*Narrativa em Terceira Pessoa*

Algumas horas já tinham passado desde o treinamento, Bleumer contara a todos que conseguiu libertar sua Segunda Origem. Erick já recebera os primeiros socorros da outra Anja e agora dormia pesadamente, uma bomba poderia destruir o reino e ele não acordaria. Todo o processo para libertar o poder de Bleumer tinha exigido demais de Erick, mas ele estava mais do que satisfeito do que fez.

Já Peregrina não se sentia cansada depois do treinamento, na verdade ela estava agitada com toda a nova energia que corria pelo seu corpo. Agitada e orgulhosa. Legolas era outro que estava igualmente orgulhoso da Anja.

Todos conversavam quando Haldir entrou no espaço reservado à Sociedade.

_Peregrina. - Ele a chamou.

Na mesma hora a garota levantou e foi até lá, curiosa. O que seria agora? Será que alguém ficou bravo pela bagunça que ela e Erick tinham feito no treinamento...?

_Olha, a gente não queria ter destruído nada e nem ter feiro tanto barulho. Sério mesmo. Peço desculpas e...

_Do que está falando? Eu vim aqui entregar isso. – Haldir a interrompeu e apresentou um envelope para ela.

_O que é isso? - Bleumer pegou o papel e abriu, mas estava tudo escrito em élfico. Ela não entendia.

_Isso é a forma pela qual você vai me recompensar. Lembra-se que eu disse que pensaria em algo? Então agora você me deve uma dança. Compareça e dance comigo. Isso é tudo. - Da mesma forma abrupta que Haldir chegou, ele foi embora sem dizer mais nada. Apenas deixando Peregrina em pé, confusa, e com um papel nas mãos.

_O que é isso? - Legolas levantou logo depois, chegou junto dela e esticou o pescoço para ver.

_Não sei... Seja útil e traduza isso, elfo.

Legolas pegou o papel e leu, logo depois franziu as sobrancelhas. Ele estava um pouco surpreso com isso.

_É um convite para um baile que acontecerá amanhã. Lady Galadriel e Lorde Celeborn querem abençoar nossa partida no outro dia.

_Um baile?! - Peregrina puxou o papel de volta e ficou o olhando, como se esperasse que por mágica as palavras contidas ali ganhassem um significado para ela. - Isso é sério? Quer dizer, até eu fui... Convida? Não é um erro?

_Claro que você foi convidada, você faz parte da Sociedade. Até Erick foi convidado também. Qual o problema? Você não quer ir? - A voz de Legolas era suave. Afinal, ele próprio queria ir a esse tal baile e quem sabe ter a chance de dançar com Bleumer...

_É que... - Peregrina olhou para os lados, como se averiguasse se alguém ouvia, e fez um gesto com a mão, pedindo silenciosamente que Legolas se abaixasse até a altura dela. O elfo, mesmo sem entender, se inclinou na direção da Anja. Peregrina apoiou as mãos no ombro dele e ficou nas pontas dos pés. Sussurrou baixinho no seu ouvido, como quem conta um segredo. - Eu nunca fui em um baile... Não sei como me portar.

O elfo sentiu um arrepio passando pelo corpo com a aproximação de Bleumer... Tudo nela parecia ter sido feito para enfeitiçar ele... Seu perfume o enlouquecia... Sua voz doce sussurrada ao pé do seu ouvido... Seu pequeno corpo perto do seu... Sua timidez ao dizer que nunca tinha ido a um baile... A expressão constrangida que ela fazia ao confidenciar isso... Tudo. Bleumer era inebriante.

Ele teve que se controlar para não beija-la agora mesmo. Não, não agiria pelo impulso. Não se deixaria levar pelo momento. Dessa vez não.

_Não tem nenhum motivo para se envergonhar. É apenas uma festa e se serve de alivio, eu ficarei ao seu lado a noite toda, se assim você o desejar. - Cada palavra tinha uma nota de sinceridade. Legolas sorria enquanto falava e não pode evitar de passar a mão pelo rosto um pouco corado de Peregrina.

