Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 5
Interesses


Notas iniciais do capítulo

Último capitulo antes de começar a pensar em fazer sentido,
Boa leitura e até semana próxima



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O dia tinha começado frio naquele sábado, o que era estranho já que ainda estavam no fim da primavera. Bonnie se agasalhou o melhor que pode e dirigiu até Mystic Falls. Após uma exaustiva semana de aula retornou para casa, sozinha. Helena teria que ficar no hospital e Caroline... bom, ela estava saindo com um professor de química que era extremamente divertido e um tanto distraído.

One life to live

One love to give

One chance to keep from falling

One heart to break

One soul to take us

Not for sake us

Only one

Only one

Just you and i

Under one sky

One life to live

One love to give

One chance to keep from fall…

Parou de cantar quando notou o homem fazendo sinal para ela dar carona, ele carregava uma mochila na costa e um violão na mão.

– Ei moça, pode me dar uma carona? Por favor.

O tom dele era cansado e o rosto estava queimado pelo sol que o castigava desde muito cedo quando começou a andar. Tinha uma garrafa vazia na outra mão, e parecia prestes a desmaiar.

– Claro, entre.

O homem entrou, fechou os olhos suspirando lentamente quando sentiu o vento do ar frio ventilando seu rosto cansado. Bonnie voltou a dirigir, quando cruzou a placa de entrada de Mystic Falls foi que ela se pronunciou, embora tivesse achado que ele estava dormindo.

– Chegamos em Mystic Falls – disse

– Por que cidades pequenas tem nomes tão estranhos? – perguntou ele ainda de olhos fechados – Não se ofenda, moça, é apenas uma curiosidade minha.

– Não me ofendeu – resmungou Bonnie – Como se chama?

– Él-Lir Q’rey – ele coçou a nuca e sorriu – Um nome estranho também.

Bonnie concordou com a cabeça, de fato era um nome muito estranho.

– E o que veio fazer em Mystic Falls, Q’rey?

– Estou procurando meu grupo. Um grupo de turismo, meus amigos me pegaram uma peça, bebi demais, desmaiei e quando acordei, eles já tinham ido embora. A próxima parada nossa era Mystic Falls, na Virginia. Quando cheguei em Whitmore percebi que não tinha mais grana o bastante para seguir viagem de táxi então resolvi caminhar. No mapa as cidades pareciam mais próximas.

Bonnie não deixou de rir por ele ter caminhado tanto. Mas depois ficou em silêncio, silêncio que se seguiu pelo resto do caminho. Até Bonnie quebrar mais uma vez o silêncio, controlando o incomodo nervosismo na voz.

– Então, Q’rey. Onde pretende ficar?

O homem ao seu lado inclinou a cabeça olhando para fora do caro. Havia poucas pessoas na rua, mas podia sentir as vibrações de todos eles. Então sorriu, estava no lugar certo. Finalmente.

– Almoça comigo? – perguntou se virando para Bonnie – Me deu carona, te pago um almoço, um almoço barato, se não for problema.

A bruxa parou o carro o olhando desconfiada, aquele homem mudava de estranho para muito estranho em uma troca de palavras. Mas ela foi incapaz de dizer não ao seu convite. Meia hora depois – após ela ir para casa se trocar – estavam sentados em um reservado no Grill. Bonnie agradeceu por Tyler estar olhando por ela, pois de repente ela se sentiu frágil ao lado de Él-Lir.

...

– Steven! Steven!

Stefan parou tendo certeza que estavam falando com ele, de fato estavam. A ruiva parou ao lado dele alguns segundos depois, arfando.

– Não gosto de correr – disse ela se recuperando da corrida – Preciso que me faça um favor.

– Favor? A você? – Stefan estreitou os olhos, desconfiado – Por que eu faria um favor á alguém que até onde eu saiba não gosta de vampiros?

– Exatamente por isso, por que você é um vampiro, é mais rápido e mais forte – ela olhou para os pés.

Pegavam fogo.

– Estou ficando sem tempo, tenho um compromisso e já estão me chamando. Preste atenção Steven...

