A Batalha da Cidade escrita por Lucas C, Kevin


Capítulo 3
Capítulo 3




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Sempre me achei um pouco sedentário. Atividades físicas, uma hora por dia, não me fazem um cara totalmente esportista. Mas, estava impressionado comigo mesmo, correndo desde o meio dia e já eram quinze horas. Normalmente já teria me rendido, mas eu não tinha escolha.

Comecei correndo dos alunos do Colégio Estadual e agora eu é quem corro atrás deles. Tudo porque aqueles cretinos sequestraram minha irmãzinha. Tudo porque eles queriam que eu lutasse contra eles. Tudo por causa de algumas posições na classificação final da Batalha da Cidade.

Os alunos do Colégio Estadual estavam em uma operação que eu não entendia muito bem. Mas, todos os treinadores juniores estavam nas ruas, procurando o primeiro colocado e alguns outros, que pelo que entendi, Patrick, líder do grupo, ainda não havia enfrentado. Como eu sabia disso? Cada aluno que eu conseguia encontrar era forçado a falar o que sabia. Usar a força era errado? Não nesse momento. Eu derrotava-os em batalha e logo após agarrava-os tentando arrancar informações.

Para falar a verdade, agarrá-los não estava funcionando muito bem. Eu não era o que podia se chamar de cara forte, mas eu tentava. Aos poucos percebi que para encontrar minha irmã teria que ir direto ao Patrick. O problema era que nenhum aluno parecia saber onde ele estava. O que me restava era correr pela cidade atacando a cada aluno que eu encontrasse até descobrir quem era aquele patife.

– Deixem ele em paz! -

Foi um grito desesperado. Eu passava por uma rua e ao fundo eu podia ver três garotos do Estadual. Um deles estava em batalha, lutava contra um garoto que tinha atrás dele duas meninas. A batalha parecia ser entre um Ratata e um Beedril.

Eu não tinha nada haver com aquilo, mas as meninas gritando assustadas me fizeram pensar que eu gostaria que alguém tivesse ajudado minha irmã. Eu iria ajudá-los! Principalmente porque aqueles três eu ainda não tinha interrogado. Seria juntar o útil ao agradável. Se bem que não havia nada de agradável naquela situação.

– Onde está o Patrick? -

Gritei a plenos pulmões do inicio da rua correndo como um louco para cima deles. Todos olharam assustados a minha corrida desenfreada. Talvez minha aparência, depois de tanta corrida, estaria assustando mais do que meus gritos.

O menino que batalhava usando a Beedril voltou a se concentrar na batalha bem como o treinador do Ratata que parecia defender as garotas, enquanto os outros dois partiram correndo em minha direção.

Sabe aqueles momentos em que você se arrepende completamente do que fez? Eu estava vivendo um daqueles momentos. Correndo em direção a dois garotos, maiores que pareciam estar bem menos cansados do que eu, me perguntei o que eu faria quando chegasse a eles. Bater neles era o que eu não faria, não estava conseguindo bater em ninguém. Eu derrotava todos nas batalhas pokemon e só depois eu exigia respostas.

Parei a corrida, meio estabanado, levando à mão a mochila rapidamente e sacando pokeagenda. Abri-la e pegar uma pokebola estava ficando instintivo. Eu já havia feito tantas vezes aquele movimento que não precisava nem parar para pensar. Mas, minha surpresa foi os dois garotos pararem assustados olhando para mim.

– Não tenho mais pokemons em condições, cara. -

A voz de um deles saiu trêmula. Ele não falava comigo, falava com o parceiro. Dei um passo para frente e eles deram um passo para trás. Aquilo foi engraçado, até aprecia que estavam com medo de mim. O outro disse algo em baixa voz, não permitindo que eu escutasse, mas deu para perceber que ele havia me reconhecido. O problema é que eu não sabia quem eram eles.

– Rafael. -

O que falou em meia voz anteriormente agora falava comigo.