_Eu desejo isso... - Ela falou baixo. Na verdade, estava feliz por ter Legolas perto de si. Mas algo lhe ocorreu. - Espera ai... Pelo Viajante! Haldir disse que eu dançaria uma música com ele! - O pânico tomou conta da garota. E agora? Peregrina não sabia dançar direito, nunca precisou dessa habilidade especial antes e agora um elfo, que parecia fazer parte das criaturas mais elegantes que ela já conhecera, a tinha convidado para uma dança! Oh... Isso seria humilhante.

_Não deixarei que você dance com Haldir e nem com outro homem. Não se preocupe. - Legolas garantiu.

_O que...?! Quem você pensa que é para me dizer o que fazer ou não? Você não tem direito sobre mim! Pois agora vou dançar sim com Haldir! Na verdade, vou dançar com todos os elfos daqui! - Peregrina estufou o peito e encarou Legolas de modo firme.

Aquele elfo era um idiota mesmo! Desde quando decide as coisas por ela?!

_O q-que?! Mas você não parecia disposta a conceder essa dança a Haldir! Então eu pensei que se eu não deixasse nenhum homem chegar perto, você ficaria satisfeita! - O elfo não entendia mais nada. Uma hora Peregrina era doce e na outra se transformava em uma fera. Qual o problema daquela mulher?!

_Mas isso não te da o direito de decidir por mim! - Peregrina precisava ficar na ponta dos pés para chegar perto da altura de Legolas e mesmo assim ele continuava mais alto.

_Eu não a compreendo! Você é louca! - O elfo passou as mãos pelos cabelos, tentando manter a calma.

_E você tem cabelo de mulher! - Bleumer gritou de volta. Com o rosto vermelho de raiva. Ela louca?! Justo ela?! Bleumer era um poço de juízo e responsabilidade, apenas aquele elfo idiota que não via isso!

_Cabelo de mulher... - Gimli estava passando por trás dos dois e ouviu o final da discussão. Nem é preciso dizer que o anão começou a rir descontroladamente da cara do elfo.

_Pela última vez, eu não tenho cabelo de mulher! - Legolas já estava completamente irritado. Só mesmo Peregrina para conseguir esse feito, nem sua paciência adquirida através de séculos era capaz de durar mais que 10 minutos quando Bleumer decidia ser teimosa.

_É até sensível como uma mulher... - Gimli continuava a tirar sarro de Legolas. Lógico que aquilo só enfurecia mais o elfo. O que ele precisava fazer para ganhar um pouco de respeito, hein?! Era o que ele pensava.

_Idiota! - A garota falou uma última vez carregando a palavra com sua raiva, depois empurrou o envolve com o convite para Legolas e deu as costas para o arqueiro. Já estava farta daquilo.

Elfo idiota.

Legolas por sua vez, grunhiu de frustração. Aquela mulher era simplesmente impossível! E louca! Além de teimosa! E orgulhosa! Tudo era tão complicado quando se tratava dela! Por fim, ele ignorou as provocações de Gimli e foi para perto de Aragorn.

_O que houve, amigo? Parece irritado. - O guardião disse enquanto dava um trago no seu pequeno cachimbo.

_Peregrina. - O elfo só disse uma única palavra e Aragorn entendeu tudo. Claro, devia ter adivinhado que a única que podia deixar Legolas assim era a viajante de cabelos brancos.

_Vejo que está tendo problemas com mulheres... Nessa caso, uma mulher em específico. Gostaria de poder aconselha-lo melhor sobre isso, mas eu próprio não sei o que fazer com relação ao meus problemas. - Aragorn parecia perdido em pensamentos enquanto falava, provavelmente pensando em Arwen.

_É tão confuso. Peregrina às vezes parece ter afeição por mim e outras vezes acho que me odeia. Ela é doce e feroz no mesmo instante. Uma hora eu sinto uma paz incrível perto dela e em outra hora a única coisa que ela faz é me irritar. Além de dizer que tenho cabelo de mulher. - O elfo parecia preso no seu monólogo. Enquanto isso Aragorn tentava não rir da aflição do amigo, embora fosse engraçado ver o grande Legolas a mercê de uma mulher.

