Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 2
Conhecendo a base


Notas iniciais do capítulo

Recomendo usar o Google tradutor para entender o começo. Se tiver algum erro de linguagem, me desculpem. Tenham uma ótima leitura.



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Começo a abrir meus olhos lentamente. Estou meio deitada, meio sentada em alguma coisa muito macia. Dá para ver que estou em uma sala pequena muito branca. Na minha frente tem um sofá, branco também, que deve ser igual ao que eu estou. As três pessoas que me arrastaram aqui para dentro estão na minha frente. Um homem parecido comigo: pele morena, olhos castanho escuro, cabelo preto muito curto, corpo forte, barba rala, de calça comprida, tênis e casaco e aparentava ter uns 40 anos. O segundo é branco, cabelo preto com um topete, barba crescida, olhos castanho claro, jeans cheio de bolsos e blusa de manga comprida. Os dois estão conversando em pé um pouco pro lado. A última está do meu lado, e é uma mulher jovem, daria uns 26 anos no máximo, mas parecia cansada, com olheiras em baixo dos óculos e olhos claros, loira, branquela, cabelo armado em um coque desfiado, um casaco comprido que parecia um pouco com um jaleco, brinco comprido prateado simples, salto alto e calças que pareciam muito confortáveis. Aí eu percebi que ela estava mexendo em alguma coisa no meu ouvido.

—O que você está fazendo??? - Gritei, não sabia que fugir de casa me levaria a um lugar em te sequestram e ficam mexendo em você enquanto está dormindo.

Eles se assustaram e começaram a falar coisas que não entendi:

—Она проснулась! что мне делать? - A loira disse.

—Mieux vaut donner l'eau à elle pour calmer, non? - O cara da calça cheia de bolsos responde.

—I catch. You finishes installing the translator. - O homem que se parece comigo diz apontando para a moça. - And you try to leave her less nervous somehow.- Ele diz essa última parte olhando para o outro. E então saiu.

A loira voltou a mexer no meu ouvido, que só agora percebi, tinha um treco mecanizado cinza escuro com uma espécie de microfone na ponta e com alguns fios coloridos bagunçados.

—Para com isso! Tira isso de mim! - Ela dá apenas uma olhada para mim e volta para o trabalho.

—Relax! Tout ira bien! Nous vous expliquerons plus tard. - O homem que ficou aqui coloca a mão no meu ombro, mas eu a afasto, tremendo um pouco, mas firme.

—Она не понимает, что ты говоришь, помните? - A loira disse.

—Il est vrai! Je suis désolé, ma fille! - Ele respondeu.

—Онa еще не понял его попытку успокоить ее. - Ela continuou.

—Pour! Je ne sais pas comment parler le portugais! Je ne peux pas aider du tout. - Ele respondeu de novo a ela, mas dessa vez parecia um pouco magoado.

—The two have already finished? - O homem que saiu voltou com um copo de água na mão.

A mulher respondeu:

—Я почти там. Ой! - Ela ajeitou o último fio do negócio no meu ouvido e puxou o dedo, como se tivesse doido. - Acho que consegui! Consegue nos entender agora?

—Anh!? - Eu disse. Do nada eles começaram falar coisas com sentido. - Quem são vocês? Onde eu estou? O que é isso no meu ouvido?

Eles se entreolharam.

—Por onde começamos? - Perguntou o cara de cabelo preto.

—Acho melhor nos apresentarmos. - O moreno disse. - Olá, Helen. Eu sou Edson Murray, de Londres, antiga Inglaterra. Veterano. 40 anos.

—Natasha Yeva, de Babaievo, antiga Rússia.Veterana. 26 anos - A mulher fez o que o outro pediu.

—E eu sou Jean Caillat, Reims, antiga França. Veterano. 32 anos. - O último se apresentou também.

—O que é isso tudo que vocês estão falando?

—Cidades, e países de onde nós viemos. Mas, eles foram desfeitos. Veterano é quem está aqui a mais tempo. Água? - Edson me ofereceu. Eu hesitei um pouco, mas acabei pegando.

“Países. É uma das palavras estranhas lá daquele tal de jornal. “De onde nós viemos…” São lugares então? E não existem mais também?” - Penso enquanto bebo um gole.

—Você não sabe, provavelmente, o que são essas coisas, mas se continuar aqui poderemos explicar melhor.

—E onde seria aqui, exatamente?

—A base. Nosso lar. E se quiser, o seu também.

“Hum, então eu realmente sou bem vinda aqui.”

