Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 19
A rosa sangrenta na porta sem chave


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Desculpem a demora.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/585335/chapter/19

Ela parou ao lado do vampiro que olhava com ar intrigado para a porta branca e alta, que estava marcada por um curioso desenho vermelho-sangue em forma de rosa.

– Sai de minha mente Damon – mandou irritada.

– Que marca é essa Bonnie? – o vampiro parecia hipnotizado pela marca e nem ligou para o tom de ameaça que a bruxa usou.

Ela olhou para a porta. Levou um tempo para responder e quando o fez se surpreendeu.

– Não sei.

– Como assim não sabe? Todas essas portas levam para uma lembrança sua. O que tem atrás dessa porta?

– Não lembro. Sempre esteve ai.

Damon tocou na porta com cautela, depois tentou força-la a abrir.

– Pare Damon – foi seu ultimo aviso.

Ao abrir os olhos novamente não estava mais no corredor de sua mente. Estava deitada ao lado do vampiro. Bonnie se levantou agitada empurrando Damon para o chão.

– Doeu! Por que fez isso?

– Por que fiz isso? Por que dormi com o namorado da minha amiga.

– Ex-namorado, me lembro muito bem de ter terminado com a Elena antes de ficar bêbado...

Damon se curvou sentindo as veias de sua cabeça ser destruídas pelo aneurisma que Bonnie estava lhe causando.

– Bonnie, pare.

Então Bonnie percebeu o que estava fazendo, parou o ataque e pulou nos braços de Damon que ficou ligeiramente confuso antes de notar que ele estava no seu corpo novamente.

(Pov Bamon).

– Passaram-se duas semanas desde a visita inoportuna de Mina que deixou Bonnie um pouco paranoica com relação á nossos problemas com aquele tal Corey – Q’rey. Hayley e os amigos dela voltaram para Nova Orleans. Caroline e Stefan estão namorando. Enzo foi caçar lobos no Brasil ou alguma coisa assim. Terminei com Elena. O feitiço de Mina foi quebrado e o que importa, Bonnie está apaixonada por mim.

– Não estou apaixonada por ninguém, Damon. O que aconteceu entre nós foi um acidente. Estávamos bêbados.

– Eu estava bêbado, você abusou de mim.

– Eu o que? Foi você que tirou a blusa e ficou dançando de sutiã na minha frente.

– Eu estava preso no seu corpo que não tem nenhuma resistência á álcool. Devia ter me ignorado e não me levado para cama.

– Tem razão, devo te ignorar. Vou voltar para Whitmore amanhã.

Ops! Bonnie subiu para o quarto e se trancou. Na verdade eu não estava tão bêbado quanto ela pensa. Tenho mais de cem anos, conheço meu corpo melhor que qualquer um, e Bonnie não tinha menor controle sobre ele. Só não esperava ir tão longe.

Sou a pior amiga do mundo. Como pude dormir com Damon? Mas não devo me culpar, foi ele quem começou me provocar. Quando percebi o que estava fazendo já tínhamos feito o que não devia. Se bem que não foi traição, tecnicamente os nossos corpos estavam trocados quando o beijei e comecei a despi-lo. Eu não tinha menor controle sobre aquele desejo insano que desperta toda vez que estamos sozinhos e mesmo me sentindo culpada por ter dormido com o ex-namorado de Elena eu não me arrependo.

Minha cabeça está uma confusão e nem com Klaus eu consigo conversar, preciso dizer a ele o que descobri. Ou melhor, o que conclui. Q’rey quer usar meu coração para se tornar imortal, Mina pegou o coração de Klaus que já é imortal, mas vampiros a deixa doente e é por isso que ela não destruiu Q’rey ainda. O coração imortal de Klaus está impregnado de sangue mágico dos vampiros, ela tem poder para derrotar o bruxo do fogo, mas não tem força física o bastante, está morrendo. Mas ainda não sei o que ela vai fazer, se tem o coração de um imortal e não pode usa-lo para destruir seus inimigos...

