A Peregrina escrita por Bleumer


Capítulo 31
Sob a Floresta


Notas iniciais do capítulo

Olá, amigo leitor, venha, sente e deixe-me contar uma história...


(Quero agradecer a BliK e Pandora pelas recomendações. Vocês nem imaginam a surpresa que foi entrar no Nyah e ver que tinha ganhado recomendações tão incríveis. Vocês duas são demais! Podem ter certeza que vou lembrar de vocês duas até o fim da fic e além. Capítulo dedicado a vocês.)

(Notas finais importantes)



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*Narrativa em Primeira Pessoa*

Por algum tempo cavalguei junto com Legolas e os demais, o silêncio foi nosso companheiro. Ao chegarmos ao local onde os orcs estavam mortos... Bom, aquilo tinha sido uma carnificina. Não tinha outra forma de descrever essa cena, a terra estava manchada pelo sangue negro desses monstros imundos, uma fogueira que era alimentada pelos corpos destruídos dos orcs era a responsável pela fumaça negra que subia pelos céus. O cheiro era horrível, cheiro de carne podre sendo queimada. Existia tanta violência, morte e uma aura maligna no lugar que eu senti como se minha alma se agitasse para sair dali. Aquele era um ambiente profanado e a Luz que habitava em mim parecia bater de frente com aquela maldade.

_Não vejo sinal dos pequenos... - Legolas disse ao meu lado, logo depois desceu do cavalo e eu segui seu exemplo.

Por alguns momentos procuramos qualquer pista dos hobbits em meio aquela destruição. Gimli escavava a pilha de mortos atrás de uma pista até que puxou algo... Pequeno e retorcido pelo fogo.

_É um dos pequenos cintos deles. - O anão disse e em sua voz só existia tristeza pela certeza da morte de Merry e Pippin e aquilo gerou uma onda de desespero em todos. Eu vi a pouca esperança que estava presente nos olhos da Sociedade ir embora.

De repente ao meu lado ouvi um grito... Um grito de dor... Quando olhei vi Aragorn no chão, gritando contra o céu. Aquilo partiu meu coração. Isso não devia acontecer. Não podia acontecer. Não posso perder mais ninguém. Merry e Pippin tem que estar vivos. Eles precisam estar vivos.

Me abaixei no chão, em frente a Aragorn e o abracei sem me importar com mais nada. O guardião me olhou surpreso, mas não me afastou, na verdade me abraçou de volta, como se também precisasse daquele abraço. Encostei minha testa contra a sua e olhei dentro dos seus olhos azuis e sussurrei.

_Aragorn, você é nosso líder. Não deixe o desespero tomar seu coração. Lute! Lady Galadriel disse que a Sociedade estava por um fio... Você é esse fio que mantem todos unidos! Não vou permitir que esse fio seja partido. Confie em mim da mesma forma que confio em você. Eu sinto que Merry e Pippin estão vivos! Então vamos continuar procurando por eles... Lidere-nos!

O humano me olhou como se nunca tivesse me visto, como se fosse um cego olhando para o Sol pela primeira vez.

_Agradeço aos céus por você estar conosco. Você realmente é a luz que ilumina nosso caminho sombrio. Legolas tem razão em dizer que você arrasta as pessoas para dentro do seu olhar, pois no seu olhar só ha luz, Peregrina. - Aragorn me disse tudo isso com tanta certeza e firmeza que era impossível duvidar de suas palavras. Eu estava mais do que satisfeita em ser o farol que guia a todos, mas mesmo assim eu ainda iria perguntar para Legolas que história é essa de eu arrastar pessoas pelo olhar. Bom, eu posso ser um farol para todos, mas ainda sou um farol curioso se é que isso faz sentido.

Depois de nos separarmos do abraço Aragorn olhou para o chão e sua atenção foi presa por algo. Até que o guardião notou que existia algo de diferente ali e começou a narrar... Narrar como se estivesse vendo uma trilha em meio aquilo tudo.

