Sherlock Holmes e a Expedição Perdida escrita por Carol Stark


Capítulo 3
O crepúsculo da “Hospedaria del Sol”


Notas iniciais do capítulo

E os problemas se iniciam...

Ótima leitura com mais uma pitada de mistérios!!



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Rita despertou e viu que dormira com seu corpo quase que completamente sobre o de Sherlock Holmes que a segurava. Rolou para o lado levando consigo o único lençol que os cobria e espreguiçou-se para em seguida sentar-se na cama e fazer o coque alto, que tanto gostava, em seu cabelo.

Deitou-se novamente com o cotovelo apoiado no colchão e ficou olhando o detetive por alguns segundos alisando seu rosto, afastando seus pequenos fios de cabelo. Porém, sem esperar, viu-se sendo puxada para perto, para mais um beijo inebriante.

Passaram-se alguns segundos e Sherlock a envolvia quando ela afastou-se sem fôlego. O detetive sorriu.

– Esto foi apenas un “buen día”?! – Rita exclamou olhando-o – Vamos. Vamos descer. Watson já deve estar nos esperando. – E do jeito que estava de roupas íntimas, dirigiu-se ao banheiro do quarto.

Sherlock a observou e levantou-se em seguida dizendo:

– Que tal fazermos nosso passeio de barco hoje, querida?

– No, Sherlock! – Rita falou da suíte – Sabes que tenho miedo.

O detetive sorriu:

– Estarei com você, oras! Vamos – insistia ele – Nos fará bem.

Rita colocou a cabeça para fora da porta e com uma expressão de vencida concordou voltando ao banho.

O detetive caminhou até a suíte abrindo a porta e indo ao encontro da espano cigana.

– Sherlock! - Exclamou Rita – No puedes esperar alguns minutos?! – Proferiu com um meio sorriso entre os lábios.

– Não. – Sussurrou o detetive também debaixo do chuveiro – Como você disse, Watson já deve estar nos esperando.

Porém, tais palavras foram seguidas de certa malícia no olhar; o que Rita bem entendia. Holmes roubou-lhe um beijo, quente por sobre aquela água fria. Mas foi uma forte batida na porta que os sobressaltou daqueles devaneios.

Rita, com os olhos semicerrados inquiriu reticente:

– O que quieren?...

– Deixe bater... – Sherlock respondeu igualmente reticente enquanto sentia Rita abrandar-se em seus braços em meio a seus toques.

Mais batidas ecoaram na porta do quarto do casal; mais urgentes e fortes.

– HOLMES! HOLMES! – Era a voz de Watson – TEMOS PROBLEMAS!

E fez-se silêncio.

Rita saía da suíte, enrolando-se no roupão para logo vestir-se.

– Watson? – Sherlock chamou, enquanto também se vestia, sem entender o que poderia estar acontecendo. Guardou uma arma na cintura e faz sinal para Rita se afastar da porta a medida que se aproximava da mesma. Porém, antes que pudesse girar a chave, ouviu-se vários disparos seguidos no andar de baixo entre gritos e passos apressados.

– Por Dios! Como sairemos daqui?! – Rita perguntou mais para si do que para Holmes levando as mãos à boca.

– Tenho que saber o que está acontecendo! Onde está Watson?! – E voltando sua atenção à Rita, continuou:

– Rita, fique aqui e não desça nem em última hipótese, está me ouvindo? Levarei minhas pequenas bombas caseiras e este será nosso sinal. Quando ouvir o estrondo disto aqui, - levantou a mão com a bombinha fabricada por ele próprio – fuja pela janela da suíte e me espere do lado leste da hospedaria. – Holmes falava com urgência e preocupação.

– Cierto. Farei o que dizes, querido. – A voz de Rita pareceu levemente trêmula e também preocupada. - Cuidado! – A expressão da espanhola era de dúvida e aflição.

Holmes ao notar a preocupação da mulher foi até ela beijando-a brevemente antes de descer a procura de Watson e ver o que estaria acontecendo.

