A chuva, a lastima e a comemoração. Foram vidas e mais vidas perdidas, famílias inteiras foram destruídas, nem as crianças foram palpadas.

–A batalha foi vencida. Nossos amigos e familiares não foram mortos em vão.

A voz ressoava unanime, ecoando entre destroços de uma batalha rápida e mortal.

–Levantem as mãos meus amigos em respeito aos que foram e em comemoração pela nossa vitória.

Luzes douradas acenderam na escuridão, revelando homens e mulheres que formavam um circulo. No centro quem estava a falar era uma mulher, seus olhos brilhavam como ouro e seus cabelos grudados na face pareciam cicatrizes douradas.

Todos estavam esgotados, seus olhares carregavam pesar e gloria. Todos os inimigos foram mortos e a noite estava silenciosa e escura como se respeitassem as almas perdidas.

E do mais profundo silencio ouviu-se um grito, mas não um grito qualquer, era um bebe. Todos do circulo se entre olharam, e depois do pequeno momento de incredulidade foram em busca da criança.

–É uma garotinha.- alguém gritou.

Uma mulher ruiva de olhos extremamente verdes trazia junto a si um bebe coberto de sangue e sem roupa, que chorava por fome e frio, ela o aconchegou junto a si. Passou a mão sobre o corpo do recém nascido emitindo uma luz dourada clara, a criança se acalmou e adormeceu sorrindo.

–Da onde surgiu esta criança Meredith?-perguntou uma voz na escuridão.

Meredith caminhou levemente até o centro do circulo, a chuva agora estava mais fina e o vento soprava mais forte.

–Achei a pequenina junto ao corpo de Sammar e Henry Parker.

–Dei-me a garota- pediu a mulher que estava no centro lhe esticando os braços.

Assim que a que a pegou, ela sentiu um arrepio pelo corpo, o vento mudou de direção, e a bebe acordou olhando-a.

–Sammar estava gravida de oito meses, a menina é uma sobrevivente.- continuou a mulher em alto e bom som.- E ela já me havia confiado o nome que daria a sua filha. Esta é Kristen Parker.

Como saudação a criança a mulher levantou-a e suas mãos brilhavam dourado , todos do circulo deram as mãos e uma áurea dourada os circundou.

A bruxa que levantara a recém-nascida era Cassandra Blanc, a única que sabia que Sammar Parker carregava em seu ventre um menino.

Era também a única que tinha olhado nos olhos da criança quando havia despertado, e visto que eles não corresponderam com brilho dourado como de costume, os olhos dela tinham um tom prata fosco, que parecia absorver toda luz ao redor.

–Que a luz lhe guie, que os bons caminhos siga e que a paz reine em sua vida.

E em uni som foi repetido as boas vindas a pequena criança.