—Ah, e desculpe por termos te colocado para dormir e arrastado você para dentro. É que você gritou, e ficamos com medo de alguém chegar e nos ver. - Eu nem me lembrava mais disso a essa altura. - Isso no seu ouvido é um tradutor. Todos nós temos. - Eles apontaram para o ouvido, que só agora percebi, também tinham o que puseram no meu. - Viemos de lugares diferentes, que tem outros tipos de linguagem, você percebeu isso antes da gente completar a instalação em você, não é? - Eu assenti, me lembrando de como eles falavam estranho. - Então, esse aparelhinho traduz o que estamos falando para você e os nossos, o que você está falando para a gente.

—Nossa! - Eu falei, levando a mão para o negócio, examinando com os dedos. Como algo tão pequeno pode fazer um trabalho tão grande, como pessoas que não se entenderiam normalmente, conversarem como se tivessem sido criadas juntas.

—Não parece mais estar com medo. - O Jean sorriu para mim. - Então, vai ficar? Eu sei que não sabe o que a base é exatamente, quem somos nós, ou o que está acontecendo e deve ter muitas outras perguntas, mas, com tempo, poderemos responder todas elas.

—Sim! - Falo, sem pensar muito. Esse lugar, o que eles falam dele, me faz querer saber mais e viver no meio deles. - Eu fico. Mas, meus pais, eles poderiam vir também?

Eles se entreolharam novamente.

—Eles sabem que saiu?

—Não. Eu fugi de casa, enquanto dormiam.

—Se não queria que viessem com você, então, por que fugiu sem eles?

Eu parei para pensar, realmente, não fazia sentido o que estava pedindo. Mas, é tão estranho sem eles, ou até mesmo sem Fabio ou Agnelus.

—Tudo bem. Amanhã vemos como eles estão, combinado?

—Combinado.

—Ótimo. Vou chamar dois guias para te mostrarem o lugar. - Natasha foi em direção a uma coisa estranha na parede.

—Chame minha filha. E o amigo dela também, para fazer isso. - Edson pediu antes que ela chegasse ao negócio. Ela hesitou um pouco, o encarando.

—Tudo bem. - Ela pegou a coisa, apertou uns botões com números e colocou no ouvido que não tinha o tradutor.

—O que é isso que ela está usando?

—Um telefone. Serve para se comunicar com pessoas a distância.

—Que incrível. Como ele faz isso?

—Se ficou impressionada com isso, nem consigo imaginar sua reação a outras coisas.

—Há ainda muito ao que aprender, Helen.

Natasha tirou o telefone do ouvido e volta para a gente:

—Eles já estão vindo.

Se passou alguns minutos e os dois chegaram. A porta se abriu.

—Espero que seja coisa boa tio Edson, por que me tirou da janta e ela estava muito boa. - Falou o menino. Ele era muito loiro, branco, olhos verde azulados, magérrimo, e com olhar travesso. Era alto e deveria ter uns 16 anos.

—Michael! Se não quisesse isso, não se inscrevia para ser guia. - disse a menina, que deveria ser a filha do Edson. Se ele era parecido comigo, logo ela também era. Pele morena, só que um pouco mais clara, olhos pretos muito escuro, cabelos negros, que pendiam em um rabo de cavalo que ia até um pouco abaixo do ombro. Parecia ser apenas um pouco mais nova que o Michael.

—Filha. Michael. Nós temos uma nova rebelde. - Edson disse enquanto colocava a mão em minha cabeça. Então rebelde era quem fazia parte da base? - Mostrem a base para ela e o quarto dela. - Ele deu uma chave para os dois e saiu junto com Natasha e Jean.

—Ah, uma novata. Sou Kelly Murray, de Londres, antiga Inglaterra, 15 anos, veterana.

—Sou Michael Miller, de Vancouver, antigo Canadá, 16 anos, obviamente veterano, por que para ser guia tem que ser veterano, tirando por essa aqui que mesmo se fosse novata conseguiria tudo o que quisesse, já que o pai é um dos líderes daqui.

—Para! Eu nunca usei o poder dele, só naquela vez em que,...

—Ahá!

—Esquece. Mas, quem é você?

—Sou Helen Monteiro, 14 anos, novata, de Niterói, antigo, err… antiga, ou,... - Tento me apresentar como eles, mas falho.

—Não sabe de onde era Niterói? Acho que era Brasil, ou Peru, não me lembro.

—Mas, isso não importa. Vamos ao passeio!

Antes de sairmos, noto que em cima da porta há um AS azul bem grande, como um logotipo e parecia dois lençois formando as letras.

—O que isso quer dizer. - Pergunto apontando para elas.

—Anti Sociedade. É o nosso ideal. Somos contra a sociedade atual.

—Traduzindo: Rebeldes!

