Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 3
Aulas com Rivais


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Espero que gostem.



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Ando até meu dormitório depois deles terem ido para os deles. O Michael, o Spartan e a Ângela são do mesmo dormitório e o da Kelly e o do Senhor Murray é outro. Se tiver mais alguém no meu, espero que seja legal também.

Chego até ele e tento abrir a porta, mas está trancada. “Então tem mais alguém aqui comigo.” - Eu penso pegando a chave no meu bolso e abro a porta, encontrando minha colega de quarto. Ela tem cabelos castanho escuro na altura do queixo com um sidecute, como a de alguns daqueles adolescentes, olhos violeta, pele parda, alta e magra. A reconheci como uma das “rivais” lá da “mesa dos trouxas”. Fechei a porta com uma leve sensação amarga na boca, me perguntando o que ela faria se me reconhecesse.

—Oi. Eu sou Helen Monteiro, 14 anos, novata, Niterói, antigo Brasil, sua nova colega de quarto. E você? - Tento começar amigavelmente.

Ela se virou para mim:

—E aí? Sou Louisa Leroy, 21 anos, veterana, Nice, antiga França. Mas me chamam de L.L ou Lola. Ei, você é aquela menina que tava com o Spartan e os outros!

—Eu mesma. - Engulo em seco.

—Estão planejando alguma coisa contra mim colocando você aqui, não é? Eles estão nos...! Não adianta mentir! Eu conheço...! - Ela paranoicamente me acusou e não completou duas frases.

—O que!? Não estou planejando nada! - Respondo confusa.

—Aham. Estou de olho em você... - Ela novamente não completou a frase e voltou a atenção para outra coisa.

Eu peguei outro pijama, já que aquele meu vermelho estava sujo. Esse era uma camisola bege com um shortinho da mesma cor e fui para o banheiro.

Ele é branco, em frente tem a pia e a bancada com espelho, além dos pertences como pente, pasta e escova de dentes, provavelmente da Louisa, do lado direito tem a privada, mas o lado direito é que chamou atenção. Em vez de chuveiro ou banheira, tem um negócio azul grande, meio oval com um risco no meio, o que parecia ser duas portas, mas não consegui abrir, e tem do lado um controle com alguns botões que não entendi para que serviam.

—Mas o que seria isso? - Pergunto para mim mesma e Louisa aparece na porta com um sorriso dissimulado, como se nada tivesse acontecido entre nós há menos de um minuto (Ou uma hora, com a janta.).

—É assim, é só colocar a roupa que vai vestir aqui em cima - Ela pegou o pijama que eu estava segurando e pôs na entrada em cima do negócio, onde eu não alcançava por pouco. - E então escolhe o tipo de banho que quiser nesse controle. - Ela apontou pro controle. - Em baixo dele tem o manual, aí… - Ela não completou a frase novamente. - Entendeu?

—Aí o que? Você não completa as frases.

—Mania minha, fofa! - Ela disse apertando minhas bochechas como se eu fosse um bebê. - Se vai ser minha colega de quarto, terá que acostumar-se… - Ela disse saindo do banheiro.

—Mas, você não terminou de explicar.

—Por que eu ensinaria coisa para o inimigo? - Ela respondeu e fechou a porta.

“Ótimo! Terei que descobrir sozinha.” - Eu penso. Pego o controle e o manual dele, que era bem grosso. Nele está escrito um monte de coisas que não entendi, mas assim como o da limonada, encontrei no meio daquelas palavras de outras línguas algo escrito na minha. “Em português a partir da página 5.” Então, mudei para a página 5. Parece que se ensinava tudo que se tinha para fazer em uma página, pois a próxima estava em outra língua.

Está ensinando o que significa cada botão. São para escolher o tipo de banho que você quer ter. "Frio, morno, quente, de espuma, aromático, de sol, de lua, de lama, seco, rápido,... Aquilo é um chuveiro ou uma máquina de lavar? Tem coisa aqui que nem sei o que é.” Apertei o do banho frio e a porta abriu. Lá dentro é azul escuro, com um chuveiro no topo, e parece ter alguns compartimentos que estam grudados na parede. Em um canto tinha xampu, condicionador e sabonete, provavelmente também eram da Louisa. Li mais um pouco o que estava escrito lá para tentar entender como funciona. Pelo que vi, era só tirar a roupa e entrar. Eu troquei o xampu, condicionador e sabonete da Louisa pelos meus e entrei.