Deixando Mina e Klaus de lado por um instante... eu voltei para meu corpo. Deveria estar comemorando, mas... para recuperar minha “casca” precisei dormir com Damon, porque? Talvez seja ligação física. Aquela bruxa pirada deve ter imaginado que Damon e eu nunca... e nem deveríamos. Mas aconteceu e agora não sei se estou feliz ou zangada.

Foi a coisa mais bizarra que já fiz, mas de algum modo não me sinto estranho. Eu não era Damon Salvatore naquela noite, eu era Bonnie e o corpo dela queria tanto o meu que só posso definir nosso momento como único. Ela não vai se livrar de mim assim tão facilmente.

Não foi sexo casual, pelo menos não para mim. Mas as coisas agora voltaram ao normal. Damon tem seu corpo novamente e eu tenho o meu, ele vai voltar para Elena. E eu vou ter que me habituar com o fato de que fui apenas uma consequência de uma noite de bebedeira. E tenho que convencê-lo a não contar como quebramos o feitiço. E Damon está batendo á porta, que cara chato.

– Estou arrumando minhas malas, Damon, me deixe quieta.

Como se Damon desse bola para o que eu digo, ele entra no quarto que nem me dei ao trabalho de trancar e tira a blusa de minha mão começando a desfazer minha mala. Eu podia causar um aneurisma nele, mas isso não vai impedi-lo de tentar conversar comigo.

– Sabe que vou voltar para a universidade amanha mesmo sem minha mala, não sabe?

– Não Bonnie, você não voltará para Whitmore até que não esteja mais correndo riscos.

Olho para ele, confusa.

Bonnie ficou visivelmente confusa com meu aviso de que ela não vai sair de perto de mim. Por mais egoísta que eu seja, não sou capaz de ser assim com ela, eu realmente me preocupo. Expliquei:

– Mina havia nos trocado de corpos para que você ficasse em segurança, sem essa proteção bizarra dela você fica a mercê das tentativas de conquista de qualquer maluco. Antes de falar com a ruiva você não sai de minha vista.

Fiquei surpreso por não ter um aneurisma com o olhar furioso que ela me lançou.

Certo, Damon parece mesmo preocupado comigo, mas já me enganei outras vezes com os motivos dele.

– Tudo bem, vamos falar com Mina antes de voltar ao Whitmore.

Concordei, não por temer Q’rey e suas tentativas de conquistas. E sim por que preciso de Mina para recuperar Klaus. Eu prometi para ele ajuda-lo, o ajudarei. E para meu incomodo, fiquei aliviada ao ver a expressão de satisfação do rosto de Damon. Fiquei feliz por ele ter conseguido me manter na casa dele? O que está acontecendo comigo?

– Vou mandar um aviso para Mina – digo – Se tiver sorte ela aparece hoje e amanha estarei de volta á minha vida.

E como aquela criaturinha cruel que se veste de prata e mora do lado negro da lua, á quem todos chamam de Sorte, adora me ignorar... posso me considerar uma azarada em ter ficar ao lado de Damon por tempo indeterminado...

– Por que está sorrindo?

Revirei os olhos ignorando a pergunta de Damon e comecei a escrever o recado para Mina e enviei através de um feitiço. Ao me virar encontro o olhar questionador de Damon.

– Seria pedir muito se me deixasse sozinha um pouco? Ou acha que vou desaparecer?

– Sei que aprendeu alguns feitiços com a família Parker e eles são bons em desaparecer.

– Francamente, Damon, acha que seria capaz de me impedir se eu quisesse ir embora?

– Se quisesse? Então quer ficar aqui?

– Quero ficar sozinha neste momento.

– ‘Tá, vou te deixar sozinha. Mas antes precisamos conversar sobre ontem a noite.

Senti meu sangue esquentar, reação normal quando o coração pulsa mais rapidamente bombardeando mais sangue para o corpo dando á sensação de aumento de calor.

O coração de Bonnie disparou quando mencionei a noite passada, sei o que ela estava pensando e eu queria realmente falar sobre nós dois, mas antes tinha algo menos importante com que eu podia distraí-la até que se sentisse á vontade para falar sobre nós.

