Saímos pelos próximos meses e ele era incrível. Me levava a ótimos restaurantes, me buscava em casa, íamos a praia e me dava até flores - eu confesso que as odiava. Até cheguei a mudar de emprego. Secretária numa empresa que fazia cartões. Sinceramente, achava o tipo de negócio mais sem sentido já criado. Sério que tem gente que compra esses cartões?

– Eu tenho que viajar. Vou ficar umas semanas fora e…

– Semanas? - Como assim ele ia ficar fora por semanas?

– É. Meu pai quer que eu pegue firme e aprenda mais sobre a empresa, em relação as transações internacionais. Um monte de coisas chatas. Sabe como é… - Ele não me olhou nos olhos. Eu entendia o que ele queria dizer.

– Tá, tudo bem, eu te espero.

Uma semana depois, recebi um sms dele. Avisando que queria um tempo - como se ele já não tivesse tempo o suficiente. Eu fiquei muito brava. Respondi com um ‘Ok’ e ele mandou uma carinha triste. Eu não precisava da pena de ninguém.

– Summer, noite do karaokê. Vamos? - Perguntou a outra secretária.

– Claro. Vou só pegar umas coisas, encontro vocês la. - Fui até o banheiro, lavei o rosto, passei o batom e respirei bem fundo. Eu nunca acreditei no amor. Não vai ser agora e nem ele que vai me fazer mudar de idéia.

A noite foi divertida. Cantei, os colegas cantaram e acho que um dos caras lá do escritório estava me cantando. Encontrei com ele logo que comecei no novo emprego, pegamos o elevador juntos. Ele era bem estranho, mas gostava de Smiths, o que acrescentava pontos extras. Adam não gostava.

– Eu não acredito no amor. - Disse.

– Como assim? É amor. Não é o papai noel. - Ele disse. Parecia irritado.

– Eu só não acho que seja pra mim. Não sei.

E essa foi uma conversa estranha. Deixou um clima bem estranho. Um amigo dele me perguntou se eu namorava e resultou nisso. Eu sei que não sou uma garota feia, mas não tenho que estampar que namoro ou não na testa.