Foi tudo muito rápido. Primeiro água gelada caia sobre mim, então senti xampu caindo em meus olhos, depois água caindo sobre mim de novo, e apareceu o condicionador e o sabonete, e a água voltou de novo. Então ela parou e veio ar quente, como de secador de cabelo, que me secou e quando abri os olhos, estava vestida e a porta estava aberta.

Fiquei tonta no começo e levo um tempinho para meu corpo e minha vista voltarem ao normal. Um relógio aparece no "chuveiro": “Tempo de banho: 7 segundos.”

—Caramba! Mais que rápido! - Disse para mim mesma. “As pessoas devem ter pouco tempo para gastá-lo em 5 minutos de banho”

Escovo os dentes e volto para o quarto, mas não tem ninguém lá.

—Lola? - Eu chamo, mas ninguém responde. “Deve ter saído”. - Pensei e fui dormir.

. . .

—Está na hora de acordar, bonequinha.

—Ah, mãe, deixa eu dormir mais um pouco. - Pedi.

—Tudo bem.

Se passou 3 segundos e começaram a puxar o colchão até eu cair da cama.

—Ai! Eu pedi para dormir mais um pouquinho!

—E dormiu, por alguns segundos.

Quando vi, não era minha mãe, mas sim Louisa me acordando.

—Mas não precisava me jogar da cama. Além disso, acho que não preciso acordar cedo.

—Acorda pra vida também, mulher! São 7 da manhã! Se quiser pegar o primeiro turno… - Ela novamente com aquela mania de não completar frases… Ter um colega de quarto, principalmente quando ela não gosta de seus amigos, é mais difícil do que eu pensava.

. . .

—O sol é o que? - Kelly me pergunta. Estamos na nossa mesa do refeitório no café da manhã. Michael, Angel, Spartan, ela e eu. Kelly está fazendo perguntas para mim para que possa ver qual é meu nível de aprendizado e me colocar na aula em que me encaixo.

—Uma bola de luz!? - Respondo. Não sei a maioria das perguntas.

—Errr… mais ou menos...- Ela escreve no papel enquanto come um pedaço de torrada. - Próxima pergunta…

—Está fazendo perguntas muito fáceis para ela. - Angel interviu bebendo um gole de seu café preto amargo.

—Não consideraria o que ela está me perguntando “fácil”.

—Mas ela já vez pergunta de história, geografia e agora está fazendo de ciências e você não está indo bem até agora. Você tem que ser boa em algo. Até quando não fazia parte da base sabia de coisas assim. - E então pareceu que ela percebeu que disse algo que não deveria.

—Na minha escola não ensinava nada como essas coisas que ela está perguntando. A minha era empresariante. E a sua? Ou só Niterói que tem esses tipos?

—Esquece o que eu disse. Você disse que é da empresariante, né? Então é boa em matemática?

—Boa, BOA, não. Mas sei bastante coisa.

—Quanto é 24x6?

Demoro um pouquinho para responder:

—144.

—Se alguém compra algo de 39, mas paga 163, quanto recebe de troco?

—124. - Olho para o lado e percebo que Kelly também estava considerando aquelas perguntas.

—Caramba! Quem paga tanto a mais assim!? - Spartan interrompe, a falta de intromissão dos meninos era quase assustadora pelo que vi ontem.

—Você tem um estoque de 386 produtos em sua loja e por dia compram 74. Em quantos dias ele acaba se não o recompor? - Ela o ignorou.

—Em cinco…?

—Já está bom de perguntas. Agora é só calcular a pontuação. Michael, faz? Não estou a fim de fazer isso. - Ela passa o papel para Michael.

