Mistymon estava parado em frente a uma parede de pedra onde estavam as antigas escrituras que diziam sobre as forças de outro mundo que viriam ajudar. Ele refletia sobre as poucas palavras que conseguia ler. O texto estava escrito em uma língua antiga e boa parte dele estava danificada. Enquanto o Digimon se esforçava para entender mais sobre as escrituras, um Knightmon entrou na sala.

– Mistymon-sama, uma de nossas torres de observação diz ter visto seis objetos caindo do céu.

– Onde estes objetos caíram? Qual a forma deles? - perguntou Mistymon ainda olhando para as escrituras.

– Não souberam informar a forma, porém eles caíram nas ruínas da Folder City. - disse Knightmon aproximando-se de Mistymon.

Mistymon virou-se bruscamente. Sua capa levantou-se para o lado devido ao brusco movimento. Ele olhou sério para Knightmon e disse:

– Prepare as tropas de busca. Vamos para Folder City.

Knightmon, sem hesitar, se curvou levemente para Mistymon e saiu correndo gritando as ordens do cavaleiro místico.

Acabara de começar o ano de 2015 e as aulas no Japão já haviam voltado. Era um inverno mais frio que o normal. Tempestades de neve assolavam a pequena ilha e o resto do mundo. Nos países quentes o calor era intenso e a seca já havia matado milhões. Ryuuguu Taiyou, um garoto de 15 anos de idade, 1,70 de altura e cabelos castanho-avermelhados acordou naquela manhã gelada nem um pouco disposto a ir para a escola, primeiro por que estava frio demais e ele não queria sair todo agasalhado e segundo por que ele tinha um teste de química no dia, e como havia passado o dia anterior todo jogando video-game, não tinha tido tempo de revisar a matéria. Porém o garoto se levantou e desceu para tomar o café da manhã que sua mãe sempre preparava antes de sair para trabalhar. Ele tomou café, escovou os dentes, colocou seu uniforme e seu agasalho e foi para a escola a pé, como de costume.

No meio do caminho ele encontrou Momoko Sakura, sua colega de sala e uma de suas melhores amigas. Sakura também tinha 15 anos, 1,63 de altura e possuía cabelos castanhos com algumas mechas rosas.

– Sakura! - gritou Taiyou correndo para perto de sua amiga.

– Bom dia, Taiyou. Está preparado para a prova de hoje? - perguntou Sakura com um sorriso angelical no rosto.

– Eh... Não. Fiquei jogando video-game ontem o dia inteiro e esqueci de revisar a matéria. - disse Taiyou rindo um pouco envergonhado.

– Você não tem jeito mesmo. Cuidado para não tomar bombar. - disse Sakura sorrindo.

– Isso não vai acontecer. - disse Taiyou bem energético.

– Essa noite tive um sonho perturbador. Eu estava com você e outros garotos num lugar estranho e sombrio. Parecia tudo tão real. - disse Sakura mudando de assunto.

– Engraçado, eu também tive um sonho em que eu estava em um lugar diferente dominado por anjos. - disse Taiyou.

Eles estavam aproximando-se da escola quando ouviram o sinal bater. Eles correram para que pudessem entrar a tempo na sala. Poucos minutos após o sinal bater e os dois chegarem na sala, o professor de química entrou carregando o pacote de provas. Todos os alunos o saudaram e assentaram em seus respectivos lugares. O professor passou de carteira em carteira entregando a prova e desejando boa prova para seus alunos. Taiyou se concentrava ao máximo para fazer a prova, mas como ele não havia revisado, não lembrava de muitos assuntos. Sakura era muito boa em química, e não tinha dificuldades em fazer a prova. Depois de, mais ou menos, uma hora e meia de prova os dois saíram da sala e se dirigiram ao telhado da escola.

– Oush! Essa prova tava muito difícil. - disse Taiyou abrindo seu lanche.

– Foi por que você não estudou. Estava até bem fácil. - disse Sakura roubando um pedaço do sanduíche de presunto de Taiyou.

– Ei! - disse Taiyou fechando a cara, mas rindo logo em seguida.

