Carlos estava namorando. Era oficial. Por incrível que pareça Alicia tinha aceitado e parecia feliz com isso. Embora fugisse da compreensão de Hugo o porque dela ter aceitado. Mas ele já conseguia ver umas melhorias no amigo, continuava o fofoqueiro e intrometido de sempre, porém Alicia o estava moldando para um nível Carlos mais contido de ser.

O problema do novo relacionamento de Carlos com Alicia era que, ele passava mais tempo com ela. E ficava cada dia mais difícil não ficar mais caidinho por ela. Hugo estava indo de mal a pior. Atenas conseguia ficar mais irresistível a cada dia e ele continua a achar que estavam desperdiçando férias maravilhosas, onde podiam estar juntos, sem mal se falarem.

Claro, eram educados quando se encontravam, em geral ele estava nervoso demais para conseguir falar algo coerente, pelo menos interessante, que não fizesse parecer um idiota travadão, como na primeira vez que se falaram, ele continuava cometendo o mesmo erro. Simplesmente não conseguia pensar em algo bom para dizer e ferrava com tudo.

Entretanto, tinham as aulas de skate em alguns dias. Claro que sempre acompanhados dos amigos, não era como se os dois marcassem algo. Não era um encontro. Em geral, eles aproveitavam quando Carlos perseguia a namorada e o arrastava, nesses momentos, já que estavam por lá eles treinavam um pouco, e na opinião dele, ela já estava ótima, o que era chato, sem mais ajuda para subir e andar na prancha, ou quase quedas salvas por ele. Estava sendo um pouco decepcionante no final as aulas. E ele sabia que, a partir do momento que ela realmente ficasse confiante em cima da prancha as aulas acabariam e não seria mais necessário sua ajuda e assim adeus o pouco de convivência que tinha com ela.

Sobre os quadros. Isabella tinha parado de cita-los, segundo ela, ainda estavam no quadro, mas as meninas não pareciam mais implicar sobre. Talvez, na opinião da irmã, elas estivessem torcendo por Hugo e não citando o rapaz do quadro fazia com que Atena não se lembrasse dele. Bom, pelo menos até a faculdade voltar. Eles ainda iriam passar pelo natal e ano novo, mas assim que essas datas passassem o tempo voaria.

— Hey, H. — cumprimentou um animado Carlos. Desde que começara a namorar ele não conseguia evitar parecer sempre muito feliz.

— Hey. — resmungou, os olhos focados na tv que zapeava sem nada assistir realmente. Não estava em seu melhor dia. Estava sem camisa, o cabelo bagunçado e com cara de sono. Sem contar a cueca samba canção com estampas com símbolos do Batman.

— Você ainda está de pijama, Bella não te disse? — indagou confuso.

— O quê?

— Que o pessoal estava vindo para cá. Íamos fazer uma maratona de vídeo-game. — explicou. — Na verdade o pessoal esta para chegar.

— Por que sempre sou o ultimo a saber? — indagou exasperado. — E quem inventou isso?

— Bom, Isabella e eu conversamos e achamos que você e Atena não estão indo a lugar nenhum, estamos decidimos a dar uma força e isso quer dizer, forçar vocês a ficarem mais tempo juntos. — deu de ombros.

— Hugo! Por que não colocou uma roupa? — indagou sua irmã com um tom sobressaltado da porta, quando o rapaz olhou para porta deparou-se com mais cinco pares de olhos encarando-o.

Sem dizer nada, apenas bufando um pouco, acenou discretamente enquanto se dirigia para seu quarto. Nem morto que iria para aquela sala. Pensou enquanto pegava uma bermuda no armário e uma blusa limpa.

— Sabe H, meio que curti essa nova estratégia. — elogiou Carlos invadindo o quarto. — Mostrar seus atributos para a menina ficar atordoada é uma boa, acho que ela vai passar um tempo pensando nisso. — sorriu malicioso.

— O que quer dizer com isso?

— Bom, levando em conta a cara afetada com que Atena o olhou e como ela continuou o comendo com os olhos até você sumir no corredor. Congrants bro, acho que se você aparecer nu na próxima, ela te ataca.

— Cala a boca, Carlos.

[...]

Emburrado Hugo bebericava seu refrigerante enquanto observava os outros confraternizarem e se divertirem. Estava sem vontade, com um mal humor infernal e louco sobre Atena. Ela estava linda em sua opinião, com aquele sorriso brincalhão nos lábios vermelhos. Toda vez que ela sorria ele tinha vontade de se levantar e arrasta-la para o quarto, onde com privacidade poderia beija-la o quanto quisesse.

Estava tão distraído pensando nisso que nem a notou sentando no braço da poltrona em que estava.

— Olá, Hugo. — murmurou.

— Atena. — falou baixinho, não querendo chamar atenção dos outros para os dois. Toda vez que se aproximavam eles paravam o que estivessem fazendo para observar seus movimentos. Era irritante.

— Desculpa por mais cedo.

— O que exatamente? — perguntou confuso.

— Por termos invadido sua casa. Você parecia não saber que chegaríamos. — corou, os olhos encarando o topo da sua cabeça.

— Bom, realmente não imaginava que vocês viriam, mas eu realmente não fiquei chateado por me verem de cueca. — corou também.

— Acho que porque não tem do que se envergonhar, você estava ótimo, — seu rosto corado ficou mais vermelho e ela arregalou os olhos, como se não esperasse ser tão sincera — quero dizer, porque ter vergonha, pessoas que tem bom corpo, não, não é isso, ai Deus, você não tem porque se envergonhar porque ...

— Por que? — por mais que estivesse amando a fala atrapalhada dela, não gostava de deixa-la desconfortável, mas não pode evitar incentiva-la. O que talvez fosse um erro, porém estava tão esperançoso para que algo saísse dali.

— Er, esquece. — levantou-se em um salto e ainda corada caminhou até os amigos tentando se sentar o mais distante possível de onde ele estava, e claro, não olhar em sua direção.

— O que foi tudo isso? — indagou Carlos, um pouco confuso.

Hugo não sabia muito bem, mas ao que parecia, Atena tinha acabado de perder o filtro e confessar que o achava bonito. E ele estava adorando.