O pai da Noiva escrita por Bruna Diniz


Capítulo 1
O casamento da minha Pequena Dama


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Especial: Jovens Escolhas, Complicadas Consequências...

Capítulo Único: O pai da noiva

Pov. Edward Cullen

Abri meus olhos lentamente e respirei fundo ao olhar para o pequeno calendário que ficava ao lado da minha cabeceira.

Era hoje.

Hoje.

E nada no mundo me preparara para esse dia.

Eu sempre soubera que mais cedo ou mais tarde algo assim iria acontecer, mas nem em mil anos, eu estaria pronto para enfrentar as próximas horas numa boa.

Olhei para o teto, tentando não me mexer e afastar os pensamentos perturbadores da minha mente, mas eu sabia que em breve o meu sossego momentâneo iria acabar.

Eu não podia fugir das responsabilidades daquele dia, afinal, eu era o pai da noiva.

Fiz uma careta para o pensamento e me virei para abraçar minha linda esposa, que despertava aos poucos.

Beijei a pele atrás da sua orelha com carinho e a ouvi suspirar, enquanto se virava de frente pra mim, me encarando com seus lindos e expressivos olhos castanhos.

_ Bom dia..._ Eu falei sorrindo e Bella retribuiu meu gesto, ainda um pouco sonolenta, enquanto se inclinava e beijava o canto dos meus lábios.

_ Bom dia, príncipe... Tudo bem com você?_ Ela perguntou com um toque leve de preocupação na voz e eu suspirei, assentindo tristemente.

_ Estou bem, considerando a ideia de que hoje vão tirar minha filha de mim..._ Eu resmunguei e ela riu, se desvencilhando do edredom e vindo se sentar sobre meu quadril.

_ Não seja bobo, Edward. Olívia sempre será nossa filha. Ela jamais vai deixar de ser sua pequena dama. Mas, uma hora ela tinha que crescer, se casar e ter a própria família. Esse é o ciclo natural da vida e você deve sentir-se feliz por nossa filha segui-lo.

_ Não é que eu não esteja feliz, Bella. Eu estou. Nossas filhas me enchem de orgulho a todo tempo. Mas, saber que Olívia não estará debaixo do nosso teto todos os dias, me enche de agonia. Eu queria poder cuidar dela por toda a minha vida...

_ Pare de drama, Edward Cullen... Olívia vai morar na casa ao lado. Sempre que quiser desejar-lhe boa noite, basta que ande uns dez metros e ela estará nos seus braços. Além do mais, nossa filha sempre foi apaixonada pelo Noah e merece ser feliz ao seu lado. Tudo o que temos que fazer é apoiá-la.

_ Eu vou apoiá-la. Sempre. Mas, isso não significa que a ideia de ver minha filha casada não me incomode. Só de pensar que, a partir de hoje, aquele moleque terá o direito de tocar intimamente na minha pequena dama, eu tenho vontade de morrer..._ Eu falei irritado, fazendo uma careta ao me lembrar desse pequeno detalhe que envolvia os casamentos, e Bella gargalhou, jogando a cabeça para trás com toda a graça que sempre lhe foi característica, conseguindo a façanha de me distrair por um instante.

Bella era como vinho.

Quanto mais os anos passavam, mais gostosa minha esposa ficava.

E nesse momento, por mais que eu tentasse resistir, ela estava me seduzindo.

E como eu era totalmente seduzível, o fato de tê-la sobre meu corpo, usando uma curta camisola, não terminaria bem, já que não teríamos tempo para concluir as ideias que passavam pela minha mente nesse momento.

O que era uma pena, já que eu sempre tinha ideias muito interessantes quando estava ao lado da minha princesa, mesmo que essas ideias surgissem a poucas horas de eu me tornar oficialmente sogro.

_ Há alguns anos atrás, um residente de medicina seduziu uma pobre estudante de arquitetura e fez uma filha com ela, obrigando-a a aceitar um pedido de casamento. Esse cara a tocou intimamente por muitas vezes e ela nunca reclamou. Inclusive, teve mais duas filhas com ele. O fato do pai dela odiar a relação dos dois não fez com que o residente gostosão desistisse da bela morena. Como vê, ter intimidades com alguém é algo completamente normal e também faz parte do ciclo da vida pelo qual temos que passar._ Bella falou, enquanto acariciava meu peito com um sorriso travesso nos lábios e eu suspirei, sorrindo de lado ao me lembrar que ela me chamara de residente gostosão.

Eu só esperava que esse adjetivo ainda fosse aplicável a mim, mesmo depois de tanto tempo de casamento.

_ Então quer dizer que o residente gostosão seduziu a bela morena?_ Eu perguntei, cutucando sua barriga e fazendo-a gargalhar._ Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Enfrentar o seu pai me trouxe as melhores recompensas do universo e eu jamais vou me arrepender de ser aquele que te seduziu e fez lindas filhas com você... Mas, eu ainda não me conformo com a ideia das intimidades..._ Eu resmunguei e ela sorriu, acariciando meu rosto de leve.

_ Eu também nunca irei me arrepender de ficar com você, príncipe. Você sempre foi um excelente marido e um ótimo pai. E, sendo assim, precisa apoiar as decisões da nossa filha e mostrar a ela que o príncipe que me conquistou ainda arde em você. Quanto às tais intimidades, saiba que a ideia também não me agrada. Eu, como a mãe boba que sou, sempre vou pensar em Liv como minha princesinha. Parece que foi ontem que eu trocava suas fraudas e trançava seus cabelos, mas, crianças crescem, se tornam adultos e fazem sexo... Só nos resta nos conformar com esse fato..._ Bella falou e eu fiz outra careta, não gostando de ouvir o nome da minha filha e a palavra sexo no mesmo conjunto de frases.

Minha mente não aceitava isso como algo normal ou certo.

Era provável que minha menininha nem fosse mais virgem, já que fazia anos que ela e Noah namoravam, mas, desde que essa relação começara, eu evitava pensar nesse assunto.

Eu era pai, afinal e não gostava de pensar que minha filha poderia fazer esse tipo de coisa.

Soltei um longo suspiro, jogando esses pensamentos para o fundo da mente e segui minha bela esposa para o banheiro.

Tomamos um banho rápido e depois de levar muitos tapas e beliscões por tentar agarrá-la sob a ducha quente, saímos do banheiro, prontos para enfrentar o longo dia que nos esperava.

Após nos vestirmos, descemos para tomar café e nos deparamos com toda a loucura que antecedia uma grande cerimônia de casamento.

Fiquei até meio tonto com tantas pessoas indo e vindo e me perguntei se minha casa, ao fim do dia, estaria a salvo depois de toda aquela agitação.

Olívia insistira em fazer seu casamento no jardim de nossa casa, onde passara a maior parte de sua infância, dividindo momentos únicos com as irmãs e com o próprio Noah e Bella e eu concordamos, pois acreditávamos que era ali, em nosso lar, onde éramos completamente felizes, que acontecimentos únicos como aquele deveriam ocorrer.

