Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 9
Um dia com Ren - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Vocês acreditam que fui até cobrada por esse capítulo? Sério, fico muito feliz quando vejo o quanto que as pessoas estão gostando! Quero agradecer pela Lola Baudelaire por favoritar e a Lady Phantom por favoritar e recomendar! Nem esperava receber uma, pelo menos não assim tão cedo! Vocês são umas fofas! Ah, e sim, a pedra onde Helen começa a simulação é a pedra do rei e todo o cenário é o do filme do Rei Leão. Boa leitura!



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O lugar é muito amarelo, com apenas algumas gramíneas verdes perto de um lago, árvores distantes uma das outras, com menos folhas. Alguns animais que nunca havia visto antes andam de um lado para o outro. Um parece um cavalo todo preto e branco, outro tem um pescoço muito comprido. Bem ao longe, tem uma região mais escura e sombria, dá para ver pouco dela da grande rocha em que eu estou. Seguindo as simulações dos outros, militares iriam aparecer e eu teria que acabar com eles sem ser pega. Corro para dentro de uma caverna que a rocha é interligada quando avisto alguns deles andando um pouco mais a frente.

Checo os meus bolsos, quando vejo que em meu cinto tem as armas que escolhi. Equipo o soco inglês em minhas mãos, já que havia aprendido a usar um pouco em minha aula de ontem. Desço o resto das pedras até chegar ao chão, dessa vez cuidadosamente para não atrair suspeita. Eu não conseguiria chegar na frente deles e pegá-los todos de uma vez só, isso seria suicídio. Teria que atrair um de cada vez para um lugar mais afastado para pegá-los silenciosamente.

Já que a grama é alta, me abaixo e tento andar o mais sorrateiramente possível para perto deles, dando a volta. Aproveito que um deles foi sozinho para o lago e me aproximo desse. Quando se abaixa para beber água, dou-lhe um empurrão e o cara cai de cara no molhado, ele vira a cabeça em minha direção, e invisto o soco inglês na mandíbula dele, que desmaia. Acho que o fator surpresa me ajudou nessa, um a menos. Pelas minhas contas, faltam cinco.

Vou agachada na direção de mais um, que está meio ajoelhado, parece estar tentando encontrar algum rastro. Estou quase o alcançando, mas não presto atenção por onde piso, e acabo quebrando um galho no chão. Fecho meus olhos e bato meus dentes, torcendo para que ele não tenha ouvido, mas quando abro-os de novo, vejo que está mais atento, olhando para mais ou menos minha direção e com a arma levantada. Meu coração acelera e meu corpo paralisa quando ele se aproxima de mim, prendo cada vez mais a respiração a cada passo que dá, até que, quando ele já está próximo o suficiente, aplico o mesmo gancho versão pernas que dei no Jou mais cedo. O homem cai e aponta a arma na minha direção, mas antes que aperte o gatilho, rapidamente chuto entre suas pernas. Ele grita pra dentro e eu soco seu rosto, o que acaba fazendo-o desmaiar. Dessa vez, consegui por causa da dor que ele já estava sentindo, pois reparo que nessa confusão, perdi o soco por aí.

Por ele ter gritado para dentro, e os outros estarem um pouco afastados, ninguém parece ter percebido o que aconteceu. Agora faltam quatro. Rastejo sobre a grama até estar perto o bastante da próxima pessoa para perceber que ela na verdade são duas. Os caras estão conversando encostados em uma árvore, e apontando em várias direções, como se estivessem discutindo sobre estratégias, teorias de onde eu estaria ou algo do tipo. Para esses eu pego as estrelas ninja. São quatro no total, uma para cada braço deles. Me levanto um pouco e lanço a primeira e a segunda rapidamente. A primeira pega o ombro do da esquerda e a segunda pega no cotovelo do da direita, ambas se prendem na árvore, não os deixando sair do lugar. Me abaixo, e os dois me procuram em vão pelo cenário. Engatinho até o lado contrário de onde estava e lanço as últimas. A primeira vai em parte do antebraço do da direita e a segunda, no braço do da esquerda, de modo que eles não conseguem mais empunhar as armas. Arranco algumas folhas da grama, e junto-as com um nó, vou para o lado da árvore, e antes que percebessem, amarrei a boca deles com a grama, para não gritarem chamando ninguém.

Avisto o penúltimo oponente e o sigo lentamente até a pedra onde havia começado. Não conseguiria vencer ele na mão, então peguei a última arma que faltava, que era uma faca. O homem entra em uma abertura para checar o lugar, mas que dá em um beco sem saída e apertado demais para mirar a arma em mim e atirar. Quando ele entra, eu bloqueio a passagem e empunho a faca do lado de fora para poder atacá-lo, ele se vira para mim e encara a faca. É só enfiá-la nele, que poderei passar para o último e acabar a simulação, é muito simples.