_Legolas, amigo... Sinto que seu coração está muito conturbado. Se acalme, não é do seu feitio ser assim. Reflita.

_Desde que ela chegou... Tudo parece ter mudado dentro de mim. Eu não sei mais o que é do meu feitio... Eu sempre achei que os olhos de Peregrina eram iguais ao mar e que uma hora eles iriam me arrastar, e então eu me afogaria. – Depois de ter desabafado isso foi que Legolas tomou consciência de que estava revelando muito sobre si... Mas ele estava tão confuso com tudo. Aragorn era a melhor pessoa que podia ouvi-lo, além dele confiar plenamente no guardião.

_Acho que a questão é... Você quer se afogar no mar que é a Peregrina? - Como sempre, Aragorn fora sábio e perspicaz na sua pergunta.

Ao ouvir a pergunta do outro homem, Legolas parou e refletiu. Ouviu seu coração e mente. Ele queria se afogar? Queria perder todo o ar por Bleumer? Queria entrar naquele mar imprevisível?

Sim. Sim era a única resposta que lhe vinha a mente. Como nunca tinha notado isso? Bleumer já tirara todo o seu ar e continuava fazendo isso dia após dia, não existia razão para respirar se não existisse ela para tirar seu fôlego. Do que adiantava uma vida imortal? Se o que mais importava não eram as vezes que respirou, mas sim as vezes que perdeu o fôlego.

Fora isso, Legolas sabia no seu intimo que já estava dentro desse mar imprevisível. Desde o dia que vira Bleumer pela primeira vez. Desde o instante que os olhos dos dois se encontraram e o tempo pareceu parar. Desde aquele momento ele já estava a deriva nesse mar.

_Sim, eu quero. Por algumas coisas vale a pena se afogar. - Legolas por fim respondeu e em troca seu amigo apenas sorriu de leve, como se soubesse que era aquela resposta que o elfo daria.

_Sabe, certa vez Peregrina me disse que amar é destruir e ser amado é ser destruído. Você entende o que quero dizer? Não sei pelo que aquela garota já passou, mas tenho certeza que não foi boa coisa, por isso ela tem tanto temor de amar. O que quero dizer é que acho que Peregrina nunca vai dizer primeiro o que sente por você. Você que precisa fazer isso e o quanto antes. Erick parece bem disposto a ganhar o coração dela e logo ela notará isso também.

_Eu sei... Estou esperando o melhor momento para dizer isso. Na verdade, creio que já sei quando posso falar com ela. - Um pequeno sorriso se fez presente no rosto do elfo ao falar. Sim, agora ele já sabia o momento perfeito para se confessar.

Apenas torcia que fosse antes que Erick fizesse qualquer coisa.

Aragorn apenas assentiu. Um silêncio confortável se alojou no local, mas logo Legolas o quebrou e entregou o envelope para o guardião.

_Recebemos esse convite. Haverá um baile amanhã. Todos os detalhes estão escritos no papel. Repasse para os outros, eu vou procurar Peregrina.

_Tudo bem. - Aragorn olhou em volta e viu Erick dormindo espalhado pela cama improvisada, Gimli estava um pouco longe, resmungando sobre algo, Sam dormia e Merry também. Frodo estava apenas deitado imerso em pensamentos e Pippin comia. - Mas onde está Boromir? Você o viu?

Legolas também olhou em volta e sentiu o corpo gelar. Boromir tinha sumido... E Peregrina também. Desde o que tinha acontecido na floresta há quatro noites, quando Boromir tinha se esgueirado para perto de Peregrina enquanto ela dormia, Legolas não confiava em deixar o filho de Gondor sozinho com Bleumer. Mas agora os dois tinham sumido.

Como se guiado por uma força superior, o elfo sentiu no fundo do seu coração que Boromir tinha ido atrás de Bleumer. E que ela estava em perigo.

O arqueiro saiu correndo em disparada pela direção que tinha visto Peregrina pela ultima vez. Deixando para trás Aragorn que o olhava confuso.