Mas, enfrentar aquela bagunça o dia todo seria um grande desafio.

Respirei fundo, tentando me manter tranqüilo e, enquanto Bella foi cuidar de algo relacionado a flores e arranjos, eu segui para a cozinha, pois estava morrendo de fome.

_ Bom dia... Achei que não fosse mais sair da cama, hoje..._ Chloe falou assim que me viu e eu me sentei ao seu lado, após cumprimentar-lhe com um beijo no topo da cabeça.

_ Sou o pai da noiva... Tenho direito de dormir até mais tarde._ Eu falei, servindo-me de café e Chloe riu, enquanto terminava de comer os bacons que estavam no seu prato.

_ Olívia já estava desesperada achando que o senhor tinha fugido para algum lugar remoto da terra...

_ Eu não faria isso, mesmo que a ideia de vê-la casada não me agrade nem um pouco..._ Eu resmunguei e Bella revirou os olhos ao entrar na cozinha e ouvir minha última frase.

Após cumprimentar nossa filha, minha bela esposa veio sentar-se no meu colo para tomar café e roubar toda a comida do meu prato.

Eu simplesmente não conseguia entender porque ela não se sentava em sua própria cadeira, mas como eu jamais reclamaria por tê-la sobre meu corpo, deixei que o costume de comer empoleirada em meu colo se estendesse por todos esses anos.

Era até interessante comer assim, mas acho que com o passar do tempo, eu acabaria desnutrido.

_ Onde estão suas irmãs?_ Bella perguntou, roubando a xícara de café das minhas mãos e eu suspirei, me servindo de suco de laranja.

_ Liv está no quarto com tia Alice fazendo alguns ajustes no vestido e testes de maquiagem e Mackenzie ainda não acordou. Acho que ela nunca mais vai se recuperar da noite de ontem..._ Chloe falou rindo e eu a encarei seriamente.

_ Ouvi alguém dizer que a despedida de solteira de Olívia seria algo tranqüilo e inocente. O que vocês fizeram com minha filha caçula para ela estar tão cansada?_ Eu perguntei desconfiado e Chloe revirou os olhos, rindo em seguida.

_ Nós não fizemos nada demais, pai. Acontece que Mackenzie foi deixada de babá na noite de ontem e está exausta, já que ninguém na terra merece cuidar dos filhos da tia Alice. _ Minha filha falou e eu acabei rindo, porque ela estava certa sobre isso.

Minha irmã caçula tinha quatro filhos, resultantes de duas gravidezes de gêmeos.

Janiny e Jordan já estavam com quatorze anos e parecia que a puberdade estava lhes fazendo bem, uma vez que já fazia bastante tempo que aquela dupla dinâmica não aprontava nada.

Em compensação, Alissa e Maxwell, que tinham apenas quatro anos, eram o pesadelo de qualquer ser humano, já que aprontavam travessuras piores do que as dos irmãos mais velhos.

Senti pena de minha caçula ao saber que, por ser ainda pequena e não poder acompanhar as garotas em alguns eventos adultos, ela tivera que ajudar a cuidar dos primos, porque aqueles dois deixariam até Jesus Cristo sem paciência.

Meus pais, Rosalie, Emmett, Bella e eu proibimos minha irmã e Jasper de terem mais filhos, pois outra dupla arrasadora ninguém agüentaria e, pela rapidez com que eles concordaram com essa proibição, acho que nem eles.

_ Eu estou com uma tremenda dor de cabeça. Nunca mais na minha vida misturo vodka com qualquer outro tipo de bebida..._ Bella reclamou, tomando mais um pouco de café puro e eu estreitei meus olhos em sua direção.

Aquela história de despedida de solteira para mulheres não estava me parecendo nada inocente se até a minha princesa, que sempre fora a responsabilidade em pessoa, bebera mais do que devia.

_ Onde vocês foram ontem?_ Eu perguntei, tirando Bella do meu colo e ela me olhou por um momento, antes de suspirar e baixar o olhar, me fazendo ficar ainda mais desconfiado._ Bella?

_ Nós fomos a uma boate, papai..._ Chloe falou e Bella olhou feio para nossa filha, me fazendo constatar que aquele pequeno detalhe da noite de ontem deveria ser mantido em segredo.

_ Boate? Bebidas? O que diabos aconteceu ontem a noite? Onde exatamente vocês foram?

_ Já disse... Fomos a uma boate. As mulheres adultas e responsáveis da família perderam a linha, beberam e dançaram até o chão. Esse é basicamente o resumo da noite. Agora, se me dão licença, vou me retirar e deixar vocês dois brigarem em paz. Até mais tarde!_ Chloe disse, enquanto se levantava da mesa e saia de fininho e eu encarei minha esposa a espera de alguma explicação.

_ O que? Minha filha vai se casar. O mínimo que eu podia fazer era comemorar._ Bella falou em sua defesa e eu bufei, querendo sacudi-la.

_ Em uma boate? Aposto que isso foi ideia da minha irmã..._ Eu resmunguei e Bella sorriu largamente, assentindo.

Tinha que ser a Alice, mesmo!

_ Só espero que não tenha havido nenhum dançarino seminu nessa boate..._ Eu falei, me servindo de mais algumas torradas, mas parei com a mão no meio do caminho quando percebi que Bella estava corando.

Bella corava por apenas três motivos: vergonha, culpa ou raiva.

E, nesse momento, eu sabia exatamente por qual desses motivos suas bochechas estavam vermelhas.

_ Isabella Marie Swan Cullen, eu não acredito que você foi a uma boate assistir garotos bombados rebolando de cueca!_ Eu exclamei irritado, imaginando aquela cena grotesca e Bella teve a audácia de rir._ Por que você está rindo?

_ Por que esse seu interrogatório é ridículo. Eu não fiz nada de mais além de assistir garotos bombados rebolando de cueca. Foi apenas uma noite de diversão e todas nós precisávamos disso. Foi bom para extravasar a energia acumulada e aliviar a tensão..._ Ela falou e suas palavras tiveram o poder de me deixar ainda mais irritado.

_ Você não precisa de nenhum garoto bombado de cueca para extravasar energia acumulada ou aliviar a tensão! Eu dou conta do recado!

_ Sim. Você dá conta do recado completamente e eu nunca, nem por um momento, duvidei disso. Mas, a noite de ontem foi interessante. Já fazia muito tempo que eu não me sentia tão jovem. Preciso admitir que o casamento da Olívia está mexendo com minha mente. Estou me sentindo velha... De qualquer forma, aqueles garotos não me atraem, amor, por mais sarados que sejam. Mas, foi bom dar risada, beber e dançar até o chão, embora eu não saiba dizer se toda a diversão compensa essa dor de cabeça dos infernos..._ Bella falou, apertando as têmporas e eu tive que sorrir, embora ainda estivesse zangado por ela ter ido aquela boate e levado nossas filhas.

