Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 22
Planos




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Bonnie abriu os olhos, de alguma forma toda a dor que sentia em seu corpo havia desaparecido. Sentia-se bem, muito bem. Então compreendeu o porquê daquela sensação de bem estar, o céu cinzento e imutável do jardim fantasma a cumprimentava solenemente á quilômetros de distancia acima dela. Sorriu, sem querer mais sorriu.

– Do que está rindo? – perguntou Klaus a observando

Bonnie sentou-se, estava deitada sobre a mesa de pedra.

– Te achei alguns minutos e te coloquei ai – explicou o hibrido a olhando avaliativo – O que aconteceu?

A bruxa suspirou. Voltou-se a deitar olhando o infinito tempestuoso celestial. Contou a Klaus as coisas que aconteceram desde a última vez que se viram. Explicou do melhor modo possível sobre o que estava acontecendo em Nova Orlenas, eram apenas pequenos fragmentos de conversas que tivera com Hayley e Elijah, nada que fosse realmente relevante – sabia-se que Dália estava afastada, planejava algo, a família Mikaelson e seus amigos-aliados estavam á espera do próximo passo da bruxa. Falou o que havia descoberto sobre a bruxa ruiva de fogo e como ela estava usando seu coração. Relutante falou também sobre os efeitos que Q’rey exercia sobre ela.

– Espera! – interrompeu o hibrido quando ela explicava o que estava acontecendo em Mystic Falls – Como exatamente você e Damon destrocaram de corpos?

– Trocando!

– Quer que eu acredite que acordaram um dia cada em seu respectivo corpo? Só isso?

– A verdade? Damon e eu estávamos começando a ter problemas de autocontrole, então ele sugeriu uma espécie de aula de apoio, como ele mesmo chamou. Por alguns dias ele me ajudou a controlar as emoções ampliadas que me confundiam e eu o ajudei á controlar as emoções para que não ficasse queimando ou quebrando ou destruindo as coisas quando sentia raiva de algo. Usávamos a floresta próxima á mansão Salvatore para nossas ‘aulas’, estava funcionando, estávamos controlando certos impulsos e nos distraindo de outras coisas. Uma tarde Elena apareceu, ela e Caroline haviam tirado um dia para ver como estávamos reagindo á ‘prisão de corpos’. Damon aproveitou a oportunidade e pediu um tempo no relacionamento com Elena. Ela não reagiu muito bem, acusou a troca de corpos, disse que Damon estava reagindo á troca de modo impulsivo, como eu havia reagido. Mas a persistência de Damon em terminar ou namoro não era um ato impulsivo, e quando ele deixou claro seu motivo, ela se irritou mais. Discutiram e ela foi embora. Damon se embebedou e eu fiz companhia a ele, o ouvindo falar por horas sobre Elena, e bebi mais que o devido também. Acabamos dormindo juntos. Quando acordamos ressacados na manhã seguinte, eu era uma bruxa novamente e ele um vampiro.

– Então era apenas sexo? Passaram semanas procurando feitiços quando precisavam apenas fazer sexo?

– Ah! Por favor, Klaus. Falando desse modo soa pior do que foi.

– Foi tão ruim assim? Vocês voltaram ao normal, afinal.

– O problema é que não foi ruim, Klaus. Foi tão bom que repetimos o ato e sem menor arrependimento.

Klaus riu. Deixando Bonnie constrangida.

– Pare com isso.

– Desculpe bruxinha. Mas não consegui evitar imaginar vocês com corpos trocados transando. Como foi beijar á si mesma?

– Ah! Não, isso eu me recuso a responder – reclamou ela se sentando na mesa.

Klaus riu por mais um tempo provocando Bonnie que se recusava a responder as perguntas desnecessárias dele. Até que ele venceu por insistência.

– Então agora você e Damon são amigos com benefícios?

– Não sei dizer o que somos agora, sei que a Elena nos viu juntos e os resultados foram catastróficos.

– E eu aqui perdendo toda a diversão – reclamou Klaus divertindo-se

Bonnie revirou os olhos, Caroline havia tido a mesma reação quando ela lhe contara o que havia acontecido.

– Elena desligou a humanidade – prosseguiu ela – E resolveu que se Damon não pode ama-la não deve amar mais ninguém.

– Elena Gilbert, a duplicata boazinha está malvada de novo. Que original.

– Sem sarcasmo, Klaus. Elena sem humanidade é cruel. Está determinada á matar os Salvatore e criar uma nova ordem de vampiros em Mystic Falls. E para completar ela se aliou á Q’rey que esta a usando como um canalizador temporário para magia negra.

– Ela desliga a humanidade e enlouquece? Não podia apenas odiar você e Damon pelo resto da vida pela traição? Como as pessoas normais fazem?

– Claro e daqui á cem anos ela podia retomar o relacionamento com Damon como se nada tivesse acontecido – zombou a bruxa – Mas tenho uma noticia ainda pior que a Elena sem humanidade. Na verdade é uma coisa que eu não sei como resolver.

– O que?

– Mina desapareceu novamente, depois de impedir que uma cópia de Elena me matasse ela se desintegrou. Das outras vezes que ela fez isso passou dias sumida.

– E qual o problema disso? Ela sempre volta.

– Acontece que ela está morrendo, Mina não pode nem enfrentar Q’rey de igual para igual sem ser eletrocutada e ele conhece as fraquezas dela, uma chuva foi o bastante para a bruxa começar a se... vaporizar.

– Bonnie, acorde, Bonnie!