Eles abriram a porta e a base apareceu para mim.

—Uau! - Admirei.

—Bem vinda à base.

Lá era tão grande. Uma contrução circular que se estendia a metros por cima e terminava com um teto de vidro, em que dava para ver a noite estrelada. Andei até a beirada do chão, onde tinha um corrimão de segurança, e vi que se estendia por baixo também. Havia muitas salas por aí e escadas e rampas para se locomover. Nenhum dos edifícios que já entrei era tão largo e cheio, e ainda assim com tanto espaço para as pessoas andarem livremente.

—Nossa! Quanta gente! - Eu comentei enquanto andávamos.

—Isso não é nada comparado ao mundo lá fora.

—Sério?

—Sério. O planeta tem por volta de 8 bilhões de pessoas hoje em dia. Aqui nós temos por volta de 80, 90 mil. - Do nada Michael deixou o lado brincalhão e ficou sério, como se soubesse que hora brincar e quando é hora de falar sério. Eu até esqueci de perguntar o que é planeta.

—Nós temos nossas equipes de buscas por novos rebeldes, mas nunca é fácil encontrá-los.

Nós subimos alguns andares e eles começaram a explicar:

—Aqui são nossas salas de aula.

—Ah. Temos que estudar aqui também. - Eu resmunguei.

—Claro! Nós priorizamos a educação. O nosso conhecimento sobre o mundo é a única coisa que o governo não consegue tirar de nós. O que aprendermos, ficará para sempre em nossas mentes.

—E além disso, não vamos ficar só de bobeira aqui. Temos que ser úteis em alguma coisa. Ou para ajudar na causa, ou tentando reviver a antiga vida na Terra. Todos que entram tem aulas obrigatórias sobre o básico: Ciências, geografia, matemática, história,... Depois você pode assistir e se inscrever em algumas aulas específicas do que quiser aprender e dar uma ajuda em algumas áreas, mas essa última é só para veteranos.

—Interessante…

Subimos alguns andares e damos umas volta:

—Aqui são nossas lojas. Você pode comprar das mais diversas coisas aqui: suprimentos, móveis, qualquer coisa. Nós trocamos por fichas, que você ganha fazendo das mais diversas coisas aqui. Mas, já que acabou de chegar, por uma semana vai ser tudo de graça, mas depois vai ter que começar a pagar.

—Acho que é melhor você ir lá na loja de roupas escolher algumas. Afinal, você só está de pijama.

—É. Eu também acho melhor. - Concordo.

—Que pena. Certos amigos nossos adorariam ver uma mulher linda de pijama vermelho escuro… - Michael disse.

—Anh? - Eu não entendi nada.

—Michael! Fica quieto! - Kelly foi dar um tapa nele, que tentou se protejer, rindo. - Vamos escolher algumas roupas para você, Helen.

Nós escolhemos algumas roupas para mim, que as guardei em minha mochila que ainda está comigo.

Subimos mais um pouco e eles apontaram.

—Aqui é a área de controle. Câmeras ao redor do mundo, funcionamento da barreira de invisibilidade, controle de energia e água, tudo é visto aqui. Também, há o arsenal, treinamento militar, plantações e criação de animais. Não podemos ir mais adiante, por que só passa quem é autorizado, para ninguém fazer porcaria sem querer.

—Eu posso. Meu pai é importante aqui.

—Abusando do poder familiar de novo…

—Vou fingir que não ouvi você de novo.

—Militares… quer dizer, vocês tem um exército?

—Sim. Eles tentam recrutar novos rebeldes,... e também temos planos para quando tivermos pessoas suficientes de reconquistar o mundo.

Eu fiquei muito suprersa com o que estavam me contando.

—Mas, por que estão dizendo tudo isso para mim? - Eu perguntei enquanto desciamos.

—Você é uma de nós agora. Se não quiser mais, tiramos sua memória e te devolvemos para onde veio.

—Não! Não! Eu quero continuar com vocês.

—Todos querem. Aqui é irresistível.

—A base e os rebeldes são como Judeus e a terra prometida de Canaã. Quem é um de verdade, alguma vez na vida deve achar.

—Canaã? - E fiquei confusa.

—Ih! Não sabe! Vai ter que aprender!

—É para isso que servem as aulas.

Nós chegamos novamente no térreo.

—Bem, ali é a entrada, que você já conhece. Aqui a direita é o refeitório, onde nós servimos a comida. Você também pode comer no seu quarto se quiser, mas a comida lá é por sua conta.

—Naquele canto é a sala de palco. Temos apresentação de teatro, cinema e avisos e comunicados importantes também são mostrados ali.