—Estou com sono demais para forçar meu cérebro. Aqui, Spartan. - Ele passa para Spartan. Ele dá uma olhada e diz:

—Nem ferrando que faço isso. Angel que é a inteligente aqui. - Ele joga o papel na cara dela.

—Muito obrigada. - Ela diz sarcasticamente enquanto tira o papel da cara, e Spartan dá uma risadinha. Ela começa a marcar e escrever algumas coisas e devolve o papel à Kelly e Michael e os dois examinam.

—Tudo bem. Já temos o resultado. Já terminou o café da manhã?

Eu olho para o miolo do que já fora uma maçã.

—Acho que sim, né.

—Então vamos que já está na hora.

Nós nos levantamos e caminhamos até a escada para subir para os andares de aula. Eu estou com a mesma roupa de ontem a noite, Michael está bem arrumadinho para falar a verdade, o que será que ele tem hoje? A blusa da Kelly me chama a atenção por estar escrito KEEP CALM AND BE YOURSELF, me pergunto o que isso quer dizer. Dessa vez o Spartan está sem armadura, e sim com roupas normais, assim como a Angel. Então eu resolvo fazer um teste:

—Fique calmo e seja você mesmo. - Falei

—O que disse?

—Eu tentei ler o que estava escrito na blusa da Kelly, mas o tradutor traduziu para mim o que eu mesma disse.

—Legal, ele traduziu para mim também. Não sabia que ele podia fazer isso.

—Chegamos. - Paramos na primeira porta do primeiro andar de aulas. - É aqui que você vai ter as aulas básicas. Ciências, geografia, história e matemática. Qualquer dúvida, pergunte ao professor.

—Te encontramos no final da sua creche. - Michael brincou e Kelly deu uma cotovelada nele.

—Creche? Como assim? - Pergunto enquanto ela abre a porta.

A sala é um pouco pequena. O quadro negro fica no fundo, a parede à esquerda é toda espelhada, e deve ter por volta de 10 crianças na sala, todas com um tipo de óculos estranho no rosto. O Jean parou de dar aula e sorriu em minha direção e os alunos olharam para trás para me ver.

—Mas, essa turma é de crianças. Devem ter uns 4 anos. - Cochicho para eles.

—O mais velho tem 12. Nós medimos o nível de instrução sobre o mundo de verdade, não idade. Aqui ela pouco importa. - Kelly responde. - Precisamos ir para nossa aula agora, boa sorte. - Eles fecham a porta e saem.

—Olá, Helen. - Jean disse. “Por favor, não faça aquilo que todo professor faz!” Peço em minha mente. - Por que não vem se apresentar para a turma? - Ele fez. Não que me apresentar seja ruim, é que é cansativo ter que fazer aquela longa apresentação o tempo todo! Caminho até a frente e falo:

—Oi. Eu sou Helen Monteiro, 14 anos, novata, Niterói, antigo Brasil.

—Oi, Helen. - Quase todos da turma falam juntos. Alguns ignoram que tem gente nova.

—Agora, pegue os óculos de leitura. - Ele pega um daqueles óculos diferentes que a turma está usando. Ele é azul escuro quase preto, grosso e fundo, parecia ser pesado e as lentes eram negras. Antes que eu pudesse perguntar, ele respondeu - Faz com que consiga ler o que está escrito. - Olho para o quadro e percebo que tem escrito um monte de coisas estranhas que não fazem sentido para mim. Peguei os óculos e coloquei, impressionantemente ele é leve e quando olho novamente para o quadro, já estava tudo traduzido.

—Pode escolher um lugar vazio para sentar-se e vamos continuar a aula. No final é para devolvê-los para mim.

Eu vou para o fundo, do lado da janela. Só tem uma pessoa sentada ao meu lado. Infelizmente, reconheço outro dos “rivais” e torço para que ele não tenha remorsos. Ele é um albino de verdade. Pele e cabelos pálidos e olhos esbranquiçados agressivos. Mas, diferente da maioria dos albinos, ele não tem aparência frágil. Seu cabelo é fino e liso, está quase sempre penteado para cima, parece ser daqueles que o cabelo cresce para cima e não para baixo; o corte de cabelo é curto. Está usando camisa de manga comprida azul-escura, um calção de camuflagem e tênis. Ele está passando o que aparenta ser protetor solar, mas com algumas coisas diferentes no recipiente, que devem ser de tecnologia avançada para a pele dele.