– Se continuar perseguindo os alunos do Estadual vai se dar mal. - Ele me encarou. - É o primeiro e o último aviso. -

Eu não me intimidei, dei mais um passo e o aluno que batalhava virou-se para trás assustado. Repetiu meu nome, indagando e apenas viu um dos que estava me encarando fazer um sinal positivo para ele. De repente a Beedril era recolhida e o garoto juntava-se aos dois amigos.

“A batalha está encerrada. 3 pontos para Alberto Fontes.”

– Pare de deixar nossos pokemons em mau estado ou teremos de pegar pesado com você. -

– Já estão pegando pesados, idiotas! -

Gritei com o terceiro que falou aquilo para mim e corri na direção deles, mas eles passaram por mim, desviando e fugindo apavorados. Estavam com medo?

Parei sem entender e me lembrei das palavras deles. “Pare de deixar nossos pokemons em mau estado”. Mau estado? Eu não estava deixando nenhum pokemon em mau estado. Eu lutava e fazia-os ficar inconscientes. Pensando melhor, isso é deixar em mau estado para um Treinador Júnior.

Treinadores juniores tinham a orientação de lutar até certo ponto, mas não até a inconsciência do pokemon, fosse o seu ou do adversário. Se isso fosse respeitado, aquele que perdeu a disputa teria seu pokemon em condições de lutar novamente em uma hora, mas se isso não fosse respeitado o pokemon poderia ficar até 6 horas nocauteado e ainda mais umas duas horas para se recuperar. Quanto ao pokemon do vitorioso ele precisava esperar apenas 30 minutos para estar pronto para a próxima batalha, se ele também não ultrapassasse o limite do cansaço.

Meus três pokemons viviam brincando com minha irmã, talvez eles gostem mais dela do que de mim. Eu perdi a cabeça com estes caras e não estou prestando atenção no limite dos pokemons deles, mas meus pokemons também não estão nada contentes com isso. Estávamos tão irritados que nem percebíamos que estávamos maltratando pokemons.

– Obrigado pela ajuda. -

Olhei para a voz que me agradecia. Tratava-se de um garoto baixo, magrelo, cabelos e olhos castanhos, óculos de grau de armação fina. Era o treinador do Ratata que estava tomando a maior surra. Ganhou três pontos porque seu adversário saiu correndo assustado quando me identificou.

Ao longe percebia as duas meninas correndo juntas, saindo pela outra ponta da rua. Tentei imaginar o que teria rolado realmente ali. Mas, eu não tinha muito tempo para aquilo. Talvez se me apressasse pudesse alcançar aqueles três.

– Está mesmo maltratando os pokemons deles? -

Eu estanquei olhando para o chão. Eu estava e não havia como negar. Era duro acreditar que eu tinha feito uma temporada quase que perfeita e no final, por causa de umas pessoas sem honra eu havia me rebaixado ao nível deles. O pior era que as pessoas estavam começando a comentar sobre isso.

– Estou! -

Disse meio envergonhado, virando-me para encará-lo.

– Esses desgraçados vão aprender a não mexer comigo! -

Falei rápido e com um tom firme, eu não tinha tempo para discutir. Ou ele entendia ou partia. Para minha surpresa ele abriu a pokeagenda e sacou uma pokebola. Minha agenda vibrou anunciando o inicio da batalha um contra um. Foi só ai que eu percebi que estava com a minha agenda e pokebola nas mãos desde que os caras fugiram.

– Eles são os caras maus, não você! Se eu não tivesse chegado eles teriam forçado as minhas irmãs a lutarem contra eles. - Disse o rapaz. - Batalharemos! Se eu vencer, você se acalma e me conta o que está acontecendo. Se você vencer, eu te sigo nessa sua jornada atrás do Patrick. - Ele me encarou. - Ambos sairemos ganhando. -

Fiquei meio sem reação. O cara estava me oferecendo ajuda? Ele nem sabia o que estava acontecendo e estava me oferecendo ajuda? Aquilo tinha cara de treta, uma das bravas. Principalmente por eu não entender como ele poderia ganhar com aquilo. Mas, minha pokeagenda já havia entrado em modo de batalha, para contabilizar os pontos contra o rapaz a minha frente, que era chamado de Alberto. Eu não havia sido derrotado ainda, não seria esse cara que iria me derrotar.

