Anti Sociedade - Interativa escrita por AceMe


Capítulo 11
Agora, veteranos.


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Como é que estão?
Como costumeiro de todo domingo, estou postando aqui mais um capítulo. Esse não tem muita coisa, é mais para mostrar o avanço da história, e contar mais algumas coisas sobre a base.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/586225/chapter/11

1 Ano depois da chegada de Helen:

—Quem fundou a Escola Mentes Brilhantes? - O professor Sirhan Kennya está fazendo prova oral. - Rápido, Helen! - Ele aponta na minha direção, com uma posse dramática, esbugalhando seus olhos marrons e esticando sua pele negra e idosa. Ele sempre faz essas palhaçadas, por isso é o meu professor favorito.

—Foi uma parceria da Rainha Margarida VI, do primeiro ministro Klaus Jorgensen e do educador Harold Laudrup.

—Pim! Correto! Qual era o requisito para se estudar lá? Spartan! - Senhor Kennya agora aponta na direção do Spartan.

—Sei lá. Ter nascido um ser humano? - Ele responde, relaxado, com o cotovelo apoiado na carteira. Parte da turma ri de como ele age.

—Pééé! Resposta erradíssima! Quem quer pegar a deixa? Dole 1, dole 2… - Angel levanta a mão, olhando de lado para o Spartan, desaprovando a resposta dele. - Angélica!

—Meu nome é Angela, professor, e a resposta é que somente os descendentes de governantes, cientistas, filósofos, e afins que poderiam estudar lá.

—Perfeito! Agora, como é que a base foi formada, com os mínimos detalhes. Raja! - Ele aponta para a Raja Khouri, uma garota que sentava de frente para o quadro, com os lindos cabelos negros sendo segurados por uma bandana e um leve sorriso sempre que sua aula predileta transcorria.

—Os alunos e professores da Escola Mentes Brilhantes, quando viram que a situação mundial não iria melhorar de jeito nenhum, chamaram todos aqueles que também tiveram o bom senso de perceber que naquele momento nada mais daria certo, e obviamente, conseguiram formar a base, se escondendo dos políticos que eram contra a nossa forma de pensar, já que desde aquela época, somos uma pedra no caminho deles, e é por isso que eles sempre souberam de nossa existência. - Repare que quando ela fala nessas pessoas do passado, não utiliza o “eles”, e sim o “nós”. Somos obrigados a falar assim, já que somos todos rebeldes, e não pessoas diferentes. - E enquanto a escola foi montada em 2891, a base foi quase 1 ano depois, não se sabe ao certo se foi exatamente em 2892 ou no final de 2891, por isso nem faz tanto tempo assim que estamos aqui, só cerca de 200 e poucos anos.

—E o que mais?

—Bem… - Raja começou a ficar nervosa. Parece que a fonte de conhecimento dela se esgotou.

—Já que a Escola Mentes Brilhantes foi fundada na Groelândia, a base também foi montada lá, com tecnologia de construção super rápida. O pessoal daquela escola, nossos ancestrais, guardaram todas as tecnologias e meios de comunicação, e depois, claro, juntaram com os dos integrantes que não faziam parte da Escola. E, alguns políticos, apesar de tudo, também foram aceitos, pois não concordavam com o rumo que o mundo estava tomando, e também porque tinham ideias iguais ou semelhantes às nossas. - Joseph Lieber respondeu o resto para ela. Ele é um pouco parecido com ela, suas diferenças são sutis. O cabelo dele também é preto, mas é definitivamente menos bem cuidado que o dela, e também mais liso, o tom de pele dele é um pouco mais claro e o corpo é mais fraco.

—Excelente! Ponto para os dois! - Raja e Joseph sorriem timidamente um para o outro, mas antes que o professor Sirhan possa passar para o próximo, o sinal interno toca, mostrando que a aula terminou. Mesmo com todo mundo se levantando, ele continuou:

—Por hoje é só, criançada. Estudem para a prova de verdade semana que vem. Os melhores hoje foram a Raja, o Joseph e a Angelina.