Enquanto a procurava Legolas só tinha um pensamento.

Por favor, que ela esteja bem.

Em um corredor qualquer do reino, Peregrina vagava sem rumo certo. Ainda estava um pouco irritada com Legolas e preocupada com o baile. Não é como se ela nunca tivesse ido a uma festa... Afinal Pandora também tinha suas comemorações, mas as festas do seu mundo eram bem diferentes das festas que pareciam ocorrer aqui. E de fato ela nunca tinha ido a um baile de verdade.

Mesmo perdida em pensamentos, Bleumer ouviu a aproximação de alguém, eram passos pesados demais para ser de um elfo. Ela olhou para trás e esperou a pessoa aparecer na sua vista. Por fim, era Boromir que parecia caminhar na direção dela. Bleumer deu dois passos para o lado, para liberar o espaço e o homem passar por ela, mas Boromir simplesmente parou na sua frente.

_Se me permite, gostaria de falar com você. - A voz dele era neutra, não revelava nada demais.

_Sim? - Peregrina estava mais do que confusa. Tudo aquilo era estranho, Boromir não conversava com ela há tempos. Mas quem sabe ele não estivesse disposto a ser seu amigo? Com esse pensamento em mente Bleumer se alegrou.

_O que o outro Anjo falou sobre esse tal lugar... Cheio de luz e bondade, o Jardim de Cristal... É verdade?

_Sim... Acredito em Erick. O lugar existe.

_Eu poderia ir até lá? - Os olhos de Boromir agora brilhavam. Era um brilho bom, um brilho que desde que saíram de Valfenda não podia ser visto nos olhos dele. Peregrina pode perceber como o filho de Gondor queria vislumbrar o Jardim. Mas infelizmente ela não tinha uma resposta positiva para dar.

_Não... Apenas quem carrega a Luz do Viajante aguentaria usar o Portal dos Saltadores e chegar até lá. Um humano não pode entrar no Jardim, foi isso que Erick disse.

_Ora, por favor, eu estou lhe pedindo! Você disse que libertou um poder misterioso e ainda diz que não tem como me levar até lá?! Eu quero ver esse lugar de paz! Eu preciso dessa paz! Me conceda isso! - Todo aquele brilho bondoso tinha sumido dos olhos de Boromir. Agora só existia um brilho, o pior de todos, o brilho da loucura. O mesmo olhar que estava estampado no rosto de Nabeel agora também estava no rosto de Boromir.

Por dentro o humano sentia como se uma garra maligna apertasse seu coração e desde que colocou seus pés nesse maldito reino élfico essa garra só parecia apertar mais forte.

Sussurros carregados de crueldade sempre estavam na mente dele. A maioria o incentivava a fazer coisas imensurável com Bleumer ou Frodo.

Peregrina estava assustada, Boromir parecia uma réplica pálida de Nabeel. E se isso fosse verdade, o homem poderia fazer as mesmas atrocidades que seu comandante fazia. Automaticamente a Anja se afastou dele até encostar na parede atrás de si.

_Me d-desculpe, mas eu realmente não posso fazer nada sobre isso. Não tenho como leva-lo até lá. Eu mesma nunca fui ao Jardim, não sei como entrar nele. - A voz da Anja acabou vacilando um pouco.

_Você é inútil! Desde que apareceu está trazendo desgraças para todos! Pensa que eu não vejo? Você semeia a discórdia entre a Sociedade! Você ri do meu sofrimento! - Boromir agora estava em cima da Anja, gritando a poucos centímetros do rosto dela. Sua voz tinha tanta maldade que isso por si só já manchava a Anja. Seus olhos giravam loucos nas orbes.

Embora Peregrina fosse muito mais forte que o homem desvairado na sua frente, ela não conseguia mover o corpo. Estava paralisada. Boromir estava parecido demais com Nabeel... E Peregrina sempre tremia de pânico diante seu comandante.