Mas eu não consigo. A cara de horror dele era demais, mesmo sendo somente uma simulação, tudo parece muito real. Não consigo matá-lo. Abaixo a faca.

O homem percebe essa limitação e grita, o outro que falta rapidamente chega até nós. Mal deu tempo de olhar para trás quando ele aperta o gatilho em minha direção e a simulação termina.

Saio da cabine e olho para o Wave, esperando a avaliação dele:

–Você foi rápida ao atacar seus adversários e sagaz ao pensar na forma de como acabaria com eles. Fez bom uso de parte de suas armas, apesar de ter feito parecer mais que estava no simulador de luta corporal do que nesse. Tem que prestar mais atenção por onde anda, foi muita sorte ter conseguido se sair bem na hora em que pisou no galho. E o mais importante, você perdeu suas armas durante o caminho e teve medo de matar. Por melhor que a pessoa seja, isso a desclassifica para qualquer operação. Não pode temer o que deve ser necessário para um bem maior. - Ele fala essa última parte estreitando os olhos e dando muito mais entonação, para mostrar que é realmente importante. - Próximo.

Saio da frente e olho para o Ren, que vai passar pelo simulador agora. Ele escolhe como arma, a pistola semi automática, uma submetralhadora e granadas de mão. Como cenário, ele vagueia a mão sobre a caixa e pega um em que estava escrito: “Filme: Velozes e Furiosos 14: A Vingança - Universal Pictures” e entrega para Wave, que coloca no lugar e habilita para ele entrar. Sussurro um boa sorte para ele, que sorri e faz uma mini posição de continência e entra no simulador.

A simulação dele é perfeita, ele aparece em uma cidade, cheia de carros envolta. Enquanto tem dois rebeldes dirigindo, ele está na parte de trás do carro, atirando com uma mira perfeitamente precisa nos agentes do governo, com direito até mesmo a explosão com as granadas de mão que ele pegou. Ao sair, Wave elogiou a performance dele e disse que seria uma boa aquisição para o exército da base. Ao terminar, ele veio sorrindo até mim.

–Você ouviu o que ele disse? Eu seria muito útil para os militares!

–É o que você quer, não é!? A sua performance foi incrível! Muito melhor do que qualquer um daqueles que já estão lá faria, sem a menor dúvida!

–Ah, que bom que você acha isso! A sua também não foi ruim.

–Não foi ruim!? Foi horrível, só tive erros.

–Mentira, o Professor Wave disse que você foi rápida.

–Sim, mas tirando isso, mais nada. Não tenho muito talento para essas coisas. Mudando de assunto, a aula já acabou. O que podemos fazer agora?

–Eu que te pergunto. Não sei de nada daqui.

Penso um pouco até me lembrar de algo que podíamos fazer.

–Estava querendo ir na biblioteca, pesquisar um pouco sobre o passado, sabe? Se continuar só com as aulas normais, nunca vou conseguir fazer a prova para passar rápido.

–Vou com você. Não tenho nada ainda pra fazer mesmo, e posso te ajudar com o que estiver com dúvida.

–Ok, então vamos lá.

Nós descemos até o térreo e entramos na biblioteca. Ela é enorme, o sonho de todo leitor, estantes e mais estantes percorrem a sala, mesas espalhas, em alguns cantos, um grupo de crianças com um adulto no meio lendo um livro para eles, e uma área dedicada a informática. Encostado na parede ao lado, tem um balcão com bibliotecários e computadores.

–Nossa, não imaginava que fosse tão grande! Onde seria a sessão de história?

–Melhor perguntar a alguém.

Fomos até um funcionário, que nos levou à sessão, para ter uma ideia de como é grande, tem até aquelas escadas que rolam de um lado para o outro. O funcionário nos deu óculos de leitura da biblioteca para lermos, pegamos alguns livros e fomos até a mesa mais próxima. O Ren não devia saber tanto quanto os outros sabiam, mas os textos também ajudavam a completar o que não sabíamos.

–Agora estou entendendo melhor aquelas manifestações de ontem. E também esse negócio do mundo ter ficado praticamente sem notícia de diversas partes por séculos. O Brasil, por exemplo, parece que ficou com crise de energia por décadas, ficavam sem luz por até mesmo dias, tinha um consumo mais intenso somente no governo, foi assim que souberam da abolição de feriado, final de semana e tal, assim o pessoal sairia e não precisaria tanto de energia. Agora tudo faz mais sentido. E aquele tempo entre a descoberta dos EUA e o ataque russo com aliados foi chamado de guerra fria porque eles ficavam fazendo ameaças e produziam tecnologias bélicas para deixar o outro com medo, mas não atacaram até o final dela.

