Save me escrita por Bella


Capítulo 14
Ele se foi


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei! Obrigada pelos comentários, respondo amanhã todos ok?
Espero que gostem..............



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Pov Ally

Fechei os olhos, escutando o barulho da arma preparada para atirar...

Meu encontro com a morte...................................

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Não aconteceu.

Os braços em volta de mim e a arma em minha cabeça. Não os sentia mais. De início achei que tinha morrido, meus olhos continuavam bem fechados devido ao pânico.

Tomei coragem e lentamente abri os olhos, olhei para Austin que estava sem ninguém o segurando, me olhava surpreso e desconcertado.

Foi então que notei que Ian e os dois comparsas estavam no chão desmaiados...

Dez, Trish e John estavam segurando pedaços de paus de madeira, eles pareciam assustados e confusos, mas ao mesmo tempo enraivecidos.

Eu ainda estava em choque. O que houve?

─ Ally. – Austin disse arfando e correndo ao meu encontro. Me abraçou como se fosse a última coisa que faria na vida, apertou-me junto a si de maneira necessitada. Eu podia sentir seu peito subindo e descendo rapidamente e ouvir seu arfar de pós- pânico. ─ Você está bem? Me diga que sim!

Eu queria responder, mas as palavras ficaram presas em minha garganta, não conseguia dizer nada. Apenas estava em um estado de choque.

─ O que diabos aconteceu aqui porra! – gritou John jogando o pedaço de pau no chão. – Acho bom explicar tudo de uma vez, ou eu arranco...

─ O que estão fazendo aqui?! Como nos encontraram? – perguntou Austin.

─ Você realmente esperava que eu iria deixar você ir embora da minha casa depois de dizer coisas tão sem sentido, que acho que queimei uma parte do cérebro tentando entender. – Dez respondeu. Ele também parecia assustado e sério. O que foi estranho de se ver, já que ele não é assim.

─ Rastreou meu celular...

─ Sim Austin, e chamei John e Trish para virem comigo. Estava assustado e com medo do que encontraria.

─ E acabamos fazendo três projetos de gigantes desmaiarem duros no chão. – pelo que conhecia da Trish, supus que ela estava se segurando para não gritar. – Só te digo uma coisa Austin, acho bom você explicar tudo que acabou de acontecer, ou vou arrancar cada foi loiro da sua cabeça sem cérebro.

Austin suspirou. Mudou nossa posição me abraçando de lado, ele parecia pensativo e calculista.

─ Tudo b... – de repente passos apressados pareciam se aproximar de nós. O pânico me atacou de novo. Olhei assustada para Austin, que entendeu na hora o que devíamos fazer. – Vamos embora daqui! Agora!

Todos corremos para a porta.

─ Não! Eles vão nos pegar se fomos por ai! – John gritou nos puxando.

Olhamos a nossa volta desesperados por uma saída, a dúvida de sairmos de lá inteiros brotou em meu peito.

─ A janela! – Trish puxou a persiana jogando-a longe. Mas tinha um problema, a janela era de vidro e sem jeito de abrir.

─ Ah saiam da frente! – John pegou a madeira que estava segurando e betu contra a janela duas vezes, quebrando o vidro dando espaço suficiente para sair.

John saltou primeiro, logo depois Dez e Trish. Faltava apenas eu e Austin, mas tinha um problema. A altura era razoavelmente grande.

Olhei assustada para Austin.

─ Eu vou primeiro, depois que eu encostar no chão, você salta. Não tenha medo, eu juro que te seguro.

Hesitante ele me soltou, saltando rapidamente em seguida. John e Dez tiveram de segurá-lo de um jeito desengonçado antes dele aterrissar, já que sua perna não estava totalmente boa.

Respirei fundo algumas vezes, me apoiei sentando na borda da janela balançando meus pés. Eu estava completa e totalmente assustada com medo de quebrar algum membro. Mas ouvi os passos chegando mais perto do que nunca, então saltei.

Mantive meus olhos fechados com força sentindo o ar passar rapidamente, em seguida senti dois braços fortes e precisos em volta de mim.

