Believe in Yourself escrita por Murasaki


Capítulo 9
Saída




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/586364/chapter/9

Assim que Amy aproximou-se daquele pilar, rapidamente descobriu que havia algo escrito por baixo de toda aquela poeira. Passou as mãos na superfície rugosa, tirando um pouco do excesso, e percebeu logo os caracteres antigos, em um dialeto desconhecido para si:

— Tails, Blaze, olhem aqui! – Os dois se aproximaram.

A mesma reação que Amy tivera há poucos instantes foi esboçada: espanto e curiosidade. Tails, percebendo a potencialidade daquela informação, foi para o N-Tornado e voltou trazendo uma mini-câmera para registrar em imagem.

Depois de perceberem que não havia mais nada para ser visto, o jeito era voltar para o Cyclone e ver ser conseguiriam alguma informação a partir daqueles escritos.

...

No N-Tornado, durante a volta, Blaze sentiu uma sensação de desconforto tomar sua mente. Esta sensação permaneceu até a chegada ao Cyclone.

Quando finalmente se aproximaram da grande nave, Tails ativou o estacionamento, e logo, todos deixaram o avião, caminhando até a sala de controle.

De repente, o desconforto de Blaze piorou, desta vez em forma de dor. A gata pôs as mãos na cabeça, por causa da enxaqueca surpresa.

Logo, as imagens vieram à sua cabeça.

Ela gritou com força em seus próprios pensamentos ou em voz alta, não sabia direito. A dor era terrível, como se tivesse levado uma coronhada. Mas as imagens eram claras. 

Ela perambulava por um local, e sentia uma grande tristeza e consternação. Estava visível que a dor sentia era demasiada. Perdeu-se então em uma confusão de imagens que se sucedeu, onde ouvia gritos e vaias. Depois, quase que imediatamente, a visão mudou para um ataque onde ela era o alvo. Tentava revidar contra os seus inimigos, mas não podia lutar contra o que estava no passado. Depois ter sido chutada e espancada covardemente, sua raiva acendeu e ela liberou seus poderes de uma forma arrasadora sob aqueles que o molestaram.

E foi aí que ela ouviu a voz.

Por favor, Blaze, me ajude! — Escutou em pensamento.

— Blaze, acorde! – Amy gritou.

Blaze desperta do transe. Olhou para cima, viu Amy e Tails preocupados. Mudou sua visão para o local por onde estava. Encontrava-se deitada no chão, provavelmente desmaiou mais uma vez. Estava suada e ofegante.

— O que aconteceu? – Perguntou Tails.

Blaze revisou todas as imagens, perguntando-se o que era aquilo. Não lembrava de nenhuma daquelas situações, e mesmo após ter sentido a dor, a tristeza, tudo parecia como um sonho. Todavia, após lembrar-se da voz no vim de seu devaneio, entendeu imediatamente. Nos poucos minutos que havia apagado, não estava tendo lembranças suas. Eram de Silver!

A gata então respondeu, ainda ofegante:

— Silver está em perigo!

Apesar de espantando, Tails e Amy foram rápidos em levantar a felina a se levantar, e direciona-la para a sala de controle e fazê-la sentar na poltrona, para se recuperar.

Lá, a gata lilás contou o ocorrido para os amigos, e estes em nenhum momento cessaram a atenção.

— Só não consigo entender como tudo isso veio parar em minha cabeça. – Blaze brincava com uma colher na xícara onde havia um calmante que Amy havia preparado.

Tails pensou em alguns instantes em tudo que ouviu. Teve uma rápida conclusão:

— Você não disse que os poderes deles estavam aumentando? Talvez ele tenha fortalecido a comunicação telepática. – Tails ainda fitava a gata, pensativo. – Como você viu tudo, e ouviu também, como um vídeo, então só posso afirmar que ele está realmente muito forte. Blaze... Será que você não consegue se lembrar de alguma coisa naquela visão, que nos ajude a localiza-lo?