—Lá é a biblioteca, onde encontrará qualquer informação que quiser. E aqui atrás é a enfermaria. Tratamos os doentes e feridos ali.

Nesse momento, a porta se abre e algumas pessoas entram carregando um menino nos braços. Ele é alto (para mim que tenho 1,49 pelo menos) e muito magro, cabelos pretos e ondulados que vão até a altura das orelhas, que eram pequenas. Pele caucasiana, nariz pequeno e fino. Mas, ele tinha cacos de vidro enfiados, em vários lugares, inclusive no olho. E ele ainda tentava tirar os cacos dos olhos ele mesmo, com movimentos difíceis, e quase parados, como se tivesse com dificuldade, foi então que percebi que o outro olho estava uma poça de sangue, e parecia que ele estava tentando gemer ou gritar de dor, mas nada saia da boca. Eles correram com ele até a enfermaria.

—O que foi isso!? - Eu perguntei alarmada.

—Um ferido. Devem tê-lo levado para a emergêcia. Para fazerem uma operação no olho dele. Ou também em qualquer outro lugar que tenha fraturato.

—Que horrível! Ele vai ficar bem?

—Só saberemos depois da cirurgia. Se quiser, amanhã podemos fazer uma visita para ver como ele está.

—Sim.

—Bem, continuando… Vamos descer para o subterrâneo.

Nós descemos para o subterrâneo, onde tinha várias portas.

—Aqui em baixo são os quartos. Eu moro com meu pai em um quarto nosso.

—Mas quem não veio com família, como eu, divide com umas três ou quatro pessoas. O meu é para quatro e já está cheio. - Michael completou.

—Em cada quarto tem camas, um banheiro suíte, armários e cômodas para cada um e cozinha embutida. O seu é o… - Kelly parou um pouco para olhar o número da chave. - 321. É aqui perto. Vamos.

Nós andamos apenas mais um pouquinho e chegamos.

—Pronto. Agora, você pode trocar de roupa…

—Ou não…

—Michael…! - Kelly o repreendeu e ele deu uma risadinha. - Nós estaremos te esperando se quiser jantar com a gente. No horário da base são 20:30, só 1 hora de diferença de onde você morava. Nós somos os da mesa 75.

—Tudo bem. - Eles se viraram e foram embora.

Eu entrei e rapidamente, aproveitando que não tinha ninguém lá e troquei de roupa. Foi uma camisa rosa claro de manga comprida, calça cinza, e tênis preto. Deixei as roupas na mochila mesmo, quando voltar eu coloco no armário. O quarto tem paredes brancas e chão de madeira. Todos os armários eram de madeira mais clara que o chão e as camas de solteiro eram bastante escuras e com colchas cor de espuma. A cozinha era simples: um fogão, um frigobar, algumas bancadas, a pia e um microondas. Havia também uma porta no canto que deveria dar no banheiro.

Eu sai e fui até o refeitório e encontrei a mesa 75. Foi fácil, por que o Michael e um outro cara estavam em cima dela fazendo um cumprimento.

—Uhul! - Os dois gritaram quando acabaram e se sentaram novamente quando eu cheguei.

—Ah, gente, essa é a Helen, ela acabou de chegar. Convidamos ela para ficar com a gente. - Kelly me apresentou.

—E aí, mana, eu sou o Alaniul Weishterhyman, de Toronto, antigo Canadá, 19 anos, novato, mas serei veterano em 1 mês, e pode me chamar de Spartan, entendeu mina? - Ele era moreno, de cabelo raspado, olhos pretos, esguio, alto, musculoso, e com uma barbinha crescendo. Tem cara de ser sério, mas pelo visto, as aparências enganam. Ele estava com uma roupa de metal estranha. - Gostou da minha armadura? Eu estava treinando antes de vir para cá! É do meu herói favorito, me chamam de Spartan por causa dele.

—Viciados em Halo… - A outra menina também sentada na mesa comentou sorrindo. - Oi, novata. Eu sou Angela Malva di Venetia, mas pode me chamar de Angel, se quiser. 15 Anos, veterana. - Ela é alta e esbelta. Possui uma constituição delicada, com corpo delicado, maçãs do rosto salientes, nariz empinado e lábios rosados. Sua pele é ligeiramente bronzeada, possui cabelos negros longos e lisos. Seus olhos são negros e tem pequenas manchas prateadas, parecendo muito com o céu estrelado.

—Oi Spartan, oi Angel. - Eu acenei, e vi que Kelly tava fazendo sinal para que eu me apresentasse corretamente para eles também. -Sou Helen Monteiro, 14 anos, novata, de Niterói, antigo algum lugar que não sei qual é.