_Um hobbit deitou aqui e o outro... Eles rastejaram... Tinham as mãos atadas... A corda foi cortada... Eles correram aqui... Foram seguidos... Foram para longe da batalha, rumo a floresta de Fangorn. - À medida que ia contando o que tinha acontecido Aragorn ia andando e nós o seguindo até que chegamos ao pé de uma floresta.

_Fangorn? O que deu neles para irem até lá?! - Gimli exclamou do lado de Aragorn. Eu não conhecia a geografia da Terra-Média, mas parece que aquele lugar não era um dos mais agradáveis.

_Vamos logo. Os pequenos podem estar precisando no nosso auxílio! - Disse e quase corri para entrar na floresta quando a mão de Legolas segurou meu braço.

_Calma. Essa não é uma simples floresta. - Legolas falou enquanto me olhava sério nos olhos e apertava levemente meu braço para dar ênfase em suas palavras.

_Fiquem todos juntos! - Aragorn ordenou e depois entrou na floresta, sendo seguido de perto por todos. Devo dizer que Legolas estava muito perto de mim, perto demais.

_Elfo, se você ficar tão perto assim vai acabar tropeçando em mim! - Resmunguei para Legolas que estava literalmente colado no meu braço.

_Não vou tropeçar. - Ele respondeu sério e eu revirei os olhos. Antes que eu pudesse resmungar mais alguma coisa, Gimli chamou nossa atenção. O anão tinha achado algum tipo de líquido pegajoso em um arbusto e o provou.

_Gimli! Não coma isso! - Exclamei inutilmente porque ele já tinha provado e na mesma hora cuspiu fora, como se fosse veneno.

_Sangue de orc.

Estremeci só de pensar em provar aquilo, mas depois percebi algo... Uma energia estranha estava no ar... Calafrios subiam e desciam pelo meu corpo me causando uma sensação péssima. Ao longe ouvi Aragorn falando algo sobre algumas pegadas com Gimli, mas parecia distante demais a voz dos dois. Era como se meu corpo estivesse ficando dormente. Apertei minha mão contra meu coração... Respirar parecia cada vez mais trabalhoso. Sussurrei para Legolas.

_O ar é muito carregado aqui... Você pode sentir isso...? - Minha voz saiu baixa por causa do esforço em respirar. Era como se algo estivesse me sugando.

_Eu posso sentir... Essa floresta é velha. - O elfo falava sem me olhar, apenas olhava para as árvores que me sufocavam. - Muito velha. Repleta de memórias e de ódio.

Como se respondendo um chamado, as árvores começaram a ranger... Parecia um lamento de dor. Olhei para os lados, mas não vi nada, eu não conseguia sentir os meus elementos da Terra ou do Ar nessa floresta. Aquilo não era bom. Reequipei Sora e vi que Gimli pegou se machado.

_As árvores estão falando umas com as outras! - Legolas afirmou ao meu lado e virou os olhos para mim. - Bleumer?! O que houve? Esta pálida! -Sua voz soou alarmada e ele tentou me tomar nos braços, mas eu recusei.

_Não é nada. - Me abaixei no chão e encostei a mão na terra fria e a chamei... Nada. Nenhum um sinal. Essa Terra não me respondia. Levantei-me com um pouco de dificuldade e tentei chamar o Ar... Nada. Meus elementos não me respondiam, mas ao tentar invocar o Ar... Ouvi sussurros levados pelo vento... Palavras maldosas e carregadas com tanto ódio que aquilo por si só já feria minha Luz. Arfei com tanta negatividade que existia ali e teria caído no chão se não fosse Legolas me segurando.

_Bleumer?!

_Eu não posso sentir... Não sinto meus elementos... Essa floresta está sugando minha Luz. Aqui eu não tenho poder. - Respondi enquanto tentava me estabilizar, ficar sem meus poderes era uma sensação assustadora... E trazia lembranças tão amargas envolvendo Nabeel quanto essa floresta.

_Gimli! Abaixe seu machado! E Legolas cuide de Peregrina. Esse lugar faz mal a ela. - O guardião comandou, mas isso nem era necessário, pois Legolas já estava totalmente preocupado comigo.