_ Pelo menos não tivemos que presenciar nenhuma amnésia pós-balada..._ Eu resmunguei de maneira petulante e ela bufou, revirando os olhos e me mostrando a língua.

Bella não era de beber, pois além de ser uma mãe extremamente responsável, que queria dar bons exemplos as filhas, ela tinha muito medo de ser vítima de outra amnésia.

_ Eu me lembro de tudo o que aconteceu ontem, Edward Cullen. Esta história de amnésia ficou para trás, guardada em um passado bem longínquo. Mas, agora me conte o que você, Emmett, Jasper, Carlisle, Charlie e Noah fizeram ontem?_ Ela falou, mudando de assunto e eu deixei passar, já que não queria brigar com minha princesa no dia do casamento de nossa filha.

Mas, ela ainda teria que me explicar direitinho essa história de boate.

_ Assistimos ao jogo do Mariners na área vip das arquibancadas, tomamos muita cerveja e tivemos uma séria conversa com Noah, avisando-o dos riscos de pertencer à família Swan-Cullen._ Eu respondi e Bella me olhou desconfiada.

_ Riscos? E quais seriam eles?

_ Bem... Na verdade, existe apenas um. Caso Noah machuque, magoe ou engane minha filha, ele será caçado até os confins do mundo e terá suas bolas arrancadas lentamente com alicates de unha. Depois, elas serão cozidas em água fervente e servidas para ele no jantar... Basicamente isso._ Eu falei inocentemente e Bella me olhou pasma, certamente pensando que aquilo era uma brincadeira.

Mas, eu nunca falei tão sério em minha vida.

_ Isso é sério?

_ Muito sério. Ele estará entrando para família e será um membro respeitado. Mas, se pisar na bola, eu irei torturá-lo pessoalmente, com a ajuda de toda a ala masculina Swan-Cullen. Ninguém nesse mundo irá magoar uma de minhas filhas e sair impune e é bom que ele esteja ciente desse fato.

_ Que horror, Edward Cullen! Ficarei admirada caso Noah apareça nesse casamento. O garoto deve estar em pânico depois de ter cinco homens ameaçando castrá-lo.

_ Se as intenções de Noah com Olívia forem as melhores como ele insiste em afirmar, ele virá. Não há motivos para pânico caso ele seja um bom marido e faça minha filha feliz.

_ Você não é normal, Edward. Isso que vocês fizeram não é normal e nós dois vamos ter uma conversa séria sobre isso. Mas, agora, preciso que você levante essa bunda daí e vá cuidar da vida, pois temos muito que fazer para tornar esse dia inesquecível para nossa pequena dama. E nada de ameaçar pessoas por aí, caso contrário, te prendo no porão._ Bella falou, me expulsando da sala de jantar e eu fui a procura de alguma criatura da raça masculina que pudesse me fazer companhia nesse dia tão difícil.

Passei a maior parte do tempo com Charlie, entre idas e vindas da floricultura, do supermercado e da sapataria.

Meu sogro também não se conformava com o casamento da neta e isso fez dele a companhia ideal para o dia.

Às cinco horas, Bella me rebocou para nosso quarto e me obrigou a fazer a barba, enquanto ela lavava e hidratava meus cabelos.

Sua maquiagem já estava pronta e embora sua cabeça estivesse repleta de bobs coloridos, eu não podia deixar de admitir que ela estava linda e radiante.

_ Por que está me olhando tanto?_ Ela perguntou, enquanto arrumava algumas mechas do meu cabelo e eu sorri, apertando sua cintura e me inclinando para beijar seu pescoço, me aproveitando mais uma vez do fato de tê-la sentada sobre meu colo.

_ Por que você é linda e eu não me canso de admirar sua beleza. Os anos não passam pra você, princesa.

_ E isso é bom?

_ Muito. Você ainda se parece com a linda adolescente por quem eu me apaixonei completamente._ Eu declarei e ela sorriu largamente, beijando meus lábios de leve.

_ Eu era uma adolescente estranha, amor... Meu corpo era desproporcional e eu usava um aparelho horrível. Não sei como você podia me achar bonita.

_ Você era linda, Bella... Eu ficava perseguindo você e Alice pela casa apenas para escutar sua voz e sentir o seu cheiro. Eu sonhava com você todas as noites, sofrendo com o fato de vê-la se envolvendo cada vez mais com o meu melhor amigo. Tudo o que eu queria era sequestrá-la e tê-la só pra mim, mas você nem me dava bola.

_ Eu era uma adolescente comum e você o Deus da Forks School. Como eu ia imaginar que você me idolatrava dessa forma?_ Ela falou, encolhendo os ombros e eu revirei os olhos, abraçando-a com mais força e obrigando-a a me encarar.

_ Você não se enxergava muito bem, não é? Na verdade, ainda não se enxerga. Você é linda, princesa. Sempre foi. E sua beleza sempre chamou a atenção dos machos de plantão por todos os lugares onde você passava. Eu sempre fui completamente apaixonado por você e nunca vou me cansar de agradecer pela imensa sorte de possuí-la. Hoje, você é a mãe da noiva, mas ainda é tão, ou mais graciosa que a própria Olívia, pois a beleza dela veio de você que é, para mim, a criatura mais bela e encantadora do planeta e eu te amo para sempre... _ Eu falei, beijando-a delicadamente e sorri quando percebi seu rosto molhado pelas lágrimas abundantes que escapavam dos seus olhos.

_ Você vai me fazer borrar a maquiagem, Edward!_ Ela reclamou e eu ri, enquanto enxugava seu rosto delicadamente._ Eu também te amo para sempre. Mas, você exagera quanto a minha aparência. Eu sou uma mulher comum. O lindo dessa história sempre foi você. Deus sabe quantas vadias eu tive que colocar no lugar nesses anos todos e quantas mulheres eu quis estrangular por darem em cima de você tão descaradamente, mesmo sabendo que você era casado e pai de três filhas. E saiba que eu também sou agradecida por tê-lo ao meu lado, pois eu tenho plena consciência de que não existe felicidade se eu não estiver com você._ Bella declarou, beijando meus lábios em seguida e eu sorri largamente por poder compartilhar momentos com aquele com a mulher mais extraordinária do universo. _ Mas, agora, deixa de papo e vá se vestir, pois você tem que conduzir uma noiva até o altar e isso vai acontecer em menos de uma hora._ Ela falou, saindo do meu colo e eu suspirei, indo até o armário e pegando meu smoking que estava pendurado na porta.

Bella também foi se vestir e a todo o momento eu me distraía com seus movimentos, com seus pedidos de ajuda para fechar zíperes e botões e com suas perguntas sobre sua aparência.

Quando estávamos prontos, beijei seus lábios carinhosamente e fui para o quarto de Olívia, que há essa hora, já devia estar a minha espera.

Bati na porta de leve e entrei lentamente, quase caindo duro no chão ao me deparar com a figura angelical e encantadora que andava de um lado para o outro dentro do quarto, aparentando estar extremamente nervosa.