Lancei minha pokebola ao mesmo tempo em que meu adversário. As pokebolas se abriram e a luz da materialização surgiu. Pelo meu lado Slugma do tipo fogo! Dava para sentir o calor que ele exalava. Uma lesma vermelha com pele que lembrava magma, alguns dizem que era realmente feio de magma, mas seja lá o que for é bem quente. Mesmo sendo uma lesma, mexia-se constantemente. Aparentemente, sua pele se enrijecia se ficasse parado por muito tempo. Meu adversário parecia não estar muito contente de ver aquele pokemon, certamente já sofrera nas mãos dele com outro treinador. Ou talvez, o fato de sua escolha o deixasse daquela forma.

Um Magnamite. Forma de vida robótica, corpo circular metálico com dois imãs em formato de ferradura de cada lado, além de três parafusos no corpo, sendo um deles no topo da cabeça parecendo servir como uma antena. Embora, seja um ser vivo, não demonstra muito suas emoções. Do tipo metálico e elétrico.

– Slugma comece Cortina de Fumaça. -

Eu não sabia como meu adversário batalhava, me ocultar era era o melhor caminho. Se ele fosse bom iria dissipar toda a fumaça escura que meu Slugma expelia pela boca. Se ele não fosse, cairia com mais dois movimento.

– Esfera Elétrica. - Comandou Alberto.

Devo admitir que ele era bom. O ataque Esfera elétrica colidirá com o chão causando uma explosão e a pressão da explosão dissipará a fumaça. Eu me atentei para ajudar meu pokemon e avisar onde iria ser o ataque, mas a esfera brilhante cheia de descargas elétricas se dissipou antes de chegar à Cortina de Fumaça.

– Não vou desperdiçar a chance! - Gritei incrédulo com a falha da técnica adversária. - Lança chamas. –

Existem diversas técnicas para um pokemon usar. Ele escolheu uma que teria um efeito interessante para a situação, mas o Magnamite não sabia usar corretamente ainda. Poderia ter usado qualquer outra coisa que teria um efeito menos negativo para ele. Pokemons tem tanto sentimento quanto pessoas e ver o fracasso de um movimento frustrava. Mas, eu não estava no clima de ser piedoso.

Uma rajada de fogo saiu de dentro da fumaça, disparado pela boca de meu pokemon, que acertou o alvo encheio. O pequeno pokemon de aço foi acertado e já começou a perder altitude, com seu corpo em chamas. Talvez aquela fosse a maior vantagem para ele explorar, o fato de seu pokemon flutuar, mas eu estava acabando com essa vantagem.

– Raio do Trovão. -

Os olhos de Alberto diziam que ele já havia passado por aquilo. O pokemon começou a emitir um brilho azulado de todo o corpo fazendo as chamas se dissiparam junto a um raio que seguiu em direção à Cortina de Fumaça.

Confesso, demorei um pouco para reagir. Não imaginava que eletrizando todo o corpo as chamas que tomavam conta do corpo de Magnamite fossem ser dissipadas. Ainda mais que o Raio do Trovão abriria um buraco, com a pressão de sua velocidade, no meio da fumaça, começando a dissipá-la. Por sorte foi um golpe as cegas e passou longe do local onde Slugma estava.

Aquele foi o segundo erro dele. Poderia ter atacado próximo da direção de onde saiu o Lança Chamas, mas mirou bem longe. Teria acertado em cheio ou ao menos revelaria o local onde Slugma estava, já que a fumaça em boa parte das proximidades do local foi dissipada.

– Roda de Fogo! -

A pouca fumaça que restava desapareceu quando uma bola de fogo giratória ganhou os céus acertando o pokemon de aço em cheio. A bola de fogo se desfez e Slugma tocou o chão calmamente, virando-se para ver o estrago que havia feito no adversário que estava no chão, tremendo e tentando se levantar.

“A batalha está encerrada. 3 pontos para Rafael Gomes.”

– Você é muito bom. -

Comentou o garoto enquanto eu parabenizava Slugma e o recolhia. Olhei-o e ele realmente parecia se recuperar da derrota. Até estranhei, já que ele cometeu um ou outro erro, deixando a vitória escapar.