– Stefan

–... pode ficar de olhos neste homem para mim? – ela abriu a mão, como um holograma apareceu a imagem de um estranho – Já vou – reclamou ela quando sua roupa começou a pegar fogo – Ele é perigoso, se chama Él-Lir, ele estava com a Bonnie.

Ela estava em chamas, Stefan se afastou um pouco dela olhando para os lados, mas parecia ser o único á perceber a garota pegando fogo. O vampiro não sabia se devia ajuda-la, mas como ela aparentava tranquilidade resolveu manter-se indiferente e perguntou:

– Se ele é perigoso por que estava com a Bonnie?

– Eu teria perguntando isso, mas não posso chegar dez metros dele sem ser eletrocutada até perder a consciência... Eu já vou Azziah – gritou ela olhando para cima – Apenas fique de olho nele para mim, não vai querer sua amiga Bonnie morta, certo Steven?

“É Stefan” – murmurou o vampiro, mas a ruiva não ouvira.

Assim que fechou a boca ela desapareceu nas chamas alaranjadas. Stefan ficou parado olhando para o lugar onde ela sumiu com seu nome pairando no ar. O que era aquela criatura, afinal? Resolveu voltar para a mansão, tinha mais o que fazer que se preocupar com as bizarrices que aconteciam em Mystic Falls. No caminho passou pelo Grill onde viu o carro da Bonnie estacionado do outro lado da rua.

...

O desconforto com a presença de Él-Lir, passou rapidamente, logo Bonnie ria das histórias que ele contava em uma de suas viagens para a Mongólia onde ele não entendia uma palavra do que lhe diziam. Incrivelmente ela estava se sentindo bem, em muitos anos ela se sentia bem de verdade, como se todos seus problemas não fossem reais. Ao menos até um deles entrar e parar diante de sua mesa, olhando-a meio desconcertado.

– Stefan? O que aconteceu? – perguntou ela com o sorriso desaparecendo no rosto.

– Nada – disse ele, um pouco constrangido – Eu estava passando e pensei em te fazer companhia no almoço. Mas parece que já tem companhia.

Stefan analisou rapidamente o desconhecido, era idêntico ao holograma da ruiva, com a diferença que ele era muito mais alto e mais real. Sentava-se reto, tinha cabelos e olhos tão escuros quanto a noite, tinha algumas frases tatuadas ao redor do braço que mais pareciam inscrições, tinha uma expressão de quem está rindo de uma piada interna, não deveria ter muito mais de trinta anos.

– Ah! sim – murmurou Bonnie olhando o vampiro, desconfiada – Este é Q’rey ele está de passagem pela cidade. Q’rey este é Stefan um...

– Namorado da Bonnie – interrompeu o vampiro esticando a mão para Q’rey.

Bonnie arregalou os olhos, mas a expressão desafiadora de Stefan a fez preferir ficar em silêncio. Sabia que o vampiro não mentiria daquele modo sem um motivo razoavelmente preocupante. Q’rey apertou a mão de Stefan com força e por alguns incômodos segundos ficou olhando o vampiro nos olhos, como se tencionasse ler a mente dele.

– Sua namorada é muito – Q’rey fez uma pausa calculada olhando para Bonnie e sorrindo – Fascinante.

A bruxa sentiu o rosto queimar, deu um sorrisinho tímido e desviou o olhar para Stefan, queria lhe perguntar o que ele estava fazendo.

– Eu sei – respondeu Stefan sentando-se ao lado da bruxa – Embora não ache que fascinante seja o termo correto para resumir tudo o que ela é.

– Sem menor duvida que não – concordou Q’rey sorrindo mais uma vez para Bonnie – Mas não conheço nenhuma palavra em nenhum idioma que possa expressá-la.

Bonnie olhou para os lados, aquilo estava passando de estranho para sinistro. Estava tão envergonhada pelos elogios repentinos que faria um camarão sentir inveja de sua vermelhidão. Mas para seu alivio, Stefan não disse mais nada para continuar com aquela bizarrice, em vez disso ele apenas deu um beijo em sua mão e se levantou.

– Te faço companhia no jantar, Bonnie, vou deixa-la a vontade para continuar seu almoço com seu professor.

Aquilo foi exato ao ponto que o vampiro queria, Q’rey o olhou de modo um pouco confuso, então esboçou um sorriso divertido.

