade que passa através de nossos corpos é algo extremamente novo e estranho. Eu já tive tantas mulheres antes, no entanto não fazia ideia do que estava acontecendo ali. Nem com a Rose era assim! Segundos depois ouço um pigarreio atrás de nós e quebro o olhar.

— Lana?