_Elas têm sentimentos, meu amigo... Os elfos que começaram isso. Acordando as árvores e ensinando-as a falar, mas isso foi ha muitas eras. - Legolas explicou para Gimli, que ainda estava desconfiado de entrar cada vez mais na floresta, e depois virou suas orbes azuis para mim, Legolas acariciou meu rosto e sussurrou. - Eu vou protegê-la não se preocupe, minha Bleumer.

_Como se eu quisesse proteção... - Respondi fracamente em desafio, mesmo dizendo isso permiti que Legolas segurasse minha mão. Eu sou mesmo contraditória. - Como essa energia não afeta você?

_Não afeta porque não estou lutando contra ela. Não lute contra a floresta, deixe que ela lhe der tudo o que tem... Essa floresta não é essencialmente má, ela se tornou assim. - Legolas respondeu calmamente enquanto fazia carinho na minha mão e me guiava por entre as raízes no chão, seguindo Aragorn e Gimli.

_Você tem razão... Essa é a famosa sabedoria élfica que ouvi falar? - Provoquei o elfo, mas por dentro eu tinha levado a sério seu concelho. Parei de ver aquela floresta como algo totalmente maligno, como se fosse uma ameaça a minha Luz e aos poucos meu desconforto foi aliviando.

_Segunda vez que diz que tenho razão. Acho que estou me tornando mais sábios aos seus olhos. - O elfo falou enquanto sorria. Incrível como Legolas ainda pode me dar esse sorriso convencido mesmo nas piores situações.

_Árvores falantes. O que árvores têm para falar? A não ser a consistência das fezes dos esquilos! - Gimli resmungou e por eu estar melhor pude achar graça do seu comentário. Eu ia abrir a boca para falar com o anão, quando senti uma energia poderosíssima perto. Muito perto.

Olhei para Legolas na mesma hora e ele balançou a cabeça, ainda olhando para além das árvores. Ele tinha visto essa presença e eu tinha sentido.

_Aragorn, ha alguma coisa lá!

_Algo poderoso. - Completei a fala do elfo.

_O que você está vendo, Legolas? - O humano perguntou.

_O Mago Branco se aproxima... - Legolas respondeu enquanto pegava uma flecha a armava no arco. Gimli empunhou seu machado e Aragorn tirou parcialmente sua espada da bainha. Eu já estava com Sora na mão.

_Não deixem que ele fale. Lançará um feitiço sobre nós. Precisamos ser rápidos! - Aragorn murmurou para nós. Voltei a sentir raiva desse maldito mago branco. Ele devia ser bom! Devia ser Luz! E tinha sido corrompido pelas Trevas.

Eu queria destruí-lo.

Ao sentir essa presença se aproximado de nós... Algo estava estranho. Era uma energia muito forte que eu sentia, mas não era má como eu achei que fosse. Era calorosa... Uma energia familiar... Antes que eu tivesse tempo de pensar em mais alguma coisa todos atacaram ao mesmo tempo a figura que apareceu na nossa frente.

Uma luz indescritível se fez presente e eu tive que fechar os olhos ou ficaria cega. Senti que aquilo era errado. Não devíamos estar atacando essa pessoa, mas todas as armas lançadas foram repelidas.

Pela cena na minha frente, eu devia atacar a figura misteriosa e proteger a Sociedade... Mas aquilo não parecia certo. Eu não conseguia levantar meu punho com Sora para agredir aquela pessoa. Além do que meu desconforto sumiu completamente com a chegada dessa pessoa.

_Vocês estão seguindo as pegadas de dois jovens hobbits. - O homem a nossa frente disse... Sua voz soou como a de Erick enquanto contava sobre o Jardim de Cristal... Era uma voz antiga, que parecia ter transcendido o próprio tempo. Mas algo naquela voz também era familiar...

_Onde eles estão? - Aragorn disse enquanto dava um passo à frente, em desafio.

