Era de manhã. Sakura mal tinha dormido. Sentia a cabeça a rebentar e uma enorme dor no coração. Ela olhou para a cama ao lado. Ran ainda dormia. Dormia feita ursa. Nunca fora delicada a dormir. Sakura já sabia como era Ran. E por norma divertia-se muito a ver dormir. Mas naquela manhã ela só queria se afastar de Ran. Só de olhar para ela lhe causava uma dor horrível. Sabia que ela não tinha culpa mas não podia evitar. Sakura se veste rápido e sai do quarto em direcção a sala onde iria tomar o café da manhã.

Ao chegar lá, cruza-se com Lys, e esconde o olhar corando. Sentia vontade de chorar. Sentia vontade de lhe gritar para esquecer Ran e ficar com ela. Queria gritar tudo o que sentia. Nath já estava de prancheta na mão fazendo a chamada para ver quem faltava . Ao ver Sakura, se dirige a ela

– bom dia Sakura

– ´dia

– você está bem? – pergunta preocupado

– sim.. apenas estranhei a cama e dormi mal

– ok… tome o café, vai te fazer bem

– certo

Ela se senta em uma mesa vazia. Lys se senta em frente dela.

– Sakura você está bem?

– não tem nada com isso – responde-lhe agressiva

Lys, ao ver ela lhe responder mal, fica triste. Ela nunca lhe tinha falado assim.

– Sakura… que se passa?? E onde está Ran??

– VAI TOMA NO CU!!! QUER ELA?? VAI ACORDAR ELA!!!

E se levanta saindo derrubando todo mundo na sua frente.

Lys fica estupefacto assim como todos ali presentes

– deixa ela agora – diz Nath – lhe de tempo para se acalmar

–sim eu sei…. Olha você pode ir acordar a Ran? Não sei porque Sakura não acordou ela…

– sim – diz corando – eu vou

Mas não foi necessário, no momento que Nath ia a sair da sala para a acordar, Ran entra toda doida ainda de pijama e toda despenteada.

– gomen!! Eu dormi demais. – diz ela

– …

– que foi??

– Ran…. – diz Nath – você não acha que seria melhor ter trocado de roupa?

Ela tava com um desses pijamas de ovelha bem fofinhos e com carapuço de orelhinhas. Parecia um peluche . Estava não fofa que Nath só quis pegar nela e dormir agarrado a ela. Tava fofa demais.

Todos começam a rir coaçando de Ran e ela se preparava para fugir mas Nath lhe agarra o braço.

– calem a boca já!!!!! – grita Nath

Todos o olham

– porque?? – pergunta um aluno – ela é ridícula

– você vai engolir seus dentes. Não admito bulying – rosna Kentin

– e ela e minha amiga por isso se calem – diz Armin

– galera – diz Nath – Ran gosta de animes … é otaku, e desastrada, entra em modo hanyan facilmente mas ao menos ela é verdadeira a si própria! Não tem medo nem vergonha de mostrar quem é e do que gosta! Aposto que todos vocês que se riem de Ran, tem algum “guilty pleasure” ( guilty pleasure é uma expressão usada para um “segredo embaraçoso”, coisas que adoramos mas temos vergonha de contar. Por ex ser adulto e ver desenhos, ter colecção de pelúcias etc etc?).voces são é covardes! Ela é assim e é por isso que tem o encanto que tem. Além de que não tenho qualquer duvida que Ran vai ser uma excelente enfermeira. Ela já é excelente pessoa coisa que vocês nunca serão!

E lhes vira costas puxando Ran pela mão.

– n nossa Nath – diz Ran corada – não precisava não ne?

– precisava sim! Já há muito que tava enchendo disso

– mas

Nath para e se vira para Ran

– escuta, você tem algo que é raro. Você não tem medo de ser quem e! não tem medo de seus sentimentos! Nunca mude isso!!

– eu não ligo pros outros… Apenas ou ignoro ou vou embora

– mas você nem comeu ainda! E estava indo embora.