Olhei para Austin, eu sei que não era momento para isso, mas não me contive. Admirei seu belo rosto cansado e ainda pensativo, seus cabelos loiros caíam sobre sua testa e seus olhos cor de amêndoas me analisavam de maneira intensa. Eu podia enxergar o menino alegre e feliz bem no fundo de seus olhos, o garoto que não era infeliz, aquele que convivi por pouquíssimo tempo já que na maior parte dele quem se manifestava era o garoto preocupado e cheio de culpa. Mas eu sei que o Austin verdadeiro estava apenas esperando para voltar.

─ Vamos! – Trish nos puxou.

Austin corria quase que com um pé só, eu o ajudava, ou melhor, tentava, pois a diferença de tamanho era imensa.

Entramos em um carro que supus ser de John que se dirigiu apressado para o banco do motorista. Dez se sentou no do passageiro e Austin, Trish e eu ficamos atrás.

Olhei para trás vendo vários homens olhando em volta nos procurando, até que um viu o carro.

─ Vamos logo! – gritei.

John disparou cantando pneu, supus que estávamos a mais de cem por hora.

─ Você ta bem Ally? – Trish perguntou me olhando alarmada. – Fizeram algo com você? Quer dizer, além de te apontar uma arma na cabeça...

─ To sim, só estou muito fraca, ainda não comi nada minha pressão abaixou.

─ Que hora acordou? – ela disse olhando em seu relógio de pulso.

─ Ah... eram nove e pouco, por que?

─ Meu Deus, já são quase seis da tarde. Temos de arrumar alguma coisa pra você comer.

─ Vamos pra casa da Ally, a mãe dela deve estar muito preocupada. – falou Austin.

Todos concordaram, o silêncio se estabeleceu. Todo mundo estava exausto tanto mentalmente quanto fisicamente.

Trish e Dez dormiam profundamente e John parecia viajar por outro mundo fixado na estrada.

Austin não desvencilhou seus braços de mim em nenhum momento. Brincávamos com nossas mãos tentando parecer que estava tudo bem, mas ambos sabíamos que muita coisa tinha acontecido e só estávamos tentando achar as palavras certas para dizer algo.

─ Me perdoe. – Austin sussurrou.

Olhei confusa para ele.

─ Como? – Austin me olhava cauteloso.

─ Você podia ter... – sua voz falhou, respirou fundo e continuou. – O que podia ter acontecido com você, tudo, seria por minha causa. – ele afagou meu rosto com sua mão e acariciou minha bochecha com o polegar. – Eu quase te perdi, tudo isso que não só você, mas todos em minha volta passaram e passam, é por minha causa. Eu peço desculpas por ter te colocado no meio disso, mas saiba que eu vou concertar isso.

Eu tentava entender a última parte, como assim vou concertar isso?

─ Austin a culpa não foi sua...

─ A culpa é inteiramente minha Ally, você tem razão, eu escolhi essa vida, e agora estou sofrendo as consequências.

─ Não, eu peço desculpas por ontem, eu não sabia que o Ian tinha te dado as drogas inesperadamente. Eu não queria ter dito aquilo.

─ Você só disse a verdade! Eu...

Ele abaixou a cabeça, a cada segundo que passo com ele, mais tenho certeza de que eu não quero que ele se afaste. Austin parecia um imã, que me puxava para sua vida. Eu queria estar perto dele, apesar de tudo. Loucura não?

Acariciei seu rosto o fazendo olhar para mim.

─ Esquece isso. – sussurrei.

Estávamos muito perto um do outros, eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Quando notamos a proximidade, nossas respirações ficaram mais altas. Austin me olhava incerto, mas ao mesmo tempo decidido. Havia carinho em seus olhos e algo profundo e misterioso.

Fomos nos aproximando mais e mais, nosso narizes se tocavam nunca deixamos o olhar um do outro. Fechei meus olhos, ele apertou minha cintura e nossos lábios estavam a milímetros, já estávamos roçando a boca uma na outra.

Até que uma lombada nos trouxe de volta a realidade. Nos afastamos sem jeito, podia sentir o sangue ferver em meu rosto, eu provavelmente parecia um pimentão.

Olhei para minhas mãos recusando-me a olhar para Austin. Céus o que foi isso? Eu queria beija-lo, queria ficar mais perto dele! Como assim?

Quando estacionamos na frente da minha casa foi um alívio. Ficar perto de Austin estava me matando de vergonha.