—Angela, professor, por favor! - Angel pede pela última fez que o Senhor Kennya fale seu nome direito, e eu tento esconder a minha risada para ela não ficar braba comigo.

Você, meu caro leitor, deve estar se sentindo meio avulso com essa aula que eu acabei de ter, então deixe-me te contar o que aconteceu nesse meio tempo. Passei para o nível dois, e agora estou no terceiro de quatro níveis de escola da base. No 2, a gente aprendeu sobre tudo o que aconteceu desde 1500 até 2020 (Sim, é coisa pra caramba!), e agora no 3, a gente está tendo vários complementos para as lacunas vazias que o 1 deixou. Por que o 2 não falou logo sobre eles? Porque segundo a base, isso é para exercitar nossa memória e ver se o interesse que temos pela nossa história é porque queremos aprender, ou é só para passar de nível logo.

O Spartan, com seus 20 e poucos anos, e recém veterano, saiu da aula de biologia e se inscreveu no exame para médico, e passou, trabalhando agora como assistente por meio período, até completar o ensino básico. Quando isso acontecer, ele se tornará médico de verdade, por tempo integral, que é um sonho da vida dele.

Nunca consegui descobrir nada sobre a mãe da Kelly, a Celina, desde o meu aniversário de 15 anos, no ano passado. Sou muito curiosa, e ainda hoje, esse mistério me assombra, e tenho pena de colocá-lo no arquivo de não resolvido, mas tenho certeza que se eu perguntar diretamente, isso pode deixar ela e o Senhor Murray muito tristes. Entre a solução e a minha amizade com a Kelly, prefiro a amizade, com toda a certeza.

Ren ainda não foi completamente aceito pelo exército da base, porque só será considerado veterano hoje, junto comigo, já que chegamos no mesmo dia. Mas, daqui a pouco, ele será um soldado oficial, pois é considerado melhor do que a grande maioria dos que já estão aceitos, e definitivamente deve ganhar uma promoção assim que entrar.

Realmente, não sou boa com nada além das estrelas ninja, e de alguns golpes - principalmente minha marca registrada nas aulas de luta corporal, o gancho versão pernas. - Então, melhor deixar essa parte de lutas para lá.

O resto está praticamente a mesma coisa, sem nada a adicionar. Michael pegando vários caras, Spartan e Angel envoltos na implicância infinita, Spartan zoando a Juanita da cantina, Clare sempre tentando ser alguém parcial, afastando as pessoas de brigas desnecessárias, Kelly dando puxões de orelha em Michael quando ele faz ou fala algo que não deveria, ou seja, quase sempre. Os rivais também estão a mesma coisa. Minha colega de quarto louca, Lola, continua com suas maluquices inexplicáveis. Jou, ainda é aquele menino brigão, que não aguenta perder uma luta e odeia novatos. Wave ainda é o mesmo desequilibrado, misterioso sem remorsos, que acha que gosto dele.

E esse é só mais um dia normal aqui na base, sendo eu.

Enquanto contava isso tudo para vocês, Spartan, Angel, Clare, Michael, Kelly, Ren e eu chegamos na fila do refeitório.

—É hoje o dia! - Comento animada para o Ren, enquanto pego arroz com feijão e coloco no meu prato.

—Claro, como é possível que um de nós esqueçamos!? - Ele está sorrindo, com as pupilas de seus olhos mudando para que examine melhor a comida disponível hoje. - Nem consegui dormir pensando em como seria o dia de hoje.

—Não dormiu!? - Exclamo, surpresa com tamanha animação de meu amigo. - Mas, assim como é que você vai fazer aquilo? Não é melhor pedir para adiar?

—Óbvio que não! Todos estão contando conosco! Não posso decepcioná-los, é por isso que tomei muita cafeína hoje de manhã. E no lugar de água, coloquei café na minha garrafa hoje! Não tem como não ficar acordado! - Estamos nos aproximando da área de bebidas, e nossos pratos já estão praticamente prontos.