Sakura enfiou o pedaço dentro da boca, deu umas piscada com o olho direito e um sorriso. Os dois riram e continuaram conversando sobre a prova. Um tempo e eles estavam se preparando para voltar para a sala, porém quando Taiyou se levantou, percebeu que algo estava estranho.

– O tempo está parado. - disse Taiyou olhando para o horizonte através da grade do telhado da escola.

– Como assim? Já está delirando antes de receber sua nota da prova de hoje? - perguntou Sakura ao se levantar.

– Não, é sério. Olhe aqueles pássaros ali. - disse Taiyou apontando para um grupo de pássaros que estava parado no ar.

Ambos os garotos se viraram e perceberam que todos os outros alunos que estavam no telhado estavam congelados no tempo.

– O que está acontecendo? Estou com medo. - disse Sakura agarrando-se no braço de Taiyou.

Os dois andaram para perto dos alunos paralisados e verificaram realmente que eles estavam congelados no tempo. Não mexiam nem um centímetro, não respiravam e muitos estavam parados em posições nas quais não conseguiriam ficar parados por tanto tempo. Foi então que um barulho ensurdecedor veio de trás dos dois. Eles se viraram e viram que a cidade estava sendo desintegrada e virando um espaço negro e vazio.

– Corre! - gritou Taiyou pegando a mão de Sakura e correndo em direção a porta de saída do telhado.

Os dois desceram as escadas correndo, assustados com todos aqueles alunos e professores congelados no tempo. Finalmente alcançaram a porta de saída da escola e correram para o meio da rua. Quando olharam para trás, viram sua escola ser consumida pelo espaço negro e vazio. Eles olhavam, paralisados pelo medo, e sem reação nenhuma eles foram consumidos por aquela coisa negra.

Quando achavam que haviam morrido, eles se encontraram caindo a uma velocidade tremenda. Taiyou olhou para o lado e viu que Sakura e outras quatro pessoas caíam na mesma velocidade. O garoto olhou para baixo e avistou um vasto mundo verde, com alguns lagos, campos, montanhas e florestas. Percebeu que iria cair numa cidade cinza e fechou os olhos.

– Taiyou! Taiyou! Acorde! - dizia uma voz doce.

Taiyou lentamente abriu seus olhos e viu o rosto de Sakura. Ele então assentou e viu que estava rodeado por outros quatro adolescentes.

– Onde estamos? - perguntou ele ainda um pouco zonzo.

– Não sei. Mas parece alguma espécie de cidade em ruínas. Estamos dentro de um prédio. Acordamos em cima dele para falar a verdade, mas achamos melhor vir para algum andar abaixo por precaução. - disse Sakura ajoelhada ao lado de seu amigo.

– E quem são essas pessoas? - perguntou Taiyou.

– Yo! Meu nome é Akaba Koushaku e tenho 11 anos. - disse um garotinho de cabelo lilás e mais ou menos 1,30 de altura.

– Me chamo Shoukutan Mahi e tenho 14 anos. - disse uma garota de cabelos avermelhados e mais ou menos da altura de Sakura.

– Eu sou Aonami Mizumi, tenho 17 anos e sou de Osaka. -- disse um garoto loiro e queimado de sol.

– E quem é o emburrado ali? - perguntou Taiyou apontando para um garoto que estava assentado mais afastado do grupo.

– Aquele é o Aozora Shouri. Ele não parece ser muito fã de conversa. - disse Koushaku se aproximando de Taiyou.

Os garotos ficaram ali por horas assentados especulando onde estavam e o que deveriam fazer e contando sobre suas vidas. Shouri o tempo inteiro não participou da conversa e olhava pelo canto do olho os outros garotos conversarem. Escureceu e eles continuaram ali, no escuro, já que não havia nenhum objeto de iluminação. De repente ouviram rugidos, que cada vez ficavam mais próximos. Foi então que o teto explodiu, jogando todos no chão, e uma serpente voadora apareceu. Em cima dela estava um cavaleiro com uma espada em chamas.

– São vocês os salvadores deste mundo? - perguntou o cavaleiro apontando a espada para os garotos.

– Um dragão?! - gritou Mizumi olhando para a serpente gigante.

– Bem vindos, salvadores, ao nosso mundo, Witchelny. - disse o cavaleiro fazendo sua espada apagar.