Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 5
Um herói inesperado e digitais.


Notas iniciais do capítulo

Eu não morri! E nem essa fic acabou! Desculpem mesmo a demora para postar, vou tentar continuar no pique e poder escrever mais vezes, se eu sumir de novo, por favor, não estranhem muito, que provavelmente são aqueles problemas de sempre. Escola e falta de tempo (Malditos Sherlock Holmes, Orphan Black, The Walking Dead, Once Upon a Time e Legend!) Aproveitem o capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/586225/chapter/5

A Clare e eu estamos indo para meu dormitório, já que ela disse que me ajudaria a encontrar uma aula extra classe legal para mim e me explicar a matéria, com esperança de que a Lola não estivesse lá, como ontem a noite.

Mas, para minha incrível sorte, ela estava lá. E ainda por cima com o Jou.

–Essa não! A Cruela é sua colega de quarto!? - Clare sussurrou do meu lado.

–Helen! E Clare, querida! O que faz aqui? - Lola pergunta, com um enorme sorriso no rosto. Jou olha para nós duas com cara feia. Ele não vai com a cara de ninguém!?

–Ela vai me ajudar com os estudos. - Respondo. - E o que o Jou está fazendo aqui?

–Eu quis que ele viesse aqui! Algum problema!? Tá pegando o quarto todo pra você? Não posso fazer mais nada aqui que você já reclama!

–Que!? Não!? Eu só…

–Jou, pega! - Ela apontou para nós duas.

–Ok, mas eu só vou porque quero brigar, não por causa de suas paranóias, Lola!

–Que seja!

Então, ele começa a correr atrás de nós. Primeiro, tentamos abrir a porta, mas ela emperrou, e entramos em pânico e fomos fugindo dele pelo quarto. O moleque conseguiu fazer o Spartan cair! Que chance nós, duas novatas que não sabemos de quase nada, como venceríamos dele?

–Socorro!

–Nós não fizemos nada!

Imagina um garoto de 9 anos perseguindo duas meninas de 14 e 16 anos, em um quarto minúsculo, enquanto uma mulher de 21 anos fica batendo palminha e sorrindo. Essa cena já estava passando dos níveis aceitáveis de ridículo. Foi quando eu peguei alguns objetos circulares prateados da cômoda da Louisa e comecei a lançar na direção do Jou. O primeiro e o segundo foram perto, e o terceiro o atingiu no rosto, o que o fez cair.

–Ai! Meu nariz! - Ele falou, colocando a mão sobre o nariz vermelho.

–Não! Meus CDs! - Lola ignorou Jou e correu para resgatar os tais CDs. Eu e Clare andamos devagar até minha cama, enquanto os dois se entendiam.

–Isso foi muito bom! Sua mira tem potencial.

–Você acha?

–Sim! Acho que você seria muito boa com facas de atirar, ou estrelas ninjas!

Nós ficamos conversando por um bom tempo, e ela me explicou o que eram aqueles CDs, ONU, e diversas outras coisas do passado, e como está a situação mundial hoje em dia. Falamos mais um pouco sobre o mercado negro, apesar de a Lola ter se intrometido alguns vezes, falando coisas sem sentido sobre uma irmã, a França, espiões, ou coisas parecidas.

. . .

–Tchau, Clare.

–Tchau, Helen. É a da direita, ok?

–Ok.

Andei com a Clare até o quarto dela, nós combinamos de no dia seguinte, escolhermos as aulas extras juntas, mas não podia esperar para ter aqueles óculos especiais. Já que tenho tudo grátis por uma semana, devo aproveitar. Ela me ensinou direitinho onde é a loja,e como funciona tudo aqui, por isso, não me surpreendo quando vejo que tem algumas luzes apagadas no andar acima dos dormitórios. Segundo Clare, é para economizar luz, já que de noite não tem sol para as placas solares captarem energia. Apesar disso, é fácil andar por aqui, já que está praticamente sem ninguém aqui em cima.

Caminho até uma loja com paredes de vidro e uma placa roxa, escrito em letras brancas: “Technology: The Past and The Future”.