—Ren, caramba! O que você está fazendo consigo mesmo!? - Meu tom passa de preocupação para raiva. Como ele consegue fazer isso com si próprio!? O que ele espera!?

—Ficando acordado, ué. - Isso tudo explica como ele estava agitado durante a aula. O garoto estica a mão para pegar o café que sobrou do café da manhã, na parte de bebidas, mas eu rapidamente bloqueio a mão dele.

—Se você beber mais café, vai ter um troço. Melhor tomar um suco de maracujá para se acalmar um pouco.

—Não! Não posso seu um inútil! Preciso ficar acordado! - Ele tenta ainda assim pegar a bebida do mau, e eu o bloqueio de novo.

Dessa vez, o encaro com cara feia. Não sei ao certo o que ele achou disso, por causa da hiperatividade em que o estado mental dele se encontra, mas dessa vez, pega uma latinha de coca-cola.

—Pronto, Helen, sem café. Está feliz? - Ele parece ter desanimado um pouco, mas é difícil dizer, por causa da situação.

—Estou. É muito melhor assim. - Respondo satisfeita, pegando um suco de melancia.

E, como já era de se esperar, o Spartan está implicando com a Juanita. Agora, parece estar recitando uma poesia para ela:

“O tempo passa rapidão

Novos rebeldes chegam

Antigos rebeldes se vão

Mas uma coisa nunca muda

É a Tia Juanita

Que desde que a base foi fundada

Está aqui servindo marmita”

—Ora, seu moleque imprestável! Como deixam uma pessoa como você trabalhar cuidando dos feridos!? - Juanita a cada dia aguenta menos as brincadeiras que ele sempre faz com ela.

—Bom, pelo menos não vou virar um fóssil que lava pratos que nem você! - Dito isso, Spartan correu com a bandeja dele para a mesa, antes que ela batesse com a concha na cabeça dele.

Chego lá depois de todo mundo. Como sempre, o clima aqui é bem agradável e descontraído, principalmente hoje. Você deve estar agora bem curioso para saber o que tem hoje de tão especial. Calma, que a hora já vai chegar. Por enquanto, estou contando como foi o almoço.

—Coitada da Senhora Martinez. Sei como é isso de ser zoada pelo Spartan. - Angel comenta, enquanto põe uma garfada de comida na boca.

—Quem é Senhora Martinez? - Pergunto, me sentando na mesa, ao lado de Ren. O resto também parece estar com a mesma dúvida, menos a Kelly.

—Gente, Martinez é o sobrenome da Juanita. Ninguém além de mim aqui sabia disso!?

—Ah, então por que você não falou Juanita logo!? Ô mulher para complicar as coisas, viu!? - Spartan implica com ela, e a mesma dá a cotovelada rotineira em seu braço.

—Ela tem o nome completo no crachá, só não vê quem não quer. - Kelly concorda com a Angel.

—Bem, mudando de assunto, é hoje o grande dia, não é? - Clare pergunta olhando para mim e para o Ren.

—Espero que não se importem, mas vou levar o Joshua para ficar comigo na chegada de vocês. - E, como também é rotineiro, a Kelly deu um puxão de orelha no Michael. - Ai! O que foi que eu fiz agora!?

—Fica aí chamando caras para ficar, até em um dos dias mais importantes por aqui! - Kelly responde chateada para ele.

—Não, está tudo bem! Nós estamos super animados para hora chegar! - Falo, demonstrando a maior animação possível. O Ren ao meu lado, não precisa nem tentar, já está uma pilha de nervos, bebendo goles longos do refrigerante.

—Estou vendo, o Ren está até bebendo coca-cola. - Angel sorri para nós dois.

—Mas, o que tem a coca-cola e a animação dele? - Clare parece não estar entendendo do que ela está falando, tanto quanto eu.

—A coca-cola tem cafeína na composição. - Angel conta, como se isso fosse óbvio. Ren, ao meu lado fecha os olhos, já sabendo o que vou fazer.

—Espera aí, você disse cafeína? - Pergunto, braba.

—Disse sim.