– Eu não quero falar sobre ontem, Damon – disse ela antes que eu falasse.

– Mas precisamos.

Ela me olhou hesitante, pegou uma blusa na cama e começou a dobrar. Então perguntei:

– O que significa aquela marca na porta dentro de sua mente?

Bonnie me encarou surpresa e... magoada. Não era o que ela esperava me ouvir dizendo.

O símbolo na porta é isso que estava o preocupando, uma marca em uma porta imaginaria que estava na minha cabeça. Estúpida. Eu devia me bater por pensar que ele havia me procurado para falar sobre nós. Suspirei e fingi o melhor que pude, sobre não me importar em falar sobre...

– Eu não sei o que significa – menti

– Como não sabe? Estava na sua cabeça.

– Não sei o que é. E você não tem permissão para invadir minha mente.

– Foi sem querer, eu não pude evitar.

Voltei minha atenção para as roupas que estavam largadas sobre a cama. Damon se sentou perguntando:

– Aquelas portas que você cria, não são tipos de portais para suas lembranças?

– São

– Então, o que tem atrás daquela porta?

Bonnie franziu o cenho virando-se para guardar algumas roupas, ao se virou estava com ar distraído.

– Não me lembro o que tem lá.

Analisei sua expressão, não parecia estar mentindo, desta vez.

– Como assim não se lembra?

– Não me lembro, talvez seja algum trauma que eu tenha bloqueado.

Trauma? Bonnie havia sofrido traumas o bastante para que perdesse toda sua memória nos últimos seis anos, tinha algo mais e ela sabia disso.

– E o que significa aquele símbolo?

Ela desviou os olhos para uma calça. Revirei os olhos impaciente.

– Bonnie eu te conheço, sei que está escondendo algo de mim. O que tem atrás daquela porta?

Ela sentou-se ao meu lado.

– A marca na porta é um selo mágico, eu não sei o que significa, vi uma vez em um dos livros da universidade da vovó. Mas nunca perguntei o significado ou li o livro para saber. Eu juro que não sei por que aquilo está onde esta.

– Acredito em você – disse ele depois de vários minutos de silencio me olhando.

De verdade eu não faço ideia de que seja aquela marca e nem porque está em uma das portas de minha lembrança, sequer me lembro de que lembrança pertence. Me levantei novamente quando ele se mexeu, por um segundo me esqueci de manter distancia, perguntei:

– Por que tem tanto interesse em uma flor sinistra em uma porta que tecnicamente nem existe?

Ele se deitou na cama girando um sutiã meu no dedo, tive que ameaça-lo para que devolvesse.

– Damon, quer me levar á sério?

– Desculpe bruxa, distrai lembrando-me de como fica com lingerie vermelha.

Ele não vai me irritar...

– A flor de sangue, Damon.

– É uma rosa e eu já vi várias vezes antes.

Flor é flor.

– Viu onde?

– Na minha mente, exatamente onde deveria estar uma parte de minha lembrança que por algum motivo foi bloqueado por uma bruxa.

Pelo menos agora consegui uma reação de Bonnie que não se limita á resmungos e dar de ombros.

– Como assim bloqueado? Do que está falando?

– Resumindo, em 2007 eu decidi que ia dar uma volta pela Europa enquanto esperava a aproximação do cometa que livraria a Katharine. Antes de sair do país eu passei por Mystic Falls para fazer uma visita á tumba. Acontece que não me lembro de nada que aconteceu nos dezesseis dias que fiquei na cidade.

– Dezesseis dias de 2007?

– Isso mesmo. Me lembro de ir até a tumba, de ter parado no Mystic Grill, de caminhar pela noite e de acordar no avião que pousava em Lisboa, sem nenhuma lembrança do que fiz por dias.

Bonnie nem parecia estar me ouvindo, olhava para os pés.

– Terra para planeta Bruxa, está me ouvindo?