_Eles passaram por aqui, no dia anterior a ontem. Eles encontraram alguém que não esperavam. Isso lhe traz conforto? - O homem quis saber, sua voz era paciente.

_Quem é você que se esconde atrás dessa luz? Mostre-se! - Gimli exigiu furioso, parecia que estava pronto para pular em cima da figura misteriosa.

Então veio. Eu soube quem era. Antes de se mostrar eu já sabia quem era. Aquela sensação familiar e bondosa, aquela paciência e modo de falar... Só pertenciam a uma pessoa. Uma pessoa que aprendi a amar, uma pessoa que eu senti falta, uma pessoa que eu confiei. Aquele que achei que estava morto e voltou. E agora estava na minha frente. Antes de seu rosto ser revelado eu avancei com os braços abertos em busca de um abraço que há muito sentia falta.

_Gandalf! - Sem ligar para nada, abracei o senhor na minha frente. Ele estava vivo!

_Gandalf? Era como costumavam me chamar. Gandalf, o Cinzento. Esse era meu nome. - O mago disse e me abraçou de volta, havia tanto amor naquele abraço que quase lágrimas vieram aos meus olhos.

_Perdoe-me. Eu o confundi com Saruman. - O elfo falou e me surpreendeu quando se ajoelhou perante Gandalf. Rolei os olhos, Legolas era tão formal às vezes... Porque ele simplesmente não vinha aqui dar um abraço no nosso velho amigo? Homens... Vai entender...

_Eu sou Saruman. Ou melhor, Saruman como ele devia ter sido. - Gandalf disse com uma voz calma, como se comentasse do tempo. Eu me separei dele e o olhei sem entender. Que história é essa?

_Você caiu! - Aragorn disse e eu concordei com a cabeça. Todos tinham visto o mago morrer... Não tínhamos?

_Através de fogo e água! Da masmorra mais profunda ao pico mais alto, eu lutei contra o Balrog de Morgoth. Até que finalmente derrotei meu inimigo e deixei sua ruína ao pé da montanha. A escuridão me tomou. E eu me desprendi de pensamento e tempo. Estrelas rodavam acima de mim e cada dia era longo como uma vida inteira na Terra. Mas não era o fim! Eu senti vida dentro de mim mais uma vez. Eu voltei, até que minha missão esteja concluída... - O mago nos explicou. À medida que falava eu quase podia imaginar a luta e como fora sua volta. Ergui minha cabeça e olhei bem para os olhos do mago... Parecia que milênios moraram ali, como se os olhos de Gandalf fosse uma morada do próprio Tempo. Se o Viajante tivesse uma forma física, imagino que seus olhos seriam daquela forma. Eternos e sábios.

_Não entendo... - Gimli resmungou enquanto ainda olhava desconfiado para tudo.

_Eu sou Gandalf, o Branco e eu volto para você agora, na virada da maré. - Gandalf respondeu e aquela parecia ser toda a explicação que daria. Então imediatamente começou a andar e nós o seguimos pela floresta que agora não me fazia mais mal, pois Gandalf estava perto de mim.

_Uma etapa da sua jornada terminou e outra começa. Nós devemos viajar para Edolas o mais rápido possível! - Gandalf ordenou e até andou mais rápido, como se quisesse mostrar a urgência de suas palavras. Mas ao ouvir que uma parte da jornada tinha acabado... Eu senti que aquilo era verdade em meu coração. Como não poderia ser? Frodo e Sam tinham ido sozinhos a Mordor. Boromir tinha morrido. Aquilo realmente tinha sido o final de um capítulo dessa história, um final bem doloroso.

_Edolas? Isso fica muito longe! - O anão criticou. Eu não fazia ideia de onde ficava esse lugar. Sério, eu precisava de um mapa da Terra-Média... Talvez Legolas possa me ensinar à localização de tudo...

_Nós ouvimos dos problemas em Rohan. O rei não está bem. - Aragorn informou.

_Sim e não será facilmente curado, mas precisamos ir! - Gandalf afirmou e manteve o ritmo acelerado. Para um velhinho, ele era bem ágil.