—Renny Hierro! Você me enganou! - Empurro o braço dele e bebo a coca-cola que ainda tem na lata, para que ele não faça isso.

Está na hora. O momento mais esperado do dia! Eu e o Ren estamos na ala proibida, na sala mais afastada de todas. A sala da cerimônia.

A sala da cerimônia é parecida com a de interrogatório, só que de tamanho médio. Paredes brancas circulares, sem janelas. Uma mesa está em nossa frente, com um aparelho grande em cima. 4 Espécies de Joystick estão conectados a ele, dos quais eu e Ren seguramos, um em cada mão, enquanto estamos sentados em duas cadeiras na frente da mesa. Atrás dela estão os 5 líderes da base.

O Édson Murray, ao qual já estou acostumada, está na ponta mais à esquerda. Ao lado dele, está o Takeshi Tanaka, do Antigo Japão, é o homem mais sério que já vi em toda a minha vida, usa óculos por cima de olhos bem puxados e com olheiras típicas da meia-idade, e o cabelo preto se esparrama pela cabeça. Ao meio, mas não mais importante, está a Geovanna Moore, do Antigo Estados Unidos, tem um olhar infantil e meigo, principalmente com seu rabo de cavalo, que as menininhas daqui normalmente usam, com seus cachos transparecendo bem mais abaixo. À direita, temos o Zaire Khumalo, da Antiga África do Sul, apresenta um ar imponente e autoritário, mas algumas vezes pode-se encontrar o esboço de um sorriso nesse rosto que a primeira vista parece ser inatingível. E, por último, mas não menos importante, está a Nerida Rush, da Antiga Austrália, a mais velha entre os 5, não aparece muito para o pessoal da base, dizem que seu estado de saúde é instável, apesar de não parecer somente olhando para ela. A única coisa em comum entre todos eles, é que todos tem de 40 para cima.

Esse é o teste final, onde iremos responder mais algumas perguntas com o detector de mentiras, e passaremos de novatos para veteranos, e depois, teremos que provar de alguma forma que somos verdadeiros rebeldes. Segundo Clare e Spartan, cada um chegaria mais para frente e colocaria-nos em situações onde teríamos que demonstrar nossa lealdade para a causa

Depois de passarmos por uma série de perguntas sobre nossas vidas e sermos testados das mais diversas formas, chega a hora da última pergunta, feita agora pelo Senhor Murray, representando todos os outros:

—Vocês devem saber que, além daqueles cidadãos normais que eram contra a formação da nova forma de governo, alguns políticos, que eram próximos ou não dos estudiosos da Escola Mentes Brilhantes, eram contra isso, e vieram para a base também. Infelizmente, nem todos puderam vir para cá, e nossa missão é rastrear os descendentes deles ou todos que também pensam como a gente. Vocês concordam com todas as ideias e nunca seriam capazes de se unir aqueles que são contra elas?

—Nunca! - Ren e eu falamos com firmeza ao mesmo tempo.

—Tem certeza? - Ele está obviamente tentando esconder uma expressão decepcionada. Mas, por que isso, se o detector de mentiras não apitou?

—Sim. - Ren responde antes do que eu.

—Absoluta. - Confirmo minha resposta também.

—Então, declaramos que passaram neste momento, de novato a veterano, e agora são integrantes oficiais da base. Podem fazer sua demonstração de confiança. - Ele se afasta, esperando o que preparamos.

Nos levantamos e fomos mais para frente. Eu falo primeiro:

—Senhores, o que planejamos para dar nosso voto é um pouco diferente...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu falei no começo, o capítulo é mais para mostrar o avanço e contar história. No próximo, vai ter a conclusão desse planejamento louco deles para demonstrar a lealdade.
Aliás, prestem atenção na Escola Mentes Brilhantes. Já que não sou nada discreta e não sei guardar segredo direito, vou logo avisando que vai ser muito importante. Provavelmente, no futuro, quando terminar esta, vou fazer uma outra história interativa, em que se passará nela. Para mostrar melhor como foi a formação desse universo de agora, então fiquem ligados!
Até a próxima! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anti Sociedade - Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.