Olívia estava magnífica e não havia palavras que definissem o que eu sentia ao vê-la vestida assim.

Minha menininha linda havia se tornado uma bela mulher e só nesse momento eu me dava conta da extensão desse fato.

Olívia sempre fora, das três filhas, a mais apegada comigo.

Chloe e Mackenzie tinham um espírito mais independente, diferente de Liv, que requisitava a mim e a mãe a todo o momento.

Nossa ligação era profunda e vê-la crescer e se tornar uma bela e bem sucedida mulher sempre seria um dos meus maiores orgulhos.

Entretanto, constatar que ela era uma mulher era o mesmo que admitir perdê-la, já que daqui a poucos minutos, ela não mais me pertenceria.

Olívia deixaria de ser uma Cullen para se tornar a Sra. Noah Donover e por mais feliz que eu estivesse por ela, esse fato sempre iria me incomodar.

­­_ Você está linda, princesinha!_ Eu falei emocionado e ela sorriu, vindo até mim e me abraçando com carinho.

_ Obrigada, papai. Você também está lindo. Confesso que tive medo que o senhor desistisse de me levar até o altar. Eu sei quanto a ideia de me ver casada lhe incomoda._ Olívia falou e eu sorri, beijando seus cabelos de leve o olhando-a com carinho.

_ Jamais perderia o privilégio de conduzi-la até ao altar, minha pequena dama. Eu me sinto extremamente orgulhoso da bela mulher que você se tornou. Eu sou apenas um pai bobo e ciumento que ainda não se acostumou com a ideia de que, a partir de hoje, eu não terei mais a minha princesinha todos os dias ao meu lado. Mas, estou feliz por suas conquistas, meu anjo e torço por sua felicidade._ Eu falei suavemente, resistindo bravamente à vontade de chorar e Olívia me olhou com ternura, acariciando meu rosto de leve.

_ Pai, eu jamais vou deixar de ser a sua princesinha e nem vou desaparecer da sua vida. Você, a mamãe e minhas irmãs são importantes demais para que eu abra mão do privilégio de tê-los ao meu lado. Não precisa sentir ciúmes, pois antes de ser a Senhora Noah Donover, eu serei sempre Olívia Swan Cullen, a pequena dama que te ama de uma maneira incondicional e sem fim._ Ela falou e eu não agüentei mais, desabando em lágrimas igual a um bebê, enquanto a abraçava com todo o amor que cabia em mim.

E foi assim que Bella nos encontrou.

_ Isso não é hora de chorar, meus amores. Hoje é dia de alegria e já estão solicitando a presença da noiva. Vamos logo antes que Noah pense que você fugiu, minha princesa._ Bella falou, ajeitando o vestido de Olívia e limpando suas lágrimas com um pequeno lenço de papel e minha filha beijou o rosto da mãe, enquanto respirava fundo e enganchava o braço no meu.

_ Não me deixe cair, pai..._ Ela sussurrou e eu sorri, beijando sua testa com carinho.

_ Nunca..._ Eu respondi e foi a vez de ela sorrir confiante, enquanto eu a conduzia para a biblioteca, longe dos olhares curiosos dos nossos familiares, amigos e do próprio Noah, que nos aguardavam no jardim.

Olívia ainda estava visivelmente nervosa e eu me perguntei se todas as noivas ficavam assim no dia do casamento.

Imaginava que sim, pois esse era, sem dúvida alguma, um grande passo.

Eu me lembro de estar muito nervoso no dia do meu casamento com Bella.

Temia que a qualquer momento Charlie se revoltasse e resolvesse tirá-la de mim, pois naquela época ele tinha a mais absoluta certeza de que eu não faria bem a sua filha.

Quando eu a vi vindo em minha direção meu mundo finalmente entrou nos eixos e eu soube que, dali em diante, nós dois seriamos muito felizes.

E eu queria que Olívia e Noah dividissem a mesma felicidade e harmonia que Bella e eu compartilhávamos, pois se fosse assim, eu jamais teria que me preocupar com o possível sofrimento de minha filha.

Meu amor por Bella era inabalável e tudo o que eu desejava era que minhas filhas pudessem experimentar a sensação inigualável de amar e ser correspondido na mesma intensidade.

Bella e eu enfrentamos muitos problemas nesses mais de vinte anos de casamento.

A vida real está bem longe de ser um conto de fadas perfeito e ela exige muito de nós.

Todavia, sempre lutamos juntos contra todas as adversidades e jamais deixamos que nada se colocasse a frente do nosso amor, do nosso relacionamento e de nossa família.

E eu esperava que Olívia, Chloe e Mackenzie, que cresceram presenciando uma relação sólida, baseada na sinceridade, no amor e na cumplicidade, fizessem de seus relacionamentos algo parecido com o que Bella e eu dividíamos, pois só assim, eu ficaria tranqüilo quanto a felicidade delas.

Quando a marcha nupcial se iniciou, eu respirei fundo e tratei de conduzir minha filha pelo tapete vermelho que se estendia diante de nós.

Andávamos lentamente e aos poucos eu comecei a ter ciência da grandiosidade daquele evento que minha irmã organizara com tanto empenho e carinho.

Alice classificara o casamento de Olívia como “Mariage du siècle”, e, pelo visto, ela fizera valer a classificação.

Tudo estava perfeito e eu me senti satisfeito por poder proporcionar um momento tão especial para minha filha, mesmo tendo ficado muitos mil dólares mais pobre.

Não que uma festa de casamento abalasse a pequena fortuna que Bella e eu construímos, mas se minhas outras filhas resolvessem se casar em breve, o que eu esperava que não acontecesse, eu teria que me preocupar com um possível desfalque catastrófico em minha conta bancária, pois minha irmã era ótima com decoração, mas não conhecia o significado do verbo economizar.

Noah esperava por minha pequena dama com um imenso sorriso nos lábios e o fato de ele estar ali, depois de todas as ameaças que recebera. só provava que ele estava realmente disposto a cuidar de Olívia e fazê-la feliz.

Não que eu fosse realmente castrá-lo.

Eu não era nenhum doido.

Mas, era bom que ele tivesse pelo menos algum receio, pois se machucasse minha pequena dama, ele teria que arcar com as consequências, que não seriam tão drásticas quanto uma castração, mas que certamente existiriam.

_ Cuide dela, rapaz... Faça minha pequena dama feliz..._ Eu falei, ao pousar a mão de Olívia sobre a sua e Noah sorriu, sem desviar os olhos da minha filha.

_ Se depender de mim, Sr. Cullen, Olívia será a mulher mais feliz do planeta..._ Ele falou emocionado e eu sorri levemente, dando um beijo na testa de minha filha e me afastando, enquanto o reverendo se preparava para iniciar a cerimônia.

_ Ela está tão linda..._ Bella comentou visivelmente emocionada, quando me sentei ao seu lado e eu sorri, beijando seu rosto e prestando atenção em minha filha, que se mostrava radiante ao lado de seu futuro marido.