Blaze não fez um sinal negativo, mas também não parecia afirmar nada. As imagens haviam sido muito caóticas. Sentia que eram repletas de coisas, mas nada lhe parecia muito expressivo. Por alguns segundos e curvou sua cabeça em sinal de derrota. E foi quando parou de se esforçar tanto que pode lembrar-se de algo:

— Eu me lembro um pouco do que ele viu antes de sofrer os ataques. Era como se eu estivesse sentado em frente a uma grande floresta no meio de uma cidade por várias horas.

A felina imediatamente pediu um lápis e papel para reproduzir o que havia visto. Terminada, mostrou aos amigos.

— Era como uma floresta dentro de uma grande bola de vidro transparente. Havia pássaros pequenos que saiam em bando pela parte superior.

Amy, incrivelmente, sentiu que já havia ouvido falar daquele lugar. Deu um estalo inesperado.

— Eu acho sei o que é! Isso que você desenhou pareceu o grande Biodomo de Lively! É um grande ecossistema artificial dentro de um dos maiores Shoppings que existem, o Grandside Mall. É desse planeta que fazem os melhores produtos do shopping de lá de Mobius! – Se havia alguma coisa que Amy entendia bem, era de shoppings. E era realmente inesperado que esse conhecimento ajudasse algum dia.

— Mas onde fica, Amy? Em outra cidade?

— Em outro planeta. Lively.

Tails velozmente direcionou sua atenção à grande tela do computador para encontrar alguma informação. Em meio aqueles muitos botões apertados, uma imagem apareceu. Um planeta predominantemente verde, e todas as suas demais informações em uma lista de muitas palavras.

— Lively. É para lá que nós vamos. – Disse Tails. – Será tempo suficiente para que o computador consiga a tradução desse dialeto que estava no pilar.

As duas concordaram imediatamente. Todos se retiraram, Amy e Blaze foram à cozinha e Tails seguiu para a sala de pesquisa mais uma vez.

...

— Que tal, de laranja? – Perguntou Amy à Blaze, ainda indecisa sobre o que iria fazer para o jantar.

— Pode ser.

— Então vou fazer de cenoura mesmo.

— Agora sei que você é mesmo indecisa.

Blaze já se preparou para levar uma martelada. Mas a reação da ouriça foi diferente. Esta riu em vez de atacá-la ou olhá-la com indignação. Ainda era difícil acostumar-se com aquela versão da ouriça.

A felina havia se oferecido para ajudar a ouriça, mas arrependeu-se. Não sabia praticamente nada sobre cozinha, além daquilo que era suficiente para sua sobrevivência. Em geral, alimentava-se à base do seu pomar que cultivava na ilha que vivia. Ela e Silver cuidavam dele.

Silver.

Mais uma vez, a gata lilás pensou naquilo que mais lhe preocupava. Suspirou como forma de liberar um pouco daquela poeira negra que se formava dentro de si. Estava na missão de encontrá-lo e sentia-se mais próxima de completá-la, agora.

Amy cortava as cenouras com muita atenção, mas aquele suspiro foi audível o suficiente para fazê-la olhar para a felina, que estava visivelmente afligida. Com a distração, a ouriça cortou-se acidentalmente e berrou.

— Amy? O que foi? – Perguntou Blaze.

— Me cortei sem querer.

— Deixa eu ver. – A felina levantou-se do assento e foi até Amy. Era um corte minúsculo. Ela segurou seu dedo com firmeza, enquanto parecia concentrar-se.

Algum tempo depois, Amy sentiu o seu ferimento se fechando completamente. Esta se admirou de tal maneira que um sorriso abriu-se em seu rosto.

— Como você fez isso?!

— Nem eu sei direito, sabe. Eu não sabia que podia curar, alguns dias atrás. Como já disse, meus poderes multiplicaram a força, alguns dias atrás e nem eu mesmo sei por que isso aconteceu. - Levantou-se e limpou suas mãos na pia da cozinha. - Mas eu só consigo fazer com feridas pequenas.

A ouriça foi levada a uma lembrança recente. Há pouco tempo, quando encontrou Sonic na Ilha Flutuante para uma reunião com a Turma, Amy percebeu que ele parecia mais disposto, e sua velocidade parecia ter aumentado a um nível mais intenso do que já era. Amy nunca tinha visto ele tão rápido assim.

