Já era noite quando todos estavam sentados à mesa para jantar, menos Maria Marta. Claraíde serve o jantar.
A Marta está passando mal? – Questiona José Alfredo.
Não... – Responde Maria Clara.
Então porque ela ainda não desceu para jantar? Logo ela que é sempre pontual para essas coisas?
Talvez seja porque ela não está em casa. – Diz João Lucas que vinha da sala e se senta à mesa.
Como assim ela não está em casa? – Pergunta José Alfredo.
João Lucas ri, e o Comendador quer saber o motivo da graça:
Não coroa, é que seja a ser engraçado, porque quem sempre fazia essa pergunta era ela: “Como assim o pai de vocês não está em casa.” Pelo visto a dona Marta resolveu viver a vida dela... Já estava na hora, você não acha?
José Alfredo fuzila João Lucas com os olhos, mas resolve não responder e continua jantando.
Enquanto isso Marta está no hotel onde Maurílio está hospedado:
Você tem mesmo que ir? – Pergunta ele com uma voz triste.
Infelizmente sim meu querido... Eu tenho uma família inteira para administrar. Mas não se preocupa, eu volto! – Diz ela que em seguida lhe dá um beijo longo e intenso de despedida.
Maurílio à acompanha até a porta onde se despedem mais uma vez com um selinho carinhoso.
Ao chegar em casa, já tarde da noite, Marta leva um susto ao dar de cara com José Alfredo na sala:
Tá querendo me matar?!?!? – Pergunta ela com a mão sobre o peito.
Isso eu estou querendo faz é tempo, Marta! Eu posso saber onde você estava até essa hora? – Questiona ele.
Não, não pode! Eu não lhe devo satisfações da minha vida, Comendador José Alfredo Medeiros! – Diz ela dando as costas, mas que é puxada pelo braço pelo marido:
Você me deve satisfações a partir do momento em que eu sou seu marido!! – Diz José Alfredo num tom rude segurando o braço de Marta com força.
Me solta que você está me machucando – Marta consegue se soltar – Então quer dizer que agora eu sou SUA MULHER? Se eu me lembro bem, você me diz todos os dias, com todas as letras que somos marido e mulher somente no papel e que nossos corpos estão separados... E sendo assim, eu não lhe devo satisfações do que faço ou deixo de fazer. Boa noite! – Marta deixa Zé falando sozinha e sobe para seu quarto.
No dia seguinte, Zé Alfredo acorda cedo, toma café sozinho na cozinha como sempre fez, e volta para o quarto:
Eu vou descobrir o que a Marta está fazendo, e com quem ela está “fazendo”. – Diz ele sentado sobre a cama.
No fim da tarde, Marta acorda e sai sem tomar café. Zé Alfredo sai logo em seguida e segue a esposa que vai a um restaurante. Zé a vê entrando sozinha e resolve ficar ali, esperando à hora que ela vai sair.
Já é noite quando Marta sai desacompanhada do restaurante, e Zé comenta com ele mesmo:
Não sei onde é que eu estava com a cabeça... Até parece que a Marta seria capaz de me trair. E mesmo que ela tivesse um amante, o quê no que isso me afetaria? Eu não sinto mais nada por ela...
Mas para a surpresa de José Alfredo, um homem vem correndo na direção de Marta e a surpreende com um beijo, ali mesmo, na frente de todos, ele a beija com intensidade. Zé fica paralisado, sem saber como reagir ao ver aquela cena.