Garota Ideal escrita por T Freitas


Capítulo 10
Suave, H.


Notas iniciais do capítulo

Bom, último capítulo pronto, tenho que produzir mais. =P O que anda difícil, parece que toda minha inspiração foi para o espaço e no final, não adiantou nada ter metade dos caps prontos.
Espero que gostem da continuação do capítulo anterior, aquelas que leram.



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O filme tinha sido mediano — era interessante, mas já tinha visto melhores. Ele tinha assistido-o entendiado. Nem as garotas na sua frente abriram a boca, talvez a mais medrosa tenha soltado uma pequena exclamação, mas não foi mais que um arquejo.

Atena permaneceu ao seu lado e o mais distante possível. Provavelmente, ainda com medo da forma que ele agiu. Nas várias vezes que olhou para ela, estava com toda a atenção voltada para tela, e, às vezes, cochichava algo com Breno, que, na metade do filme, tinha colocado os braços no ombro dela. Isso o deixou completamente louco de ciúmes. Ele que devia estar abraçando-a durante o filme, não aquele idiota que antes estava abraçado Alicia.

Consternado, seguiu o grupo para a praça de alimentação. Os mais novos discutiam como o filme tinha sido, duas das meninas tinham declarado que tinham tido um pouco de medo, enquanto os outros três zombavam delas. O outro grupinho de amigos discutia, como críticos experientes de cinema, sobre a fotografia, os efeitos especiais, a trilha sonora e os atores. Pelo menos os outros tentavam fazer comentários objetivos; Giulia tentava ressaltar a cada minuto em como a única coisa que temeu no filme inteiro foi que o personagem "super gato" fosse morto, o que desencadeou uma conversa sobre a escolha do elenco.

Carlos tentava, baixinho, puxar assunto com Alicia, que sorria e assentia, ainda tentando acompanhar a conversa dos amigos. Atena, algumas vezes, desviou os olhos na direção de Hugo, e, quando era pega, rapidamente voltava à conversa, tentando disfarçar. Eram esses poucos momentos que o deixavam exultante. Bom, agora ela sabia a que pé estavam — era difícil não notar sendo que ele a encarava a cada oportunidade. Em algum momento estaria tomando uma dura do irmão mais novo dela, de tão na cara que estava seu interesse.

Optaram por uma pizza e ocuparam uma mesa grande. Ele não sabia dizer se era simples conspiração de todos ou acaso, quando ele sentou de frente para ela.

Breno tinha um sorrisinho sacana enquanto o olhava da outra ponta da mesa — ele ainda estava focado em atrapalhar Carlos e Alicia, mas também observava Hugo atentamente, querendo saber se teria que agir contra ele em breve. Se Breno não pudesse interferir, Giulia cuidaria disso por ele. No entanto, ela não parecia interessada em afastar Atena dele, ficava fazendo perguntas e sorrindo sugestiva para os dois.

Atena, entretanto, limitava a sua atenção ao prato.

Com o fim da noite, as mães das meninas vieram buscá-las e o pai de Atena, a eles. Sua mãe provavelmente tinha pedido para dar uma carona aos três. Carlos rapidamente gritou que iria na frente, querendo fugir do aperto, mas Hugo não pôde deixar de notar a piscadela que ele lançou.

Hugo, mais uma vez, estaria próximo dela, forçando-a de alguma forma a interagir com ele. Ares e Isabella se espremeram um ao lado do outro e conversaram sobre o filme. Tentando deixar um bom espaço para Atena, Hugo se espremeu contra a janela, meio de lado, enquanto a garota sentou um pouco mais para frente, buscando deixá-lo confortável. Ele, no entanto, podia sentir o calor do corpo dela, e isso estava começando a deixá-lo louco.

Naquele momento era a última atitude esperada, não com o pai dela dirigindo.

No final, quando chegaram ao elevador, apenas Ares e Isabella se despediram.

Atena dedicou um pequeno sorriso e um abraço a Isabella. Hugo recebeu somente um olhar sério.

Ele suspirou, vendo o elevador fechar com os três do outro lado. Nada estava saindo como o esperado, isso era certo.

— Suave, H. — criticou Carlos. — Você não toma jeito.

— Acho que meu querido irmão não pode ser considerado um galanteador. — Isabella, petulante, completou.

— Não mesmo.

— Vocês dois poderiam parar de encher o saco? — rosnou irritado, cruzando o corredor rapidamente assim que o elevador parou em seu andar.

Os dois intrometidos mordiam os seus calcanhares enquanto o seguiam de perto.

— Primeiro ele encara a garota como se ela fosse a última coca-cola do deserto... — disse Isabella.

— Mas isso é de se esperar, já que ele estava surpreso por finalmente confirmar que ela era a garota por quem esteve a fim no semestre passado.

— Não creio. — exclamou a menor. — Eu sabia que os dois eram perfeitos um para o outro, mas nunca imaginei que fosse algo desse tipo. É o destino. — suspirou.

— Você esquece do ponto em que ela gosta de outro cara. — murmurou, depois de destrancar a porta de casa e passar por ela.

— Um cara de quem ela não quer mais falar. — lembrou.

— Também não quis falar mais dela, nem por isso a esqueci. — confessou a contragosto.

— Olha para o nosso garoto, little Bells, confessando seus sentimentos mais profundos. — fingiu enxugar uma lágrima.

Hugo se limitou a fazer uma careta, cansado de argumentar.

— Eu acho que você deve lutar por ela.

— E eu, que você anda vendo muito filme romântico. — argumentou, mexendo, frustrado, nos cabelos. Não conseguiria se livrar dos alcoviteiros tão cedo, não enquanto suas opiniões e ideias não acabassem.

— Ah, grande H, com certeza ela te notou hoje. — tentou animá-lo. — Com toda aquela cena, quase esperei um diretor gritar "corta" do fundo, porque foi uma tirada perfeita. Estou pensando até em anotá-la. Quem sabe não posso usar com a minha gata?

— Eu a assustei.

— Você já a chateou antes com aquele seu momento pique-esconde, o que é assustá-la agora?

— Você é um idiota, já te disse?

— Não hoje. — sorriu largamente. — Mas é sempre bom ressaltar.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado. Hugo fofucho, Carlos louco, adoro os dois. Comentem e ajudem assim a me motivar a escrever mais. Porque ta dificil!