E foi ali, vendo minha filha se tornar oficialmente uma mulher, que eu deixei minha mente vagar por todos os momentos que eu vivi com ela nesses vinte e dois anos de sua existência.

Olívia fora uma criança linda.

Sua beleza e inteligência sempre chamaram a atenção das pessoas com as quais ela convivera ao longo de sua vida.

Olívia sempre fora muito comunicativa e carinhosa e seus sorrisos e biquinhos eram minha perdição.

Mesmo quando eu precisava dar-lhe alguma bronca, eu sempre acabava me rendendo aos seus encantos, o que desencadeava algumas discussões com Bella, que se ressentia por sempre ter que ficar com a parte chata, já que eu, como pai, era incapaz de brigar com minha pequena.

Quando Olívia estava com dez anos, ela me acompanhava uma vez por semana ao hospital e seu encantamento era tão grande que eu cheguei a pensar que ela seguiria os meus passos.

Mas, bastou que Bella a levasse uma única vez à construtora para que Olívia se apaixonasse perdidamente pela arquitetura e decidisse desde muito cedo quais passos profissionais ela iria seguir.

Confesso que sentira muitos ciúmes de sua escolha, mas hoje, o talento de Olívia para construções, reformas e decorações era motivo de orgulho para toda a família.

Eu tentara fazer com que Chloe se apaixonasse pela medicina, mas ela dizia que não nascera para ficar presa em um hospital e, ao que tudo indicava, iria optar pela carreira publicitária, e, desde que ela se sentisse realizada com sua carreira, eu não tinha objeções.

“Trabalhe no que gosta e nunca terá que trabalhar”...

Esse era o meu lema e eu fazia questão de passá-los às minhas filhas.

Mackenzie ainda estava na escola primária e não havia se manifestado quanto à escolha de uma profissão.

Minha caçula ainda podia me surpreender, optando pela carreira médica, mas, conhecendo-a bem, eu sabia que isso era pouco provável.

Kenzie era parecida com a mãe em muitos aspectos e eu desconfiava que em breve teríamos outra arquiteta na família.

Deixei minhas conjecturas de lado por um instante e prestei atenção na troca de alianças e votos entre Noah e Olívia, pensando que, na verdade, eu sempre soubera que o casamento era o destino dos dois.

Quando nos mudamos para cá, Olívia tinha pouco mais de quatro anos.

Em menos de uma semana, ela já havia feito amizade com todas as crianças da vizinhança, inclusive com Noah.

Na época, ele não passava de um garotinho banguela e sorridente, que conseguira despertar meu ciúme paterno pelo simples fato de seguir minha filha para todos os lados.

_ Não seja bobo, Edward. Noah é apenas um menino. Tenho certeza que essa malícia que você pensa que ele tem com relação à Olívia só existe na sua cabeça suja de adulto._ Bella falara certa vez ao me encontrar vigiando a brincadeira de Noah e Olívia na cada da árvore que havia sido planejada e construída por ela em nosso quintal.

Eu sabia que estava sendo bobo, mas quando se é pai de meninas tão lindas quanto as minhas, todo cuidado é pouco.

De qualquer forma, o tempo foi passando e Noah e Olívia foram se tornando cada vez mais inseparáveis.

Era interessante ver como a amizade de um menino e uma menina tomava forma numa idade, onde geralmente, um tinha certo nojo do outro.

E assim eles foram crescendo, tornando-se adolescentes e, finalmente, começaram a namorar.

A ideia não me agradava nem um pouco, pois a visão de minha filha beijando um garoto não me parecia agradável, mas como eles pareciam se gostar verdadeiramente, eu apoiei a relação.

Afinal, não era qualquer garoto.

Era o garoto que eu conhecia desde criança e que seria incapaz de fazer mal à minha pequena Dama.

Pelo menos não intencionalmente.

E, dessa forma, o namoro foi se estendendo por anos e eu ainda era capaz de me lembrar nitidamente do dia em que eles me disseram que iriam se casar.

Estávamos em meados de setembro e Olívia se encontrava prestes há completar 22 anos.

Minha pequena dama havia feito uma longa viagem para a Europa, a fim de concluir uma especialização em arquitetura e eu não me agüentava de saudades.

Na verdade, toda a família estava em pólvora com a sua volta, pois todos, sem exceção, estavam sofrendo com a ausência de Olívia.

Quando eu a vira empurrando seu carrinho de bagagem no terminal do Aeroporto Internacional de Seattle eu não aguentara e correra em sua direção, pegando-a no colo e rodando-a por todos os lados.

Eu era um pai bobão e sabia disso, mas Olívia não parecia se importar.

_ Eu também estava morrendo de saudades, papai!_ Ela falou, me abraçando com força e eu sorri largamente por saber que eu tinha minha filha perto de mim outra vez.

Mas, minha felicidade durara pouco, já que ao chegarmos em casa, ela e Noah anunciaram a novidade.

Eu não permiti que os dois viajassem juntos e, por isso, assim como todos, Noah foi obrigado a ficar um ano longe de Olívia o que, segundo ele, quase o matara de tanta saudade.

E esse fato, somado ao amor que os unia desde a adolescência, fez com que os dois percebessem que não podiam mais viver um sem o outro e, portanto, a solução ideal seria o casamento.

Eu fora contra, é claro, mas como todos os outros membros da família, exceto Charlie, pareceram adorar a ideia, eu tivera que aceitar o fato de que em breve minha Olívia seria uma mulher casada.

E ali estava eu agora, vendo minha filha receber um beijo do seu, agora, marido e me sentindo satisfeito, apesar de tudo, uma vez que eu tinha a certeza de que os dois seriam felizes juntos.

Quando a cerimônia finalmente acabou, eu pude abraçar minha filha e desejar-lhe tudo de melhor, que era o que os pais desejavam sempre para seus filhos.

Ela parecia ainda mais emocionada e minha vontade era de sequestrá-la e escondê-la de todos os males do mundo, mas, me contive e mantive um sorriso orgulhoso nos lábios, enquanto eu a tinha nos braços mais uma vez.

_ Você sabe que eu serei para sempre sua pequena dama, não sabe? Você sabe que eu te amo demais, não sabe?_ Ela perguntou e eu assenti, beijando seu rosto com carinho e lutando mais uma vez para conter as lágrimas.

_ Eu sei, meu amor. Eu também amo você. Agora, trate de ser feliz... Essa é sua única obrigação._ Eu falei e ela assentiu, me abraçando novamente.

Logo, eu tive que dar espaço para outras pessoas que queriam cumprimentar os noivos e, por isso, fui com Bella para a outra tenta onde a festa aconteceria.

Tudo estava perfeito e eu tinha que admitir que minha irmã tinha um talento nato para festas e devia, com certeza, continuar no ramo.

Alice era formada em moda e dirigia um ateliê de alta costura que era um sucesso.