—Continuando nossa aula. No ano de 2775 começou o que chamamos de fim da Idade Pós-Moderna e inicio da era atual, que é a Idade Revolucionária. - O professor Jean faz uma linha onde tinha “2775” e traçou até onde escreveu “3115-Idade Revolucionária (Dias Atuais)”. A linha também havia passado por partes onde estava escrito “Idade da Pedra, Paleolítico, Neolítico, Idade do Bronze, Idade do Ferro, História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna, Idade Pós-Moderna.” - Nessa época começou algo como a guerra fria, que vocês irão aprender quando passarem para o nível dois, os países do mundo todo estavam desconfiando cada vez mais um do outro e ficavam em guerras mais constantes do que o normal. Cidades como Fukushima, Moscou, Cidade do Porto, Melbourne, Cairo, Detroit e São Paulo, por exemplo, foram completamente dissimadas, bombardeadas ou sofreram ataques. O povo não estava mais satisfeito com isso. Os protestos e manifestações só aumentaram ao redor do mundo com toda a força. Levas pacíficas ou ataques terroristas, qualquer que fosse seu tipo de rebelde, ia se intensificando e ganhando mais forças e destaque. Os governos de todos os países do mundo foram se sentindo mais reprimidos e ameaçados, chegando até mesmo a fechar entidades como a ONU, que estavam dispostas a ajudar. - Não estava entendendo direito, então resolvo pedir ajuda para o menino do lado, esperando que não fizesse nada.

—Menino, pode me explicar o que é isso de ONU?

Ele vira a cabeça para mim, com aqueles olhos raivosos por trás dos óculos de leitura e me diz:

—Idiota, pergunta para o professor que ele responde, menina burra! - Ele disse agressivo.

—Nossa, desculpa interromper.

—Para de me encher, chata! Sua voz me irrita muito!

Fiquei assustada com essas respostas. Agora entendo por que nem todas as pessoas da base são amigas, como imaginei.

. . .

—Gostou do primeiro dia de aula? - Kelly me recebe na porta.

—Bem, não foi tão ruim. Só um menino que me respondeu mau.

—Sério? Quem foi?

Eu aponto para o garoto, que estava um pouco mais para frente.

—Ah, sim. Está explicado. Aquele é Jou Leezah, ou Cartum, ele é chamado pelos dois. 12 anos, veterano, Cartum, antigo Sudão. Costuma reagir assim com novatos.

—Como sabe disso?

—Eu já estava aqui quando ele chegou. Ele tinha 7 e eu 10. Descobrimos o sobrenome verdadeiro dele pesquisando pelo rosto dele nos registros de nossas câmeras e acabamos descobrindo a história dele. Nós até que nos damos bem no começo, mas como estive sempre com novatos, ele acabou se afastando. Prefere as pessoas que estão aqui há mais tempo. Bem, vamos para a demonstração das aulas?

—Vamos. Onde está o Michael?

—Ele teve, bem… Digamos que um compromisso.

Nós andamos um pouco e uma luz passou por mim, e quando olhei para cima o sol de meio-dia estava se tornando um pôr do sol de 17 horas do nada.

—AAAHHH! - Gritei baixinho e me agachei, com as mãos por cima para me proteger do que quer que fosse aquilo.

—O que houve, Helen? - Kelly olhou para mim preocupada.

—Aquilo! - Apontei para cima, ela olhou na direção e deu uma risada.

—Nós apenas mudamos o lugar que estamos. - Ela me levanta e aponta para baixo, na entrada. - Olhe.

Eu vejo a entrada e três caras que pareciam soldados entrando na base.

—É assim que fazemos para estar em vários lugares ao mesmo tempo e ter tanta pessoa de tantos lugares no mundo. - Ela me explica enquanto continuamos andando. - Temos o portal, que permite que façamos isso pelo campo de controle, lá em cima. Eles veem pelas câmeras e descobrem se tem alguém chegando, então eles utilizam o portal para se teletransportar até o lugar, e como cada lugar do mundo está em um horário diferente, é até normal isso de o tempo mudar acontecer.