– não me queria chatear logo pela manhã

Nath lhe sorri

– venha, vamos tomar o café.. Na outra sala com o dono dessa casa

– esta bem – sorri Ran – vou chamar Sakura para ir connosco

– não… ela hoje está de mau humor. Eu já te conto o que aconteceu

Eles vão tomar o café com o senhor. Eles riem muito. E o homem, que considerava Nath como um filho, observa os 2 jovens. Sentiu se como um pai orgulhoso. Nath tinha encontrado a felicidade. E pelo que via, a garota também lhe retribuía os sentimentos. Nath bem merecia, a vida dele em casa não era anda fácil.

Ran pede licença e sai da cozinha. Iria procurar Sakura e a encontrou no quarto ouvindo musica

– sakura …

– que quer??

– que se passa com você?

– você não tem nada pra me contar? – pergunta Sakura agressivamente

Ran, pensando que ela se referia ao Nath a ter defendido e terem tomado o café juntos, fica nervosa

–escuta… não é o que você pensa

– uma ova! Olha Ran, eu quero ficar sozinha

– ok… eu vou para biblioteca..

– está bem

Sakura não queria discutir com Ran. Ela não conseguia detestar ela. Adorava Ran.

…

A noite chega e é hora da prova de coragem.

Os pares foram tirados a sorte. Calhou Armin com Kentin, Alexys com Castiel, Sakura com Lys e Ran com Nath

Sakura e Lys ficaram nervosos. Sakura porque pensa que Lys namora Ran e Lys porque acha que seu sentimento não é correspondido.

Ran também se sentia nervosa! Lutava contra seus sentimentos por Nath. Sua melhor amiga amava aquele garoto e embora achasse que ela no fundo amava Lys, não se sentia bem!

A prova tem inicio e o objectivo é eles irem pela floresta e encontrar placas escondidas. Uma vez encontradas tem que as levar para o lago e acender uma lanterna de papel, prender a placa com os nomes, e a lançar no céu estrelado.

Todos seguem em direcções diferentes.

Sakura e Lys vão calados até que Sakura para.

– que se passa Sakura? Você hoje não está bem…

– Lys… é a Ran não é?

– oi??

– A garota que você ama… é a Ran

– a Ran??? Mas porque diz isso?

– eu li sua nova musica. Fala de uma garota que está em sua vida faz tempo, que você ama há muito tempo e que vinha nessa viagem. É ela não e? você me podia ter contado

– Sakura seja sincera, você ama o Nath?

– não! Eu o admiro apenas. Confundi tudo

– sabe que o Nath ama a Ran?

– agora que fala nisso, faz sentido sim… e penso que ela o ama. Mas nunca disse por minha causa.. então você não a ama!!

– confia em mim eu não amo a Ran… eu…

E um vento forte que antecipava uma tempestade, impede que Lys acabe a frase

…

– Nath você tem a certeza que é para esse lado?- pergunta Ran

– sim! Eu conheço esse terreno como minhas mãos

– isso e trapaca você sabe ne?

Nath sorri e eles continuam andando

– Ran?

– diga Nath

Nath para e a olha

–escuta Ran, você sabe que eu sai em um encontro com Sakura mas

– sim?

– bem eu….. sabe…..

– OLHA SO! Está nevando!! – diz Ran começando a correr feliz em volta de Nath

Nath olha para o céu e sente os pequenos flocos de neve em sua face. Ele sorri a ver Ran andando e saltitando brincando com a neve

– hanyaaaaaannn – diz Ran vendo a neve

– você gosta mesmo de neve

– sim eu adoro… mas olha que ia a dizer ?

– ah.. . nada não depois eu falo

– certo. Olha… te queria dizer que te admiro muito

– porque? Não tenho nada de especial

– Nath… você tem um olhar doce, mas muito triste. Você sofreu muito com a historia de seu pai… Sei que ele está preso . Não deve ser nada fácil mas quero que saiba que tem aqui uma amiga viu? Não esconda tudo! Te faz mal – diz Ran abrindo um belo sorriso

Nath a olha

– você é boa pessoa Nath….