Saímos do carro, a noite já havia chegado, Dez e Trish estavam sonolentos e John parecia querer desmaiar a qualquer momento.

Caminhamos até a porta, eu me preparava psicologicamente para o sermão que minha mãe iria me dar.

Entramos, Penny estava inquieta no sofá com o telefone nas mãos. Quando me viu, arregalou os olhos e veio correndo até mim, me dando um abraço sufocante.

─ Filha! Meu Deus, fiquei tão preocupada com você! – ela me olhou, e quase que de uma hora pra outra, sua expressão mudou de aliviada para enraivecida. – ONDE VOCÊ ESTAVA?! EU FIQUEI DOIDA TE LIGANDO! CHAMEI ATÉ A POLÍCIA, ALLYCIA DAWSON QUERO UMA EXPLICAÇÃO AGORA!

Não só eu, mas todos encolheram os ombros, minha mãe dava um certo medo quando estava brava.

─ Eu... sabe é que... então... eu só...

─ A culpa foi nossa, senhora Dawson. – Falou Trish. – Err... eu e os meninos tínhamos u trabalho de teatro pra fazer, que vale metade da nota. Encontramos a Ally hoje de manhã, e pedimos ajuda desesperados... né gente?

─ Sim. – John respondeu entrando na mentira.

─ Ah é? – O Dez só não é mais burro por que não tem mais jeito. Lançamos um olhar feio pra ele. – Ah! Sim! Claro!

─ Por que não me avisou? – minha mãe perguntou ainda com raiva.

─ Eu tinha ficado de te avisar Penny. – Dessa vez Austin entrou. – Mas eu tive alguns problemas pra resolver, urgentes, coisas de empregados dos meus pais, e meu celular acabou a bateria.

Eu acho que se houvesse concurso para melhores desculpas, ganharíamos o primeiro lugar de olhos fechados.

Minha mãe nos olhava, nos analisava, e nos deixava morrendo de medo.

─ Ok. – ela descruzou os braços. – Mas está de castigo moçinha, você não vai sair dessa casa até última ordem, a não ser pra estudar. Nunca mais façam isso entenderam?

─ Sim. – todos dissemos.

─ Ótimo, agora eu vou tomar um banho e dizer a polícia que Ally voltou.

Ela subiu as escadas, quando ouvimos a porta de seu quarto fechar nos sentamos na sala. Austin parecia ansioso.

─ Pode começar. – falou Trish.

Austin respirou fundo. Contou a eles absolutamente tudo, desde quando se envolveu com Ian, meu sequestro, as ameaças, o dinheiro que devia, a persistência de Ian em acabar com Austin e as supostas coisas que não sabíamos sobre a morte de Jason.

Contei minha conversa com Ian e sobre ele ter dito sobre coisas que não sabíamos, todos estavam boquiabertos com tudo o que ouviram.

─ Temos de chamar a polícia! – John se levantou estressado. – Esse filho da puta tem de pagar pelos seus atos!

─ Não é tão simples John, Ian é esperto. Já tentaram prendê-lo várias vezes, mas ele sempre escapa. – disse Austin.

─ Então o que faremos? – perguntou Trish horrorizada.

─ Eu vou arranjar o dinheiro de Ian, tentar arrancar a verdade dele e bolar um plano pra que desta vez a polícia o prenda. Mas não quero nem ver a cara de meus pais quando souberem meu histórico com drogas e tudo mais que me envolvi. – Austin parecia extremamente cansado.

─ Como faremos isso? – perguntou John.

Austin se levantou, cobriu a boca com as mãos e nos olhou decidido.

─ Gente, vocês vão ficar fora disso tudo.

─ O quê?! – exclamamos todos ao mesmo tempo.

Me pus de pé rapidamente, como assim ficar fora disso?! Ele quer fazer tudo aquilo sozinho?! Ah mais não vai mesmo!

─ Acho que já nos envolvemos o bastante para te ajudar não acha? – Dez mantinha uma postura rígida. – Não podemos abandonar o barco agora.

─ Sim vocês podem, e vocês vão. – eu podia ver que Austin já havia tomado sua decisão. – O que aconteceu hoje, foi apenas uma amostra do que vai acontecer, eu me meti nisso por conta própria, e vou resolver isso sozinho. Não quero ser aquele que assinou a sentença de morte de vocês.