Ela abriu os olhos, ligeiramente confusa. Focalizou o rosto de Damon e Caroline que empurrou o vampiro para o lado e abraçou a amiga.

– Você está bem? O que aconteceu?

– Onde está a Elena? – perguntou a bruxa olhando para os lados, ainda estava na casa do lago

– Não a achamos.

– Por que veio pra cá sem avisar? – perguntou Damon entrando no campo de visão da bruxa – O que foi que aconteceu aqui?

– Elena está ajudando Q’rey. Ela resolveu matar você e o Stefan para começar uma nova ordem de vampiros em Mystic Falls.

– O que? – Stefan que estava procurando alguma pista de Elena pela casa gritou do quarto indo rapidamente para a sala – Elena quer nos matar?

– São os vampiros mais velhos da cidade e ela ainda está com raiva de você Damon.

– Eu mereço – resmungou o vampiro sentando-se ao lado da morena – E qual é dessa chuva? O dia estava ensolarado e de repente o céu escurece e começa uma tempestade.

– É magia negra, foi Q’rey quem... Como entraram aqui? – perguntou desconfiada, se levantando rapidamente.

Havia lançado um feitiço para que Elena não entrasse na cabana, consecutivamente nenhum outro vampiro devia passar por sua barreira.

– Uma coisa de cabelos em chamas usando branco abriu a porta para nós – explicou Caroline – Acho que era um elfo.

– Elfos não existem e era uma bruxa – informou Damon impaciente com a vampira

– Viu bem a aparência daquela coisa lá fora? Orelhas de elfo, olhos alaranjados, cabelos em chamas e que bruxa neste mundo veste branco tão brilhante daquele tipo?

Stefan pigarreou parando a discussão dos dois. Bonnie estava na metade do caminho para a saída, precisava encontrar Mina, ou seja, lá quem fosse a pessoa que havia aberto a porta para os vampiros. Não importava o quanto Elena fora sua amiga, Mystic Falls ainda era sua casa, ela prometera uma vez proteger a cidade e manteria sua promessa, além disso, já estava na hora de se livrar de Q’rey e libertar Klaus. Ao abrir a porta encontrou apenas uma “mulher” parada olhando para o horizonte, inexpressível.

– Olá, senhora – começou a bruxa

A pessoa se virou para ela, os olhos eram incrivelmente alaranjados e os cabelos platinados caiam até muito abaixo da cintura, e como Caroline dissera, era um homem. Ele fez uma breve reverencia com a cabeça. Bonnie engoliu em seco, sentindo o braço de Damon passando por sua cintura e a puxando mais para si, de modo protetor.

– Desculpe moço. Viu a rui... Mina?

– Ela está em repouso, hina. Fui enviado para mantê-la em segurança até que despertasse.

– Ah! Certo. Por quê?

– Não tenho permissão para lhe responder – o homem olhou para os vampiros com um ar de repulsa, entrou em combustão e desapareceu.

Bonnie olhou para Damon e depois para o casal que mantinha a mesma expressão que eles.

– Ok! Isso foi sem duvida muito bizarro – disse Caroline entrando na cabana – Não entendi nada. Por que de repente as pessoas de cabelos de fogo resolveram te proteger Bonnie?

– Prefiro nem saber – disse a bruxa olhando pela janela.

A chuva parecia ter ficado pior, Damon a abraçou, mostrando o texto digitado no celular: “Sem segredos para mim. O que está acontecendo?”, Bonnie o puxou para o quarto trancando-se e jogando um feitiço para que nada fosse ouvido fora do quarto.

– Tenho que parar a Elena. Ela não vai religar a humanidade e não vou deixa-la destruir Mystic Falls. Se for preciso destruirei ela por completo.

Damon ficou em silêncio olhando a bruxa, conhecia Bonnie o bastante para saber que ela não hesitaria em enfiar uma estaca no coração da amiga se fosse pelo bem dos humanos, mas...

– Tem certeza disso, Bonnie?

– Tenho, ela não está aliada á Q’rey apenas por estar com a humanidade desligada. Ela está determinada á trazer o caos para Mystic Falls. Mina disse que há sangue de Q’rey nas veias dela, não há nada de irracional no comportamento de Elena, apenas maldade.

– Sangue do monstro não era veneno?

– Só para os vivos, para vocês vampiros é apenas sangue.

– E como pretende parar Elena? Se mal conseguimos encontra-la?

– Não precisamos procura-la, ela quer você e o Stefan mortos, virá atrás de vocês e quando isso acontecer... pretendo estar perto suficiente para impedi-la.

– Não precisa fazer isso, eu faço – disse Damon surpreendendo a bruxa.

– Achei que fosse tentar me convencer do contrario, de salvar a Elena.

– Se ela pudesse ser salva tenho certeza que você seria a primeira a dar sugestões para salvá-la. Mystic Falls também é minha casa, Bonnie, vai doer matar a Elena, mas doerá mais saber que ela está causando tanto mal por vontade própria.

Os olhos de Bonnie se encheram de lágrimas, mas não se permitiu chorar. Elena era apenas um obstáculo no caminho para se livrar de Q’rey. Mystic Falls ainda queimaria antes de ser salva e Bonnie sabia que ela estaria no centro da cidade em chamas por vontade própria. Damon abraçou a namorada, sabia que Bonnie estava escondendo segredos mais obscuros que a necessidade de proteger sua cidade á qualquer custo, teria que mantê-la por perto antes que algo pior que Q’rey acontecesse á sua amada.


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