– como sabe?

– sinto! E quando eu te conheci você não me denunciou. Eu tava ajudando o gatinho. E há um tempo atras pegamos os 2 o maior resfriado porque você me ajudou com aquela gata que teve os bebes. Sabe, ser otaku tem suas vantagens, sei ler a alma da pessoa… Muitos personagens são como você…. Me ocorrem 2. Tem o mesmo olhar que você… Você tem mesmo um bom coração.

– muito obrigada Ran. Mas não sou nada comparado com seu coração. Nunca conheci ninguém tao puro que nem você… quanto a minha situação sabe, eu não vejo maneira de passar. Meu pai preso é mau. Ele voltar pra casa vai ser muito mau também. Acho que vai ser sempre assim sabe?– diz Nath com um olhar perdido

Ran o olha e sente vontade de o abraçar, mas controla-se. Nath sente-se corar com o olhar dela

– Nath – diz Ran com uma voz tão quente que ele nunca lhe tinha ouvido – você sabe o que acontece quando a neve se derrete?

– vira agua?

Ran sorri e o olha nos olhos

– não.. quando a neve se derrete é sinal que a Primavera chegou. Não importa quão duro e frio e longo foi o inverno. A primavera chega sempre!

Nath a olha. Era agora! Aquelas palavras dela trespassaram-lhe a alma e o fizeram pela primeira vez desde sempre, a ter esperança que seu maior problema um dia iria acabar. Nesse preciso momento Nath, teve toda a confirmação que novamente afirmava aquilo que ele já tinha certeza! Ele amava a Ran. Ela era a única pessoa no mundo que com um sorriso e as suas palavras meigas, o acalmava e o fazia sentir se ele mesmo. Fazia seu coração bater com vigor! E aquele jeitinho bobinho dela ser, só o fazia querer abraça-la, ama-la e nunca mais a largar.

– Ran… eu te..

Nath se cala com uma bola de neve que Ran lhe atirou. Ele começa a rir e lhe atira outra e assim brincam até que Nath escorrega e cai em cima de Ran

– Nath, olha te caiu algo de seu bolso do peito – diz Ran – pegando no que sentiu cair em cima de si.

Ela pega e se espanta.

– Nath – diz ela surpresa pegando no objecto que afinal era um lenço – esse lenço…

– sim Ran, foi o que você usou uns meses atrás para me segurar o ferimento… Abra-o..

Ran abre o lenço e dentro tem uma foto dela e de Nath juntos. Era uma foto que tinha sido tirada por Peggy uns tempos antes na faculdade. Na foto eles sorriam felizes.

– Nath…. O que….

Nath continuava em cima dela… Eles se olham olhos nos olhos

– Nath….

– Shh,, Ran…. Eu…

E se beijam. Um beijo meigo e sincero. Ambos sentiam borboletas na barriga. Até que se ouve uma voz ecoando nos altifalantes. Estava informando que a prova tinha sido cancelada pois aproximava-se uma tempestade de neve.

Ran se levanta de repente, derrubando Nath

– Ran, esta tudo bem – diz Nath serenamente

– não! Não esta bem!!! Nos nos beijamos!!

– mas Ran eu te amo! Você sente algo por mim?

– não!! Mesmo que você me ame e eu te queira amar eu não posso. A Sakura….. - diz Ran a tremer

– escuta Ran… você está entendendo tudo mal. Ela… o Lys…

– ela e o Lys ate podem ser o par ideal! Mas agora e desde há uns anos ela ta afim de você!! Eu não a posso magoar

– escuta Ran – diz Nath lhe pegando na mão

– não! Me larga – responde Ran chorando e fugindo dele

– Ran! Volte!! É perigoso!!!

Mas era tarde demais. Ran fugira no momento em que a tempestade começou.

….

continua