–Que bom, eu pensei que você fosse mais prego por causa do nível em que está.

–Prego?

–É, quer dizer quando a pessoa aprende com muita dificuldade.

–E o que prego tem haver com dificuldade? - Pergunto sorrindo.

–E eu vou saber, tem sorte de que eu não fico falando “cê” ou “mérmã”, que nem algumas pessoas de lá de onde eu vim falavam.

–Háháhá, como vocês falam estranho.

–Pra mim, é você que fala esquisito. - Ele sorriu.

–Bem, cansei de estudar. Vamos ir?

–Por mim, tudo bem.

Quando estamos indo passar pela porta, eu vi uma prateleira diferente, onde não tinha livros. Saio de trás do Ren e vou ver o que são aquelas coisas. Puxo uma delas, e vejo o mesmo título do cenário da minha simulação.

–O que foi, Helen? - o Ren chega do meu lado.

–Essas coisas são os tais de filme?

–Sim, eu acho. Não tenho certeza, mas batem com a descrição do meu pai.

–Legal. Queria muito ver um. - Olho para um relógio que está pendurado na parede. - São 17 horas, quase hora do jantar. Não deve dar tempo. - Coloco o filme de volta na prateleira. - Vamos?

–Pode me esperar lá fora, lembrei de uma coisa que tinha que fazer aqui.

–Tudo bem, então, estarei te esperando.

Saio da sala, e não demora nem um pouco para passar um grupo de pessoas armadas e conversando. Elas pararam na entrada da base e ficaram lá, minha curiosidade só aumenta, então resolvo chegar mais perto deles e perguntar o que está acontecendo. Quando me aproximo, vejo que um deles está com um daqueles aparelhos que a Lola estava usando, o desligou e falou algo para os demais, que fizeram um som de desanimo.

–Por que vocês estão assim?

–Uhm, nós somos do exército. Estamos em uma missão para procurar e recrutar alguns rebeldes aqui em Ulan Bator, Antiga Mongólia, mas nossos supervisores de mapa acabaram de ligar, falando que não podem vir.

–Supervisores de mapa?

–É, um fica aqui vendo o lugar pelas câmeras, para falar quais são os melhores lugares para passarmos, e o outro vai na nossa frente lá fora para ver se é seguro, mas os dois não vem. Eles são obrigatórios em uma saída, mas só temos o suficiente para ir para lá, não pode ter menos do que temos agora.

–E para esses papeis, tem alguma coisa que impeça alguém de 14 ou 15 anos de cumprir?

–Não, pessoas dessas idades podem fazer isso, desde que a que olha as câmeras tenha uma pessoa pelo menos 2 anos mais velha e veterana para orientar. Por quê?

Nesse momento, o Ren sai da biblioteca e vem andando até nós quando me avista.

–O que está acontecendo aqui?

–Acho que já sei o que vamos fazer agora. - Respondo, muito empolgada.

–Quando disse que precisava de um adulto para me supervisionar, não achei que ele já havia sido determinado. - Falo, arrependida da minha decisão. - Se é assim, ele poderia fazer sem mim.

Quando dissemos que poderíamos ser os supervisores de mapa que faltavam, eles ficaram felizes por duas crianças se interessarem pelo que estavam fazendo, só que chamaram o Wave para me ajudar.

–Wave é seu instrutor, não é? É natural que seja ele quem te auxilia aqui. E você, menino, está pronto?

–Mais pronto impossível! - Ren está com um sorriso de orelha a orelha no rosto. É a chance dele de demonstrar que apesar da idade, é tão bom quanto eles.

–Ótimo, então vamos. - O guarda disse, e os outros foram atrás dele, menos o Ren, que foi na frente.

Pego o dispositivo que mostra as câmeras do local e sento no sofá. O Wave senta também, só que mais afastado.

–Helen, onde é melhor passar agora? - Ren pergunta.

Dou uma olhada nas câmeras.

–Passa pela direita, logo atrás do monte.

–Ok.

Viro a cabeça para o Wave.

–Não vai dar sua opinião?

–Não, só quando for muito necessário. E você também só vai falar quando for necessário.

–E quem é você para mandar em mim?

–O cara que pode cumprir o desejo do Jou de te castigar. - Ele me olha com raiva. Tudo de coragem que estava em mim antes se vai e fico com medo. É melhor eu obedecer.