***

Ao chegar ao andar de baixo, Sherlock deparou-se com um completo caos. Mesas estavam reviradas e cadeiras quebradas. Algumas pessoas encontravam-se feridas ou mortas e logo Holmes chamou a polícia. O silêncio era profundo e assustador. Todos haviam fugido.

Ou quase todos.

Com um estalido, o detetive virou-se bruscamente com a arma em mãos e viu que alguém caminhava mancando por entre as sombras da hospedaria em sua direção.

– Afaste-se ou atiro! – Arriscou Sherlock. O homem então levantou em suas mãos o que parecia ser uma espada. Uma lustrosa espada já conhecida pelo detetive.

– Ah, caro Watson! – Exclamou com alívio – Mas o que foi tudo isso? O que aconteceu por aqui? Por favor, diga-me tudo.

Com um suspiro e apoiando-se no balcão, Watson começou:

– Bem, Holmes, hoje cedo acordei e desci para juntar-me à você e Rita, mas como ainda não haviam chegado, esperei tomando um bom café e poucos minutos depois...

– Espere. – Holmes pediu ao amigo com a mão espalmada em sua direção enquanto olhava com seriedade para o chão perto da porta de entrada. Em seguida, ele mesmo continuou:

– Minutos depois, meu caro Watson, as pistas me revelam que entrou um homem de estatura média e robusto, com a pisada forte dono de uma bota de couro preto, cano alto e com um pequeno salto quadrado. Esta pegada se destaca por entre as demais que ora são leves ora bem marcadas. Houve muita correria aqui. – Holmes continuou analisando o chão seguindo os passos do dono da bota.

O dr. Watson apenas ouvia as descobertas do amigo admirado por tamanha perspicácia do mesmo. Falou apenas:

– Eu só não duvido de você, Holmes, porque presenciei tudo o que aconteceu aqui. E o homem ainda--

– O homem arrastava uma pessoa com ele tamanha era sua urgência com algo... – Interrompeu-o Sherlock.

– Tão exato como o coração ao bombear o sangue.

– Mas, diga-me: o que tal homem queria Watson? Ele deve ter pronunciado algumas poucas palavras antes de disparar sua arma para o teto como vejo ali. – Sherlock olhava agora, de certo ponto do hall da hospedaria, o teto que se encontrava com algumas marcas de bala.

– No momento em que bati no seu quarto, o homem acabava de entrar arrastando um velho de longos cabelos grisalhos presos em duas tranças que caíam pelos ombros.

– Um índio? – Sherlock inquiriu surpreso. – O que o homem queria com um índio? E por que o ameaçava?

– Isso não me ficou claro... Mas parece que todos aqui ficaram temerosos em ver o velho homem naquela situação. Parecia ser conhecido de todos ou alguém importante...

Sherlock pôs a mão no queixo olhando novamente para o chão sujo e úmido...

...De lama.

– Lama. Argila. Barro. Ainda está úmido... Suponho que tal homem andou por mata adentro durante a noite. – Fez uma pausa - Levando também em consideração a bota de cano alto própria para caçadas ou para longas caminhadas em matas cheias de serpentes...

– Atrás deste indígena? – Watson inquiriu não se importando muito com o que Holmes dizia.

– Justamente, caro Watson. Espere um segundo. Vou buscar Rita. Deixei-a em nosso quarto em segurança. Acredito que mais pessoas preferiram não sair de seus aposentos hoje. – O detetive falou ao ouvir arrastados de pés receosos no andar de cima.

– É... Pelo jeito o medo passou por aqui hoje e o crepúsculo chegou mais cedo na Hospedaria Guaraci. – Watson refletiu pesaroso.

– Sim. O crepúsculo da “Hospedaria del Sol”... – Holmes falou reticente enquanto subia apressado, as escadas ao encontro de sua espanhola.


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Notas finais do capítulo

Como solucionar tal acontecimento? *-* Estão gostando? Espero que sim!!

Os mistérios estão APENAS no início...



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