–“Tecnologia: O Passado e o Futuro”.-Falo o nome da loja para mim mesma, quando chega uma moça de dentro da loja.

–Com licença, sou a Gina. Posso ajudá-la? - Gina é alta, usa um uniforme azul escuro e roxo, como o da placa, e tem cara de estar com sono, o que se confirma pela voz e pelo café em suas mãos.

–Ah, sim. Eu gostaria de um daqueles óculos que deixam ler qualquer idioma.

–Tem certeza? Está programado para daqui duas semanas chegar um novo modelo, em que mostrará as horas também.

–Não. Eu quero o comum mesmo.

–Muito bem, então. Venha comigo.

Por dentro, a loja é cheia de mesas, onde parece haver uma ordem de produtos. Algumas estantes nas laterais, e á direita o balcão, com caixa registradora, um objeto estranho para mim (Oh! Que novidade!) que é quadrado e está virado para o outro lado. Para trás algumas cortinas onde deve ser o depósito do estoque, e um homem está limpando o chão com um esfregão. Gina me leva até a o meio da segunda mesa e me mostra alguns modelos de óculos, até que eu escolho um lilás com flores brancas. Ela me leva até o balcão, passa-o no objeto estranho e põe em cima dele.

– São 5 fichas, senhorita.

–Anh, eu sou nova aqui. Cheguei ontem.

–Nesse caso, devo ver as suas digitais para comprovar isso.

–Ainda nem tenho nenhum registro aqui.

–É o que veremos. - Ela coloca uma tela no balcão e pega minha mão para colocar os dedos. E, então apareceu escrito “Searching in the registry”, com uma ampulheta mudando de lado. Para minha surpresa, eles tem minha digital, tem até meu nome completo, só não tem foto minha. - Sim, realmente, você ainda tem direito a coisas grátis. - Ela pegou o óculos e o colocou em uma sacola de papelão com o nome da loja e me deu. - Obrigada, e volte sempre.

–Sim, tchau. - Sai da loja.

Andei um pouco, até passar por uma das partes em que a luz estava apagada e ouvi uma risadinha vinda da parede. Olhei para o lado e vi três sombras, que se aproximavam. Eram dois meninos muito mais altos do que eu, e uma menina um pouco mais baixa que os dois. Os três estavam com garrafas de bebida alcoólica na mão. Não sei dizer direito quais são as idades deles, mas parecem ser mais velhos.

–Olha, se não é a menina que a Kelly e o Michael estão cuidando. - A menina disse.

–E aí, anjinho? Deixa eles pra lá e vem com a gente. - O menino do meio se aproximou.

–Nós somos guias também, e muito melhores do que eles. - O do meio chegou ainda mais perto.

Eu não sabia o que fazer, só andei cada vez mais para trás, até chegar na grade e um deles agarrar meu braço com tanta força que o lugar rapidamente ficou roxo. Travei meus dentes de desespero, estava nervosa e assustada demais para fazer me mexer. Como algo assim pode estar acontecendo aqui? Eles começaram a me cercar cada vez mais, tento gritar, mas taparam o meu rosto e prendem minhas mãos com um lenço que a mulher tirou da bolsa, pegaram a sacola com os óculos, me levaram para a parede onde estavam e me jogaram no chão quando de repente ouço uma voz vinda de fora do grupo:

–O que vocês estão fazendo?

–Ei, quanto tempo! Quer voltar a ficar com a gente, cara?

–Soltem ela. Agora.

–E iriamos fazer isso por qual motivo mesmo…?

Ouço o barulho de algo caindo no chão, e depois, de briga. Isso perdura por uns 2 minutos, até que a pessoa que interviu faz uma última ameaça e ouve-se passos de pessoas correndo. O meu salvador caminha até mim e desamarra minhas mãos, e depois o lenço que prende meu rosto, e me choco quando vejo quem ele é.

–Wave!? - É aquele professor de luta corporal que me avisaram para tomar cuidado. Ele não está muito machucado, apesar de tudo, só um pequeno arranhãozinho na boca. Olho para os lados, nenhum dos três está mais aqui, e vejo que o que caiu é um casaco, e que os bolsos estavam cheios de remédios, ou algo do tipo.