Apesar disso, em todo o caminho, além de dar as dicas, eu e o Ren conseguimos bolar juntos um plano melhor do que o deles, baseado em nossas pesquisas de hoje. Foi tão bom, que nós conseguimos trazer mais rebeldes do que esperávamos, que estavam saindo do lugar onde compraram aquelas coisas de mercado negro, e alguns colegas e pais deles, que Ren e companhia foram buscar. Não foi tão difícil, já que lá era 5 da manhã. Não conseguiram alcançar o pessoal que estava vendendo, mas conseguiram trazer 35 pessoas prontas para fazer parte da base, mais que o dobro do que o normal. Quando voltaram, o Wave rapidamente foi embora e eles nos parabenizaram.

–Vocês dois juntos são brilhantes! Principalmente você, menino, já pensou em entrar para o exército?

–Quero muito! - Ren respondeu sorrindo.

–Ótimo, nós vamos te inscrever na preparação. Amanhã, depois das aulas você vai na entrada do último andar, que nós te deixamos passar para fazer os testes.

Os olhos dele brilharam.

–Muito obrigado! Prometo que não vou decepcionar!

–E você, menina? Poderia ser uma boa estrategista.

–Err... Eu acho melhor não. Não me daria muito bem.

–Você é quem sabe, até mais. - Eles se despedem e levam os novos rebeldes para algum lugar. Provavelmente, deixá-los com os líderes ou em alguma sala de espera para guias, se é que ela existe.

Quando eles se afastam, percebo que o Ren estava guardando um aparelho no bolso da calça, que eu não vi o que era.

–A gente foi demais! - Ele comentou, enquanto andava em direção para os andares de cima, e comecei a acompanhar o passo dele.

–É o que parece. Por que você quer tanto entrar para o exército?

–Gosto de ser útil. Que forma melhor de ser útil aqui, senão com os militares?

–É, tem razão.

–Mas, o que nós fizemos lá foi muito bom, até nos elogiaram! Você devia ajudar a gente de vez enquanto, mesmo que não faça parte. Aliás, a gente podia fazer um super plano para sempre pegar vários rebeldes, e treinar os militares, e essas coisas. Seria extremamente útil de nossa parte.

–Essa não é uma má ideia. Disso eu concordaria de fazer parte.

Nós conversamos sobre essa ideia, e acabamos formulando um plano infalível. Não sei como ninguém pensou nele antes, poderíamos aumentar a população daqui o suficiente para conquistar o mundo de volta, completando assim o objetivo original da base, como todos os rebeldes sonham. Até que nós chegamos na “parte proibida”, e ele simplesmente abre a passagem e entra.

–O que você está fazendo!?

–A pessoa que me chamou está aqui, você pode vir também.

Hesito um pouco, mas continuo o seguindo, passamos pela sala de agricultura, onde dá para ver por uma janelinha, que é lá onde plantam tudo o que comemos, outra de criação de animais, onde os matariam para utilizar a carne, o couro e entre outras coisas, e o laboratório, onde produzem remédios, e assim por diante.

–Mas, continuando, a gente poderia primeiro ver como funciona nas pessoas que tivemos que deixar. - Ele continua a conversa. - Eu acabei perdendo as de quem eu gostava, então não me resta mais ninguém lá. -Ele pareceu meio triste com essa afirmação, mas não demonstra por muito tempo, tendo em seguida, voltado ao normal. - E você?

Essa pergunta mexeu comigo. Apesar de não demonstrar, sinto saudade de meus pais e colegas. Uma convivência de anos não pode ser simplesmente ignorada de uma hora para outra, essas coisas levam tempo. E mesmo assim, não quero perder meus pais, ficar sem o cafuné de meu pai, ou minha mãe nunca mais pentear meu cabelo. Tudo bem, eu sei que era raro meu pai me fazer carinho, e minha mãe sempre arrancava um monte de fio todas as vezes, mas nada é perfeito não, é? E também tem aqueles jornais do porão secreto. Eles podem ter sido influenciados pelo governo, mas talvez eu pudesse explicar para eles e os dois entenderiam. Mas, por outro lado, eles já estavam planejando ter outro filho, por que eu não estou lá, ou não querem um quarto vazio, ou então só querem manter as aparências?

–Tem meus pais, mas não sei se quero eles aqui. Quer dizer, tento ao máximo não mostrar que sinto saudades, porque fica sem sentido, ter fugido sem trazer eles. Quero muito os dois perto de mim de novo, mas eu vi que eles estão meio que “me trocando”, sabe? Então, não tenho mais tanta certeza se os quero aqui. - Nem percebi quando uma lágrima saiu do meu olho, ou quando o Ren tentou me confortar.