_Então nós corremos todo esse tempo para nada. Nós vamos deixar aqueles dois pobres hobbits aqui, neste lugar repugnante, sombrio, úmido e infestado de árvores? - Mais uma vez o mestre anão reclamou. Não podia culpa-lo, afinal tínhamos mesmo corrido um longo caminho por causa dos pequenos e esse caminho foi especialmente sofrido para Gimli e um pouco para mim também.

E o anão por falar mal das árvores pareceu desperta-las, pois logo depois ouvimos rangidos e gemidos vindo da floresta adentro. Na mesma hora Gimli deu um pulo pelo susto e tratou de consertar o que dizia e eu vi de relance Legolas sorrir com as palavras atrapalhadas do anão.

_Eu quero dizer encantador! Encantadora floresta... Muito bela!

_Foi mais que mero acaso que trouxe Merry e Pippin para Fangorn! Um grande poder tem dormido aqui por muitos longos anos. A vinda de Merry e Pippin será como a queda de pequenas pedras, que inicia uma avalanche nas montanhas. - O mago disse sem se virar e ao longe eu já podia ver a saída da floresta. Mas meu coração estava pesado.

_Gandalf, não quero abandonar os pequenos! Não posso! Eu desejo voltar e continuar procurando por eles. -Tentei soar firme, afinal como eu poderia deixar para trás dois pequeninos? Mas o mago apenas virou-se para mim, colocou a mão no meu ombro e disse.

_Não, Peregrina. Merry e Pippin tem uma missão, quer você goste ou não. Eles devem seguir e não estarão sozinhos. Você deve continuar conosco. Confie na força dos hobbits. - A voz do mago transmitia tanta certeza que foi impossível não concordar, mesmo eu ainda temendo pela vida dos meus pequenos amigos.

_Em uma coisa você não mudou, querido amigo. Você ainda fala em enigmas. - Ouvi Aragorn dizendo a Gandalf, que sorriu como se concordasse.

_Uma coisa está para acontecer que não acontece desde os tempos antigos. Os Ents vão acordar e descobrir que são fortes.

_Fortes? Como árvores podem ser fortes?! - Gimli desafiou e em resposta as árvores em nossa volta rangeram e apareceram se fechar um pouco a nossa volta. Rapidamente o anão disse. - Quer dizer, claro que são fortes! Muito fortes! Mas forte que todos os elfos!

_Então parem com suas lamúrias, mestre anão e Anja. Merry e Pippin estão bem seguros. Aliás, bem mais seguros do que vocês estão para se tornar! - O mago nós disse e eu me calei. Gandalf como sempre tinha razão.

_Este novo Gandalf é mais ranzinza que o outro. - Gimli murmurou e eu dei um sorrisinho. Mas vi que o anão ainda estava preocupado com aquela situação então tive uma ideia.

_Mestre anão, você me ofereceria seu braço? Estou assustada com essa floresta! - Tentei fazer uma cena de mulherzinha frágil, até tentei soar delicada. Talvez assim Gimli mantivesse sua atenção em mim e não na floresta ou nos pequenos. Pelo canto do olho vi que Legolas tentava segurar o riso. Elfo maldito. Ok, talvez minha atuação não tenha sido das melhores, mas eu só queria distrair Gimli.

_Mas é claro! Um anão sempre protege uma dama! - E de fato Gimli me ofereceu o braço, ficou um pouco estranho já que eu era mais alta que ele, mas tudo bem. A intenção de Gimli era verdadeira. - Não se preocupe com essa floresta! Enquanto eu estiver aqui nada lhe acontecerá!

Ouvi um barulho que parecia um engasgo baixinho e quando olhei era Legolas tentando a todo custo segurar o riso. Por sorte a audição de Gimli não era tão apurada quando a minha ou toda essa estratégia não serviria de nada.

Finalmente chegamos à saída da floresta e eu pude respirar fundo e ver o céu novamente. Usei minha concentração e senti que podia controlar os elementos de novo. O alívio me invadiu. Até que ouvi Gandalf assobiando e momentos depois um cavalo branco surgiu pela planície trotando ao nosso encontro.