Seus desenhos eram perfeitos e ela era uma estilista bastante requisitada em Seattle e em toda a região.

Mas, isso não pareceu ser o bastante e, há uns cinco anos, ela e Rosalie decidiram abrir uma agência especializada em grandes eventos, que havia, em pouco tempo, se tornado um estouro.

Rosalie, no entanto, ficava com a parte mais burocrática e Alice ficava com a criação, que era, sem dúvida alguma, um espetáculo a parte.

O fato era que a parceria havia dado tão certo que para conseguir realizar o casamento de Olívia e fazer dele o acontecimento do século, as duas tiveram que dispensar uma centena de clientes.

Enquanto Olívia e Noah eram atacados pelos fotógrafos, a recepção seguia a todo vapor e eu aproveitei a oportunidade para conversar com meus familiares e amigos e aproveitar a companhia da minha linda esposa e das minhas filhas, que, assim como Olívia, estavam graciosas.

Chloe e Mackenzie haviam sido as damas de honra de Olívia e estavam perfeitas em seus vestidos lilases.

Olhar para Chloe era o mesmo que olhar para Olívia há alguns anos atrás, sendo que a semelhança física entre as duas era surpreendente.

Se não fosse pelas personalidades totalmente opostas, eu diria que as duas eram a mesma pessoa em estágios diferentes da vida.

Olívia sempre fora uma menina doce, quieta e extremamente amorosa.

Já Chloe, desde cedo, era uma pessoinha agitada, impetuosa e totalmente independente, embora fosse, do seu jeito, muito carinhosa com todos a sua volta.

Ela, assim como Liv, fazia muito sucesso entre os meninos e eu sabia que em breve teria que enfrentar outro namoro.

Thomas, o filho de Emmett e Rosalie, havia se tornado um rapaz muito bonito e, seu eu não estivesse ficando doido ou cego, eu podia jurar que ele estava arrastando asa para Chloe.

Os dois eram da mesma idade e sempre se deram muito bem, mas, como eu não era adepto a relações incestuosas entre primos, ficaria de olhos bem abertos sobre aquelas figurinhas, a fim de evitar qualquer problema futuro.

Vi um borrão passar correndo diante de mim e sorri largamente ao reconhecer Mackenzie, que já havia trocado os saltos por seu All Star favorito e corria afoita pela festa, acompanhada por seus primos e amigos.

Kenzie era uma versão mais nova da mãe, sendo que a única coisa que as diferenciavam era o azul dos olhos de minha caçula, que conseguia ser ainda mais impressionante que o das irmãs devido ao tom escuro dos seus cabelos.

Ela era extremamente elétrica, tinha a língua mais afiada do universo e encontrava os argumentos inusitados para defender seus pontos de vista, o que sempre nos fazia rir ao final das mais estranhas situações e conversas.

Charlie sempre se emocionava ao olhar para a neta caçula, pois afirmava que ela era a que mais o fazia lembrar-se da filha na mesma idade, embora eu tenha certeza que Bella fora uma criança bem mais dócil do que o furacão Mackenzie.

Ela ainda tinha onze anos e suas molecagens a acompanhariam por bastante tempo ainda.

Mas, eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que lidar com seus namorados e isso me enchia de medo, pois quando chegasse a vez dela, Bella e eu certamente ficaríamos sozinhos.

E mais uma vez eu constatava o quanto a vida era injusta.

Por que nos dar filhos se anos mais tarde eles seriam tirados de nós?

_ Pensando em que, marido?_ Bella perguntou, me oferecendo uma taça de champanhe e eu sorri, enlaçando-a pela cintura e trazendo-a pra mim, enquanto deixava minhas lembranças e pensamentos de lado.

_ Pensando na vida, nas nossas filhas, no casamento de Olívia... Pensando em como tudo mudou e em como eu ainda continuo feliz ao seu lado.

_ Claro que você continua feliz... Eu sou um máximo._ Ela falou e eu ri, me abraçando mais a ela e beijando seus lábios, enquanto fazia malabarismos para não derrubar a taça de champanhe.

_ Você é tudo o que eu sempre quis, princesa. E eu tenho que confessar que, embora Olívia esteja linda essa noite, ela fica com o segundo lugar em minha lista de noivas lindas, pois a mais bela de todas se casou comigo há mais de vinte anos atrás._ Eu declarei e ela sorriu lindamente, enquanto algumas lágrimas reprimidas brilhavam em seu olhar.

_ Os anos passam e você continua sendo um príncipe perfeito. Eu te amo, sabia?

_ Claro que eu sabia... Afinal, eu sou um máximo._ Eu falei, piscando em sua direção e ela gargalhou ao reconhecer suas palavras de minutos atrás.

Bella estava radiante por ser a mãe da noiva.

Segundo ela, a certeza do sucesso vinha quando os filhos estavam crescidos e realizados nos mais diversos aspectos da vida.

_ O jantar será servido dentro de minutos e depois, o pai da noiva tem direito a uma dança e eu não quero que você perca nem um momento desse dia tão especial para nós e para nossa filha..._ Bella falou, me arrastando para a mesa e eu tratei de curtir a noite.

Comi bastante, bebi, sorri e me diverti, afinal, aquele era um dia para comemorações.

Dancei com a noiva, com a mãe da noiva, com as irmãs da noiva e com todas as outras mulheres que me era permitido.

Não gostei nem um pouco de ver Noah arrancando a conta liga de minha filha com os dentes, mas tentei me concentrar no fato de que ele era marido dela e tinha todo o direito de tocá-la.

_ Acostumado com a ideia de que a partir de hoje sua filha vai fazer coisinhas com o Noah?_ Emmett me perguntou em um dado momento da festa e eu tive vontade de socá-lo.

_ Um dia sua filha também vai fazer coisinhas e serei eu a tirar um sarro da sua cara. Pode esperar!_ Eu falei, observando Ava, a filha caçula de Emmett, correr para todos os lados e meu irmão fez uma careta engraçada.

_ Ava não vai fazer coisinhas. Vou enviá-la para um colégio católico na Europa e ela terá horror ao tal pecado original. Estarei livre de saber que minha bebê faz coisinhas com marmanjos por aí...

_ Eu também gostaria de ter mandado minhas filhas para um internato católico. Mas, aí, eu descobri que elas têm o direito de viver e serem felizes e se para isso elas precisam fazer coisinhas, que seja..._ Eu falei de mau humor e Emmett riu, dando tapinhas nas minhas costas e se afastando, sem fazer mais nenhum comentário imbecil, o que eu agradeci.

Mas, um dia, não muito distante, eu iria dar o troco por ele tirar onda com o fato da minha filha, a partir de hoje, poder fazer coisinhas com Noah.

Emmett que me aguardasse!

Na hora do buquê, a tenda virou uma bagunça.

Eu não entendia o porquê de tanta euforia por causa de um amontoado de flores.