–Você deveria aprender a se defender sozinha. - Ele olha para os lados. - Se você contar para alguém o que acabou de acontecer aqui, nunca mais vai conseguir contar nada para ninguém. Está entendido?

Apenas confirmo com a cabeça. Ele se levanta, pega o casaco, o veste, e vai embora correndo. Fico sentada lá um pouco, até pegar a sacola com meus óculos, que estava na grade ainda, e volto para o dormitório.

–Está atrasada, menina! - Lola fala assim que abro a porta. Jou não está mais lá. - Estava fazendo o que? Bebendo? Se metendo com droga? Tá com cara de quem aprontou, ein?

–A única pessoa bêbada e drogada aqui é você. - Eu falo enquanto pego minha roupa para entrar no banho.

–Não fala assim comigo não, criatura! Eu luto karatê! Eu acho… Vou dormir, te adoro, tá. Vê se não morre sufocada pelo travesseiro amanhã.

Não sei se deveria ter medo disso, ou se é só mais um surto de loucura dela. Vou tomar banho, e me deito refletindo sobre o que aconteceu. Eles tem minha digital. Será que tiraram quando desmaiei ao chegar? Se bem que, já sabiam meu nome antes mesmo de eu falar. Aquele visor me olhou e deduziu quem eu era. Será que eles já tinham algum arquivo meu? Mas, eu nunca estive aqui, pelo que eu lembro, pelo menos. E depois Wave me salvou daqueles caras. Me mandaram tomar cuidado com ele, mas por que? Ele não parece ser tão perigoso assim, já que não ignorou o que estava acontecendo. Acabo dormindo depois de muito tempo.

–Você está bem, Helen? Seu braço está meio roxo. - Kelly pergunta para mim enquanto estamos pegando o café da manhã.

–Não, estou legal.

–Tem certeza? Podemos te levar a enfermaria, poderíamos até aproveitar para ver como o Renny ficou.

–Não precisa não.

–Nossa Juanita, está mais bonita que o normal hoje. Sua maquiagem combina bastante com sua personalidade. - Spartan fala mais a frente.

–O que você quer dizer com isso? - Juanita pergunta. Eu chego mais a frente, e percebo então que ela estava com a cara cheia de batom vermelho-sangue (quero dizer, a cara toda mesmo) e com dois cones vermelhos de papel grudados com fita adesiva na cabeça. Ela se olha no espelho da vitrine e leva um susto. Quase todo mundo ri, nem eu consigo conter uma risadinha. - Seu monstro, foi você que me deixou com cara de demônio!?

–Eu não disse isso! Háháháhá! - Ele vai para a nossa mesa. Logo, todos nós já estamos nela.

–Foi você, não foi? - Angel pergunta sorrindo.

–Claro que fui eu!

–Com minha ajuda, é claro! - Michael fala, e os dois batem as mãos.

–Como vocês saíram sem nós vermos? - Angel pergunta indignada.

–Na verdade, eu vi. - Clare admite.

–O que? Como você deixa esses dois irresponsáveis saírem assim? - Clare dá de ombros.

–Como eu iria saber?

–Caramba, mas vocês não prestam mesmo, ein!? - Kelly disse rindo.

–Que isso… eu sou praticamente um diamante em forma de humano. Valioso, brilhante e todo mundo quer.

–Bem, o que importa agora é que ela vai pensar duas vezes antes de me chamar de monstro de novo!

–Mas ela já te chamou, logo após você ter saído de perto. - Eu disse.

–Ih, é mesmo! Mas que droga! - Nós caímos na gargalhada de novo.

Depois que todo mundo ter saído, eu fui até o Spartan para tentar falar com ele.

–Spartan, eu queria saber… o que você fez para a Juanita te chamar de monstro?

Ele para um pouco, coloca a mão no bolso da calça onde está aquele lápis dele e me olha.

–É uma longa história… Agora não é o melhor momento para contar! Se você quiser mesmo saber, depois eu te conto, agora é hora de aula.

–Ok então,...