—Ah. Mas que estranho!

—Essa é a primeira aula extra na ordem. - Ela abre a porta, onde estava escrito “Biology Class”. - Ah, e só para te avisar, quase tudo é escrito na língua inglesa, se quiser aqueles óculos de leitura que usamos em sala de aula para você, tem que comprar na loja de tecnologia. Essa é a aula de biologia.

Ela abre a porta. A sala é como a de aula de ensinos básicos normal, uma grande janela que pega a mesma parede toda, e são do mesmo tamanho, mas essa tinha várias mesas com equipamentos, um quadro do outro lado, pessoas com luvas e máscaras dessecando animais, um esqueleto humano, e vários quadros com informações de animais. O Spartan estava lá no fundo. Ele explicou tudo o que fazem naquela aula, basicamente estudo de animais. Depois ele se juntou a nós e fomos para a “Chemistry Class”, onde encontramos a Angel, e ela me ensinou um pouco sobre química. Passamos por uma aula de física e chegamos na “Target Shooting Class”, ou aula de tiro ao alvo, onde os dois tinham aula. Eu vejo que a Louisa é a professora, então tento fazer do máximo para ela não me ver.

—Aqui nós aprendemos a atirar bem com qualquer tipo de arma. - Angel disse pegando adagas de atirar de uma mesa cheia de armas brancas, enquanto em outra tinha apenas armas de fogo. Atira as três que pegou e duas delas caem perto do centro e a última consegue acertá-lo certinho, ela faz cara de orgulhosa.

—Se acha. - Spartan implica. - Uma coisa muito legal aqui é o simulador. - Ele caminha até uma das plataformas da sala e aponta para um buraco. - Nós colocamos aqui o que queremos simular e entramos no mundo do que colocamos, mas obviamente, está programado na parte de batalhas. É aqui dentro que eu uso aquela armadura.

—E o que são essas coisas que se coloca para simular?

—Livros, jogos, filmes e séries de TV, qualquer coisa que tenha alguma parte de luta com armas pode colocar.

—Se você está perguntando o que é isso, são coisas que contam histórias e/ou apenas divertem as pessoas mesmo sem histórias para contar. Livros as contam por palavras e as imagens são ou por conta de sua imaginação, ou por desenhos no livro. Filmes tem a história e sempre tem a imagem, com pessoas de verdade ou desenhos interpretando o que se passa, série de TV é a mesma coisa, só que em vez de ser apenas um ou dois, são muitos. Jogos você interage e faz com que o personagem principal faça o que você queira.

—Sim. Eu acho que o que melhor simula uma batalha é o do jogo Halo 4. - Spartan comenta.

—Olha, não é por nada não, mas o do Jogos Vorazes é superior. - Angel dá a opinião.

—O que? É óbvio que não! As armas de lá são muito ultrapassadas!

—Mas lá simula em uma floresta, o que é muito mais real de se acontecer do que em um lugar cheio de máquinas super modernas, ou alguma coisa assim.

—Fala sério! Você está se baseando em cenário?

—Gente, parou! - Kelly termina com a discussão. - Vamos continuar mostrando as aulas para Helen, ou vocês vão ficar aqui?

—Não, a aula já acabou. Vamos com vocês. - Nós saímos da sala.

—Agora, aula de artes. - Kelly abre a porta em que estava escrito: “Art Class”. Lá dentro tinha, além da grande janela que se repete em todas as salas, telas, papeis, tintas, lápis, material de artes em geral, e várias pessoas pintando e desenhando, sendo avaliadas pelo professor, que estava andando pela sala falando algo sobre as pinturas de natureza morta. Aí eu vejo o Jou de novo na aula.

—Ele está aqui! - Falo para a Kelly.

—Ele quem? - Spartan pergunta.

—O Jou. - Ele olha na direção dele.