Jane, a inseparável melhor amiga de Olívia, praticamente rosnou para as meninas a sua volta e, ao final, teve o seu tão sonhado buquê nas mãos, olhando diretamente para Matt, com quem namorava há mais de três anos e que até agora não havia mencionado a palavra casamento.

O garoto não pareceu feliz em ver a namorada com um buquê nas mãos e, se eu bem conhecia Jane, que era uma versão exagerada de Alice, ele estava certo em não ficar feliz, já que, provavelmente, antes do fim do ano, ele seria obrigado a se casar com Jane, caso não quisesse ser assassinado pela própria namorada.

Meus pais haviam presenteado Olívia e Noah com uma viagem de Lua de Mel para Cancun, no México e os dois embarcariam ainda essa madrugada.

Dessa forma, eles tiveram que se retirar da festa para se ajeitarem e eu comecei a sentir meu coração ser oprimido por saber que eu ficaria mais de meses sem ver minha pequena, já que depois de Cancun, ela e Noah iriam passar uma temporada na Europa, só voltando para os Estados Unidos perto do dia de ação de graças.

As despedidas foram tristes, mas eu sabia que ela estava feliz e no fundo, era somente isso que importava.

_ Eu prometo ligar todos os dias. Não vou me esquecer do protetor solar, nem do chapéu e nem de tomar muita água. Certo, Dr. Cullen?_ Olívia me perguntou e eu sorri largamente, enquanto a abraçava com carinho._ Não precisa se preocupar, papai. Eu ficarei bem... Prometo que nunca estive tão feliz. Ele é o homem que eu amo e que eu escolhi para ser meu companheiro. Nós dois seremos felizes juntos, viu?

_ Eu sei, princesa. É que eu sou meio bobo quando se trata de vocês e das suas irmãs. Mas, se você está feliz, eu também estou e, no fundo é isso que importa. Apenas vá e divirta-se._ Eu falei, beijando sua face e ela sorriu, se afastando de mim e caindo nos braços da mãe.

Bella sussurrou algo no ouvido de nossa filha e ela corou e riu, assentindo e encarando Noah por um instante e, como eu já imaginava do que se tratava, resolvi que não queria saber de jeito nenhum o conteúdo dessa conversa.

Se minha filha tinha mesmo que fazer coisinhas, era melhor não pensar muito no assunto.

Mas, eu não podia deixar de admitir que a cumplicidade que Bella dividia com nossas filhas era algo invejável.

As meninas tinham nela uma melhor amiga incondicional e o fato de minha princesa ser jovem e moderna facilitava, e muito, sua comunicação com Liv, Chloe e Kenzie, que podiam conversar sobre qualquer coisa com a mãe, inclusive sobre sexo.

Nas últimas semanas, Bella ajudou Olívia a comprar lingeries e, portanto, já estava acostumada com os cochichos seguidos de risinhos das duas, que aconteciam, na verdade, desde que Olívia começara a namorar.

Não que eu tivesse algum interesse nesse fato, mas eu desconfiava que minha filha já fazia coisinhas com Noah há bastante tempo.

E mesmo soando hipócrita nesse aspecto, já que Bella e eu nos casamos com Olívia a tira colo, eu preferia que minha filha tivesse esperado o casamento.

Mas, acho que isso é o discurso de todo e qualquer pai babão como eu.

Mas, nem se eu jurasse Bella de morte ela me contaria os segredos que a filha confiara a ela.

Chloe e Mackenzie também vieram se despedir da irmã e eu fiquei emocionado ao vê-las se abraçando ao mesmo tempo.

Bella e eu fizemos um bom trabalho, afinal, pois apesar de alguns desentendimentos típicos de irmãs, a três se amavam e se respeitavam bastante.

Depois que Liv e Noah foram para o aeroporto, a festa foi se acabando aos poucos e por fim, restou apenas nossa família.

Comemos mais bolo, bebemos mais champanhe e fomos dormir, torcendo para que o casal que acabara de sair em lua de mel encontrasse a felicidade plena tão almejada por todos os apaixonados do planeta.

**********

ALGUNS TEMPO DEPOIS...

_ Olha só como ela é linda... Que saudade das minhas nenêns._ Bella falou, segurando Louisy, nossa neta recém nascida, pela primeira vez e eu sorri, me sentindo orgulhoso ao olhar para o serzinho tão perfeito que minha filha produzira.

_ Ela é a cara da Olívia nessa idade..._ Eu falei, passando o dedo pelos cabelos loirinhos de minha neta e Olívia trocou um sorriso com Noah, enquanto observava a filha que passava de colo em colo, certamente aliviada por me ver feliz ao conhecer minha neta.

Fazia apenas seis meses que minha filha havia se casado e eu já fora premiado com uma neta.

Isso porque, mesmo eu deixando claro que não queria Noah na Europa enquanto Liv estivesse sozinha, meu querido genro, com a ajuda de minha digníssima esposa e de minha mãe, deu um jeito de se encontrar com Olívia e lá, encomendaram minha neta.

Quando eu descobrira que Olívia se casara grávida, eu quase enfartara.

Eu me senti traído por Bella, por minha mãe e pela própria Olívia, mas, quando minha pequena dama, após voltar de lua de mel, me pedira desculpas aos prantos e me dissera algumas verdades, eu percebi que estava sendo um babaca teimoso e passei a apoiar minha filha nessa nova etapa de sua vida.

Segundo Bella, Noah e Olívia tinham a vida sexual ativa desde que nossa filha havia completado dezoito anos e os dois sempre foram muito cuidadosos com os métodos contraceptivos.

Mas, aparentemente alguma coisa falhara e quando Olívia se descobrira grávida, quisera adiantar o casamento, que só estava nos planos dos dois para daqui a alguns anos.

Eu não desconfiara de nada, porque, mais uma vez minha esposa, contando com a ajuda de Esme, Renée, Alice, Rosalie e Chloe, conseguira esconder de mim e dos outros homens da família qualquer evidência de uma possível gravidez e permanecemos por muito tempo sem saber de nada.

Contudo, minha esposa se esquecera de me contar a novidade antes que Olívia voltasse de viagem e quando eu fora buscá-la no aeroporto, meus olhos quase saltaram da órbita ao constatar que minha pequena estava incontestavelmente grávida... Muito grávida para quem se casara há apenas dois meses atrás.

Eu ficara muito zangado.

Lembro-me de não conversar com as mulheres traidoras da minha família por semanas, até que as lágrimas e o olhar triste de Olívia me fizeram ver que eu estava me comportando como um idiota.