– Irei ajudá-lo a encontrar Patrick. - Disse ele respirando fundo e começando a caminhar para uma ponta da rua.

– Não precisa. - Eu disse. - Não quero envolver outra pessoa nesse problema. - Comentei me virando, mas o garoto me bloqueou. - Por que me ajudaria? - Estreitei os olhos tentando ver na face dele um sinal que me indicasse que aquilo não era alguma armação ainda mais mirabolante.

– Você está abatendo pokemons de pessoas mesquinhas. Do jeito que está fazendo eles estão ficando fora de circulação, não podendo desafiar a mais ninguém até amanhã depois do termino da classificação. Você está colocando ordem na cidade, por isso eu quero ajudá-lo. - Alberto deu um sorriso sem graça. - Eu sei que não nos conhecemos, mas você está ajudando aos treinadores da cidade que não tem chances contra o bando do Patrick. Não sei o porquê de estar fazendo isso, mas não posso deixá-lo fazer sozinho. -

– Eu... -

Minha voz falhou. Estava apenas tentando resgatar a minha irmã no meio daquele caos que o Colégio Estadual estava causando, mas alguém via minhas atitudes como algo mais, como uma forma de por fim aquela situação. Como um ato heroico e não um ato desesperado.

– Minha irmã foi levada por aqueles caras. Querem que eu lute contra eles e contra o Patrick. - Eu disse de uma vez deixando ele assustado. - Mas, ao invés de aparecer para me enfrentar ou dizerem onde devo encontrá-lo, não falam nada. Apenas ficam rindo. - Eu fechei os punhos, irritado. Só de pensar naquela situação meu sangue fervia. - Não estou tentando parar ninguém! -

Alberto ficou mudo por alguns instantes e eu realmente entendia o espanto dele. Somos jovens de 15 a 18 anos. Fazendo algumas coisas vergonhosas, mas sequestro é demais. Eu poderia ir a policia, mas do que adiantaria? Até aonde minhas informações iam, eu cheguei à escola e encontrei os caras debochando e falando sobre minha irmã. Diziam que só falariam algo sobre ela depois que eu os enfrentasse e a Patrick. Eu não tinha como provar que eles fizeram algo. A polícia apenas teria um menor de idade que se atrasou, de forma irresponsável, para buscar a irmã e com isso a irmã saiu da escola com outra pessoa.

– Eles estão tentando te cansar. - Disse Alberto quebrando meus pensamentos. - Correndo pela cidade e lutando contra todos. Quando você estiver bem esgotado ele vai aparecer para te derrotar. –

Aquela era uma ideia incrível que fazia total sentido. Eles eram vários e eu apenas um. Bastava sentar e esperar eu me cansar com os “capangas” e quando eu estivesse bem esgotado ele poderia vir e me derrotar facilmente.

– Se eu te acompanhar posso te ajudar em algumas batalhas e ficará menos cansado. - Disse o garoto. - Não vou mentir, quero te acompanhar para tentar aprender um pouco mais e conseguir mais seis pontos. É o que está me faltando. –

Eu não entendi muito bem. Eu sabia que tinha treta na oferta de ajuda, mas por seis pontos? Por seis pontos seria mais seguro procurar dois treinadores que pudesse enfrentar. Além disso, faltando para que?

– Não se preocupe. A prioridade será encontrar sua irmã. - Ele comentou. - Se eu não estou enganado, está rolando uma festa da faculdade local. Acho que é uma calourada. Alguns amigos do Patrick certamente estão lá. O clube é aberto, poderemos entrar e dar uma olhada. –

– Bem... - Suspirei admitindo que realmente precisava de ajuda. - Está ciente dos riscos. -

Um passo apertado e rápido até o ponto de ônibus. O local da festa, um clube do outro lado da cidade, não era exatamente o local onde pensei em procurar. Alberto tinha realmente uma informação valiosa. Dentro do ônibus me contou um pouco sobre ele, enquanto eu passava algumas dicas de batalha.