– Férias de verão de 2007, duas semanas sem nenhuma lembrança. Matt, Elena e Caroline acharam que eu havia batido á cabeça por que acordei numa quarta feira sem nenhuma lembrança das férias.

Bonnie sentou-se com as mãos na cabeça.

Eu havia me convencido de que havia batido a cabeça e que meus amigos estavam inventando historias sobre o que eu havia feito.

“Você agia como uma zumbi, Bonnie, sempre inventando desculpas e desaparecendo á noite” – disse Matt quando perguntei á ele.

Olhei para Damon.

– Como sabe que foi uma bruxa que bloqueou sua memória?

– Procurei uma bruxa para saber o que estava acontecendo comigo, por que sempre que tentava me lembrar da minha última visita á Mystic Falls eu via apenas uma rosa de sangue. A bruxa meio que pirou, disse que era uma marca poderosa e que apenas quem tinha me enfeitiçado podia devolver minha memória. Então voltei para casa, mas quando cheguei aqui conheci a Elena e acabei me distraído...

Lógico, Elena.

–... Mas se você tem esse bloqueio da mesma época que eu, e sua avó tinha um livro de símbolos mágicos, quer dizer que foi ela que fez isso.

– Não! – o interrompi – Sei o que vai sugerir e eu não quero.

– Mas nem falei nada.

– Não quero saber o que está atrás daquela porta. Se foi a vovó quem apagou nossa memória eu prefiro não saber o por que.

– Pode ser importante.

– Não quero saber – falei cobrindo as orelhas – Não quero saber.

– Bonnie, olhe para mim.

Os olhos azuis dele sempre foram tão atraentes assim? Ah! o que estou pensando? Antes que ele dissesse algo para me convencer a querer saber o que eu tinha me esquecido, falei:

– Damon mais segredo bloqueado por magia mais mistério do passado é igual problemas. Eu não quero me lembrar de seja lá o que for.

Não vou insistir, tenho outros meios de descobrir o que preciso e por hora isso se resume á perguntar para qualquer pessoa o que aconteceu nas férias de verão de 2007 na cidade, alguém deve saber. Afirmei para Bonnie que estava tudo bem.

– Tem mais uma coisa.

– O que?

– Sobre nós ontem á noite.

– Não quero...

A interrompi com um beijo. Por um instante esperava que ela oferecesse alguma resistência, mas Bonnie correspondeu ao meu beijo sem nenhuma hesitação. Apertei a cintura dela a puxando mais para perto, sentir o calor do corpo de Bonnie contra o meu acabou se tornando uma estranha necessidade nas últimas semanas, a desejo mais do que desejava antes e sequer consigo me controlar.

(Pov Off)

Damon levantou a bruxa que enlaçou o quadril do vampiro com as pernas enquanto ele a beijada com carinho e volúpia mordiscando levemente os lábios dela fazendo-a gemer. Damon retirou a blusa que ela vestia e a deitou na cama. Abriu o fecho-frontal do sutiã apreciando os seios da morena, cujos bicos estavam rígidos já antecipando ao toque do vampiro. Damon começou a fazer caricias em um seio com a mão, enquanto lambia e sugava o outro. A mão livre com que ele acariciava a coxa dela logo encontrou o cós do short, em um movimento rápido e inesperado, Damon rasgou o short de Bonnie e antes que esta protestasse, ele a beijou novamente.

Bonnie se agarrou aos cabelos macios do vampiro deixando-se saciar pelos toques dele em seu corpo. Sua mente a mandava parar aquilo, um aneurisma, um soco, um empurrão... mas seu coração dizia outra coisa, dizia que não devia lutar contra ele. Como que adquirindo vontade própria suas mãos começaram um reconhecimento do corpo de seu amante. Sentiu-se desligada de todo mundo exterior, naquele momento existiam apenas eles... arfando á cada beijo e toque, se entregaram de vez aos desejos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem o capitulo ruim.
Escrevi e reescrevi tantas vezes que acabei postando o pior das tentativas
:}



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os vampiros que se mordam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.