Caminhamos até as salas de aula e nos despedimos. Sentei na mesma cadeira que no dia anterior. Hoje a paisagem é de um lugar onde tem várias árvores, com uma cidade com mar muito lá para o fundo, e parece estar quente lá fora, pois o sol nascente de 5 horas (apesar de ser 9 horas no horário da base) faz ondulações na paisagem. Olho para o lado, Jou ainda não chegou. Agradeceria muito se ele não viesse hoje. O professor Jean chega. A primeira aula do dia é dele, depois geografia, aí ciências, mais tarde matemática, e por último cultura humana. Pego os meus novos óculos de leitura e os ponho no rosto. Ele caminha até a frente e as criancinhas param de ficar pulando na sala e se sentam em seus lugares.

–Bom dia, crianças! Hoje, sobre esse maravilhoso nascer do sol de Cancún, iremos continuar a aula de ontem. Alguém se lembra de onde parei? - Um menino na frente levanta a mão. - Henry.

–Você parou no que o governo fez pros protestos acabarem.

–Muito bem, Henry. Vejamos, então. - Ele vai até a lousa, com um giz e rabisca uma bola com algumas linhas dentro. - Gente, eu sei que desenho maravilhosamente bem, mas para quem não compreende minha genialidade artística, esse é o nosso planeta. - Grande parte da turma ri. - Bem, os líderes dos principais países se reuniram em um peblecito geral em Washington, para decidir o que fazer com esse problema mútuo para eles, que era a opressão do povo. - Ele fez um ponto em um lugar a esquerda da bola - Após discutirem por muito tempo, chegaram a conclusão que a origem de tudo isso era o conhecimento. Se as pessoas sabiam o que realmente estava acontecendo, soubessem que existe alguma forma de melhorar o lugar onde vive, ou seja, terem conhecimento, elas se tornariam cada vez mais fortes. Então, a solução que criaram foi cortar os meios de comunicação, livro, televisão, telefone, celular, rádio,... só o jornal sobreviveu por um curto período de tempo…

–Luta corporal!? - Perguntaram assustados.

As aulas haviam acabado e eu fui junto com os outros para escolher as aulas em que iria participar. Eu havia colocado “tiro ao alvo” (Apesar da Lola ser a professora), “avanços tecnológicos”, “fotografia”, e, por último, luta corporal. Deveria ficar longe, mas como ele mesmo disse, deveria aprender a me defender, principalmente com aquele tipo de gente andando a solta por aqui.

–Sim, quer dizer, se eu tiver que sair, tenho que aprender a me defender quando estiver sem armas.

–Mas o professor é aquele cara, o Wave.

–A professora de tiro ao alvo é a Lola, e vocês mesmos fazem aula com ela. - Retruco. - Qual é. Se acontecer algo errado, eu saio.

–Se você diz que está tudo bem. - Kelly finaliza. - Ah, e nós ficamos responsáveis por Renny também.

–Então ele sobreviveu?

–Sim. Os outros guias estão suspensos, parece que tiveram um problema aí com bebida. - Ah, sei muito bem quem são. - Então, nós tomaremos conta de mais um pirralhinho. - Kelly dá uma cotovelada no Michael, como sempre. - Ai! O que eu fiz agora!?

–Chamou ele de pirralho. Ah, e também tem que prometer que não vai fazer mais aquilo.

–O que? - Os dois trocaram um olhar, como se estivessem se comunicando por telepatia. - Ah, ok. Não vou mais marcar encontros durante nossos tours. - Kelly fez cara de satisfeita, enquanto Michael pega um negócio no bolso, aperta uns números e põe no ouvido. - Alô, Sebastian? Então, surgiu um compromisso, e vou ter que desmarcar nossa saída,... - Kelly deu um chute na canela de Michael. - Ai! Não fiz o que prometi!? Não vou me encontrar com ninguém!

O Spartan parecia que ia fazer uma piada, mas chegou o Edson, pai da Kelly e um dos líderes da base, do nosso lado.

–Com licença, crianças, mas vou precisar da Helen agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado depois de tudo, deixe aí o que achou, até a próxima! :)