─ Mas a escolha não é sua! – exclamei. Eu não iria desistir fácil assim. – Austin, não cabe a você decidir se vamos ou não vamos te ajudar...

─ Você quase morreu hoje. – As palavras de Austin saíram trêmulas e frias. – Você quase levou um tiro! Você tem alguma noção disso?!

─ Talvez mais do que possa imaginar!

─ Eu não vou deixar!

─ Crianças. – minha mãe apareceu na escada. – Vão tomar banho, vou preparar o jantar daqui a pouco. – e voltou par dentro do quarto.

Todos nós estávamos estressados e sérios, olhávamos um para o outro respirando irregularmente. Austin caiu no sofá levando as mãos até a cabeça.

─ Gente. – falei para Trish, John e Dez. – Acho melhor vocês irem embora, vamos conversar quando estivermos mais calmos ok?

Todos pareciam meio hesitantes, mas se retiraram depois de uma breve despedida.

Voltei para a sala, mas Austin não estava mais lá. Subi as escadas e entrei em seu quarto, ele estava na varanda olhando a rua com as mãos apoiadas na grade. Caminhei até ele ficando ao seu lado.

Ele me olhou e balançou a cabeça.

─ Você não vai se envolver mais nisso Ally, eu gosto demais de você pra te deixar se meter.

─ E eu gosto demais de você pra te deixar enfrentar tudo isso sozinho.

Ele deu pequeno sorriso e arfou.

─ Sua teimosia é irritante ás vezes sabia? – falou divertido. Mas logo voltou a sua postura séria. – Ally, você tem de ficar longe de mim. É o melhor pra você.

─ E pra você? – eu já estava ficando com medo dele levar a ideia de se afastar adiante. – É o que quer?

─ É o que te deixará segura. – ele ficou de frente pra mim. – Amanhã eu vou pra casa...

─ Não! – agora sim fiquei preocupada. – O que? Não! Você não pode fazer isso, não pode me deixar!

Ele respirou fundo, se aproximou e pegou meu rosto entre as mãos.

─ Te conhecer, foi a melhor coisa que me aconteceu a tempos. Ally, você é um anjo, o mundo precisa de mais uma alma boa, e você precisa de uma vida feliz. Você merece uma vida feliz sem nada do que eu vivo, não vou tirar isso de você.

─ Mas eu não quero que me deixe! – falei desesperada. – Quer dizer, você é meu amigo! Eu te quero perto de mim!

─ Não vou fazer isso pequena.

As lágrimas queriam descer, ele havia tomado sua decisão. Não mudaria de ideia.

Austin beijou meu rosto docemente, fechei os olhos sentindo seus lábios em minha bochecha.

Ele se afastou e foi para o banheiro.

Ainda chocada, fui para a cozinha, rejeitei o jantar de minha mãe pegando um pacote de pão e um vidro de geleia e levei para o quarto.

Eu não podia deixar o Austin, ele precisava de mim, e eu de certa maneira precisava dele. Ele me passava uma sensação diferente, uma sensação desconhecida, mas boa.

Eu não vou deixar ele fazer isso!

Tomei um banho, me vesti e cai na cama. Não queria sair do quarto e ouvir Austin dizer mais daquelas coisas. Dormi e sonhei com um loirinho problemático.

...................................................................

Acordei com o maldito despertador. Ah troço dos infernos!

Taquei aquela coisa longe. Me levantei e me arrastei para fora do meu quarto. Acho que uma das coisas que mais odeio é acordar cedo!

Decidi ir para o quarto do Austin, queria vê-lo e ver se ele aceitava o fato de que eu não iria desistir tão fácil.

Bati na porta uma, duas, três... Ah dane-se!

Entrei, olhei em volta do quarto, mas estava vazio.

Algo me chamou a atenção, o guarda-roupa estava aberto e não havia uma roupa sequer nele.

Pânico!

Corri a casa toda procurando pelo loiro, mas ele não estava em lugar nenhum!

─ Austin! – eu chamava, mas não obtia resposta.

Coloquei as mãos na cabeça.

Ele foi embora!


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Notas finais do capítulo

Próximos com três favoritamentos ou recomendações......