– Não sou professor da Bennett.

– Ah, não? Então quem é você?

– Poderia te fazer a mesma pergunta, Stefan.

– Nos conhecemos hoje de manhã entre Whitmore e Mystic Falls – respondeu Bonnie já se chateando com aquilo – Algum problema Stefan?

– Talvez – respondeu ele dando de ombros – Vou deixa-los conversar.

Stefan sentou-se no bar observando o casal. Não tinha sentindo menor razão para considerar aquele homem um perigo. Ele realmente parecia estar interessado em Bonnie e o que incomodava o vampiro era o fato deles terem se conhecido naquela manhã e já parecerem tão amigos. Embora Bonnie ultimamente estivesse arrumando alguns amigos muito estranhos, poderosos e perigosos. Mas o que lhe interessava era o fato de que a ruiva ficaria lhe devendo um favor.

Quando finalmente o almoço terminou Stefan os acompanhou. Bonnie e Q’rey estavam coversando animadamente. Logo chegaram próximos ao carro dela, o vampiro ouvia a conversa deles, ainda.

– Apesar do seu namorado ficar nos ouvindo o tempo todo, saiba que adorei sua companhia – disse Q’rey fazendo Stefan se virar surpreso para eles.

– Nos ouvindo? – perguntou Bonnie fingindo não entender.

Q’rey riu.

– Não sabe quem é seu namorado?

– Stefan? – arriscou ela ficando curiosa

Q’rey franziu o cenho, desconfiado. Analisou Bonnie dos pés á cabeça como se procurasse alguma coisa, ela acompanhou o olhar dele.

– Algum problema Bonnie? – perguntou Stefan se aproximando e a abraçando pela cintura

– Não sei. Algo errado Q’rey?

A expressão divertida no rosto do homem desapareceu, de repente todo o desconforto e incomodo de Bonnie voltou com força máxima, ela se afastou e sentiu o braço do vampiro a apertando mais contra seu corpo. Não adiantou muito, ela ainda estava com sensação de pânico crescendo em seu interior.

– Nada errado Bonnie – era a primeira vez que o homem falou seu primeiro nome e aquilo a incomodou mais ainda – Apenas tome cuidado, alguns mortos gostam de pescoços. Até a vista.

Bonnie e Stefan ficaram parados no mesmo lugar observando Él-Lir sumir na rua. Então o vampiro largou a bruxa que se encostou ao carro suspirando pesadamente.

– Que diabos foi isso tudo? Quem é aquele cara? – perguntou ela encarando o vampiro

– Não sei – disse ele sincero – Nunca vi ele até hoje.

– Mesmo? Então por que esse teatro de ser meu namorado? Como ele sabia que você é um vampiro?

Stefan bufou irritado

– Aquela sua amiga ruiva me parou no meio da rua para me pedir para ficar de olho no seu amiguinho por que ele era perigoso, depois ela pegou fogo e sumiu. Eu não sei quem é ele.

– A ruiva? – Bonnie ponderou sobre o assunto – O que mais ela disse? Por que ele é perigoso?

– Sei lá – respondeu ele dando de ombro – Ela disse algo sobre ser eletrocutada quando se aproxima dele, só.

– Por que não me disse antes? Precisava inventar isso de namorada?

– O que queria que eu fizesse Bonnie? Te mandasse ficar longe dele por que uma desconhecida me disse que ele era perigoso? Eu fiz a primeira coisa que me veio na cabeça quando te vi com ele ali toda sorridente.

– Me mandasse uma mensagem pelo celular: Bonnie esse cara é perigoso jogue sal nele e saia correndo.

– Tudo bem, se não quer minha ajuda fale, e diga para as amiga sem nome que pode cuidar sozinha dos seus problemas assim ela não se preocupa e evita fazer outras pessoas se preocuparem.

Stefan se deslocou tão rapidamente que a bruxa mal notou quando ele saiu, ela resolveu dar algumas voltas para ver se achava aquela ruivinha maluca que estava lhe devendo sérias explicações.


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Notas finais do capítulo

El-Lir Q'rey: Vai causar muitos problemas ao Damon, mas por hora o Stefan fica de guarda costas ^^



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