—Ah,Itália. - Spartan me respondeu.

—Que Itália!? Brasil! Ficava no antigo Brasil! - Angel responde meio indignada, meio rindo do erro do amigo.

—Tá bom! Tá bom! Vou fazer uma coisa mais interessante do que te ouvir, que é ver se a servidora de comida número dois já limpou o suor de baixo do suvaco. Quer aproveitar e ir pegar comida comigo, Helen?

Eu mal comi o mingau de aveia, que nem dava para enganar a fome. Minha barriga estava roncando.

—Claro! - Eu repondo e sigo o Spartan até a área que servem a comida. Lá tinha tanta coisa estranha…

—O que é isso? - Digo apontando para um lado.

—Hambúrguer. É pão, com carne, queijo, alface, tomate, cebola, maionese, ketchup, ou o que mais você quiser.

—E aquilo? - Pergunto apontando para outro lado.

—Pizza. Tem de queijo, calabresa, frango com catupiry, portuguesa,...

—E aquele outro negócio lá?

—Bife. Tem como você escolher logo o que quer aqui? A tiazinha suada é da parte das bebidas.

—É que tem tanta coisa aqui que não conheço.

—Vamos fazer assim, eu escolho alguma coisa que eu acho boa e vamos logo para a outra parte. Que tal?

—Deve ser melhor assim.

Ele pegou um saco cheio de coisas amarelas compridas saindo e colocou na minha bandeja.

—O que é isso?

—Batata frita. Vamos!

Nós fomos até uma parte que tinha um monte de gelo e latinhas e garrafas, que deveriam ser as bebidas.

—Eaí, tia Juanita! - Ele disse para uma mulher que estava reabastecendo as coisas. Ela era grande para todos os lados, tinha cabelo preto por baixo da touquinha, avental, luvas e olhos marrom.

—O que foi agora, Aleniul?

—Usou o desodorante que te dei a 5 minutos atrás?

—Sim, foi bem refrescante.

—Que bom. Escolhe logo aí o que você vai querer, Helen.

Eu peguei uma garrafa verde que dizia “Limonada” e coloquei do lado das batatas fritas.

—Pronto. Escolhi.

—Ótimo. - Ele segurou no meu braço. - Ô Juanita!

—O que é?

—No desodorante estava escrito que era aquele Dove para mulheres, né?

—Sim, por que?

—Então, eu que coloquei aquela imagem por cima! Na verdade era o AXE para homens! - Ele diz e sai correndo comigo, enquanto a moça começa a gritar maldições para nós.

—Há há há há! É muito bom mexer com ela!

Nós andamos mais um pouco, até que chegamos perto de uma mesa e ele me afasta:

—Opa! Cuidado que ali é a mesa dos trouxas!

As pessoas da mesa olharam de raspão para a gente e nos ignoraram. A mesa 75 é logo adiante.

—Como assim, trouxas? - Eu me pergunto enquanto sento.

—Não gostam de nós. - Kelly responde. - E também não gostamos deles.

—Nós os chamamos de rivais. - Completou Angel.

—Mas, eu pensei que todos aqui fossem amigos.

—O mundo é assim, não é só por que defendemos as mesmas ideias, que quer dizer que todos se dão bem.

—Anh.

—Mas vocês tem que admitir, até que aquele ali é gatinho! - Michael disse apontando para um dos caras rivais.

—Ah, por favor, Michael! Nós estamos comendo! - Kelly reclamou.

—Vocês dariam um par maravilhoso, tirando, claro, pelo fato de que ele te odeia! - Angel ironizou.

—Ah, vocês não sabem se divertir. - Michael diz e se vira para o cara que ele chamou de gatinho e pisca o olho direito para ele, que fica vermelho e tenta desviar o olhar.

—O que quer dizer gatinho? - Eu pergunto, por que desconheço esse termo.

—Sabe de nada, inocente! - Spartan diz rindo.

—É quando você acha alguém muito bonito, aí você pode chamar a pessoa de gatinha.

—Ah! Entendi. - Eu disse enquanto peguei uma daquelas batatas fritas e coloquei na boca, e me surpreendi. - Essa é a melhor coisa que eu já comi na minha vida! As outras tem gosto de nada, mas isso não! É um delicia!

E então continuamos conversando por aí até chegar umas 23 horas na base, que seriam 22 horas em Niterói, e nós fomos dormir. Amanhã deveria ser um dia cheio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha feito os personagens direito e que vocês tenham gostado. Eu vou mostrando o que aconteceu com o mundo aos poucos, mas para quem quiser, eu posso enviar por MP logo, é só pedir. Até a próxima!