Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 7
Big Little Trouble


Notas iniciais do capítulo

Gente, um milhão de desculpas pela demora nas postagens... mas, pelo menos até até junho, elas ficarão bem imprevisíveis mesmo... MAS EU VOU POSTAR, RELAXEM rs
Bom, aí está o novo capítulo.
Boa leitura!



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RONY

Eu estava literalmente já armado quando voltei para casa, após o expediente.

Entrei em casa, limpando os pés no tapete. Empurrei a maleta á minha frente, para abrir a porta, e fechando-a atrás de mim em seguida.

– Rony!

Gina veio correndo me abraçar, sorrindo.

– Opa... boa noite, mana.

– Como passou o dia? – o sorriso dela esmaeceu de tensão – alguma novidade sobre... a reversão?

Engoli em seco.

Kingsley havia me chamado, lá pelas três da tarde, para avisar que ainda não tinham nenhum avanço.

– Não... – suspirei, desanimado – estamos na mesma – varri o ambiente com os olhos, preocupado – onde está Hermione?

– Está com mamãe, na cozinha... tentando aprender a fazer biscoitos – Gina riu, parecendo satisfeita – sabe, não vou ligar se Hermione ficar mais alguns dias assim... ela é absurdamente fofa... a gente se segura para não morder.

Uma risadinha fraca passou por minha garganta. Aquilo era previsível... afinal, Hermione na forma adulta já era, por si só, uma pessoa fascinante. Criança, então...

– Malfoy cuidou dela? – indaguei, sentindo minha admiração se esvair, para dar lugar á desconfiança.

– Por mais chocante que seja, sim – Gina baixou o olhar, aparentando tensão – você só vai acreditar ouvindo.

Nesse exato momento, uma vozinha fina e alegre me chamou.

– Rony!

Meu coração, ainda abalado depois de tantos imprevistos, ainda saltava mais rápido quando ouvia a voz dela... como o de um irmão mais velho, encantado pela caçula.

Eu só morria de medo de que, quando tudo voltasse ao normal, apenas aquilo ficasse dentro de mim.

Aquilo era tão confuso... tão atordoante. Minha cabeça nem conseguia conciliar tudo que acontecia.

Fui até a cozinha, procurando Hermione.

Encontrei-a esticada em cima de uma banqueta, na pia, ao lado de mamãe.

A pequena garotinha virou-se para mim, com os olhos brilhantes de animação, e o rostinho todo sujo de farinha.

– Biscoitinhos! – Hermione ergueu uma bolinha de massa nas mãos – Molly tá me ensinando a fazer, Rony!

– Puxa, que legal – sorri para Hermione, afagando sua cabecinha.

– Boa noite, querido – mamãe também sorriu para mim, indicando a pia com massa – Hermione queria fazer alguns para você... e, bem... do jeito trouxa.

– Nada mal – brinquei – onde estão os outros?

– Seus irmãos foram á apresentação da tese de Carlinhos... Harry está na casa de Andrômeda... – ela piscou – e Malfoy está lá em cima.

Hermione desceu da banqueta, espanando as mãos na pia e indo lava-las na torneira.

– Draco cuidou de mim, Rony – Hermione olhou para mim - ele deu brinquedinhos pra mim brincar... e eu fiz um desenho pra ele! Foi legal!

– Hum... – arregalei os olhos para minha mãe, que também parecia surpresa – que bom...

Hermione franziu o cenho, secando as mãozinhas na toalha e me encarando.

– O Draco é legal, Rony. Por que não gosta dele?

Tudo bem. Com essa, meu queixo caiu.

– Ele é legal? – repeti, incrédulo.

– É sim – ela fungou, com as sobrancelhas vincadas – é feio não gostar das pessoas!

Olhei para Gina, que acabara de entrar na cozinha, e também parecia chocada.

– Acho melhor ir colocar Hermione na cama, filho – mamãe murmurou, tentando aliviar a tensão.

– Ah, Sra. Weasley - Hermione balbuciou – não tô com sono!

– Já está tarde, querida... pode ir... vou assar os biscoitos para amanhã.

Hermione parecia chateadíssima, mas não discutiu. Foi até mim e segurou minha mão, suspirando.

Resolvi não dar mais pano para a manga.