—Ah! Jou! Velho, Jou! - Ele caminha até ele e eu penso o quão louco ele deve ser. - Como anda a vida, garotinho? - Ele apoia o cotovelo no ombro do menino.

—Sai daqui, estrupício! Não tem mais o que fazer, não!?

—Não. E mesmo se tivesse, te aborrecer é mais legal. - E então os dois começaram a brigar.

Primeiro, Spartan bloqueou o Jou colocando a mão na frente da cabeça dele e não o deixando se aproximar, e fingiu um bocejo, mas isso o distraiu e Jou conseguiu dar-lhe uma rasteira e subiu em cima do Spartan, aproveitando que o mesmo estava caído e começou a socar a cabeça dele. O professor teve que separá-los e nos mandou para fora.

—Isso foi covardia! Sou formado em ninjutsu, não em, sei lá, karatê, ou o que quer que seja aquilo.

—Bem, vamos continuar então. - Nós passamos por muitas salas de aula, mas adiantando o passo, chegamos às últimas salas, e pude ver o Michael com outro menino da mesma altura dele encostados na parede, muito próximos um do outro. Spartan pediu para fazermos silêncio e passou por eles, dando-lhes um susto falando alto e rindo:

—Olha a boiolagem no corredor! - E o menino que estava com o Michael fugiu assustado.

—Poxa, Spartan! Ele nunca mais vai falar comigo!

—Quem manda fazer esse tipo de coisa no meio do caminho?

—Onde mais? Todo mundo fica junto assim em qualquer lugar.

—Qual o problema com isso? - Angel pergunta.

—Nenhum, ué. Fiz porque quis. - Spartan justifica.

—Espera, o que eles estavam fazendo? - Pergunto e Kelly diz a resposta no meu ouvido. - Eca! Que nojo! - Eles riem. - O que foi? Nunca vi nem meus pais se beijando. Isso não é comum lá fora.

—Mas aqui na base é. - Olho ao redor e vejo que em alguns andares tem casais fazendo isso mesmo.

—Mas, você chama o cara lá de gatinho, mas sai com outro, estava fazendo um favor a pessoa - Spartan diz.

—Eu acho o nosso rival bonito, mas, não acho ele legal. Aquele lá que estava comigo era da minha aula de estratégia, ele eu achava legal. Sorte a sua que não estava com paixonite.

—Vamos logo mostrar a última aula para a Helen. - Kelly diz e vamos até a porta, em que estava escrito “body fight class” - A aula de luta corporal. Só cuidado com o professor, ele é o Wave White Rimond, 17 anos, veterano, Cidade do México, antigo México. - Concluiu e abriu a porta.

Como todas as outras salas, as únicas coisas semelhantes eram o tamanho e a janela. Aqui tinha um monte de sacos de pancada, manequins, e simuladores. Os alunos estavam socando o saco de pancada, enquanto o professor dizia e demonstrava como se fazia alguns golpes. E reconheci mais um dos rivais, esse é o que Michael falou que achava bonitinho. Ele tinha pele morena-clara, cabelo curto, castanho-escuro e penteado para cima, olhos escuros. Estava com um moletom, uma calça jeans e tênis, com o capuz meio levantado. Ele parou um pouco de demonstrar a luta e foi até nós, deixando os alunos batendo nos sacos de pancada.

—Só vieram atrapalhar a aula ou querem algo? - Ele perguntou.

—Estamos mostrando as aulas para a Helen, ela chegou ontem.

—Ah, sim. - Wave disse olhando para mim. - Seu pai disse mesmo que chegaram 2 novos rebeldes ontem.

“2?” - Eu penso, quando me lembro do ferido. Nós saímos da sala e eu disse:

—Posso ver aquele cara que chegou ontem aqui?

—O ferido? Sim, podemos ir até a enfermaria para dar uma olhada nele.

E caminhamos até o andar de baixo para ver a situação do garoto.


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Notas finais do capítulo

Vocês acham que os capítulos estão longos demais? É que eu quero mostrar muitas coisas em um só capítulo e acaba ficando assim, mas se vocês acharem melhor, eu separo os próximos em capítulos de umas mil palavras. Até a próxima. :)