_Esse é um dos Mearas. A menos que meus olhos estejam enganados por algum feitiço. - Legolas disse ao meu lado, não sabia do que ele falava, mas parecia ser algo importante tamanha admiração existia na voz do elfo. Mas uma coisa eu podia dizer, era um cavalo magnífico.

_Scadufax. Ele é o senhor de todos os cavalos e tem sido meu amigo durante momentos de muitos perigos. - Gandalf explicou enquanto alisava o pelo do animal. Logo depois o montou e disse. - Nós devemos ir. Pois uma guerra está prestes a alcançar todos nós!

Aragorn, Gimli, Legolas e eu nos entreolhamos e concordamos com a cabeça. Pegamos os cavalos que ainda estavam nos esperando e em poucos minutos estávamos cavalgando atrás de Gandalf, O Branco.

Nosso destino era Edolas, a dias de viagem, mas pelo menos dessa vez tínhamos cavalos e poderíamos fazer paradas. Então não seria tão ruim assim. Cavalgamos o resto do dia até o cair da noite. Quando as estrelas brilhavam no céu foi que paramos para comer algo de verdade. Eu estava faminta e com saudades da comida de Sam.

Depois de algumas horas já tínhamos arrumado o acampamento improvisado e eu estava sentada perto da fogueira com Legolas de um lado e Gimli do outro. Mais a frente Aragorn e Gandalf conversavam. Gimli tinha acabado de contar uma história quando de repente eu senti um choque atravessando meu braço.

Arfei levemente de dor e surpresa.

_Bleumer?! - Legolas na mesma hora me chamou preocupado, o tom da sua voz alertou o guardião e o mago, logo ambos estavam juntos de mim.

_Uma mensagem de Pandora... - Sussurrei em choque quando olhei para meu bracelete e vi uma luz piscar. Alguém queria abrir comunicação comigo!

Todos me olharam ansiosos, ha essa altura Gandalf já estava informado de tudo o que tinha acontecido na Sociedade durante sua ausência, inclusive sobre o que tinha acontecido em Pandora.

Sem pensar em mais nada apertei um botão no bracelete e um quadrado de luz tomou forma na minha frente. A imagem estava ruim, oscilando toda hora e eu não podia ver quem estava do outro lado. Ao meu redor ouvi Gimli, Aragorn e Gandalf arfando de surpresa ao ver aquilo. Afinal era a primeira vez que eles veem algo assim. O único que já tinha testemunhado a tecnologia de Pandora fora Legolas.

A imagem ficou nítida e reconheci o rosto de Molly, minha amiga e Alquimista. Nessa hora todos arfaram, mas dessa vez de susto e eu arfei juntos com eles. Uma mão gélida pareceria apertar meu coração tamanho o susto que levei ao ver a imagem de Molly.

Não não não não não... !

Meus olhos se arregalaram e minha garganta fechou. Aquilo não podia ser real. Molly não podia estar daquele jeito. Aquilo era um pesadelo!


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Notas finais do capítulo

Olá! o/

*O que será que Bleumer quis dizer com a falta de poderes e Nabeel? Estão as duas coisas relacionadas? hihihi :3
*E esse final! O que será que houve com Molly? Finalmente vamos saber o que aconteceu em Pandora?
*Deixem seus comentários! Adoro saber a opinião de vocês.

*Chegamos em 14 recomendações! Mais uma e eu posto um conto especial para vocês! Então vamos lá! Ajudem. :3
*Ah, a fic está com um número grande de acompanhamentos, mas poucos favoritos se formos comparar os dois. Então se você ler A Peregrina e gosta, vá lá favoritar. :D

*Gente, vou deixar o link para uma outra fic que eu estou escrevendo em parceria. Espero ver todos vocês lá! http://fanfiction.com.br/historia/624828/Contos_da_Terra-Media/

*Imagem meramente ilustrativa e editada pela minha beta.

Até logo! Beijo de Luz do Viajante!



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