Ainda encarando minha irmã, subi as escadas, com Hermione me ladeando.

Enquanto a segurava, percebi o quanto sua mãozinha parecia minúscula em comparação com a minha.

Levei-a até meu quarto, ajeitando o colchãozinho ao lado da minha cama no piso de madeira, enquanto Hermione se trocava no banheirinho.

Ela voltou, um pouco menos emburrada, vestida com uma camisolinha rosa muito fofa, com florzinhas nas alças.

– Gostei dela – Hermione sorriu, afagando o tecido.

Aquilo me fez recordar lembranças um tanto inadequadas para a situação, da Hermione ainda adulta, com uma camisola muito parecida... mas mil vezes menos infantil. E numa situação mil vezes não-infantil.

Sacudi a cabeça. Aquilo começava a ficar constrangedor.

– Fique quietinha aí – falei, enquanto Hermione deitava no colchão – vou só tomar um banho e já volto pra gente dormir, tá?

– Tá – ela apanhou uma cobertinha e jogou em cima do corpo, ficando apenas com a cabecinha de fora.

Perguntando às Parcas por que aquilo estava acontecendo comigo, fui para o banheiro me trocar.

Demorei mais do que o necessário no banho, talvez com esperança de que a água fria tentasse varrer todo aquele atordoamento dentro de mim.

Quando saí, já de pijama, encontrei Hermione ainda acordada, com os olhinhos fixos em mim.

– Oi.

– Oi? – ri, achando graça – era pra dizer tchau e ir dormir, nanica.

Hermione riu. Uma risadinha gostosa, divertida e infantil, que fez minha garganta dar um nó de carinho e espanto.

Revirei os olhos para mim mesmo. Eu podia fazer isso por um tempo, não podia? Não podia apenas ser como um irmão mais velho para ela, só enquanto estivesse naquela forma, e parar de me preocupar com o como tudo estaria quando voltasse ao que era antes?

Suspirei, decidido. Eu ia me esforçar para isso.

Deitei na cama, bocejando.

– Olha – comentei – tem um ursinho ali no criado-mudo, Hermione... pega pra você dormir...

Ela sorriu, encantadoramente, e apanhou o bicho de pelúcia, apertando=o nos bracinhos miúdos.

– Bigada, Rony.

– De nada – me embrulhei na coberta, apagando a luz do quarto com um aceno da varinha – boa noite.

– Boa noite, Rony.

Assim que tudo escureceu, fiquei esperando o sono me engolir.

Porém, incomumente, eu não conseguia adormecer. Talvez ainda estivesse com a cabeça cheia demais para dormir. Ainda assim, fiquei em silêncio, esperando que ao menos Hermione caísse no sono.

Mas uma movimentação ao lado da minha cama me informou que isso não ia acontecer tão cedo.

Iluminei o quarto outra vez, meus olhos lacrimejando com a luz.

– O que foi?

Hermione parecia insegura.

– Eu não consigo dormir... - estremeci quando a minúscula menina se aproximou, segurando o ursinho que eu lhe dera... os olhos, cor de chocolate, arregalados de inocência infantil - posso ficar com você? Por favor...

Arfei, surpreso.

Minha nossa...

Sem graça, assenti com a cabeça, me afastando na cama para dar espaço á Hermione.

A menininha subiu no colchão, rindo, e se aninhou no canto do travesseiro, de frente para mim.

– Posso apagar a luz?

– Pode sim – a boquinha dela se abriu num bocejo, enquanto abraçava o ursinho.

Escureci o quarto outra vez, um tanto apalermado, sentindo Hermione se arrumar na cama.

Finalmente, depois do que pareceram vários minutos, ouvi um suave ressoar ao meu lado.

Levei a mão até o rostinho dela, afagando sua bochecha.

“Ah, Hermione...”, pensei comigo mesmo, abalado. “Que situação que você nos colocou, garota...”.

Quis aproveitar os poucos minutos que me restavam de consciência para pensar o que diabos Hermione quisera dizer com Draco Malfoy ser uma pessoa legal.

Mas o sono finalmente me acobertou, e eu adormeci, indo para um lugar aonde podia fugir, pelo menos por algumas horas, de toda aquela confusão.


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Notas finais do capítulo

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