_Afaste-se dela!– Legolas surgiu correndo e pulou na direção de Boromir. O elfo empurrou o homem para longe de Bleumer, a força do seu empurrão foi tanta que o humano chocou-se contra a parede contrária do corredor. Em instantes Legolas já estava postado na frente de Bleumer. A protegendo.

Boromir levantou-se cambaleando um pouco. Olhou bem na direção dos dois e depois rumou para longe, se perdendo pelos corredores e sendo consumido pela maldade do Um Anel.

Legolas virou-se para Peregrina e surpreendeu-se quando ela lançou os braços em sua volta e o abraçou firmemente. Ele pode perceber como o pequeno corpo da Anja tremia de medo. Bleumer estava demostrando sua fraqueza para Legolas por confiar nele.

_O que ele fez? Ele a tocou? - A voz de Legolas saiu entrecortada. O elfo tentava a todo custo controlar a fúria que rugia dentro de si. Ele lembrava bem de como Boromir tinha olhado com cobiça para o corpo de Peregrina enquanto essa dormia. Se por acaso o humano tivesse ousado tocar na sua Bleumer, se tivesse ousado macular a pureza da mulher que amava... Legolas o mataria sem piedade.

_Ele só me disse palavras carregadas de veneno. - Bleumer ainda estava um pouco assustada. Mas ter os braços de Legolas em volta de si a acalmava mais que qualquer coisa.

_Vamos voltar para perto dos outros. - Legolas passava a mão carinhosamente pelos cabelos sedosos de Bleumer, a tranquilizando.

_Certo... Mas me prometa que não vai contar sobre isso para ninguém.

_Eu devo informar a Aragorn.

_Não! Se Aragorn souber sobre isso pode trazer problemas para Boromir. E se Erick souber, tenho certeza que vai querer matar ele. Isso não pode acontecer! - Peregrina ainda estava nos braços de Legolas, ela estava agarrada a camisa dele. Seus olhos imploravam que o elfo não dissesse nada.

E mais uma vez Legolas se surpreendeu com a bondade do coração dela. Mesmo depois de tudo que Boromir havia feito, ela ainda estava preocupada com a segurança dele. Mesmo cercada pela maldade, Bleumer permanecia boa, como uma flor da mais pura cor de branco no meio de um mar vermelho de sangue.

Legolas a abraçou mais uma vez antes de soltar.

_Prometo que não vou contar para ninguém. Mas peço que essa noite durma perto de mim. Não quero deixa-la sozinha, então me permita descansar ao meu lado. - A voz de Legolas era tão gentil. No seu pedido não tinha nenhuma nota de malícia ou algo parecido. Ele realmente só queria cuidar de Peregrina.

_Tudo bem. - Ela assentiu com a cabeça. Logo depois o elfo tomou sua mão e voltaram ao lugar de descanso da Sociedade.

Ao chegar lá, todos já estavam dormindo, mas Boromir não estava em nenhum lugar a vista. Melhor assim.

Peregrina arrumou sua cama improvisada e deitou-se, então Legolas arrumou seu local de descanso e o colocou ao lado da Anja. Mesmo que ele não precisasse dormir de fato, queria ficar perto dela. Esticou sua mão e de novo segurou a mão de Bleumer.

No meio do escuro e da calmaria que antecede o sono, Peregrina sussurrou o mais baixo que pode, mas sabia que Legolas ouviria.

_Obrigada... Legolas. - Então fechou os olhos e se deixou embalar pelo sono.

_Sempre estarei aqui, minha Anja do Destino. - O elfo sussurrou igualmente baixo. Não soube dizer que Bleumer tinha ouvido ou não. E se ouviu, não se manifestou.

Legolas fechou os olhos e entrou em estado profundo de meditação.

Aquela dia estava terminando, amanhã seria o dia do grande baile, mas Peregrina deixou para pensar nisso só quando despertasse.

Naquela noite eu não tinha como saber o que aconteceria depois, não tinha como antever os eventos futuros. Talvez se eu tivesse contado para Aragorn o que aconteceu com Boromir, o destino de todos fosse diferente. Talvez ele não tivesse morrido. Apenas sei que a dúvida é algo que irei carregar para sempre e além...