_ Eu não cometi nenhum crime, papai. Eu apenas engravidei do homem que eu amo e que, por acaso, se casou comigo há alguns meses atrás. Essa criança que eu carrego no ventre também é um pedacinho do senhor e eu espero, sinceramente, que você possa amá-la da mesma forma que me ama ou até mais, sendo pra ela o avô maravilhoso que eu sei que você poder ser. Eu sei que o fato de eu ter lhe escondido minha gravidez o deixou magoado, mas eu queria apenas evitar maiores problemas. Você já ia pirar com a ideia do casamento e se eu aparecesse com um neto a tira colo era perigoso você ter ido parar no hospital. Eu quis apenas protegê-lo. Não me ignore mais papai, pois agora, mais do que nunca, eu preciso de você. Eu vou ser mãe em breve e eu não sei ser uma mãe... Eu preciso da sua ajuda, por favor! _ Ela pediu chorando e tudo o que eu pude fazer foi abraçá-la e, a partir daquele dia, apoiá-la incondicionalmente, afinal, ela era minha filha e precisava de mim.

Olívia, em seus pouco mais de vinte e dois anos de vida, só me dera motivos para me orgulhar dela e não era no primeiro deslize que eu iria abandoná-la.

Eu seria avô e deveria ficar feliz com a novidade, afinal de contas, eu teria outra criança linda para cuidar e amar.

E, para variar, essa criança era uma menina, uma vez que, pelo visto, meu destino era viver cercado delas.

Mas, o fato de Louisy ser tão parecida com Olívia na mesma idade e tão incrivelmente linda fazia com que eu não me importasse realmente por estar sempre rodeado de mulheres.

_ Quando eu tiver um filho, vou tentar a parada do peso dos cromossomos para ver se consigo produzir um menino. Nossa família tem mulheres demais..._ Chloe comentou, olhando a sobrinha com carinho e todos nós rimos de seu comentário.

_ Você ainda é muito nova para pensar em filhos, Chloe. Arranje um namorado, primeiro..._ Eu falei, ainda prestando atenção em minha neta, até que escutei um pigarro atrás de mim.

Acho que essa ideia de "arranje um namorado, primeiro" não fora tão boa assim, afinal.

Por que, pelo visto, o tal namorado já estava bem arranjado.

_ Tio, sobre isso, eu queria falar com você..._ Thomas, que estava ao lado de Chloe falou e minha filha lhe deu um pisão, encarando-o de cara feia, enquanto todos que estavam no quarto desviaram a atenção do pequeno bebê que estava no colo de Bella e pousaram sobre meu sobrinho, que estava ficando tão alto e cara de pau quanto o pai.

_ Fale, rapaz... Sobre o que exatamente seria o assunto?_ Eu perguntei, mesmo sabendo qual era a resposta.

_ Eu sei que sou seu sobrinho e você é o meu tio, mas eu queria saber, ou melhor, eu queria ter a sua permissão para namorar Chloe..._ Ele falou baixinho e eu quase sorri do seu medo aparente.

Quase.

Por que quando alguém pede uma de suas filhas em namoro, a última coisa que você tem vontade de fazer é sorrir.

_ Não que minha palavra valha alguma coisa ultimamente, mas tudo bem... Namorem. Só usem camisinha, pelo amor de Deus. Não quero mais netos tão cedo..._ Eu falei e tanto Chloe quanto Thomas ficaram vermelhos na hora.

_ Pai!_ Chloe protestou, me encarando indignada, ao mesmo tempo em que Bella me dava um tapa no braço.

_ Edward, não seja inconveniente!_ Minha esposa falou e eu revirei os olhos, me mantendo em silêncio enquanto observava Thomas segurar a mão de minha filha com firmeza e trocar um sorriso de vitória com ela.

Esses dois já estavam "ficando" há semanas e eu apenas me fiz de bobo para ver até quando eles me esconderiam esse fato com a ajuda de minha esposa e de Mackenzie.

Bella apoiava a relação de Thomas e Chloe, porque, segundo ela, um namoro entre primos não poderia, de forma alguma, ser considerado incesto.

Só esperava que eu não fosse condenado ao inferno por permitir esse namoro.

Esperava também que uma possível separação não causasse conflitos na família, pois era tudo o que menos precisávamos agora.

_ Eu também quero um namorado. Será que eu consigo um, mamãe?_ Kenzie falou de repente e todos riram, menos eu que a encarei apavorado.

Onze anos era muito cedo para se pensar em namorados.

Era bom que a senhorita Mackenzie Swan Cullen não estivesse falando sério, caso contrário eu a manteria trancada no sótão até os trinta anos.

_ Kenzie, retire o que disse... O papai está ficando verde!_ Olívia debochou e eu respirei fundo, me dando conta que ainda viriam muitos anos até que eu realmente tivesse que me preocupar com os namorados da minha filha caçula.

_ Quando você for mocinha, poderá namorar quantos quiser, meu anjo. Mas, agora, é melhor você se concentrar em suas bonecas, antes que seu pai tenha um AVC._ Bella falou, enquanto acariciava os cabelos escuros de Kenzie e eu suspirei aliviado por saber que, apesar de ela ajudar minhas filhas a esconderem coisas de mim, minha princesa ainda tinha algum juízo.

Ao fim do dia, deixamos Olívia e Louisy com Noah e voltamos para casa, a fim de descansarmos um pouco, uma vez que nos últimos dias, devido aos inúmeros alarmes falsos que Louisy pregava na mãe e em toda a família, ninguém havia dormido muito.

_ Agora sim estou me sentindo velho. Já sou até avô..._ Eu reclamei, me deitando na cama ao lado de Bella, que lia um dos muitos de seus livros de reformas e ela riu, tirando os óculos de leitura e me encarando.

_ Não seja bobo. Você ainda é lindo. É o vovô mais sexy de todo território americano._ Ela garantiu, deixando o livro de lado e vindo aconchegar-se em meus braços e foi minha vez de sorrir.

_ Você também é uma vovó muito sexy, princesa. E eu fico feliz de poder viver tudo isso com você. Namoro, casamento, filhos, genros, netos... Nada disso teria graça se não fosse compartilhado com você..._ Eu falei e ela sorriu largamente, beijando meus lábios de leve.

_ Digo o mesmo, príncipe. Minha vida só é completa porque eu tenho você ao meu lado. E eu te amo hoje, te amei ontem e te amarei para sempre..._ Ela declarou emocionada e eu cobri seus lábios com os meus, apreciando o gosto maravilhoso da sua boca, que só melhorava com o tempo.

Fizemos amor apaixonadamente, curtindo nossa relação e todos os sentimentos que nos envolviam.

Hoje, se eu era o pai da noiva e o avô da neta era porque eu havia escolhido ficar com minha princesa independente de qualquer conseqüência.

E eu não tinha dúvida alguma que eu a escolheria de novo, de novo e de novo, por que as consequências dessa escolha sempre seriam perfeitas desde que Isabella Swan Cullen permanecesse ao meu lado para sempre.


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Notas finais do capítulo

Oie... Sentiram saudades dos nossos lindos?Pois eu senti e, por isso, resolvi escrever esse especial para que eu e vocês pudéssemos matar a saudade dessa fic que foi tão gostosa de escrever.Espero que tenham gostado, pois eu escrevi com todo o carinho.E essa fic é especial de muitas formas, já que posto esse capítulo diretamente da Espanha.kkkkkkkkMuitos beijos!