Este símbolo... Tem alguma coisa. — Pensou a ouriça rosa. Desviou os pensamentos para o que fazia antes. Cozinhar.

— Como forma de agradecimento, eu vou te ensinar a fazer uma torta de blueberry, certo?

Apesar de insegura pelo fato de nunca ter feito nada parecido antes, por incrível que pareça, a felina pareceu empolgada. Pegou um avental, amarrou na cintura e preparou-se para obedecer todas as instruções.

...

Tails estava olhando tudo a respeito do planeta e do shopping nas lembranças de Silver. O raposo não cessaria até encontrar algo importante e expressivo sobre o ouriço cor de prata. Cada detalhe mínimo era crucial. Nem mesmo a exaustão parecia atingir o seu orgulho. Contudo sabia que o seu físico estava horrível, como se tivesse passado fome em meio a uma guerra. Não estava se alimentando bem, tinha consciência. A preocupação com os desaparecidos o fazia perder o apetite.

Em um momento Tails encostou-se ainda mais à poltrona e fechou os olhos, respirando fundo. Parecia até que já havia se esquecido do que Sonic sempre dizia a ele, antes repetido pela ouriça rosa. Não se preocupe. Tudo vai ficar bem.— Ouviu em pensamento. Não importava como, mas ele possuía boas expectativas.

— Tails, já está pronto! – a voz de Amy propagou-se no pequeno rádio. O raposo levantou-se, e rumou até a cozinha.

...

Assim que chegou até o cômodo, era praticamente impossível não sentir o aroma leve que o ar transmitia. Por um minuto, Tails ergueu sua cabeça e aproveitou a prévia do que estava por vir. Sentou-se na cadeira estofada, e puxou seu prato onde visualizou dois pedaços, uma torta alaranjada, e outra azulada. Pareciam estar incríveis.

— A minha é a de laranja, a de Blueberry, da Blaze.

O raposo não hesitou em pegar um pedaço. Cortou a de laranja e colocou na boca com avidez. Mastigou com cuidado aproveitando cada sabor. Perfeita.

A próxima era a de Blaze. Fez o mesmo movimento com o garfo no segundo pedaço, mas a reação não foi a mesma. Teve uma sensação como se estivesse engolindo o mar, acompanhado com o sabor e a textura de uma pedra.

— Está com um pouquinho de sal a mais. – Sorriu a felina.

Tails a entreolhou em um silêncio gritante.

— A torta dela está boa? – Perguntou Amy.

— Bem... – O raposo ia continuar, mas quando vislumbrou os olhos ardentes da felina, disfarçou. – Claro, está ótimo!

Amy não conteve o risinho.

Tails não a culpava, afinal estava aprendendo. Lembrou-se na primeira vez que a ouriça fez um bolo para Sonic. Coitado. Ele vomitou todo o banheiro da casa dela como castigo. O raposo riu tanto da situação que ficou sem ar.

A refeição foi calma e silenciosa, apesar de um sinal inesperado. O alarme de chamada tocou informando que alguém estava para entrar em contato. Tails largou o aparelho de jantar e percorreu mais uma vez os corredores, sendo seguido por Blaze e Amy. Lá, o raposo não teve tempo de dizer uma palavra. Somente apertou o botão que permitia a chamada ser estabelecida. A imagem do equidna avermelhado surgiu.

— Knuckles?

— Tails, ainda bem que consegui falar com você. Tenho algo pra contar. Hoje pela manhã, a Esmeralda Mestre começou a piscar muito forte e quando eu comecei a me comunicar, ouvi a voz de Tikal. Ela me disse que uma catástrofe está pra acontecer. Também falou que os quatro irão se juntar em obediência à presença maligna. Mobius faz parte disto. Depois, vem a anulação.

— Anulação? Knuckles, eu não estou entendendo nada. O que isso tudo quer dizer? – Perguntou Tails, ainda muito confuso.

Knuckles hesitou por segundos antes de declarar o que estava por vir:

— Quer dizer que querem destruir Mobius!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!