Prólogo

O carro movia-se rápido; eu estava cada vez mais próxima de minha nova escola, a mais desejada de Londres: Hogwarts University.

Uma única vaga de Direito no colégio era disputada por oitenta e um estudantes, em média. Meus pais sempre se orgulharam de minha inteligência. Ao saberem que passei em primeiro lugar no concurso, me premiaram com um carrinho prata, meio ultrapassado, mas era o que podiam comprar na época.

Pisei no freio com força ao ver o sinal vermelho. Meu olhar se dirigiu a um parquinho, próximo à rua. Várias crianças brincavam felizes, correndo pela areia molhada. Meus pensamentos vagaram por memórias antigas: um menino ruivo, Weasley, se não me falha a memória. Seu pai, um executivo do Governo Americano, viera para cá como um espião dos USA, encarregado de investigar um caso importante. Desde que ele voltara para seu país natal, nunca mais nos falamos.

Uma buzina vinda do carro de trás me traz de volta à realidade. Piso no acelerador e corro pelas ruas de Londres.

[...]

Ao passar pelo portal enferrujado da Hogwarts University, fecho os olhos com força e obrigo-me a pensar que tudo vai ficar bem. Londres não é tão grande assim, pensei, São apenas alguns meses.

Abro minha bolsa cinza, que fora da minha mãe quando ela estudava, e retiro de lá um papel amassado, que indica que minha primeira aula é de História das Leis, na sala 35.

Dirijo-me a tal sala, indicada por uma placa transparente e entro. Várias carteiras de madeira estão posicionadas em fileiras. Sento-me perto do quadro-negro e tiro de minha bolsa meu caderno e meu estojo. O professor Binns passou uma pesquisa sobre guerras ou algo do tipo, mas meus pensamentos estavam longe, em minha cidade natal, onde, provavelmente, minha mãe derramava lágrimas sobre meu travesseiro.

Quando a aula termina, checo meu horário novamente. Inglês. Seguida por Latim e Conhecimentos Gerais.

Ao ouvir o toque da sineta, checo o papel amassado no fundo de minha mala.

DORMITÓRIO 26 – ZONA F

Corro até meu dormitório. Entro na zona F e me dirijo ao quarto 26. Vejo uma menina sentada na cama inferior de um beliche, no canto do quarto. Ela tem cabelos longos e loiros, com pequenos cachinhos e seus olhos são azuis.

- Você deve ser a aluna nova, sim?

Confirmo com a cabeça. Julgando pela sua expressão, minha cara neste momento deve ser semelhante à de um trasgo.

- Meu nome é Luna. Luna Lovegood. – ela suspira – Você também faz Direito? Parece mais com uma veterinária, na minha opinião. Sabe... eu gosto de animais.

Ela admira o teto branco.

Pode ser loucura, mas acho que essa menina não é a pior coisa que vou ter que enfrentar nessa escola.

No próximo capítulo: “Você não deveria estar na aula, mocinha?” “Vejo que alguém tem problemas com horários. – ela disse, secamente. – Aqui nós não toleramos alunos atrasados”.