–Calma, não precisa ter vergonha disso. Muitas pessoas daqui tem que passar por isso. Sei de algumas histórias que meu pai me contou. Tudo vai acabar bem.

Seco o meu olho com o dedo e tento sorrir para demonstrar que o surto havia passado.

–Viu só, nem parece que deu uma choradinha. Agora, vem, que tem uma coisa especial para você! - Nós paramos na frente de uma escada, ele começa a subir, mas eu paro no primeiro degrau.

–Para mim? O que?

–Você vai ver.

–Mas não estavam chamando você? - Pergunto, ainda parada.

–Nós dois. - Ele volta, pega minha mão e me puxa até chegarmos lá em cima, onde só tem uma porta.

Ren abriu-a, e fico admirada com a beleza do local. Estamos no último andar da base, a sala forma um círculo completo, as paredes são todas janelas, inclusive o teto, que também é espelho, dá para ver as placas solares, e o sol da Mongólia nascendo ao fundo, contradizendo as 18 horas que são. Somente então que reparo na decoração da sala. Uma mesa grande está no meio da sala, com bolo, bebidas e vários quitutes que nunca havia visto antes. Ao lado, várias almofadas, com um projetor e tela, como tinha na parte de filmes da biblioteca. Além, de vários balões espalhados, ligados por faixas. No centro da mesa, estão Spartan, Michael, Kelly, Angel, Clare e o Senhor Murray. Ele encara atentamente minha mão, e percebo que até agora Ren e eu estamos de mãos dadas, solto a minha da dele rapidamente.

–Surpresa! Feliz aniversário, Helen!

–O que é tudo isso?

–Nós preparamos uma festa surpresa para você, enquanto o Ren te distraia o dia inteiro.

Olho de lado para ele, que dá apenas um pequeno sorrisinho. Podia até ouvir sua voz falando “gosto de ser útil para as pessoas.”

–Não precisava! Nem sou tão importante assim!

–Que isso! Você é nossa amiga.

–E além disso, temos bolo de graça. - Michael e Spartan comentaram juntos. Angel e Kelly, como te costume, os repreendem, enquanto Clare ri deles.

–E por que o Tio Édson está aqui?

–Como acha que eles conseguiram fazer uma festa aqui na área proibida? - Senhor Murray responde com outra pergunta.

–Vem, vamos cantar os parabéns!

–Cantar parabéns? - Pergunto, enquanto vou com o Ren até o bolo.

–Sim, é um costume de festas de aniversário.

Nós chegamos na mesa, e eles começam a bater palmas e cantar:

–Parabéns pra você

Nessa data querida

Muitos anos de idade

Muitos anos de vida

É big! É big!

É big! É big! É big!

É hora! É hora!

É hora! É hora! É hora!

Rá-tim-bum!

Helen! Helen! Helen!

E então, eles emendaram uma letra em outra:

Com quem será?

Com quem será que a Helen vai Casar?

Vai depender, vai depender

Vai depender se o Ren vai querer.

O Ren não cantou essa parte, na verdade, ele parou surpreso, e tão envergonhado quanto eu.

Ele aceitou! Ele aceitou!

Tiveram dois filhinhos e depois de separaram!

Passou um mês! Passou um mês!

Passou um mês e eles se casaram outra vez!

Passou um ano! Passou um ano!

Passou um ano e o casamento entrou pelo cano!

ÊÊÊÊÊ! UHUUUL!!!

–Gente, pra que essa última parte? - Pergunto, sentindo minha cara vermelha, e olhando a do Ren, meio vermelha também.

–É tradição, e vocês entraram de mão dada, ué.

–Eu ia fazer que ela se casou com o Wave. - Ren comenta e os outros riem muito.

–Com licença, Hierro. Posso conversar com o senhor um pouco? - O Senhor Murray se aproxima do Ren. Ele assente e os dois vão para um canto, ter uma discussão.

–Helen, o Ren nos contou que você queria muito ver um filme, então nós também pegamos alguns e colocamos esse projetor, como um presente de aniversário!

Nós passamos quase toda a festa nos divertindo com os filmes. Foi muito legal, principalmente a parte daquela brincadeira...


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Notas finais do capítulo

E então gente, o que acharam? Deixa aí um comentário com crítica, sugestão, opnião. Até a próxima! :)
AH, e antes que mais pessoas comentem (Estou editando essa parte), coloquem aí nos comentários perguntas e desafios para os personagens fazerem no próximo capítulo! Aposto que já sabem qual é a brincadeira que eles vão fazer, não é?



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