A história de Alberto me espantava e tirava qualquer pensamento de ser uma armadilha. Mais do que isso, fazia me sentir mal de desconfiar dele. Mais mal do que já me sentia. Eu havia colocado minha irmã em uma situação perigosa. Estava maltratando pokemons e agora descobria que desconfiava de Alberto, erroneamente.

Todo ano um bem feitor paga 5 inscrições para Treinadores Juniores no orfanato da cidade, onde mora Alberto. O orfanato escolhe os mais velhos, 17 e 18 anos, com o intuito deles adquirirem experiência de vida na competição, uma vez que logo estariam tendo que sair do orfanato. Dependendo da colocação conseguem empregos ou bolsas de estudos, fazendo com que aquela pequena brincadeira de Treinador Junior realmente se torna a oportunidade de suas vidas.

Naquele ano, o mais velho era Alberto, com 16 anos junto com outras quatro crianças de quinze. Todos ainda permaneceriam no orfanato, o que normalmente não acontecia devido às idades o que fez Alberto ter uma ideia. Fazer com que todos os cinco treinadores ficassem entre os quarenta primeiros.

Aquilo parecia pouco, mas todos os quarenta primeiros tinham inscrições gratuitas no ano seguinte. Se ele conseguisse isso, no ano seguinte o Orfanato Raio de Sol, que também funcionava como colégio, teria dez treinadores e não os habituais cinco. Com dez treinadores ele acreditava que seriam competitivos o suficiente para alcançar uma posição melhor na competição por colégios.

A pontuação de todos os alunos do colégio é somada e o com maior pontuação ganhava investimentos para os treinadores e inclusive um profissional da área atuaria no colégio durante o ano seguinte. O vencedor por anos era a Realeza, mas os colégios Estadual e Técnico dão bastante trabalho. Mas, são colégios com muitos competidores.

Alberto entedia que a quantidade de treinadores era uma das chaves, bem como a qualidade. Com 10 eles poderiam não ter muitas chances, mas se conseguissem repetir o resultado de todos ficarem entre os quarenta, mais um ano teria se passado e ao invés de 10 treinadores eles teriam 15 e ai sim poderiam ser bem competitivos. Com dedicação poderiam vencer, ou, ao menos chamariam a atenção de alguns outros patrocinadores para o orfanato.

Meu novo companheiro de aventura estava em quadragésimo primeiro, precisava de seis pontos para subir a classificação e não havia chances do quadragésimo conquistar mais pontos, já que eu havia nocauteado os seus pokemons. Para falar a verdade, enquanto conversávamos, descobri que abati todos os que ameaçavam a posição dos internos do orfanato. Ninguém os ameaçaria até o final do prazo.

– Nossa! -

A história do Alberto tinha me dado alguma distração, em especial da fome que eu estava sentido. Mas, calourada era algo que não dava para ignorar. Estávamos de frente para a entrada do clube, onde a festa acontecia.

Mais de mil pessoas, dançando, bebendo e comendo. Todos jovens com expressões felizes e despreocupadas. Eu não conseguiria descrever o que eu via. Olhei para Alberto que dava alguns passos para trás. Eu nunca tinha estado em um lugar como aquele e pela expressão de Alberto, ele também não.

– Vamos achar o Patrick. - Eu disse respirando fundo.

Começamos a entrar no meio da multidão. Era um empurra de cá e empurra de lá no meio da muvuca que eu às vezes eu me perdia, não sabendo se estava indo ou voltando. Alberto segurava na alça da minha mochila, para não se perder de mim, enquanto passávamos pela multidão que estava mais molhada que eu. Eu não sabia se era suor ou outra coisa, já que constantemente eu via gente jogando água e bebidas para cima, molhando a todo mundo.

– Não vamos encontrar ninguém nessa multidão. - Alberto gritou. - Temos que mudar de estratégia. -

– Eu nem sei como é o Patrick. - Gritei.

– Eu sei! - Alguém berrou na minha frente.

Sabe aqueles momentos em que você tem certeza que a situação acabou de ficar feia? No meio de mil pessoas, alguém escutou minha conversa e me intercalava, dizendo algo que só um tipo de pessoa poderia responder. Amigos do Patrick.


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